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História Personal Soldier - Dançando com a tristeza.


Escrita por: klangdon

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 16 - Dançando com a tristeza.


Encarei a todos ainda um pouco assustada com a atitude de Logan.

– Esta tudo bem querida. Ele só ficou nervoso. – Tempestade tentou me tranquilizar.

Não respondi e saí da sala de perigo. Tomei uma ducha rápida e coloquei minhas roupas. Fiquei algum tempo sentada num dos bancos do vestiário. Penteei meus cabelos vagarosamente e me encarei no espelho. Eu com certeza não sou a mesma garota de anos atrás. Mas eu gosto de mim agora. Percebi que eu não tinha que me arrepender por ter agido. Eu não tinha que me sentir culpada por correr atrás do que quero. Logan teria que entender. Eu não tinha outra saída. Não havia luz no fim do túnel para nós. Ele precisava saber o quanto é bom estar com alguém sem receios e reservas. Ele tinha que perceber o quanto é bom estar comigo. Guardei meu uniforme e organizei meu armário. Estava decidida a conversar com Logan, ou pelo menos tentar. Abri a porta do vestiário e saí. Meu corpo bateu em algo duro. Por acaso uma parede surgiu no caminho do nada? Olhei para cima e a parede era Warren. Ele sorriu de canto e segurou meu braço como se me impedisse de cambalear e cair.

– Você está bem? – O garoto estudou minha expressão confusa.

– Sim. – Minha voz saiu mais estranha do que eu esperava.

– Não parece... – Warren mexeu uma das sobrancelhas. – O que aconteceu no treinamento não foi culpa sua, você sabe não é?

Um pequeno passo e Warren ficou ainda mais próximo de mim. Sua expressão era doce. Nem de longe lembrava o rosto frio e calculista que eu tinha visto no treinamento. Sua mão grande se colocou em uma das minhas bochechas, o que me fez perceber que eu estava quente. Ou talvez ele estivesse gelado demais.

– Eu sei. – Tentei ser convincente. Tentei.

– Você é ótima. Quer dizer, você está fazendo um bom trabalho dentro das possibilidades. O Logan não compreende o quanto é difícil pra você. Criticar sempre é mais fácil do que entender.

– Ele só se expressou mal... – Amenizei mesmo que não tivesse certeza. Ver Warren julgar a atitude de Logan me incomodou. Eu posso falar o que quiser de Logan, ele não.– Logan é super protetor...

– Ele exagera. – Um som irônico e desaprovador escapou da boca de Warren. O encarei sem responder nada. Ele argumentar discordando de Logan e eu discordando de ambos não nos levaria a nada. – Eu só quero ver você bem Marie. Você sabe o quanto me preocupo com você também. – Afirmou.

– Eu sei. É assim que os amigos agem. – Forcei um sorriso, entretanto Warren não o correspondeu, pelo contrário. Suas feições demonstraram certa tristeza e talvez raiva.

– Eu preciso te levar a um lugar. Venha.

Warren me colocou sobre o seu ombro como se eu fosse um simples saco de arroz e me carregou pelos corredores do instituto. Pensei em rejeitar o passeio ou questionar o que ele pretendia, mas simplesmente não tive vontade de nada. Só deixei a situação como estava. Provavelmente ele me levaria pra voar e me mostraria um lugar lindo. Não seria ruim de todo.

Depois de sairmos do instituto Warren simplesmente levantou voou me carregando. Achei que íamos pra longe dali, mas ele pousou habilmente no telhado na mansão.

Sorri um pouco e ajeitei minha blusa. Ele encarou o horizonte a nossa frente por longos e pesados segundos sem dizer nada. Comecei a ficar sem entender o objetivo daquilo.

– Então Warren... – Tentei chamar a sua atenção.

– Eu venho muito aqui. – Soltou meio pensativo, ainda sem me olhar. – Gosto de ver o Sol nascendo e se pondo. Desde que me mudei pra cá eu faço isso. No começo eu fazia mais porque de todo jeito eu não tinha amigos. Eu cheguei aqui num momento delicado pra todos, e depois que comecei a fazer alguns amigos eu continuei vindo porque a vista é linda. Ultimamente, vir aqui tem um motivo ainda maior. – Os olhos preocupados de Warren se colocaram nos meus. – Toda vez que eu subo aqui penso no quanto sou burro por não dizer o que sinto por você. Eu me sinto tão estúpido por não ser totalmente honesto com você. Eu me sinto covarde. E toda vez que eu vejo toda essa beleza eu digo pra mim mesmo que nada disso é tão belo quanto seu rosto, seu sorriso tímido e desconcertado.

