1. Spirit Fanfics >
  2. Pesadelo em Série >
  3. Circo do Pesadelo

História Pesadelo em Série - Circo do Pesadelo


Escrita por: theweepingwillow , farofaye e _hollow

Capítulo 16 - Circo do Pesadelo


tavam todas prontas a caminho do tribunal, dentro do carro do pai de Spencer. Um psicopata queria que Laura o ajudasse, e o pior disso é que ela realmente iria.

– Spencer? – Ele a chamou.

– O quê?

– Sei que está preocupada com sua amiga. Fique calma, vai ficar tudo bem - O homem falou colocando a mão em seu ombro e sorriu.

    Laura apenas abaixou a cabeça, nada iria ficar bem, não via como isso poderia terminar bem, ela iria ser sequestrada dentro de uma realidade paralela a qual ela não pertencia. Assim que ele tirou a mão de seu ombro, Laura olhou para ele, sua expressão revelava medo.

– Obrigada – Agradeceu e forçou um sorriso. Afinal, ele provavelmente nunca mais veria sua filha novamente. 

       Em poucos minutos elas chegaram e seguiram para a sala do julgamento, sentaram em um dos bancos e logo o juiz entrou, iniciando o processo.

– Está tudo bem? – Marcelly sussurrou.

– Sim e você?

– Também, porque está com essa cara?

– Porque é a única que eu tenho.

– Você é chata!

– E você é muito legal – Respondeu ela com sarcasmo. 

       Heloisa estava distraída com algum pensamento enquanto Marcelly assistia apreensiva, Laura até tentou prestar atenção mas sentiu olhos a vigiarem excessivamente, mas não se atreveu a procurá-los, ela sabia quem era.

– Chegaram a um veredito? – Perguntou o Juiz.

– Sim, meritíssimo. O caso de estado contra Alison Dilaurentis, nós, júris, declaramos a ré culpada de homicídio em primeiro grau. 

        Laura olhou para Alison e a viu chorar, ela queria ir até lá e gritar para o juiz tudo o que sabia, queria gritar para que todos ouvissem sobre “A”, mas acima de tudo, ela queria que alguém a salvasse.  Foi tirada de seus pensamentos com o toque do seu celular, droga, tinha esquecido de colocar no silencioso. Tinha uma nova mensagem, “ Na mosca, vadias -A”. Surpreendente, que original! Marcelly estava assustada e Heloisa com cara de banana amassada no asfalto, parecia estar feliz mas com medo. Avistou alguns policias vindo em sua direção e por alguns segundos ficou confusa.

– Aria Montgomery, Spencer Hastings e Emily Fields. Vocês estão presas.

      Jogaram uns uniformes laranjas nas suas caras, ótimo, o sonho que Laura teve em que era uma cenoura estava se concretizando. Em seguida arrancaram o celular das suas mãos, acha que isso doeu? Bastante. Laura se sentiu humilhada com toda aquela situação, não sabia quando nem como “A” iria agir. Também não tinha o que fazer, não tinha como salva-las, e por mais que tentasse formar algum plano, apenas se frustrava cada vez mais. 

Foi tudo tão rápido, estavam no caminhão e então uma fumaça preencheu o local, Laura o viu. Viu seu sorriso, sua satisfação em as prender, sua felicidade por as ter, sua alegria ao sussurrar em seu ouvido “Durma, iremos para casa agora”.

Também viu o medo nos olhos delas, acordaram nesse lugar horrível, sem entenderem nada. Em Mona, ela viu determinação para sair de lá, força para não se perder dentro de si mesma, de nunca esquecer quem é. E ela? Só viu tristeza. Lágrimas não eram mais suficientes. Perdida em seus pensamentos, não percebeu que a porta foi aberta. E que agora, “A” a observava.

– Spencer?

– O quê?

– Você foi muito bem, querida! Tenho certeza de que as convenceu!  Ele se aproximou e a abraçou. – Apenas não me desobedeça, não quero castiga-la, e tenho certeza que você também não quer ser castigada, não é mesmo? – Laura assentiu deixando uma lágrima escapar. Ele acariciou seu rosto, beijando sua testa em seguida.

– Não chore, agora estamos juntos, eu sou sua família, e te amo tanto.

