1. Spirit Fanfics >
  2. Personal Soldier >
  3. Eu preciso de você.

História Personal Soldier - Eu preciso de você.


Escrita por: klangdon

Notas do Autor


Oi mores, simplesmente esqueci de postar. Desculpem a demora. haha
Estou MUITO feliz com os favoritos e visualizações da fic.
É importante pra mim ver esse reconhecimento de vocês. Obrigada.
BOA LEITURA!

Capítulo 20 - Eu preciso de você.


Aquela foi a madrugada mais longa da minha vida. Sai da sala de Ororo algumas vezes tentando achar uma solução fora do ambiente tenso, mas não funcionou. Eu até tentei seguir o cheiro de Marie pela floresta, mas a fumaça toda que Pyro fez queimando coisas pelo caminho apagou o rastro. Alguns alunos tiveram que se encarregar de apagar o pequeno incêndio que começou na mata.

Fora isso eu não consegui pensar em nada útil. Só conseguia me culpar mais e mais por não estar ao lado dela. Por não poder trocar de lugar com ela.

Os outros estavam preocupados, mas eu tinha toda a certeza do mundo que os mais aflitos eram eu, Warren e Bobby. O garoto de gelo estava carregando um enorme peso nas costas. O objetivo daquilo tudo era atingi-lo e estava dando certo. Já eu e Warren estávamos sofrendo por tabela. O idiota que levou Marie provavelmente não entenderia minha raiva, mas a sentiria quando minhas garras o rasgassem ao meio. E só precisava encontrá-lo primeiro.

Ororo trouxe café e chá para todos da sala. A postura calma dela foi desaparecendo. Depois de colocar a bandeja na mesa de centro da sua sala ela se recostou em um canto. Colossus segurou a mão de Ororo discretamente. Ela não se surpreendeu com o toque repentino, ou o encarou. Ela parecia conhecer aquele toque e estar reconfortada por ele. Não que segurar as mãos seja um ato de muita intimidade, mas não pareceu cordial ou novo. Talvez eu estivesse tirando conclusões demais de uma coisa simples, porém aquilo realmente chamou minha atenção e me distraiu por 2 segundos.

Eu não quis comer nada. Apenas encarei aquela bandeja cheia de coisas com má vontade. Eu quase não conseguia falar e pensar. Também não conseguiria comer nada. Algo parecia bloquear minha garganta e sufocar meu peito.

O silencio era ensurdecedor. Até que Melanie deu um pulo da cadeira em que estava.

– Tive uma ideia! – Praticamente gritou. Todos prestaram atenção nela, ansiosos pela continuação da fala. – Amy pode nos ajudar. O poder dela é ver o que outra pessoa está vendo. Ela pode enxergar através dos olhos de Marie e nos dar uma pista de onde ela está.

Fazia sentido. Podia dar certo. Tinha que dar certo. A expressão de todos se animou. Ororo rapidamente foi chamar a tal Amy. Porem quando a garota franzina entrou no cômodo sendo conduzida por Ororo senti pena e receio de que não desse certo, afinal. A menina devia ter cerca de 8 anos, não mais que 10, e surpreendentemente era cega.

Encarei-a curioso. Não a conhecia. Até aquele momento não fazia ideia de que abrigávamos uma estudante cega e tão jovem.

– Amy, querida, precisamos da sua ajuda. – Carinhosamente, Ororo falou segurando as mãos pequenas da menina. – Tem uma cadeira atrás de você, sente-se.

A menina sentou-se e respirou fundo.

– Posso sentir que tem bastante gente aqui. Estou certa? – Sua voz saiu insegura e baixa.

– Sim meu bem. Você deve ter escutado o que aconteceu com Marie.

– Sim. Estão todos comentando e preocupados.

– Precisamos de você para ajudá-la. – Melanie se aproximou.

– Oi Mel. – Amy relaxou um pouco e quase sorriu. – Desculpa, mas não sei o que eu poderia fazer... Os x-men não vão resolver isso? Achei que já tinham saído para salva-la.

– Os x-men vão salvá-la Amy, mas antes eles precisam saber onde ela está. A pessoa que raptou ela não deixou pistas e nem fez contato até agora. Estamos preocupados e correndo contra o tempo. Consegue entender isso? – Melanie continuou a conversa tomando a rédea da situação.

– Eu entendo. Só ainda não sei como posso ajudar. – Amy se encolheu um pouco na cadeira.

– Precisamos que use seus poderes querida. – Ororo voltou a falar com seu tom tranquilizador. – Eu sei que não é fácil pra você, mas precisamos. Não temos alternativa.

Como seria assim difícil? Pelo que tinha entendido até ali, a garota era cega e só enxergava quando usava seus poderes. Não seria um tipo de presente do gene mutante? Poder enxergar, mesmo que por outros olhos, parecia pra mim maravilhoso. Talvez, se eu estivesse na sua pele, usaria os poderes praticamente o tempo todo. Todos naquela sala pareciam estar com pena dela, e eu realmente não estava entendendo a comoção geral.