Ele quase sorriu e eu apenas fiquei paralisada. O que Warren estava fazendo era simplesmente errado. Eu sempre dei graças aos céus por ele não falar dos seus supostos sentimentos por mim, assim eu podia fingir que não percebia nada. Como partir o coração do seu melhor amigo dizendo que não o vê como nada além disso? Agora, ainda pior, como partir o coração do seu melhor amigo dizendo que está perdidamente apaixonada por outro? Um outro que ele não suporta, diga-se de passagem. Certo pânico foi tomando conta de mim.

Considerei sair dali correndo. Não dava. Estávamos numa parte do telhado que só ele conseguia chegar. Nem se eu desse meu melhor pulo, pirueta ou algo assim chegaria perto da porta de acesso. Nem fugir eu podia.

– Warren... – Minha voz quase não saiu.

– Eu me apaixonei por você Marie.

O rosto de Warren expressava um misto de alivio e dor. Eu sei como dói se apaixonar. O amor é um sentimento maravilhoso, mas machuca profundamente caso as coisas não saiam como queremos.

– Não Warren. – O interrompi tentando evitar constrangimentos maiores. – Por favor, não fale isso.

– Eu tenho que falar. – Sua mão novamente tocou minha bochecha. – Eu preciso falar. – Respirou fundo. – Agora você me vê como seu amigo, mas isso vai mudar. Eu posso te esperar Marie.– Senti pena de Warren. Meu coração se encolheu dentro do peito. Eu nunca o amaria do jeito que ele desejava. Talvez, nem se meu coração estivesse totalmente livre eu seria capaz de olhá-lo com outros olhos. – Eu vou esperar por você, ok?

Eu quis gritar. Tirar aquela idéia da cabeça dele nem que fosse na marra. Dizer com todas as letras que amo Logan, sempre amei e sempre amarei. Minha vontade era explicar para ele que nossa amizade é linda e que eu sempre estaria ali por ele, mas não como ele desejava. Quis implorar para que ele enterrasse aquele sentimento pelo bem da nossa relação. Porem apenas assenti sem coragem. Eu não podia esmagar os sentimentos dele assim. Não seria justo.

Com meu gesto conformado seus olhos se encheram de esperança. Warren se agarrava a qualquer demonstração de carinho minha como se fosse um sinal. Não era. Engoli seco e passei a mão nos meus cabelos.

– Eu preciso... Eu... Me leve pra baixo, pode ser? – Pedi sem conseguir pensar direito.

– Tudo bem.

Warren me pegou no colo com todo cuidado do mundo. Notei certa demora em seus movimentos. Ele queria que aquele momento durasse mais. E tudo que eu queria era que terminasse logo. Em segundos eu já estava em terra firme novamente. Dei um sorriso fraco para ele e me afastei. Pude sentir seus olhos melancólicos me seguindo até que eu entrasse no instituto.

A paixão declara de Warren é demais pra mim. Entrei no banheiro do primeiro andar, fechei a porta e lavei meu rosto na agua fria. Minha cabeça estava prestes a explodir. Me enxuguei e respirei fundo. Eu ainda tinha que resolver as coisas com Logan de uma vez por todas. Mas não tinha cabeça nenhuma para isso.

Vaguei pelos corredores do instituto procurando alguém ou algo para me distrair. Nada. Passei pela porta do cérebro e uma pontada de tristeza me atingiu. Desde a morte do professor Xavier aquele pedaço da mansão era uma espécie de memorial. Localizar mutantes ficou um pouco mais difícil, e Tempestade às vezes tinha que recorrer a mutantes de fora do instituto. Ninguém seria poderoso o bastante para usá-lo, pelo menos não em toda sua capacidade.

Distraída e desastrada demais bati em algo. As paredes simplesmente surgem do nada para me atrapalhar? Levantei a cabeça e Bobby estava me encarando zombeteiro.

– Cuidado... – Sorriu. Respirei fundo farta de tudo e todos. Cansada e sufocada. – O que foi Marie? Ainda chateada pelo que o vovô Logan disse. – Ele não perdeu oportunidade de fazer chacota com Logan.

– Um pouco... – Não entrei em detalhes. Havia outras coisas me deixando tonta e furiosa.