– VOCÊ NÃO É MINHA FAMÍLIA, SÓ UM LOUCO QUE ME SEQUESTROU JUNTO COM AS MINHAS AMIGAS! – Ele não escutou, Laura apenas conseguiu gritar em sua mente. Ainda segurando as lágrimas, ele a abraçou novamente, cantarolando uma doce melodia.

Charles, seu nome é Charles.

Laura olhou para a dona da voz, era uma criança. Ela não sabia onde estava, era um lugar claro, parecia uma sala, não tinha janela e nem porta. Sentiu o frio gélido em sua pele, o enorme cansaço que a consumia a obrigava a permanecer deitada. Estava somente a menina e ela. A garota parecia tranquila, seus olhos cinzas a fitavam enquanto ela mexia na barra de seu vestido verde. Seu cabelo estava preso em duas tranças e seu cadarço estava desamarrado.

Charles, Charles, Charles.

E então ela se afastou. Laura se viu em um parque. Outras crianças apareceram, todas brincavam e repetiam em suas canções infantis o nome “Charles”. Elas cantavam cada vez mais alto até que o som começou a ficar insuportável. Laura tapou seus ouvidos com as mãos mas não adiantou. Se levantou do chão e correu para fora daquele parque. Correu pelas ruas, exatamente como tinha feito na madrugada anterior. Continuou correndo até chegar no fim de tudo aquilo e cair em um poço.

Laura acordou e ainda estava naquele quarto. Pelo menos ele já tinha ido. Levantou e procurou um interruptor para acender a lâmpada mas não encontrou. Tudo o que iluminava o quarto era um ponto vermelho que vinha da câmera. Aproveitando que estava perto da porta, girou a maçaneta e a porta abriu. Ela sabia que ele estava a vigiando, mas mesmo assim resolveu sair. Laura precisava ficar fora daquele quarto, estava se sentindo sufocada.

Seguiu pelo corredor pouco iluminado e chegou na mesma sala de jogos. Se sentou em uma das cadeiras e ficou observando o jogo de tabuleiro a sua frente. Avistou um dado no chão, se abaixou para pega-lo, ao levantar viu uns bloquinhos de madeira com letras coloridas. Deixou o dado na mesa e foi pegar os bloquinhos. Formavam uma palavra. Charles.

Charles, Charles, Charles. O que isso... era o que o seu subconsciente estava a dizendo! E se na verdade o nome dele fosse Charles?

Escutou um ruído e ao se virar se deparou com “A” a observando, com sua capa vermelha.

– Charles? Esse é o seu nome? – Laura esperou uma resposta mas ele apenas continuou imóvel a observando. – Charles? Wren? Me responde! – Perguntou se aproximando mas ele saiu correndo. Laura tentou segui-lo mas acabou indo parar em um lugar escuro e frio.

– Charles?

– Spencer?

Era ele... e estava com uma lanterna.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntou, a ajudando a se levantar.

– Estava tentando falar com você e você fugiu.

– VOCÊ NÃO PODE SAIR DO QUARTO!

– Então por que a porta estava aberta? – Ele ficou em silêncio. – E por que você correu daquele jeito?

– Não era eu.

Ele sentou à sua frente e em um rápido movimento, selando seus lábios nos dela. Laura o empurrou e se afastou.

– Por que você fez isso? – Perguntou Laura com raiva.

– Eu te amo, Spencer. Eu esperei tanto pelo momento em que eu poderia te beijar novamente. Sentir sua pele, ouvir sua respiração.

– Charles... Wren, não sei mais como te chamar. O que está acontecendo? Pensei que eu seria uma boneca como as outras.

– Eu amo você um pouco mais que as outras, eu te quero de todas as formas. Quero te beijar, te abraçar... – Ele se aproximou novamente.

– Primeiramente, qual o seu verdadeiro nome?

– Charles. Eu fui registrado como Charles.

– E então?

– Criei essa identidade. Wren Kingston. Eu não posso correr o risco de ser reconhecido.

– Então porque você escreveu “Charles” com os blocos na sala de jogos?

– Um dia vocês irão me conhecer melhor. Eu sabia que ninguém notaria, a não ser você, Spencer.

– Por que deixou a porta aberta? Eu poderia fugir.

– Nós sabemos que você não faria

isso. – Droga! Como ele sabia? Calma... por que ela não faria isso? Ela faria, não é mesmo?

– Não, você não faria. – Será que ele lê pensamentos?

