1. Spirit Fanfics >
  2. Perturbações Quânticas >
  3. Capítulo Único.

História Perturbações Quânticas - Capítulo Único.


Escrita por: 08ight00

Notas do Autor


*chega de fininho mais uma vez*

Eu sei que eu deveria estar atualizando a twoshot em parceria com a linda ~MaryLopez, mas fui atingida pela ideia dessa oneshot enquanto desenvolvia um job e esperava o photoshop destravar (o computador da minha irmã é movido a manivela, cês não tão ligados), se eu não escrevesse ela a ideia ia fugir e eu nunca mais ia lembrar. Lol.

Bom, vou parar de enrolar e deixar vocês lerem, MAS ANTES: Essa fanfic tem trilha sonora (instrumental, pra dar um feel), pra quem é ligado nessas coisas que nem eu, recomendo ler ela toda ouvindo, vou postar o link lá nas notas finais~

Capítulo 1 - Capítulo Único.


Fanfic / Fanfiction Perturbações Quânticas - Capítulo Único.

Perturbações Quânticas Que Ficam Gravadas Na Memória Das Coisas

 

É assim que eu gosto de definir isso que existe entre nós.

 

Se eu te disser - que somos apenas um amontoado de carne, líquidos vitais, ossos e secreções desencadeando reações por meio de contatos que geram efeitos dos mais variados - você provavelmente vai me xingar de insensível, colocar um bico enorme no rosto e me tratar com o máximo de crueldade perante aos seus olhos. Não é nada aos meus, mas eu deixo você pensar que faz um estrago significativo no meu peito, quando me olha com o cenho franzido e tenta me botar medo. Eu gosto de como você se acha intimidador. Bobinho.

Não é porque você é pequeno, nem porque tem bochechas tão gordinhas quanto as de um menininho de cinco anos de idade, muito menos insinuo que você seja infantil, quando a criança da relação sou eu, e nós dois sabemos. É a forma como você se encolhe quando está entre meus braços, que você me olha e em seguida passa a achar o chão a coisa mais interessante de todo esse mundo, que cede a mim quando eu brinco de balançar nossas mãos entrelaçadas em um pedido qualquer e sem importância, mas que eu insisto por capricho.

Ah, hyung.

Você gosta quando eu te chamo assim, não é? Você finge que não, mas eu vejo suas bochechas corando, mesmo quando você se vira de costas pra que possa rir com os olhos enquanto eu não o vejo, eu sei que nessa hora eles estão pequenininhos e curvados como uma meia lua. E não adianta levantar a mão para cobrir a boca, eu sei que essa tosse também é falsa. Você não me engana Jimin. Outro dia até fingiu que não tinha sido você a me cobrir quando adormeci no sofá, mas, você parou pra pensar que só vivemos nós dois nesse apartamento? Francamente.

Pensando bem, nós somos esses contatos. Reações em cadeia iniciadas pelo imaterial.

O primeiro olhar, depois o interesse crescente, ações, palavras, anseios, dúvidas, respostas e não-respostas. Aí veio o sentimento, a primeira perturbação, a pele, os toques, o timbre, um lampejo sôfrego do paraíso. Ah, hyung. O arrepio e o tremor.

Você correu para o cômodo ao lado fugindo de mim, eu não vou mentir, você já sabe que eu ri. Te achei bobo, mas achei algo ainda maior e mais intenso, te achei meu. Mesmo quando eu bati na porta e você pediu pra eu ir embora, se afogando na própria vergonha, sua vergonha era minha. Eu causei. Seu rosto vermelho, ofegante e então cansado, sua insegurança. Eu cativei então sou eternamente responsável, pode me chamar de egoísta e convencido, ainda assim você ira surgir na sala durante a madrugada, agarrado ao travesseiro, examinando os próprios pés enquanto espera que eu note sua presença e te dê um espaço para deitar comigo no sofá. Você vai tentar me sufocar durante o sono se eu disser que já havia te percebido a pelo menos oito minutos, mas a visão periférica da sua silhueta curvilínea dentro daquela camiseta larga e coxas expostas me impediram de ceder de imediato?

Foi mais forte que eu, hyung!

São esses os vislumbres do que somos e queremos ser, pequenas sinapses do imaterial que transformam o ambiente onde a única parte eterna da nossa existência habita. E se eu te disser que a parte mais real e duradoura de nós é feita de nada? Eu posso ver seus olhos revirando daqui, sei que você logo vai soltar um ‘Yah, o que você está dizendo criança?’. E a verdade é que eu mal posso esperar por isso.

É mais uma das perturbações quânticas gravadas na não-matéria da qual é feito o nosso amor. Tão profundo que, desconfio existir a muito mais tempo que o nosso casúlo perecível. Advindo do universo, a colossal origem de tudo, grânulos de poeira estelar que se uniram e modificaram através de milhões de anos e, curiosamente, constituem aquilo que nos une fisicamente. Teriam essas estrelas guardado todas as memórias da nossa existência enquanto seres celestiais? Teríamos nós sido constelações, configuradas para pertencerem um ao outro, assim como nos pertencemos no nosso infinito particular? Seria o brilho nos seus olhos o nosso passado-presente-futuro?

Confesso que me pego pensando a respeito a um tempo, hyung. Você aceitaria partir comigo nessa viagem? Mas temo avisar-lhe, estamos em rota de colisão com o inevitável, flutuaremos pela inconstância das nossas essências originais e mutações incontroláveis, seremos explosões intergalácticas e por vezes a calmaria do inexistente, um buraco negro de sorrisos, lágrimas e suores. Você aceita orbitar no meu sistema?

Ajoelhei logo a sua frente com as mãos trêmulas, nem toda a intimidade e sentimento me fariam sentir menos inseguro. Ergui o pequeno objeto na palma da mão, usando a outra para abrir com cuidado aquela caixa de pandora. Tudo mudaria assim que seu conteúdo fosse liberto.

Você me olhou com os maiores olhos que eu já ousara ver, tão distante da meia lua, mas igualmente belos. Não eram pequenas minguantes, eram supernovas, brilhantes. Molhadas. As pequenas lágrimas deslizaram feito cadentes pelas maçãs salientes. Eu precisava te dizer algo, hyung.

— Você aceita ser meu por toda a eternidade?


Notas Finais


A título de informação sou muito fã do Lucas Silveira a.k.a. @ Lucas Fresno e fui no lançamento do segundo livro dele essa semana (Ele é muito cheiroso e abraçável, a propósito), obviamente, já lendo a introdução tive esse plot. O cara é um poeta, nada mais normal se sentir inspirada.

Anyway, espero que tenham gostado! ♥

Trilha sonora: https://www.youtube.com/watch?v=1iMUvHrvhvc
Inspiração: Amores Impossíveis e Outras Perturbações Quânticas - Lucas Silveira (Pág. 6-7).


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...