– Ele só quer o seu bem. Não fiquei assim. Você o conhece melhor que nós. Sabe como ele é. – Eu estava ouvindo aquilo de verdade? Bobby, que teve uma um pé atrás com Logan e depois o corpo inteiro, estava o defendendo? Provavelmente notando minha confusão diante de sua fala, Bobby riu pelo nariz. – Pode soar estranho, porém eu entendo Logan. Já estive na mesma posição que ele em relação a você.

Não pude deixar de expressar um pequeno sorriso. O tempo que amei Bobby parecia distante, mas ele havia existido. Era recíproco e foi bom enquanto durou.

– Eu sei... E você me conhece pra saber que me irrita bastante essa necessidade de me protegerem o tempo todo.

Bobby assentiu. Ficamos nos encarando por breves segundos. Notei que ele estava com seu uniforme devidamente alinhado e suas luvas de batalha.

– Quer dar uma volta? – Sugeriu leve. – Tempestade me mandou em uma missão de reconhecimento.

– Reconhecimento?

– Recebemos uma ligação anônima sobre uma republica de mutantes. Dá pra acreditar?

– Uma ligação amistosa?

– Exatamente. A pessoa disse que sabe sobre o trabalho que fazemos e tem medo de que os jovens estejam se expondo demais na faculdade. Ainda existem pessoas que não nos odeiam.

– Existem. Mas muitos outros odeiam.

– Sim. Vou só passar e dar uma olhada. Caso eles pareçam amigáveis vou conversar sobre nosso Instituto e sobre serem cautelosos.

– Ok. E qual o motivo do uniforme então? Se é só reconhecimento...

– Marie, são garotos de uma fraternidade. São loucos provavelmente. Nunca sabemos o que um bando de jovens pode causar.

Ri com a seriedade dele.

– Vou me trocar.

– Te espero no jato.

Devidamente arrumada ajeitei meus cabelos em um rabo de cavalo pratico e entrei no jato. Sentei-me como co-pilota e encarei Bobby. Ele entendeu que estava pronta de começou a ligar os comandos da aeronave.

– E Kitty?

– De TPM. – Falou bravo.

Tentei segurar minha gargalhada, mas não consegui. Ele me acompanhou no riso.

– Você saiu correndo dela então...?

– Exatamente. Implorei para Tempestade me ocupar. Ela iria com Colossus amanhã, mas me deixou ir depois de muita insistência da minha parte.

– Kitty não me parece do tipo que fica tão brava assim.

– Ela fica maluca! Faz drama por qualquer bobagem, quer ser mimada 24hrs e me sufoca. Eu adoro ficar perto dela, mas nesses momentos preciso de distancia pra respirar.

– Entendo.

Imaginei divertidamente Bobby fazendo todas as vontades de Kitty como um bobo. Pelo menos a TPM dela passa. Já comigo era drama o tempo todo. Era isso, ele precisava respirar dos meus problemas com poderes e com a falta deles assim que tomei a cura. Foi demais para Bobby e ele não teve alternativa a não ser se afastar. Nunca o culpei pelo nosso fim. Sempre soube que o motivo era eu e aceitei isso.

Continuamos conversando e rindo sobre comportamentos femininos. Claro que não chegamos à conclusão nenhuma. Se os homens não nos entendem, nós também não. É a grande verdade. Rapidamente estávamos sobrevoando o campus da universidade. Bobby procurou um lugar oportuno na mata para pousar o pequeno jato. Apontei uma clareira e ele pousou suavemente quase sem nenhum barulho e utilizando o sistema de camuflagem do jato. Basicamente o jato reflete o que tem ao seu redor e assim se torna invisível. Longe das trilhas ninguém esbarraria no jato e não demoraríamos também. A tarde já tinha passado e sol já havia se escondido. A noite seria nossa aliada.

Caminhamos evitando que qualquer um nos visse, vigiamos a casa da fraternidade de longe e claramente uma festa estava pra começar. Luzes divertidas, musica alta e pessoas chegando aos poucos e se reunindo na frente da casa.

Bobby teve a idéia de observamos eles de cima. Invadimos o jardim da casa ao lado, totalmente apagada e subimos no telhado da mesma. Busquei a melhor visão e chamei Bobby. Nos deitamos e esperamos.

A festa começou bem animada e nada de suspeito aconteceu. Comecei a ficar incomodada com a falta de ação.

– Vamos ficar só olhando? – Resmunguei.

– Com essa festa não consigo nem identificar quem é o líder da fraternidade.

– É um dos garotos usando camisetas com o nome da fraternidade...

– Não me diga!? – Bobby ironizou. Nem tinha pensado no quanto minha frase era obvia. Rolei os olhos e ele riu. – Melhor eu voltar amanha durante o dia.