– Quem era a pessoa que saiu correndo?

– Basta de perguntas, Spencer. Vá dormir, teremos um dia agitado.

– Mas...

– Te acompanho até seu quarto, vamos.

Ele segurou sua mão a guiando até seu quarto, assim que Laura deitou na cama, ele beijou sua testa, a desejou uma boa noite e saiu. Ela se levantou e tentou abrir a porta, mas dessa vez estava trancada. Frustrada, olhou para o criado-mudo, e em cima dele tinha uma máscara de gás e um cartão, ligou o abajur. “Estou vendo você”.

                                     ...

– Boa noite, Spencer – Disse Charles entrando no quarto.

– O que você vai fazer? – Perguntou Laura, mostrando a máscara. Ele apenas sorriu, sentando-se ao seu lado.

– Não se preocupe. Eu nunca machucaria nenhuma de vocês.

– O que você vai fazer? – Perguntou novamente.

– É uma surpresa, Spencer.

– E a Mona? Ela também recebeu.

– O nome dela é Alison.

– Não, o nome dela é Mona.

– Chega de perguntas, Spencer! – Ele exclamou estressado. – Você não confia em mim?

– É você quem não confia em mim, Charles! - Falou ela um pouco mais alto do que esperava.

– Você está escondendo algo...

– O que estaria escondendo? Como eu poderia fazer isso? Eu prometi te ajudar a prender não apenas a mim mas também as minhas amigas. E tudo o que recebo em troca é “chega de perguntas”, “você não confia em mim”. Como você quer que eu confie em você se não me conta nada!?

– Tudo bem. No final da festa, eu pretendia te levar para sair. E a Alison, eu ia deixá-la presa, longe das outras.

– Por quê?

– Motivos de segurança. E você? Quais são as novidades?

– Estamos animadas com a festa. Temos muitas ideias sobre como decorar e muitas expectativas.

– Só?

– Se o que quer saber é sobre algum possível plano contra você, fique tranquilo. Não somos loucas. Sabemos que nunca iremos vencê-lo.

Ele a abraçou, como tinha feito em noites passadas, Laura olhou fixamente para o chão, para não deixar transparecer que tinha um plano. E além de tudo, precisava da confiança dele.

– Você vai estar lá?

– Eu jamais perderia isso.

                                     ...

3 dias. O que poderia acontecer em 3 dias? Será que 3 dias são o suficiente para a raiva de alguém passar ou só piora? Laura pensou em como ele a mataria. Se a mataria. Morrer seria um presente, e tinha certeza de que Charles não queria a presentear com nada. Mas de certa forma, ela já estava morta por dentro.

– Bom dia, entrem e sigam o caminho de luzes.

Todas estavam andando quando as luzes se apagaram e uma fumaça preencheu o local. Alguém a puxou, colocado algo no seu rosto. Laura queria morrer ali mesmo. Se debateu e gritou mas não adiantou.

– JÁ CHEGA!

A máscara foi tirada bruscamente de seu rosto, e Laura foi jogada contra a parede.

– EU ESTOU DECEPCIONADO COM VOCÊ! – Ele gritou, enquanto andava em círculos pela sala.

– Acha que eu me importo? – Perguntou ela com deboche. Ele fechou a porta e a puxou pelo braço.

– Eu deveria acabar com você!

– Meus parabéns pela sua primeira boa ideia! Vai, me mata. ME MATA AGORA, SEU INFELIZ! – Ele soltou o seu braço.

– EU TE ODEIO! VOCÊ NÃO PASSA DE UM SER HUMANO DESPREZÍVEL!

– E VOCÊ NÃO PASSA DE UMA VADIA!

Permaneceram em silêncio por alguns segundos, Laura encostou sua cabeça na parede e ele permaneceu olhando para o chão.

– Pensei que você me amasse.

– Como eu poderia te amar?

– Os momentos que vivemos juntos, a forma como você me tocava, como me beijava. Eu era o namorado da sua irmã.

Namorado da sua irmã? Calma aí, o que aconteceu? Que irmã? Que momentos?

– Nós nos beijamos e então comecei a te amar também. Porque eu sabia que você me amava, eu sei. Seu sorriso, sua voz...

– O que aconteceu depois?

– Você não se lembra?

– É claro que... não.

– Ficamos juntos por um tempo até que... tudo acabou.