– O que acontece quando ela usa os poderes? – Resolvi ignorar o que os outros poderiam pensar da minha pergunta. Minha curiosidade foi maior que os julgamentos deles poderiam ser. – Porque é difícil?

– Ela é cega Wolverine. – A explicação de Ororo começou com o obvio. – Nasceu assim. Quando Amy usa os poderes força seu corpo a fazer algo que ele não está acostumado. Dói muito. Sem contar que a deixa... triste.

– Não é um poder muito legal. – A menina concluiu com um sorriso nada feliz. – Não é como se eu saísse por ai salvando as pessoas com minhas garras... – Direcionou a fala para mim, claramente. – Quando eu uso os poderes, além da dor, eu me lembro que só enxergo pelos olhos dos outros. Não é algo meu. É frustrante, porém, estou aprendendo a lidar com isso.

– É exatamente por isso que eu sei que você irá nos ajudar Amy. Minha amiga precisa que você seja forte. – A loira encorajou a pequena. – Você pode ver através dos olhos dela? Assim vamos tentar saber onde ela está... Se está bem...

– Eu posso tentar. – Depois de respirar fundo, Amy respondeu.

– Vai ficar tudo bem querida. Quando quiser.

Com um aceno de cabeça Amy respondeu Ororo. Os outros preferiram se manter calados. Não sei se por entenderem tanto como aquilo era delicado para Amy ou por não terem tanta intimidade com ela para apoiá-la como Melanie fazia. Lentamente ela abaixou a cabeça e retirou os óculos escuros. Puxou o ar com força novamente e levantou a cabeça, reclinando-a para trás. Seus olhos se abriram rapidamente e me chocaram um pouco. Eram brancos. Totalmente opacos e sem vida, até que mudaram. As iris apareceram. Aquele tom de castanho escuro era familiar. Eram exatamente os olhos de Marie. Lágrimas começaram a aparecer. Amy estava chorando. Talvez fosse pela dor de usar os poderes. Sua expressão estava me deixando cada vez mais preocupado e o silencio também.

– O que você vê garota? Fale logo. – Forcei.

– Eu não consigo ver direito. – Sua respiração ficou pesada e difícil. – Está tudo embaçado.

– Como assim Amy? Explique, por favor. – Melanie se aproximou ainda mais da menina.

O choro dela ficou ainda mais forte. As muitas lágrimas molhavam sua camiseta de bichinhos.

– Eu vejo machucados. Ele está torturando ela. Os braços estão quase na carne viva. As pernas estão ruins também.

O chão pareceu sumir. Marie estava sofrendo.

– Ela está chorando muito. Está difícil enxergar através dessas lágrimas.

Aquelas lagrimas todas eram de Marie? Os olhos dela ali, na minha frente. Meu coração quase parou de bater, murcho dentro do peito. Minha garota estava muito machucada e eu não podia fazer nada.

– O que mais você vê Amy? É importante. – Bobby implorou.

– Eu não consigo ver nada, além disso. Ela só olha para baixo e chora. Está com muita dor.

– Segure por mais um tempo Amy. Espere até ela olhar pra outro lado. Precisamos de uma pista. – Ororo pediu.

– Eu não consigo! Não adianta! Está tudo embaralhado. – A garota estava desistindo.

– Espere, por favor. – Resolvi tentar usar a mesma gentileza dos outros. Afinal, aquilo realmente não parecia confortável pra ela. – Precisamos de algo Amy. Você está vendo como Marie precisa de ajuda. Ela não vai suportar toda essa dor por muito tempo.

– E nem eu consigo suportar Wolverine. – Amy me respondeu baixinho. Era demais para ela também. – Só posso dizer que é um cômodo sujo, pelo estado do chão.

Num salto Melanie segurou o braço de Amy com firmeza.

– Eu quero que você segure a conexão por mais tempo Amy. – Falou alto e claro. – Não pare. – Ordenou.

Melanie estava usando seus poderes em Amy. Eu devia ficar bravo. Por experiência sei que não é bom ser influenciado assim. Você perde a vontade própria e passa a ser manipulado. Tudo bem que no meu caso acabou ajudando, de certa forma, mas ainda assim não é agradável. Ela não devia estar forçando a garota daquele jeito, mas era necessário. Ninguém recriminou Melanie.

Alguns longos segundos de silencio. A aflição geral era praticamente palpável. Os dedos pequenos de Amy agarravam-se na cadeira com força.

– Vi alguma coisa. Uma janela. – Amy finalmente falou algo. – Piscou repetidas vezes como se forçasse sua visão. – Um letreiro grande, vermelho. É o telhado de um hotel. Quality Hotel. – Todos respiraram aliviados, já era alguma coisa.

– Vê algo mais que possa ser importante? – Perguntei.

– A Marie está.... ela... ela desmaiou.

Melanie soltou o braço de Amy e imediatamente seus olhos voltaram a ficar brancos.

