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História Pesadelo em Série - Eu vejo coisas que ninguém mais vê


Escrita por: theweepingwillow , farofaye e _hollow

Capítulo 13 - Eu vejo coisas que ninguém mais vê


O quarto de Hanna continuava o mesmo de sempre, a não ser pela enorme televisão de plasma posicionada na parede. Viu um envelope preto em cima da cama e o abriu.

“Vá até a mesinha de frente ao sofá, pegue o controle, ligue a TV e divirta-se, vadia! A próxima será você e eu vou adorar assistir sua morte. -A.”

Suas pernas tremiam, e suas mãos suavam. Fez o que ele mandou e ligou a TV. Era como uma sala de segurança, havia vários quadrinhos com filmagens dos quartos de todas as garotas. Viu Marcelly jogada no chão, desenhando alguma coisa em um caderno. Heloisa sentada em uma cadeira olhando para o nada. Laura não estava no seu quarto, e nem Mona.

                                💡📽🎬

Já fazia algumas horas que Hanna estava ali assistindo tudo, Heloisa parecia entediada olhando para o nada, Marcelly estava agachada no chão com a cabeça entre as pernas e Laura tinha aparecido no quarto depois de um tempo. Percebeu uma sombra entrando no quarto de Laura. Era “A”. Laura andou pelo quarto até se sentar em uma cadeira que tinha ali, eles pareciam estar discutindo. E então outro “A” apareceu no quarto de Heloisa.

Estavam todas andando pelos corredores da quando todas as luzes se apagam. Escutaram um barulho e se viraram se deparando com “A”. Espera, são dois… De repente começou a sair uma fumaça de algum lugar que nem no dia em que estavam no caminhão indo para a prisão. A última coisa que conseguiu ver antes de cair no chão foi os dois “As” colocando uma máscara de gás no rosto de Laura e Mona que se debatiam na sua frente.

Então era isso, um ajudante. 


Hey, girl, open the walls. Play with your dolls. We'll be a perfect family./ Ei, garota, abra as paredes. Brinque com suas bonecas. Seremos uma família perfeita.

When you walk away, It's when we really play.../ Quando você vai embora, é quando nós realmente brincamos...

You don't hear me when I say… No one ever listens./ Você nunca escuta quando eu digo… Ninguém nunca escuta.

Places, places, get in your places! Throw on your dress and put on your doll faces./ Lugares, lugares, vão para os seus lugares! Vista seus vestidos e coloquem seus rostos de bonecas.

Everyone thinks that we're perfect, please, don't let them look through the curtains. Picture, picture, smile for the picture./ Todo mundo pensa que nós somos perfeitos, por favor, não deixe eles olharem através das cortinas. Foto, foto, sorria para a foto.

Uh oh, she's coming to the attic.  Plastic. Go back to being plastic! /Ah oh, ela está vindo para o sótão. Plástico. Volte a ser de plástico!

D-O-L-L-H-O-U-S-E, I see things that nobody else sees.../ C-A-S-A  D-E  B-O-N-E-C-A, eu vejo coisas que ninguém mais vê...
     

                 💡📽🎬

Laura acordou em algum lugar escuro, era duro e frio… Percebeu que estava deitada no chão gelado do quarto de Spencer. Suas mãos estavam sujas de sangue e sua blusa também. Olhou pelo reflexo do espelho quebrado em sua frente e seu rosto também estava sujo de sangue. O que aconteceu? A última coisa que conseguia lembrar era do dia em que ela e as outras foram pegas por “A” no corredor, e de Charles colocar uma máscara de gás em seu rosto. E então sua visão ficou turva e desmaiou.

Seu estado era deplorável. Olhou para a porta entreaberta e correu para a mesma seguindo a trilha de gotas de sangue no chão. Ela levava até a porta do quarto de Heloisa. Tentou abri-la mas a mesma estava trancada.

– Heloisa! HELOISA! ME RESPONDA! – Começou a bater na porta desesperadamente. Mas não obteve nenhuma resposta. Se agachou no chão tentando pensar em alguma explicação. 

Entrou no quarto novamente e fechou a porta. Depois de um tempo ouviu passos vindo do corredor, por um momento pensou que era Mona com algum de seus planos para fugir daqui. Mas não. A porta foi aberta e logo “A” entrou e ficou a observando. Laura olhou ao redor e só então percebeu a cadeira no canto da sala.