A porta foi aberta e alguém com um capuz entrou.

– O que aconteceu agora, Sara? – Charles perguntou.

– Fiz o que mandou – Ela tirou o capuz, era uma garota, de cabelos loiros como o de Alison. – Elas estão lá.

– Ótimo, obrigado.


Outro “A”? Uma pessoa parecida com a Alison? E o que ele tinha mandado?

– Quem é ela?

– Sara Harvey, minha ajudante. E a propósito, aquele dia em que eu fugi, na verdade era ela. Agora tenho que ir, vou terminar de preparar as surpresas.

– O que você fez com elas?!

– Deveria se preocupar com você, querida. Mas se acalme, em breve todas estarão no mesmo buraco.  – Ele saiu batendo a porta com força.

                   ...

Elas ainda tinham uma chance de liberdade. Porém Charles ainda estava vivo. E ele não iria desistir.

– EU VOU DESTRUIR TODAS VOCÊS! PRINCIPALMENTE VOCÊ!

– Charles, se você realmente quisesse isso, já teria feito. – Disse Laura.

– NÃO BRINCA COMIGO! Você me traiu!

– É mesmo? Puxa, que peninha. De verdade, acha que eu me importo com você, Charles?

– Seu corpo me diz que sim.

– Você poderia me fazer o favor de me poupar da sua presença, só ela já é bem desagradável.

– Me escute muito bem! – Ele se aproximou bruscamente de Laura que estava amarrada a uma cadeira. – Elas a mataram! Aquelas vadias bolaram mais um plano para fugir daqui. E sabe como estou? Furioso. Vou adorar acabar com uma de cada vez, lentamente, e você vai assistir tudo.

– Ah Charles, está tentando me atingir? -Perguntou sarcástica.

– Acha que eu estou brincando?

Ele apertou suas mãos em seu pescoço, a enforcando. Seus olhos cheios de ódio cruzaram com os dela, aproximou o rosto, tirando a máscara e então Laura o beijou em uma tentativa de fazê-lo a soltar. E deu certo. Charles a soltou da cadeira.

– O QUE É ISSO? – Perguntou Marcelly entrando na sala.

– Marcelly… – Foi tudo o que ela conseguiu dizer. – Sinto muito.

                 💡📽🎬

– Me desculpe, Laura – iniciou Marcelly com os olhos marejados, depois de um longo silêncio que se instalou no ambiente. – Nós não fazíamos ideia de tudo que “A” te fez passar… Eu estava errada.

Marcelly cutucou Heloisa que estava parada encarando o nada. – É... me desculpe. – Falou a garota acenando com a cabeça.

– Tudo bem, eu não fui a única – Disse Laura tentando afastar as memórias ruins, mas sem sucesso.

Marcelly deu um passo incerto, com medo de Laura a afastar. Mas para a sua surpresa, foi Laura quem tomou uma atitude. A garota de cabelos escuros a puxou em um abraço desesperado, sentindo as lágrimas quentes rolarem livremente pelo seu rosto frio. Ela sentiu Marcelly soluçar, e a apertou mais forte,

– Não temos tempo para drama, precisamos de um plano! – Disse Hanna apressada.

– Eu já sei o que devo fazer. Me esperem aqui – Falou Laura indo embora.

– O que?! Era para a gente fazer isso juntas! – Ouviu Heloisa gritar distante.

               🎥💥👓🕹

Laura andava apreensiva pelo corredor. As chances de isso dar errado seria de 90% e tudo dependeria da sorte, algo que ela não acreditava ter. Avistou a porta à sua frente e a abriu lentamente, finalmente entrando.  

Wren estava de costas para ela, com as mãos no bolso e olhando para a janela.

– Olá – O som de sua voz foi quase inaudível.

Ele se virou, e a fitou por alguns segundos antes de se aproximar e fechar a porta. Isso a deixou com medo, mas não demonstrou.

– Você sabe por que está aqui – Não foi uma pergunta e sim uma afirmação.

– Sei? – Laura perguntou confusa.

– Ora, não se faça de boba, Spencer. Sei que é inteligente o suficiente para saber que não serve mais para mim.

– Então é assim? Você vai simplesmente me descartar?! Você… você não me ama? – Dizer tudo aquilo a dava ânsia. Tudo não passava de uma encenação, mas mesmo assim a enjoava dizer tais palavras.

