História Inesperado - Proibições públicas

Meus olhos abrem lentamente, minha testa está encostada em outra. Tento focar o máximo possível e, enfim, vejo Shawn, ele está virado para mim, me abraçando. Nossos rostos estão grudados. Ele dorme tranquilamente, com um pequeno sorriso no rosto. Ele está me enrolando com seu corpo. Tiro seu braço e sua perna de cima de mim, cuidadosamente para não acordá-lo.

Sento-me na cama. O quarto está iluminado pela fraca luz das nuvens, cobrindo todo o sol. Esfrego os olhos. Cubro Shawn com o cobertor, está um pouco frio. Ele se vira para o outro lado.

Caminho até a enorme janela do teto ao chão, e olho através de seu exterior. Pássaros cantando, o céu nublado. Um ar de que choveu a madrugada toda. Olho meu reflexo na janela. Minha nossa, o que foi isso que aconteceu de madrugada? Coço a cabeça e pego minhas roupas que deixei no chão. Coloco minha calça e continuo sem blusa.

Vou até a cozinha e preparo dois mistos-quentes. Pego um copo e despejo sidra de maçã nele. Bebo, saboreando cada parte da sidra. Sento-me a mesa de jantar e como meu misto-quente. A cada mordida que dou no sanduíche, uma lembrança da noite anterior. Eu beijei um garoto. E gostei disso.

Pego meu casaco, embaixo do casaco de Shawn, e tiro do bolso meu BlackBerry, olhando às horas. Além disso, uma chamada não atendida de Noah, meu motorista. Ligo de volta para ele.

— Senhor?

— Pode dizer — digo enquanto bebo a cidra.

— Nós temos de sair daqui a meia-hora, o senhor já está pronto?

— Não, cancele a viagem. Eu vou ficar mais alguns dias. Obrigado. Tchau, tchau. — Desligo a chamada e volto a comer.

Guardo a sidra de volta na geladeira e tiro de lá uma garrafa de suco de laranja. Pego outro copo e despejo lá o suco. Caminho até a cama, segurando em uma mão, um prato com um misto-quente, e na outra mão, o copo com o suco. Coloco a comida em cima do criado mudo, ao lado de Shawn.

Sento-me ao seu lado, deslizando minha mão suavemente pelos seus macios cabelos. Acaricio seu rosto. Ele se estica, se espreguiçando e abrindo os olhos. Um sorriso brota do seu rosto quando me vê. Sorrio para ele.

— Você é fofo dormindo — digo. Tiro a mão de seu rosto e pouso-a sobre a cama.

— Bom dia — diz ele em meio aos bocejos.

— Está com fome? Fiz café da manhã para você. —Apontei para a comida. Eu nunca fui bom na cozinha, mas o básico está perfeito.

— Nossa, obrigado. Estou faminto.

Ele ri.

— Você se lembra de algo sobre esta noite? — Pergunto.

Ele bebe um gole do suco, e depois tira o excesso que restou em seu lábio superior com a língua.

—Claro que sim — responde. — Você não?

Pisco e engulo em seco.

— Sim, claro. Tipo... Desculpe se...

— Não. Está tudo bem. Eu gostei. Você não?

Sorrio. Ele gostou. Digo que sim, e ele sorri de volta, enrubescendo.

— Se arrume, vamos sair.

*****

As ruas de Los Angeles estão pouco movimentadas esta manhã. Eu e Shawn estamos cobertos por nossos agasalhos, por conta do frio intenso.

— Nick, onde estamos indo?

— Ah, estamos em Los Angeles. — Abro os braços. — Vamos fazer compras.

— Compras?

— Preciso de fones novos. E também de um celular. É, esse meu BlackBerry está bem velho. — Digo mostrando o celular a ele. Ele ri e pega o celular de minha mão.

— Tem razão, é um modelo bem antigo. — Ele tira o seu celular do bolso e revela um iPhone verde muito surrado. — Também está na hora de eu trocar o meu, tenho desde o lançamento.

— Nossa. — Pego o celular dele e o observo de perto. — Acho que já passou da hora de trocar.

Ele dá uma risadinha.

Paro, encostando-me a uma parede. Ele não percebe e continua andando. Eu seguro sua mão, ele se assusta e eu o puxo para perto de mim. Ele sorri e começa a rir.

— O que foi? — Pergunto.

— Você — responde em meio aos risos. — Você é baixinho.

— Ah, você que é alto — retruco, rindo com ele.

Abro a câmera de seu iPhone e lanço para o alto.

— Vamos tirar uma foto nossa.

