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História Personal Soldier - Não vou desistir de nós.


Escrita por: klangdon

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 21 - Não vou desistir de nós.


Vestimos nossos uniformes e em 5 minutos já estávamos prontos para sair. Colossus se ofereceu como piloto e backup. Ele ficaria no x-jato, pronto para decolar o mais rápido possível após o salvamento. Bom que ele tenha pensado nisso, pois eu só consegui imaginar a sensação de matar aquele desgraçado do Pyro.

Enquanto Warren mantinha a pose de superior e invencível, Bobby tinha a postura mais cabisbaixa e tensa entre nós. Coloquei minha mão em seu ombro e apertei o encarando. Homens não são muito bons com as palavras, e eu sou especialmente pior que o normal, então com esse gesto esperei que ele entendesse que não é culpado e que iríamos trazer Marie de volta, sã e salva. Com um sinal de cabeça ele me mostrou que tinha recebido a mensagem. Nos sentamos e em segundos o jato já decolava rumo aquela parte abandonada da cidade.

O dia estava nascendo, mas a luz do sol ainda era fraca. Os muitos prédios caindo aos pedaços, as ruas sujas e aparentemente vazias davam todo um ar sombrio ao que víamos pela janela do jato. Pousamos em um dos edifícios que não parecia que cairia a qualquer momento e saímos. Era uma parte consideravelmente pequena, mas ainda assim, é estranho que as pessoas tenham simplesmente desistido de um pedaço da cidade e a deixado nas mãos de viciados, bandidos e sem teto.

Ligamos nossos comunicadores e nos certificamos de que eles estavam funcionando perfeitamente.

– Não se esqueçam de que o problema dele é comigo e não podemos arriscar que a Marie pague por isso. Quem os achar me avise e espere por mim. – Bobby tomou as rédeas da situação.

Apenas assentimos e nos espalhamos. Rapidamente desci as escadas e cheguei à rua. Respirei o ar poluído me concentrando em ignorar todos os cheiros ruins. Minha estratégia era básica. Procurar traços do cheiro do “fumacinha” e de Marie nas entradas e fundos dos edifícios. Pude ver o Anjo voando um pouco acima dos prédios com os olhos atentos nas janelas.

– Logan... – A voz cautelosa e baixa de Bobby chamou minha atenção no radio. – Desliguei o radio dos outros por um instante. Quero conversar com você.

– Sobre o que? – O que tinha que ser falado no meio daquela confusão e não poderia esperar?

– Marie. – A respiração profunda de Bobby foi audível para mim. – Eu já te acusei e senti raiva de você por ir embora e deixá-la. Queria me desculpar por isso.

Fiquei surpreso com a fala de Bobby. Meus pés chegaram a parar e vacilar por um instante.

– Não há o que desculpar. Eu mesmo já me culpei por isso algumas vezes.

– Eu sentia inveja do que você representa pra ela, Logan. – A sinceridade de Bobby estava me assustando. Ele parecia realmente abalado com tudo. – Eu nunca poderia competir com isso. – Tentou rir, mas o som saiu muito fraco. – Você até vai embora, mas sempre volta por ela. Hoje ela precisa de mim, e eu não sei se estou preparado pra isso. Eu disse que viria sozinho, mas honestamente, eu não sei se consigo salvá-la.

– Claro que consegue Bobby. Você é um dos mais capacitados para isso. Ela esta contando com você. Não deixe que aquele idiota mexa com sua mente assim. É a intenção dele. Usar algo que é importante pra você e te deixar fraco. Ele não pode vencer Bobby.

– Você tem razão... – Admitiu pensativo. – É que... Eu estou preocupado.

– Vai dar tudo certo. Vamos levá-la pra casa em segurança.

– Obrigado Logan.

Não respondi deixando o assunto morrer. Ouvi um barulho no comunicador. Pelo jeito estávamos todos conectados novamente.

– Foi esperto se esconder aqui. – Warren concluiu no rádio. – Tem tanta gente estranha nesses prédios.

Esses estranhos fugiam quando eu me aproximava, consegui perceber muitos se escondendo por causa da minha presença. Minha figura os intimidou, caso contrário, alguém tentaria tirar algum tipo de vantagem, me roubar ou coisa do tipo. Aquela era a área deles e estávamos invadindo. Se algum deles se quer se aproximasse de mim sairia machucado. Eu não tinha tempo para distrações. O foco era Marie e o idiota que a tomou de mim.