– Amar?! – Riu. – Amar não passa de uma ilusão – Disse amargamente, se sentando na poltrona e acendendo um cigarro. A fumaça fez Laura tossir e o encarou com desdém.

– E Você não passa de um cretino! – Laura já sabia desde o começo. Ela era apenas uma ferramenta para ele, uma ferramenta que ele precisava para que seus joguinhos funcionassem. Uma boneca.

– Cala a boca, sua vadia! – Ele levantou-se de sua cadeira com os olhos furiosos e desferiu um tapa estalado em seu rosto.

Laura sentiu seus olhos marejarem, mas não de medo ou tristeza e sim de raiva. Ela estava cansada de tudo isso. Chega. Disse para si mesma. Wren bufou e se virou indo em direção a saída mas parou no meio do caminho quando ouviu o som de uma arma sendo engatilhada. Ele se virou imediatamente com as sobrancelhas arqueadas.

– Sério isso, Spencer? – Ele riu debochado. – Você acha mesmo que vai conseguir me matar? Abaixa isso!

– NÃO! – Gritou ela com suas mãos tremendo. Nunca tinha feito algo do tipo. A ideia de matar alguém já havia passado pela sua cabeça várias vezes mas literalmente realizar isto, era algo assustador. Mas com “A” ela não teria piedade. Ele a fez sofrer muito, não só ela, mas suas amigas e todos em sua volta. Ela não queria mais isso.

Wren em um rápido movimento sacou uma arma de sua cintura e apontou para Laura.

– Eu iria esperar para mais tarde, mas já que você insiste… Ótimo! Então eu também vou participar da brincadeira – Disse ele sorrindo como um psicopata.

Laura estava em um fogo cruzado, não sabia o que fazer. Se ela atirasse em “A”, também seria morta. Mas a ideia de finalmente acabar com tudo isso era tão maravilhosa que ela não se importou com sua vida. Posicionou o revólver e apontou para Wren. Era o fim. Quando apertou o gatilho, tudo parecia acontecer em câmera lenta. Ela podia até ouvir o som da música de suspense que sempre tocavam em filmes de ação. Wren desviou da bala facilmente e gargalhou.

– Eu avisei, Spencer. Você nunca irá se livrar de mim.

Laura estava paralisada. Ela sabia. Sabia que daria errado, sabia que a sorte já havia à largado a muito tempo. Wren também atirou, mas Laura conseguiu desviar fazendo com que a bala passasse de raspão.

No mesmo segundo a porta foi aberta por Heloisa, ao lado Hanna entrou e rapidamente empurrou Wren acertando um abajur cor-de-rosa em sua cabeça. Ele caiu desacordado, enquanto isso Marcelly correu para checar se Laura estava bem.

– Pensou que iria fazer tudo isso sozinha?

                            ...

Depois de alguns minutos, Wren já estava amarrado em uma cadeira com rodinhas no centro do escritório.

– O que iremos fazer agora? – Perguntou Marcelly olhando para Laura.

– Eu não s… Ai! Isso dói demais… – Disse Laura se sentando e tirando a jaqueta para ver o ferimento.

– Você está sangrando. Hanna, Pegue um kit de primeiros socorros! – Pediu Marcelly enquanto rasgava um pedaço da jaqueta de Laura para estancar o ferimento.

– Eu gostava dessa jaqueta, sabia?!

– Sua vida importa mais, não acha?

– Na verdade, não.

             

                   ⏳🕶💥🌲


Charles acordou após alguns minutos e percebeu que alguém estava o encarando.

– Você era um dos mais bonitos, sabia? Como pode?! – Gritava a garota, que agora ele percebeu que se tratava de Aria.

”Um dos”? - Perguntou sem entender o que estava acontecendo. E então se lembrou de tudo.

– Me soltem, suas desgraçadas! – Gritava ele tentando se desvencilhar das cordas, fazendo com que caísse de cara no chão.

– Bem feito – Ouviu uma outra voz falar um pouco distante. Era Mona.

Marcelly se agachou perto de Wren e desferiu um soco em seu olho. Levantou a cadeira com a ajuda de Heloisa e ficou cara a cara com “A”. Hanna que já tinha acabado de enfaixar o ombro de Laura, se levantou e ajudou a mesma a ficar em pé. Marcelly já tinha enfaixado seu pulso também. Então todas fizeram uma roda em volta dele.