Ororo recolocou os óculos escuros nela e a abraçou, emocionada. Dava pra perceber uma mistura de alivio, orgulho e dor. A missão que o Professor Xavier havia deixado eu suas mãos era linda, mas também difícil. Ela conhece todos os alunos, suas historias, poderes, medos, traumas. É como se ela carregasse todas essas conexões. Um belo fardo.

 – Está tudo bem querida. Você foi incrível. – Ororo falou depois de soltar o abraço.

Melanie se afastou de Amy e serpenteou o olhar pela sala. Parecia envergonhada, mas ninguém estava a julgando.

Eu devia agradecer muito a Amy pelo esforço, porém nunca fui bom com essas coisas. Sem contar, que poderia levantar suspeitas. O que eu não precisava agora era que ficassem me questionando pela mudança de comportamento.

– Preciso descansar. – Amy praticamente sussurrou.

Colossus se moveu do canto da sala. Eu tinha até esquecido que ele ainda estava ali. Sempre é muito quieto. Sem esforço algum ele pegou Amy nos braços e a carregou. Ororo o olhou como se pedisse para que ele cuidasse da menina, ele apenas assentiu antes de deixar a sala. Ele tem sido o braço direito de Ororo. E está sempre pronto pras missões que ela destina a ele. Isso claramente os aproximou, só não sei até que nível.

– Acho que sei onde fica esse hotel. – Bobby parecia perdido em pensamentos. Talvez o medo tivesse o atingido. – É numa parte meio abandonada da cidade. O hotel fechou por causa da violência que tomou conta da área, e as pessoas foram saindo de lá. É onde os viciados, bandidos, e sem teto gostam de esconder da policia. Lembro de ter visto uma reportagem na TV, ou algo assim.

– E você vai sair sozinho procurando em todos os lugares possíveis da área até achar? – Kitty perguntou.

Ele nem se deu o trabalho de responder, apenas a encarou serio. Era a única solução.

– Ele não vai sozinho. – Afirmei convicto. Eu não poderia deixar Bobby sozinho naquela caçada. – É mais fácil pra mim. Posso sentir o cheiro dela de longe. – Racionalizei. – E o fedor de fumaça dele também. – Completei.

– Eu também vou. – Warren se prontificou. – Posso procurar mais rápido pelo ar. Olhando as janelas dos prédios.

Ei! – Bobby praticamente gritou. – O problema dele é comigo! Eu tenho que ir sozinho. Se eu não cumprir isso ele pode matar Marie.

– Ele não precisa saber que estamos te ajudando. – O Anjo sugeriu. – Assim que a encontrarmos, te avisaremos. Ficaremos na cobertura. Podemos surpreendê-lo e derrotá-lo mais facilmente.

– Claro que ele não verá um cara voando perto da janela. É bem sutil. – Zombei da ideia de Warren. – Não precisamos da sua ajuda passarinho. Eu e o picolé damos conta.

– Eu não preciso da ajuda de vocês! Já disse que tenho que fazer isso sozinho. – Bobby insistiu. – Ororo, você sabe que posso cuidar disso. Estou aqui há bastante tempo. Você sabe.

Ororo parecia perdida. Era coisa demais para lidar. O espírito de líder nato dela estava quebrado.

– Eu não posso ficar aqui de braços cruzados enquanto Marie sofre. Sem chance. Eu vou garoto. Aceite. – Dei minha palavra final.

– Se não querem trabalhar comigo, farei isso sozinho. – Warren também se colocou. – Não posso simplesmente não fazer nada.

– Três caras lindos e fortes brigando pra salvar Marie. – Melanie soltou baixo. – Ela vai pirar quando souber. – Falou com certa animação, e só então percebeu que tinha se expressado em voz alta.

– Sua amiga está sofrendo e você pensando nisso? – Não consegui ficar calado.

– É meu jeito de lidar com isso Wolverine. – A loira não abaixou a cabeça para minha reprovação. – Passei dos limites com Amy. Passei por cima dos meus princípios pessoais pra tentar ajudar Marie. Essa é minha forma de encarar isso, imaginar que ela vai voltar, que vamos rir juntas, e que isso terá valido a pena. De quê adianta isso tudo se eu não tiver esperanças? – Uma lagrima tímida rolou pelo rosto da garota. – Vocês são idiotas. Precisam trabalhar juntos nisso e não ficar brigando. Ela precisa de vocês. Precisa de todos nós.

Era duro para mim, Bobby e Warren admitir, mas Melanie tinha razão. Encaramos-nos como se concordássemos mentalmente. Assenti para Ororo que pareceu grata pela decisão. Nós iríamos unir forças e salvar Marie. Ela é mais importante que qualquer rincha pessoal que eu tenha. Ela é mais importante que tudo.


Notas Finais


NÃO DEIXEM DE COMENTAR! POR FAVOR!!!
A fanfic está em processo de finalização, então não restam muitos capítulos.
Me contem o que vocês acham da historia e o que gostariam que acontecesse no final.
Beijokas.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...