Cada segundo que passava sem que eu detectasse algum rastro dela me deixava ainda mais nervoso e aflito. Eu precisava encontrá-la logo antes que fosse tarde demais.

 

POV MARIE

– Ei Vampirinha! Acorda! – Senti algo gelado em meu rosto. Água. De certa forma foi bom, pois aliviou o ardor em minhas bochechas, porém assim que recobrei melhor a consciência senti as dores das queimaduras. E percebi o quanto estava com sede e desidratada. – Você não vai dormir e me deixar sozinho. Estou entediado com a demora do Bobby.

Puxei o ar com força para meus pulmões tentando pensar em algo que não fosse a dor. Encarei minhas pernas e braços e senti vontade de chorar novamente. Pyro era um desgraçado. Depois de tudo que vivemos no Instituto juntos eu não podia esperar que ele tivesse coragem e prazer em me torturar daquele jeito. O sequestro e a provocação para Bobby combinavam com o que eu conhecia dele, entretanto, aquela frieza e diversão em me ver machucada, praticamente desfalecida ali naquela cadeira, era surpresa para mim.

– Você sabe que Bobby nunca viria sozinho numa missão dessas, certo? Todos os X-men virão. Você vai lutar com todos?! – Provoquei.

– Eu não sou idiota Vampira! – Cuspiu as palavras. – Só entregarei você se Bobby me der sua palavra que será uma luta só entre nós. E eu sei que ele liga para essas merdas de não voltar atrás no que disse.

– De qualquer forma ele vai acabar com você de olhos fechados. – Afirmei com toda convicção do mundo.

– Eu não teria tanta certeza Vampirinha. – Rebateu com um sorriso sarcástico. – Eu andei praticando.

– Bobby já te derrotou mais de uma vez. Pode muito bem derrotar novamente. Eu me lembro muito bem da sua cara de decepção no ultimo treinamento que tiveram. Ele acabou com você. E você não suporta que Bobby seja melhor em TUDO!

– Cala boca garota. – Me ameaçou com o olhar.

– Você avisou para Bobby onde estamos? Deixou uma mensagem na mansão ou mandou depois? – Perguntei.

– Não. – O garoto idiota respondeu enquanto brincava com fogo, literalmente.

Meu queixo praticamente caiu com a revelação. COMO DIABOS IRIAM NOS ACHAR?

– Você é burro assim mesmo, ou está se esforçando? – A retórica escapou da minha boca e ele me olhou desgostoso. – COMO BOBBY IRÁ NOS ENCONTRAR?

– Ele vai dar um jeito.

Pyro não demonstrou preocupação nenhuma. Eu, pelo contrario, estava surtando internamente. Comecei a procurar mentalmente a solução que Ororo e os outros encontrariam para me resgatar. Não consegui pensar em nada. Não havia no Instituto nenhum mutante capaz de me encontrar. Nenhum rastreador. O que seria de mim? Eu tinha que pensar em um jeito de escapar por conta própria.

POR QUE ALGUÉM SEMPRE TEM QUE TE SALVAR MARIE?

Senti raiva de mim mesma. Tento tanto mostrar pras pessoas que evolui. Que não sou tão boba como antes, que me tornei uma mulher, que não me abalo mais facilmente, porém, na primeira oportunidade de realmente agir eu só espero que os outros façam algo.

O QUE HÁ DE ERRADO COMIGO? SOU UMA X-MEN! TENHO QUE PENSAR E AGIR COMO TAL.

Como escapar? O que eu tinha ao meu favor? O que poderia usar contra Pyro?

Minha mente girava e não chegava a lugar nenhum. Fechei meus olhos tentando me concentrar nas muitas lições que aprendi no Instituto durante os anos. Nada que seria útil naquela situação me vinha à cabeça.

Senti meu ombro arder e uma pontada absurda de dor percorrer meu corpo. Não pude evitar que um grito agudo saísse da minha garganta. Encarei o local e um novo machucado estava ali.

– Já disse que quero você acordada. – Pyro chamou minha atenção da pior forma possível. – Olhos abertos.

As muitas lágrimas rolaram descontroladas pelo meu rosto quente. Me senti idiota por não saber o que fazer. Me senti inútil e impotente. Eu não tinha um plano e nem poderes.