– Você vai pagar por tudo o que nos fez passar. Vamos brincar, Charles!


                  💪💣👊🕞


– Onde fica o seu covil, sua cobra?! – Gritava Heloisa apontando o abajur no seu rosto.

– Vão… se ferrar – Disse ele com dificuldade antes de fechar os olhos.

– Será que ele está vivo? – Sussurrou Hanna.

– Está, eu acho – Respondeu Mona.

Marcelly encarava Wren que estava desacordado após ter levado tantos socos e pontapés por todo o corpo.

– E agora, o que fazemos? – Perguntou Laura.

– Vamos fugir.


                    🏃📆🗝💡


– O plano é o seguinte: Marcelly e Hanna, vocês vão por ali – Apontou Laura para um dos corredores. – Mona, Heloisa e eu vamos pela esquerda. Precisamos encontrar a cabine onde “A” monitorava tudo e então desligamos a energia e fugimos daqui o mais rápido possível.  Quem encontrar desliga a energia, esse vai ser o sinal para todas voltarem até aqui e fugirmos. Entenderam? – Perguntou Laura e todas assentiram.

– Vamos!

Laura caminhava na frente com um lampião na mão. Sua vontade de fugir daquele lugar era imensa.

– Eu acho que achei! – Falou Mona. – Me ajudem a empurrar isso!

Heloisa e Laura correram para ajudar Mona a empurrar um armário velho e empoeirado que tinha em uma sala vazia.

Ao empurrar o móvel, as três garotas se depararam com uma escadaria que levava ao subsolo.

– Tem certeza que vocês vão ir aí?! Eu prefiro ficar aqui, obrigada. Sabe como é, filmes de terror e tudo mais. – Falava Heloisa. 

– Ok, Heloisa. Então fique sozinha aí! – Disse Laura descendo as escadas junto de Mona.

– ME ESPEREM!! – Saiu correndo atrás delas.

Andaram pelo túnel apertado e escuro por alguns minutos até chegarem em uma sala. Nela havia várias telas onde eram filmadas várias partes de todo o lugar, havia também um imenso painel com vários botões.

– Qual será o botão certo? – Perguntou Laura olhando para o painel.

– Não sei, mas não apertem o vermelho. - Disse Heloisa com medo.

– Tarde demais – Falou Mona encarando elas como quem dizia “desculpe”.

E então um alarme começou a tocar, era absurdamente alto e irritante.

– Droga! Aperta outro!! – Gritava Laura.

Heloisa sem pensar apertou o primeiro botão que viu. E então o alarme parou, para começar um outro mais irritante ainda. Como se não bastasse isso, o sensor de fumaça começou a funcionar, deixando as três totalmente ensopadas com a água que saia do teto.

– AAAAAA! – Berrava Heloisa. Laura estava prestes a pular em cima da garota e Mona tentava arranjar um jeito de parar aquilo.

Mona, finalmente conseguindo achar o botão certo, desligou a energia. As três andavam de volta para o lugar combinado com a ajuda de um lampião, quando estavam virando a esquina para chegar ao local, o fogo apagou.

– AAAAAAAA! – Gritaram as três juntas. 

– Só pode ser brincadeira! – Falou Laura quase chorando.

– Maldição!

– Shhh! Vocês ouviram isso? – Sussurrou Heloisa.

– Para de brincadeira, Heloisa! – Falou Laura impaciente.

– É sério!

Então todas ficaram em silêncio paralisadas no meio do corredor. O barulho de uma pessoa apertando o gatilho do que parecia ser uma arma, fez todas se arrepiarem apavoradas. Um tiro. Dois tiros.Três. Todas Gritaram desesperadas e saíram correndo. Laura sentiu alguém caindo em cima dela.

– Mona?! Heloisa?! Vocês estão bem?! – Perguntava com desespero em sua voz.

– V-ão… – Dizia Mona com dificuldade. Ela havia sido baleada.

– Mona?! Não! Heloisa nos ajude!

Mais disparos.

– Vão logo! – Gritou Mona.

– Não! Não podemos deixá-la! – Dizia Heloisa.

– Eu estou morrendo, não há nada que vocês possam fazer… Agora, me escutem… corram. – Suplicava Mona.

Laura puxou Heloisa e as duas saíram correndo dali. Dava para se ouvir as gargalhadas de Charles ao longe, ele estava se divertindo.