– Uma cadeira? Sério? Poderia pelo menos vir com uma corda pendurada no teto... não me leve a mal mas eu prefiro uma porta de saída! – Disse se sentando na cadeira que só então percebeu como era diferente, não era uma cadeira qualquer.

– Que bom que já está sentada aí, assim facilita meu trabalho – Disse Charles.

– O que você quer dizer com isso?! – Perguntou tentando se levantar.

“A” caminhou em sua direção, foi quando viu os “adereços” no braço da cadeira, ela iria ser presa, eletrocutada, provavelmente só sairia dali morta. Entrou em um breve pânico, e no momento em que “A” ia agarrar sua mão, se esquivou e levantou, correndo para o primeiro canto que viu como se isso fosse a proteger.

– Por favor, não. Não faça isso!

Não obteve resposta, o que a angustiou muito, viu a porta que ainda estava aberta, no fundo Laura sabia que não conseguiria fugir, mas mesmo assim, tinha que tentar. No momento em que “A” tentou novamente a agarrar, Laura conseguiu desviar e correu para a porta, olhou para o corredor e correu para esquerda, sem saber onde estava indo apenas correu, mas as luzes se apagaram - e cá entre nós, ela tinha medo de escuro... - Suas pernas falharam, e seus olhos em tentativas falhas de tentar enxergar, se encheram de lágrimas, sentiu mãos a pegarem, era o seu fim, “A” tinha vencido mais uma vez.

– ME SOLTA! – Se debateu em seus braços mas isso não o incomodou, continuou sendo levada. – Enquanto houver vida, há esperança... 

Laura sussurrou aquela frase mais para si mesma do que para “A”, na tentativa de acreditar por mais um tempo que teria salvação, ou que era um pesadelo do qual acordaria em breve, um pesadelo em série. Mas parou de tentar acreditar em coisas que já haviam se tornado vazias a muito tempo, no momento em que foi presa naquela cadeira. Talvez não tenha perdido a esperança completamente, mas sentia que iria se arrepender disso...

– Charles, por favor, por favor, por favor, não faça isso. Por favor, não faça isso – Seu corpo inteiro tremia, e gotas de suor escorriam pela sua testa, ela estava completamente apavorada.

– Charles, não sei o que te fiz, mas me perdoe – Ele ficou de frente, com a cabeça baixa, sua respiração era pesada e além da voz de Laura, era o único som auditivo naquele quarto. – Você não precisa fazer isso, Charles. Por favor.

Implorou, por mais que se sentisse humilhada, implorou com seus olhos marejados e o medo transparecendo por todo seu corpo, seus batimentos aumentavam cada vez mais e agora ela podia ouvir dentro da sua própria cabeça. Depois de alguns segundos em silêncio, em um passo largo, ele passou para trás da cadeira, e se aproximou lentamente, Laura sentiu seu toque em seu ombro e as primeiras lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto. Então aproximou sua boca de sua orelha e expirou, e sem ao menos olhar as lágrimas em seu rosto para se divertir, saiu do quarto, a deixando sozinha. Preparado para matar. 

Os minutos em silêncio, sozinha, presa à espera da sua morte estavam a matando antes mesmo que sentisse a eletricidade atravessar por seu corpo. Quando se está prestes a morrer, você vê a sua vida, como um filme. Sempre ouvia essas coisas, e agora ela sabia que era verdade, sua vida começou a passar pela sua mente, cada pessoa que fez parte da sua história, as lágrimas e os risos, as brigas, as amizades, a família, as alegrias e as tristezas, os erros e os acertos, as vitórias e os fracassos. Sempre teve vergonha de chorar na frente das pessoas, e não queria que “A” a visse daquele jeito, mas deixou as lágrimas escorrerem. A poucos dias Laura estava se divertindo com suas amigas e agora, tudo estava acabado. Ah, as meninas… Marcelly...

– Te fiz esperar muito, Spencer? – Não respondeu, apenas abaixou a cabeça.

– Agora você não quer falar? Ótimo, agora... Tic toc, vadia.

