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História Pesadelo em Série - Um pedaço de papel


Escrita por: theweepingwillow , farofaye e _hollow

Capítulo 5 - Um pedaço de papel


As batidas na porta a despertou de seus devaneios. Calmamente levantou-se do sofá e abriu a porta.

- Olá! - A mulher sorriu. - Posso entrar? Eu trouxe biscoitos.

- Claro. - Laura sorriu em resposta e abriu passagem para que ela entrasse, fechando a porta em seguida.

- Onde estão as outras? - Perguntou olhando para os lados.

- Acho que estão dormindo.

Maggie carregava um prato coberto por um pano xadrez. Ambas caminharam até a cozinha, onde ela depositou o prato na bancada, encarando a garota a sua frente.

- Você parece cansada.

- Estou com dificuldades para dormir ultimamente, logo passa. - Laura respondeu simplesmente, sentando em uma das cadeiras.

- Você pode ir até a enfermeira pedir algum comprimido para Denise. - Maggie também sentou-se, pegando um dos biscoitos no prato. - Eu estava pensando... poderíamos sair todas juntas hoje pela tarde, para que vocês possam conhecer Alexandria.

- É uma boa ideia, eu aceito.

- Um bom dia a todos! - Heloisa exclamou ao entrar na cozinha.

- Bom dia, raio de sol! - Laura disse sarcástica, fazendo com que Heloisa revirasse os olhos.

- Biscoitos! - Maggie levantou o prato, Heloisa tirou o pano e encheu a mão com os biscoitos.

- Obrigada, eu estava com fome. - Disse com a boca cheia e sentou na cadeira ao lado de Laura.

- Hoje a tarde iremos sair para que vocês conheçam Alexandria. Carl, o filho do Rick estará lá também para que vocês possam fazer amizade. - Maggie contava sua ideia alegremente enquanto Heloisa encarava o chão.

- Claro... - Tentou recordar-se das palavras que Maggie acabara de falar. - Espera, o Carl tem mesmo que estar lá?

- Não, por que? Você o conhece? - Maggie indagou.

- Digamos que eu prefiro evitar ele pelos próximos 84 anos. - Laura tentava segurar o riso ao lembrar-se do que a amiga tinha lhe contado sobre o momento que tivera com Carl.

                             ...

Ela cantarolava uma música qualquer enquanto se equilibrava na guia da calçada, chegando à enfermaria, encontrou Sara e Marcelly abraçadas, as duas sorriam e pareciam felizes. Ao ver aquela cena, virou-se para sair.

- Laura! - Marcelly se afastou de Sara, indo em direção a outra garota. - Precisamos conversar.

- Não pode ser outra hora? Estou ocupada. - Disse simplesmente evitando qualquer contado visual.

- Marcelly! - Sara chamou de sua maca.

- Sua amiga está te chamando. É melhor você ir até lá. - Apontou para Sara que as observava.

- Não, nós iremos conversar e será agora. - Sua voz soou firme.

A morena apenas revirou os olhos e saiu da enfermaria, sendo seguida pela ruiva que segurou sua mão.

- Laura, por favor, você pode me escutar pelo menos uma vez na sua vida? - Pediu fitando seus olhos castanhos.

- O que você quer? - Perguntou puxando sua mão em seguida.

- Por que você odeia tanto a Sara? O que ela te fez? - Marcelly não entendia o ódio que as outras duas sentiam. Em sua visão, Sara era uma ótima amiga e não merecia isso.

- É sobre isso que quer falar? - Indagou já sem paciência.

- Sobre o que mais poderia ser?

- Meus motivos são óbvios. Ela é insuportável, mais inútil que ela não existe. Ninguém liga para ela, a não ser você. - Laura suspirou. Havia algo que ela também queria falar, mas não sabia se aquele era o momento certo.

- Por que você é tão ruim com ela? A Sara nunca te fez nada! - Marcelly rebateu.

- Ela nasceu. É motivo suficiente para você? - Laura encarava as suas unhas, queria fugir daquela conversa, mas não queria demonstrar fraqueza, talvez fosse mais orgulhosa do que pensava.

- Você não pode ser assim, Laura. Por que ser tão cruel com as pessoas? Por que tratá-las como um problema? - Marcelly tinha um tom de tristeza em sua voz.

- Então é disso que se trata? - Se exaltou, segurando-se para não iniciar uma discussão.

- Sobre o que você está falando? - Confusa, a ruiva encarava a garota a sua frente.