Tomar a cura foi a coisa mais covarde e corajosa que já fiz em toda minha vida. Eu não podia conviver comigo mesma. Fui fraca. Contudo, foi um ato carregado de convicção que me levou a fazer isso. E apesar das dificuldades que seguiram essa decisão eu não me arrependo.

Se eu tivesse os poderes talvez pudesse ter imobilizado Pyro, e impedido que ele me levasse tão facilmente do Instituto. Mas se eu morresse pela falta dos poderes não me importaria. Afinal, foi a falta deles que me permitiu sentir o como é abraçar alguém e sentir o toque do homem que amo. Nada poderia ser melhor que essa sensação. Se o preço a pagar fosse a morte eu me conformaria.

A gravidade dos meus machucados estava me deixando cada vez mais perto do fim. Mesmo se eu fosse resgatada, seria difícil me recuperar. Só os poderes de Logan seriam capaz de restaurar toda a pele queimada. Se eu conseguisse pegá-los, é claro. Estava quase impossível ficar alerta com tanta dor. Sentia minha consciência se afastando rapidamente.

Sem aviso Pyro me machucou novamente, no rosto e ombro direito. A risada dele me deixou com ainda mais raiva dele, de mim e da situação.

– Eu te odeio tanto. Não que eu tivesse realmente gostado de você algum dia, mas agora, só sobrou ódio.

– Como se eu me importasse com isso Vampira. Você é a mesma coisa que nada pra mim. É uma perdedora, sempre foi.

– Eu perdedora? Mesmo não tendo mais os poderes direito consegui continuar sendo uma x-men. E você Pyro? O que conseguiu? NADA! Só trouxe problemas e ninguém te aguentou. Você é como um cachorro. As pessoas te abandonam sem dó. Não dão a mínima pra você. Magneto só esteve do seu lado até que você fosse útil. Ele te usou e você achava que era importante. Você é muito bobo Pyro. Não percebe que não vale nada.

– Cala a boca Marie! – Pyro se aproximou claramente alterado com minha rispidez.

– Não calo não! Você precisa ouvir essas verdades! Estava tudo na sua frente, esse tempo todo, você só não queria acreditar. Você não tem ninguém Pyro. Quando tentaram te ajudar você simplesmente afastou as pessoas e elas perceberam que não tinha jeito. O Professor, Magneto, Bobby, Ororo... TODOS ELES ACABARAM DESISTINDO DE VOCÊ. Sua vida não vale nada pra ninguém! Esse plano idiota só podia partir de um mutante fraco como você! Você sequestrou a pessoa errada e ainda espera que adivinhem onde é o cativeiro!

– Cale a boca! – Me interrompeu transtornado com as verdades. – Você não sabe de nada. Só precisamos esperar pra ver.

– Que saber? Talvez essa demora signifique que Bobby nem queira perder o tempo dele comigo e com você. PARABÉNS PYRO! Você acabou de garantir o título de mutante mais imprestável do ano!

– JÁ DISSE PRA VOCÊ CALAR ESSA BOCA. VADIA!

– VEM ME CALAR ENTÃO PYRO! Acaba logo com isso! Me mata logo então! Seu invejoso de merda!

Provoquei já cansada demais pra aguentar tanta dor. Eu só queria que aquilo realmente acabasse. Na vida é preciso saber ganhar e também saber perder. Eu não tinha como ganhar essa.

A mão de Pyro se encheu de fogo e ele se preparou para lançá-lo em mim.

– Você vai se arrepender de dizer essas coisas!

Eu já estava pronta para desistir, mas uma ideia me ocorreu. O braço esquerdo de Pyro estava ao alcance limitado da minha mão direita. E se eu conseguisse usar meus poderes? E se funcionasse? Eu tinha que pelo menos tentar. Eu devia a mim, aos meus amigos e a Logan aquela única tentativa.

Agarrei o braço dele rapidamente e fechei meus olhos canalizando toda a raiva que sentia. Tinha que funcionar, ou seria meu fim.


Notas Finais


Obrigada pelos comentários e favoritos na fic.
GOSTARAM DO CAPITULO? COMENTEM!
Quero avisar que estou com uns probleminhas pessoais e por isso o próximo capítulo deve demorar um pouco.
Espero que compreendam.
Não deixem de indicar a fanfic pros amigos. A historia já esta na reta final.
Beijokas.


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