Laura Levantou a cabeça e olhou para a câmera na parede, não era a morte que ela temia, e sim o que sentiria antes que seu coração parasse. Em muitos momentos da sua vida imaginou diferentes formas de como seria sua morte, e ser eletrocutada nunca tinha sido uma possibilidade. Fechou os olhos com força e mordeu seus lábios, e logo sentiu a eletricidade percorrer por todo o seu corpo.

– Se fazendo de forte?

Então veio a próxima descarga elétrica, Laura não pode evitar o grito, então outra, e mais outra, seguida de outras muito piores e gritos de agonia da sua parte, não pode evitá-los, assim como não pode evitar se contorcer naquela cadeira. Sua vida parecia querer acabar e escapar junto com a eletricidade quando saía, mas seu coração lutava bravamente por si, para se manter viva, e quanto mais descargas elétricas, mais perto parecia o fim.

– POR QUE VOCÊ NÃO MANDA UMA MAIS FORTE? – Gritou para a câmera, recebendo mais eletricidade como resposta. – ÓTIMO! ACHA QUE EU QUERO VIVER? SE VOCÊ CONTINUAR ESTARÁ ME FAZENDO UM FAVOR! EU ODEIO A MINHA VIDA! ME MATA!  

Os choques pareciam ter cessado, então Laura começou a gargalhar.

- O que? Não é capaz de me matar, Charles? – Zombou, aquilo estava a divertindo de uma forma estranha. – Vou cantar para você:

One, two, Freddy’s coming for you!/ Um, dois, Freddy vem te pegar!

Three, four, better lock your door!/ Três, quatro, é melhor a porta do quarto trancar!

Five, six, grab your crucifix!/ Cinco, seis, agarre o seu crucifixo!

Seven, eight, better stay up late!/ Sete, oito, é melhor ficar acordado até tarde!

Nine, ten, never sleep again!/ Nove, dez, não durma nunca mais!

 Aquilo o irritou, e foi a última coisa que a divertiu antes que seu coração desistisse, assim como Laura já tinha desistido a muito tempo. Ela sorriu para a câmera, um sorriso sincero, e então, aquela foi a última imagem que viu. Sentiu vontade de ficar mais para se divertir enquanto irritava Charles, mas seu coração não quis, talvez tenha sido melhor assim, e então partiu...

You've got a hold on me. Don't even know your power./ Você me tem nas mãos. Nem sabe o tamanho do seu poder.

I stand a hundred feet, but I fall when I'm around you./ Eu estou a cem pés de distância, mas eu caio quando estou perto de você.

Show me an open door, and you go and slam it on me. I can't take anymore.../ Você me mostra uma porta aberta e depois fecha ela na minha cara. Eu não aguento mais…


Consuming all the air inside my lungs, ripping all the skin from off my bones./ Consumindo todo o ar dos meus pulmões, arrancando toda pele dos meus ossos.

I'm prepared to sacrifice my life, I would gladly do it twice./ Estou preparado para sacrificar a minha vida, eu faria isso com prazer até duas vezes.

Oh, please have mercy on me, take it easy on my heart. You keep tearing me apart.../ Oh, por favor, tenha piedade de mim, pegue leve com o meu coração. Você continua me destruindo...

I'm a puppet on your string, I need you to set me free!/ Sou uma marionete em suas cordas, preciso que você me liberte!

I'm begging you for mercy, mercy (On my heart) I'm begging you, begging you, please, baby!/ Eu estou te implorando por piedade, piedade!  (Do meu coração) te implorando, te implorando, por favor, querido!

Laura se sentiu livre, ela poderia voar agora, poderia ver seus pais. Depois de dias se sentiu feliz de verdade.

– Mãe! Pai!

Chamou assim que abriu os olhos. Ela estava no seu quarto, no seu quarto de verdade. Com sua camisola de sapos, como sentiu falta disso. Animada, levantou da velha cama, indo em direção a porta barulhenta. Saiu do quarto e olhou para o corredor que estava escuro, não hesitou, atravessou o corredor e chegou em sua escola.

- Tem alguém aí? Mãe!? 

Continuou andando pelo pátio, o céu estava escuro como se uma tempestade estivesse prestes a cair e as lâmpadas queimaram. Ela sabia que aquilo não era real, então suas pernas falharam e caiu no chão gélido.