– Nada disso! Não voamos até aqui por nada!

– O que você quer fazer Marie? Simplesmente entrar lá e participar da festa tentando arrancar informações? – Sorri sugestiva. A idéia que para Bobby parecia absurda aos meus olhos era ótima. E eu precisava me divertir também. – Não... Não me olhe assim...

– AH VAMOS BOBBY!!! – Comecei a implorar. – Vai ser divertido. Seremos espiões. Por favor! Preciso me distrair. – Choraminguei.

Aos poucos a postura dele relaxou.

– SÓ 30 MINUTOS! – Cedeu. – Só preciso saber quem é o líder e voltar pra mansão.

Praticamente pulei de alegria e tratei logo de tirar meu uniforme. Bobby ficou desconcertado ao me assistir despindo-me, mas não liguei e continuei.

– Não posso tirar o meu. – Pareceu ainda mais constrangido. – Estou sem camisa por baixo. – Pigarreou.

– Qual é Bobby?! Você está vendo algum homem sarado de camisa ali? – Apontei e ele seguiu com o olhar. – Não seja tímido. Não tem nada que eu já não tenha visto ai e não há nada que as garotas ali não mereçam ver. – Sorri um pouco e quebrei o gelo, literalmente.

Logo caminhamos animados pelo jardim. Eu com meu jeans, camiseta de banda e botas, Bobby apenas de calças e suas botas. Entramos sem problemas. Ninguém estava vigiando. A festa era totalmente aberta. Em plena segunda feira, poucos alunos do imenso campus seriam despreocupados o bastante para aproveitar. Mesmo assim, a casa estava lotada. Nos esprememos entre as pessoas e chegamos até onde as bebidas estavam. Enchi um copo para mim e entreguei outro a Bobby. Depois de me olhar desconfiado ele acabou aceitando.

– Vamos nos misturar! – Praticamente gritei e ele assentiu.

Escolhi um dos meninos da fraternidade, o menos atraente, e fui até ele. Eu tinha que me distrair, mas não tanto. Conversa vai, conversa vem, rapidamente eu já sabia praticamente tudo sobre todos ali. Ele já estava alto pela bebida e eu quero pensar que meu charme ajudou também. Procurei Bobby com o olhar pelo ambiente e três meninas disputavam a atenção dele. Quis rir com a cena. Kitty ficaria ainda mais maluca se soubesse daquilo. Eu não contaria, claro, mas seria hilário. As garotas, todas lindas, cercaram ele e dançaram animadamente. Bobby não sabia onde enfiava a cara e o corpo malhado.

– Você quer dançar? – O garoto de óculos ao meu lado perguntou.

– Claro!

Deixei-me levar pela batida da musica ensurdecedora. Acho que nunca estive em uma festa de verdade. Apenas coisas pequenas na adolescência. Bebi outros copos de Deus sabe lá o quê e fui me soltando cada vez mais.

Senti alguém puxando meu braço. O estraga prazer do Bobby.

– Vamos! Não consegui pegar nenhuma informação. Isso está uma bagunça. E uma completa perda de tempo.

– Não. Estou quase conseguindo. – Omiti. – Me dê mais 10 minutos.

Comi um bolinho que estava em cima de uma mesinha e Bobby arregalou os olhos no mesmo segundo.

– Não coma mais isso! – Arrancou da minha mão. Questionei-o com minha expressão. – Tem maconha nisso Marie! Aqui não dá nem pra tomar água. Deve estar tudo batizado.

– Maconha é medicinal Bobby. – Tomei da mão dele o bolinho e enfiei o resto na boca antes que ele me impedisse.

– Sério? – Ficou incrédulo. – Onde está a Marie cautelosa e certinha que namorou comigo?

Me fiz de desentendida e ele riu. Sai de perto dele tomando mais um gole do que havia no meu copo e dancei mais um pouco.

Agora eu sabia que o garoto de óculos se chamava Owen. Ele não era feio, longe disso, mas os outros conseguiam superá-lo no quesito beleza. Sem aviso ele tentou me agarrar. O afastei com as mãos em seu peito despido e sentimos um choque.

– O que foi isso? – Perguntou assustado.

– Sei la. – Respondi rapidamente e sai de perto dele. – Droga!

Logicamente eu sabia o que tinha acontecido. Eu tinha pegado o poder dele e não poderia nem ao menos saber qual era. Não dava pra simplesmente perguntar e estragar o disfarce.