Laura pensou antes de responder, sabia que precisava falar sobre a noite anterior, porém não tinha coragem para mencionar o ocorrido. Se sentia confusa, havia passado horas em claro na madrugada anterior pensando nas palavras de Marcelly.

"Eu acho que gosto de você. Não apenas como amiga, mas de uma forma diferente."

Respirou fundo e fechou os olhos, deixando que as palavras saíssem espontaneamente .

- Ontem a noite, nós nos beijamos...

- Eu sei, eu estava lá. - A morena suspirou, fazendo com que Marcelly se sentisse desconfortável com a situação. - Desculpe, só tentei descontrair um pouco. Você parece tensa.

- Eu não estou tensa, estou apavorada! Você já parou para analisar essa situação? - A encarou com os olhos marejados.

- Qual é o problema? O fato de sermos duas garotas e eu gostar de você? Se você não sentir o mesmo, tudo bem. Eu só não entendo... isso não é errado! As pessoas precisam parar de achar que isso é um problema, porque não é. O amor não é um problema! - Ela se exaltou.

- Eu também gosto de você! - Disse rapidamente atropelando as palavras, Marcelly demorou um pouco para entender o que ela dissera. - Mas, veja onde estamos, e o que está acontecendo, isso não parece real.

- Podemos superar isso juntas. Eu te ajudo. - Disse tentando acalmar a jovem.

Ela abraçou a ruiva a sua frente e por alguns segundos se permitiu esquecer a realidade a qual estavam confinadas. Aquela mísera fração de segundos, inundou sua mente conturbada com tranquilidade.

- Maggie irá nos levar em um tour por Alexandria. Podemos conhecer novos personagens. - Disse mudando o assunto, tentando parecer menos tensa.

- Será divertido. - Respondeu com um falso ânimo.

                              ...

Heloisa andava pela casa enquanto pensava em algo para fazer. Estava sozinha a no mínimo 1 hora. Maggie havia saido, dizendo que voltaria logo para levar as garotas para conhecerem Alexandria. Laura era como se tivesse evaporado em algum momento durante o café da manhã. Enquanto Marcelly permanecia com o paradeiro desconhecido.

Após contar quantos passos levava de um cômodo ao outro, ela saiu da casa, indo até a rua para caminhar um pouco. Entre aquelas pessoas não tão desconhecidas, Heloisa se perdia em seus pensamentos.

- Psiu! - Ela olhou para o lado e avistou Carl acenando.

- Droga! - Cobriu o rosto e tentou fugir, mas ele a alcançou, segurando seu braço.

- Olá, garota estranha. - Cumprimentou com um sorriso malicioso nos lábios.

- Olá, Carl. - Forçou um sorriso que mais parecia uma expressão de dor de estômago.

- Carl? Mas até ontem era sonho! - Carl riu enquanto Heloisa bufava de raiva.

- O que você quer? - Perguntou sem paciência.

- A Michonne pediu para entregar isso. - Ele entregou um pedaço de papel dobrado.

- Tá.

- Não vai me agradecer?

- Você não fez mais que a sua obrigação! - Guardou o bilhete em um dos bolsos de sua calça.

- De nada. A propósito, qual o seu nome? - Perguntou ignorado o comentário da garota.

- Heloisa, mas para você é A.D.M.V.

- O que é "A.D.M.V."?

- "Amor Da Minha Vida". Tchau.

Antes que Carl pensasse em uma resposta, Heloisa já havia desaparecido entre as pessoas que caminhavam tranquilamente pela rua.

Ao se afastar uma distância que considerou suficiente, olhou para os lados como se procurasse alguém que pudesse estar a vigiando e  tirando o papel do bolso, o abriu em um rápido movimento.

"Encontre-me no portão hoje à noite."

                               ...

- Por que a Michonne enviaria um bilhete pelo Carl para dizer que te espera à noite no portão? - Laura perguntou enquanto olhava fixamente para o papel.

- Talvez ela queira me contar um segredo. - Heloisa considerou.

-Got a secret./ Can you keep it?/ Swear this one you'll save/ Better lock it in your pocket/ Taking this one to the grave/ If I show you,/ Then I know you wont tell what I said/ Because two can keep a secret if one of them is dead. - Marcelly entrou na cozinha enquanto cantava.

- De onde você surgiu? - Heloisa perguntou encarando a ruiva que sentava ao seu lado.

- Eu estava na enfermaria, acabei de chegar.

- E como você sabe essa música? É a música de abertura de Pretty Little Liars, e pelo que sei, você não assiste.