– O QUE VOCÊ QUER DE MIM? ESTÁ ME ESCUTANDO? O QUE VOCÊ QUER DE MIM E DA MINHA MALDITA VIDA? - Esbravejou.

Ela esperava que Deus a respondesse. Aquilo não parecia uma morte e sim uma prisão, parecia uma espécie de...submundo ou purgatório.

- Parece que todos foram embora... ótima recepção!

Olhou para os lados e enxergou um pequeno feixe de luz, levantou e caminhou em sua direção, indo parar no refeitório.

– Seja bem vinda, Laura.

– Quem é você? – Perguntou e então inúmeras velas se acendem, revelando uma faixa com o seu nome, a parede decorada com balões coloridos, e na mesa de madeira um bolo com uma vela no topo.

– Você sabe quem sou – O dono da voz apareceu encostado na parede, ele era coberto por uma capa vermelha.

– Charles? Você é o acolhedor do purgatório?

– Não exatamente, querida – Ele tirou o capuz, revelando o rosto – Sou o que você quer ver.

– Eu quero ver o Charles? Olha, acho que está se confundindo, senhor! – Se virou para sair mas ele apareceu na sua frente.

– Não gostou da recepção?

–  Odiei!

–  Mas vai sair sem assoprar as velas?

– Sim, com sua licença! – Desviou Laura, tentando sair novamente quando uma doce melodia começou a tocar e então percebeu que estava com um vestido, como o da Cinderela.  – O que está fazendo?

– Você sempre gostou da Cinderela, lembra-se? – A imagem de uma criança com um vestido azul surgiu e logo sumiu como fumaça.  – Assopre a vela!

– Vai me deixar em paz se eu fizer isso?

– Claro...

- É um acordo, e acordos não devem ser quebrados - Se aproximou do bolo e assoprou a vela, se virou e tudo que viu foi Charles a agarrando, fazendo com que caíssem em cima do bolo.

– SAI DE CIMA DE MIM! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO!?

– Te salvando...ou não. 

Sentiu uma forte luz nos seus olhos e uma pressão no peito, alguém estava a ressuscitando. Seu coração voltou a bater, ela estava viva novamente. “A” verificou se Laura estava com pulso e então a levantou do chão, a colocando novamente na cadeira.

– Por que? – Perguntou com a voz fraca, mas não obteve resposta, ele apenas saiu, fechando a porta. Ela estava pronta para ser torturada novamente.

E então dormiu, ir ao purgatório e voltar era bastante cansativo. Provavelmente dormiu quase um dia inteiro, ou seja lá quantas horas tinham passado, não fazia ideia. Acordou com “A” a obrigando a comer, uma comida horrível por sinal. Colocou as colheradas pacientemente, como uma mãe alimenta um bebê.

– Por favor... pare com isso – Pediu.

“Gentilmente” ele colocou uma colher na sua boca, faltou pouco para alcançar sua garganta.

– Ótimo, boa educação não te agrada? Tudo bem...

Ela sabia que o que ia fazer era arriscado e uma idiotice, mas como nunca escutava seu lado sensato e racional, aproveitou que sua parte baixa e sensível estava próxima do seu pé e o chutou, imediatamente ele deixou o prato com aquela coisa horrível cair, se curvando de dor.

– Eu pedi de forma educada antes, mas você não me escutou.   

Laura começou a mover seus braços de forma brusca para tentar se soltar mas não funcionou, ele rapidamente se recuperou da dor e acertou um forte tapa em seu rosto.

– Seu desgraçado! ME SOLTA!

Apenas o irritou mais, ele se aproximou, prendendo suas pernas com as deles, e apertou ainda mais aquela corrente em suas mãos. Depois passou suas mãos por seus braços e encostou seu rosto com a máscara no de Laura, como se a beijasse na bochecha, aquilo a deixou completamente assustada. Depois recolheu o prato e a colher, saindo do quarto. Laura não precisou esperar muito, logo a eletricidade voltou a percorrer o seu corpo.

– Ser eletrocutada está ficando monótono. Você é chato! - Gritou com dificuldade.

E a tortura continuou, gritos e mais gritos escapavam da sua garganta, e aquilo parecia eterno. Laura não tinha escolha, a não ser sofrer naquela cadeira.




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