– É isso aí, vadias! Vamos brincar de esconde-esconde! Ganha quem sobreviver!

Laura suava frio. A única coisa que ela conseguia pensar era em como “A” havia escapado. Ela se lembrava muito bem de ter verificado as cordas. Bem, estamos falando de “A”, é óbvio que ele acharia uma escapatória. Agora a ideia de se separar de Marcelly e Hanna era tão estúpida que teve raiva. Raiva de tudo dar errado. Qual era a do universo contra ela? Ela não entendia.

Heloisa que estava mais a frente viu Marcelly e Hanna se aproximando com um lampião na mão. Ela apressou os passos e fez um sinal para Marcelly e gritou “CORRA”. Marcelly mesmo sem entender nada, puxou Hanna e saiu correndo.

As quatro garotas corriam em busca de uma saída. O desespero era tão grande que Heloisa ignorava o sangue que escorria livremente de seu braço. Ela sabia que não iria aguentar por muito mais tempo, mas ignorou isso também. Não iria desistir agora.

– O que foi?! Vão fugir que nem ratinhos?! Assim não tem graça! – Gritava Wren.

– A saída! É por aqui! – Sussurrou Laura quase sem ar.

Subiram a escada e Hanna tropeçou duas vezes quase caindo em cima de Marcelly.

Marcelly abriu a porta e todas correram em direção das grades para escalar.

– Tarde demais… vocês não vão conseguir fugir! – Gargalhou Charles se aproximando delas com o revólver apontado para a cabeça de Marcelly. – Se alguém se mexer, ela morre.

Uma sirene ecoou ao longe, era a polícia. Nenhuma das garotas ousaram arriscar a vida da amiga. Por mais que a vontade fosse simplesmente gritar pro mundo inteiro um pedido de socorro, elas não podiam. E então o mesmo barulho irritante do alarme de incêndio começou a tocar.

– Mona… – Sussurraram Laura e Heloisa esboçando um sorriso.

– Por aqui! – Gritava um policial ao longe.

Wren parecia furioso, atirou e fugiu em seguida.

– NÃO! – Gritaram todas. Hanna chorava descontroladamente, Heloisa e Laura estavam perplexas demais para qualquer reação. Marcelly estava jogada no chão.

– Eu estou bem. Ele atirou no chão e me empurrou – Marcelly respondeu surpreendendo todas ali.

– TEM ALGUÉM AÍ?! – Gritaram várias vozes diferentes vindo da floresta.

– AQUI! POR FAVOR!! – Gritaram com todas as suas forças que restavam.

Logo avistaram várias silhuetas no meio das árvores. Laura pulou a grade e correu em busca de ajuda, sendo seguida pelas outras.

– O quê? – Heloisa perguntou ao notar onde estavam.

Todas olharam ao redor e entenderam. Aquele era o início de uma nova rodada de um jogo que parecia não ter fim.


We don't know how to pray, we don't know what to say. We don't know how to make it through another day. Never run, never hide. Always up for the fight. We keep getting it wrong until we get it right.

  Não sabemos como rezar, não sabemos o que dizer. Não sabemos como fazer isso por mais um dia. Nunca fugir, nunca esconder. Sempre pronto para a luta. Nós erramos até acertarmos.


I won't let you let me go. Scars of our mind games never show. We're never going to be alone again, we're never gonna let it know. We're enemies, lovers, not friends and we fight 'til the end. 

Eu não vou deixar você me deixar ir. Nunca mostrar as cicatrizes de nossos jogos mentais. Nós nunca vamos estar sozinhos novamente, nós nunca vamos deixá-lo saber. Nós somos inimigos, amantes, não amigos e nós lutamos até o fim

Now I'm not loosing you, so I'm loosing myself. I don't want to give this to anybody else. Give me time to give up, but I'm not gonna stop. All your kindness never brought me any luck.
Agora eu não estou perdendo você, então eu estou me perdendo. Eu não quero dar isso para qualquer outra pessoa. Deem-me tempo para desistir, mas eu não vou parar.
Toda a sua bondade nunca me trouxe alguma sorte.


I'll take the blame, I'll leave in shame.
Baby, I'm a gambler and you're the ace of spades.

Eu vou assumir a culpa, eu vou deixar de vergonha. Baby, eu sou um jogador e você é o ás de espadas.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...