- Escutei em algum lugar. Enfim, trago uma ótima notícia! - Marcelly disse e as garotas a olharam esperando que a mesma continuasse. - A Sara recebeu alta e logo estará aqui!

- E a ótima notícia? - Laura perguntou.

- A Sara voltará para encher os seus dias de alegria! - Heloisa disse sarcástica.

- Posso me matar?

- Ninguém está te impedindo. Na verdade, acho que vou com você para me matar também.

- Vocês são tão chatas! - Marcelly bufou, abriu a boca para fazer um de seus discursos de "Ela não fez nada para vocês a odiarem", mas acabou desistindo ao sentir mãos tocarem seus ombros.

- Surpresa! - Sara gritou sendo abraçada por Marcelly em seguida, correspondeu ao abraço enquanto as outras reviravam os olhos.

- Por que não me esperou? - Marcelly se soltou do abraço. - Eu ia te buscar, você ainda está machucada.

- Desculpe, queria fazer surpresa, mesmo que você já soubesse que eu recebi alta. Está chateada? - Preocupada, fitou os olhos da ruiva.

- Não, só me preocupei um pouco. - As duas garotas se abraçaram novamente.

- Quer se matar agora ou depois? - Laura perguntou a Heloisa que olhava as outras enojada.

- Pode ser agora, vamos.

- Vocês são ridículas! - Marcelly imitou a voz de Heloisa, a provocando.

Laura e Heloisa fizeram uma imitação da cena anterior entre Marcelly e Sara. A ruiva gargalhava das caras e bocas que elas faziam enquanto a outra observava tudo sem graça.

- Você vai se encontrar com ela? - Laura indagou ao cessarem os risos.

- Sim. - Heloisa respondeu simplesmente.

- Encontrar com quem? - Marcelly perguntou tentando entrar no assunto das meninas.

- Com a Michonne, ela enviou um bilhete dizendo que para eu encontrá-la no portão hoje à noite.

- Isso é muito estranho. Nós iremos com você, Lolo.

- Não! - Heloisa e Laura disseram ao mesmo tempo.

- Eu estarei deitada na minha cama, dormindo tranquilamente. - Laura sentou em uma das cadeiras após dizer seus motivos. - E se a Michonne pediu apenas para ela, deve ter algum motivo e... Ah! - Gritou com a ideia que teve. - Como somos idiotas!

- Idiota é você, querida. - Heloisa se manifestou.

- Cala a boca, Heloisa, você é a rainha das idiotas. - Marcelly disse em seu tom habitual.

- Verdades não me atingem! Pelo menos eu sou uma idiota esforçada.

- Não tem nada a ver com a Michonne. Carl. Ele é quem estará lá. - Laura dizia enquanto andava de um lado para o outro, ignorando a pequena discussão que se iniciava entre Heloisa e Marcelly.

- Carl? - Sara perguntou, fazendo com que as outras se lembrassem de sua presença no local.

- Como eu já tinha te explicado, estamos dentro de uma série. The Walking Dead, lembra? - Sara assentiu. - Então, Carl é um personagem, ele é filho do Rick. Acho que cheguei a falar sobre o Carl. - Marcelly falava calmamente, enquanto Sara tentava se recordar das explicações que a ruiva lhe dera calmamente pela manhã.

- Eu estava prestando atenção em outra coisa, se é que me entende. - Sara disse timidamente. Antes que alguém entendesse o que ela realmente queria dizer com aquilo, Heloisa berrou, chamando a atenção das garotas.

- Carl. É o Carl!

- Qual será a cantada de pedreiro dessa vez? Eu tenho uma sugestão, seu pai é... - Laura foi interrompida por Marcelly que não estava entendo a situação.

- Cantada de pedreiro?

- Você ainda não ficou sabendo? - Marcelly negou com a cabeça. - Em um belo dia, que foi ontem, Heloisa encontrou Carl, então ela perguntou: "Seu pai é padeiro?", ele respondeu: "Não", e ela disse: "Porque você só pode ser um sonho!".

- Por que você não me contou isso antes? - Marcelly perguntou enquanto ria.

- Eu estava nervosa. - Heloisa tentava se defender também rindo da situação. Mas é como dizem, ela estava rindo de nervoso.

                               ...

Maggie falava animadamente sobre todos os lugares de Alexandria, empolgada contado as lembranças que surgiam em sua mente. Marcelly e Sara conversavam sobre algum assunto aleatório. Já Heloisa e Carl mantinham distância, às vezes um olhava para o outro discretamente, mas era perceptível o clima entre os dois. Laura caminhava entre os dois, tentando entender o que Maggie dizia, porém acabou desistindo ainda nas primeiras palavras.