Fui até Bobby e o tirei das garras de outras garotas. Apontei o líder discretamente. Diante da cena de pegação que ele e uma morena protagonizavam no alto da escada Bobby resolveu deixar pra lá de vez.

– Ótimo. Agora vamos. Amanha eu voltarei nesse inferno. Não dá pra conversar com ninguém nesse lugar.

– Uma ultima coisa antes de irmos... Dança comigo? – O encarei pidona e funcionou.

Nos divertimos muito. Dançamos como nunca tínhamos feito. Inventamos passos loucos e rimos com isso. Todo mundo ali estava na mesma vibe, então ninguém estranhou. Pena que não durou tanto. Tínhamos que ir embora.

Fiz questão de zoar Bobby pela falta de jeito com as garotas atiradas da festa enquanto deixávamos a casa. E claro, não comentei nada sobre o incidente com Owen. Em algumas horas eu estaria livre daquele poder, seja ele qual fosse, e não faria diferença.

Sem alarde algum saímos do campus e voamos de volta para o Instituto.

– Ei Marie... – Bobby tirou minha atenção do céu. – Até que foi legal.

– Foi sim. Só não conte para a Kitty. – Gargalhei e ele também. – Nem para a Ororo. Será nosso segredo picolé.

– Não! Tem tempo que o Wolverine não me chama de picolé. Não ressuscite o apelido, por favor!

– Ok! Desculpe. Não resisti.

– Sabe Marie... – Bobby começou conversa novamente após um breve silencio usando um tom mais sério. – A gente não conversou depois que terminamos... Depois que eu terminei com você. Eu queria te dizer que...

– Não precisa me dizer nada Bobby. – O interrompi.

– Preciso sim. – Insistiu. – Só quero que você saiba que eu nunca te traí com Kitty, nem nada do tipo. Eu a tinha como uma amiga e isso só mudou quando não estávamos mais juntos.

– Eu sei Bobby. Sempre soube disso. As pessoas fofocam sobre isso, entretanto, não sabem da verdade. Está tudo bem. Eu fico feliz que vocês estejam juntos e bem. Quero te ver feliz. – Fui sincera. – De qualquer forma obrigada por falar em voz alta e pela honestidade.

– Não me agradeça. Eu já devia ter dito isso há tempos! – Um peso enorme parecia ter deixado os ombros de Bobby e isso era bom. – Também quero te ver feliz. Você e o Warren... Vocês...

– Nós nada! – Cortei as insinuações dele. – Somos apenas amigos.

– Amigos... Sei... Só você não vê que ele fica todo bobo perto de você. – Comecei a ficar incomodada com o assunto. – Você devia dar uma chance para ele. Apensar de meio fechado, ele é um cara legal. Se vocês namorassem...

– Não é assim. Não o vejo assim. E vamos encerrar esse papo bobo. – Reclamei com uma careta que ele não levou a serio.

Voltando ao instituto avistamos Colossus acenando do pátio e pousamos ali. Saímos e alguns alunos correram em nossa direção.

– Prometi mostrar o jato pra eles. – Colossus justificou breve e entendemos a situação.

Os garotos mais novos estavam super animados. Coisas que são habituais para os X-men encantam os mais novos como se fossem de outro mundo.

Bobby e eu caminhamos pela grama em direção a mansão. Parei a frente dele de repente obrigando-o a parar também.

Abracei o mutante de gelo e senti seu calor. Não havia magoas e nem ressentimentos em meu coração e nem no dele que retribuiu o abraço.

– Obrigada. – Sussurrei.

– Só lembre-se de não contar nada da festa pra ninguém. – Sussurrou de volta e gargalhamos enquanto terminávamos o caminho até a porta da frente.

Sem mais nem menos Bobby parou de andar. Seu rosto expressou pura preocupação. Encarou os arbustos ao lado da casa, apreensivo. Não entendi e olhei na mesma direção não encontrando nada.

– O que foi Bobby? – Perguntei aflita.

– Nada... Tive a sensação de que alguém estava nos observando dali.

– Deve ser um dos pestinhas. Crianças já gostam de bisbilhotar, com poderes então...

– É, deve ser... – Bobby relaxou um pouco.

Um vento frio bateu em minhas costas e me fez arrepiar. Olhei mais uma vez para os arbustos e me obriguei a acreditar que de fato não era nada. E que aquela sensação ruim não tinha motivo.


Notas Finais


Não deixem de comentar mores! Eu adoro saber o que vocês estão achando da fic e sempre respondo tudo.
Beijos.


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