Dou um pequeno sorriso para a câmera. Shawn olha para a câmera e sorri, fazendo um V com as mãos. Aperto o botão e a foto é tirada. Guardo o celular no bolso traseiro de sua calça.

Seu rosto está muito próximo do meu, consigo sentir sua respiração. Ainda está com um pouco de cheiro do álcool. Ouço o meu Nick do mau dizer “vá, beije-o” e depois ouço o Nick do bem me proteger “não, Nick, em público não”.

— Acho melhor...

—... não fazermos isso em público — completa Shawn, dando um pequeno passo para trás. — Desculpa.

— Não, não foi culpa sua. — Coço a cabeça. — Eu que te puxei para perto de mim.

Ficamos olhando um para o outro. Seus olhos brilham. Os raios de sol dão um realce no mel que há em seus olhos. Aponto para a rua. Ele ri e nós voltamos a andar.

— Então... Aonde vamos? — Pergunta de novo.

— Na loja da Apple. Estamos quase chegando. É perto daqui.

— Então, Nick, já pegou algum homem antes, fora eu? — Pergunta ele, repentinamente.

— O quê? Não, Shawn. Você foi o primeiro... — Respondo.

— Sente-se arrependido?

—Não, claro que não. —respondo, sorrindo. —Muito pelo contrário. Eu estou gostando.

Ele cora e solta um sorriso, olhando para o chão.

— Bem, chegamos. — Paro em frente à loja.

— Bem grande — diz Shawn, olhando para a construção da Apple.

— Vamos entrar.

Ao adentrar na grande loja, sinto um pequeno frio das máquinas de condicionamento de ar. Várias mesas estão espalhadas pelo local, como corredores, cada uma com uma porção de produtos em cima.

— Bem-vindos à Loja da Apple, posso ajudá-los? — Pergunta alguma voz feminina. Viro-me e vejo uma atendente loira, ela dá um salto para trás e grita. — Ai, meu Deus! Nick Jonas e Shawn Mendes! Nossa, eu amo vocês! Eu posso tirar uma foto com vocês?

Sorrio e afirmo. Ela entra em nosso meio. Ela entrega o celular para mim e sorrio, tirando uma foto de nós três com a câmera frontal.

— Meu Deus, obrigado mesmo. Bom, voltando. — Ela ri e prende o cabelo em um rabo de cavalo. — Posso ajudar vocês?

— Sim — digo. — Estou procurando por Beats.

— Ok, sigam-me — diz ela, nos guiando entre os corredores de mesas, chegando até uma mesa maior com vários fones em cima.

Vejo todos os fones e vou até os que mais me chamaram atenção.

— Preto com vermelho ou só preto? — Pergunto para Shawn, mostrando dois fones Beats supra-auriculares.

— Hum... Não sei. Com você combina mais esse preto. Mas ele é algo pouco chamativo. Prefiro o preto com vermelho. — Ele aponta para o outro.

— Ótimo — digo, e sorrio. — Vou querer o preto com vermelho. Agora vamos aos celulares — digo para a atendente saltitante. Ele balança a cabeça e nos guia pelos corredores novamente.

— Qual você deseja? — Pergunta.

— O que lançou ano passado.

— Ah, o 6s? Aqui estão eles. — Ela aponta para uma mesa ao nosso lado, recheado de celulares.

Que finos, penso.

— Temos dois modelos, quatro lindas cores e três tipos de armazenamento. O primeiro modelo é esse menor e o segundo, o Plus, é esse maior. As cores são cinza espacial, prateado, dourado e rosa ouro. Os armazenamentos são dezesseis, sessenta e quatro e cento e vinte oito gigabytes. Eles têm o mais moderno Sistema Operacional para celular e dois gigas de memória RAM.

— Impressionante... — Digo, fingindo que estou por dentro de tudo, mas na verdade eu não faço a menor ideia do que ela esteja falando. — Bem, acho que vou levar o modelo normal, cor cinza espacial e com a última opção de armazenamento.

— Ok, só um momento. — Ela sorri, e se retira.

— Credo, quanta coisa ela disse — diz Shawn, batendo palmas. — Isso que é esforço.

Dou uma risadinha.

— Vai levar algo? — Pergunto.

— Sim, um iPod, eu acho. Vamos comigo achar um que combine comigo.

Ele segura a ponta dos dedos da minha mão e caminha, me arrastando em meio aos corredores, pela grande loja. Ele dá uma olhada para trás e vejo seu lindo sorriso e seus olhos brilhantes. Sua boca se mexe, mas não compreendo o que ele diz, pois estou ocupado demais o admirando.