- Que climão! - Laura sussurrou para Heloisa.

- Onde?

- Entre você e o Carl. Será que ele sabe que você sabe? - Indagou.

- Ele sabe? - Heloisa se exaltou, perguntando mais alto do que devia, o que acabou chamando a atenção de Carl. - Ele sabe! Ele está olhando! - Sussurrou desesperada o encarando.

- Se antes ele não sabia, agora sabe. - Respondeu encarando o garoto.

Todos tiveram suas atenções desviadas em direção a uma briga que ocorria ali próximo. Rapidamente chegaram ao local, onde encontraram Rick e Daryl suados e sujos de sangue, enquanto três homens permaneciam feridos no chão.

- Por que estão assim? - Sara perguntou para Maggie.

Glenn foi em encontro a Maggie e as garotas. Enquanto Daryl ia em direção a algum lugar e Rick observava os homens.

- O que está acontecendo? - Maggie perguntou a Glenn.

- Um dos salvadores entrou aqui fingindo estar ferido, ao ver que tínhamos mantimentos chamou outros. Eles invadiram a despensa, mas foram pegos e ao tentar fugir, agrediram alguns moradores, mas Rick e Daryl chegaram e brigaram com eles. - Ele explicou tranquilamente.

- E vocês, garotas... - Rick disse ao se aproximar, irritado, encarava as jovens. - Se eu souber que vocês estão envolvidas com eles. - Apontou para os homens no chão. - Preparem-se.

- São apenas garotas, não têm culpa do que aconteceu. Vamos sair daqui. - Glenn disse afastando Rick que ainda encarava as garotas. Carl os acompanhou.

- Vão para casa, meninas. Peço desculpas pelo Rick, ele está irritado, logo passa, espero que entendam. - Maggie sorriu e também os seguiu.

                                ...

Ao chegar a noite, Heloisa preparava-se para sair, enquanto as outras estavam entretidas em um jogo de tabuleiro que ela recusou participar. Estava assustada e sua insegurança aumentava cada vez mais. Parada em frente a porta, segurava a maçaneta, pensando se abria ou não. Após aquela ameaça de Rick, sentiam-se receosas em sair, sabiam que aquele havia sido um momento de fúria dele, mas preferiam não arriscar. Indagou-se se realmente iria arriscar, e se fosse, precisava fazê-lo logo, antes que notassem sua ausência no quarto.

Respirou fundo, juntando o pouco de coragem, saiu sorrateiramente fechando a porta atrás de si com cuidado, sentiu a brisa fria da noite e se pôs a caminhar em direção ao portão de Alexandria.

Lentamente fez o trajeto do seu novo lar até o portão, prestando atenção nos detalhes ao seu redor. Não entendia como havia parado ali, e sentia medo do que poderia acontecer, mas de alguma forma sentia-se conformada, não sabia como, mas estava tranquila agora.

Avistou Carl e se aproximou, ele parecia perdido em pensamentos profundos, por alguns segundos, admirou o belo garoto a sua frente. Então permitiu-se também perder-se em pensamentos. Olhou para o céu estrelado e imaginou o que estariam fazendo seus pais. Sentiu-se estranha, não sabia explicar o motivo, e então os afastou de sua mente, chamado Carl.

- O quê? - Perguntou enquanto parecia estar despertando de um sono que era para ser de 5 minutos mas acabou durando horas.

- "Encontre-me no portão hoje à noite."  - Heloisa repetiu a frase do bilhete que Carl lhe entregara pela manhã. - Tem ideia do quanto esse "à noite" é vago?

- Mas você parece ter adivinhado.

- Sobre o quê? - Heloisa indagou, imaginando que fosse sobre o fato dela ter descoberto que quem encontraria no portão seria Carl e não Michonne, mas preferiu não falar.

- Sobre o horário e claro, sobre mim. - Carl respondeu calmamente.

-Ah, isso... Não foi nada. - Disse um pouco mais nervosa do que queria.

- Então, A.D.M.V., diga-me, seu pai é agricultor? - Carl permanecia com o tom calmo em sua voz.

- Porque você é um chuchuzinho. Sim, eu conheço essa. Tão inédita! - Heloisa respondeu fingindo estar entediada, mas na verdade aquilo a surpreendeu de uma forma cômica.

- O que acha de um passeio por aí? - Propôs.

- Você vai me sequestrar e roubar meus órgãos?

- Talvez.

Ele sorriu e os dois seguiram para fora dos portões de Alexandria, em uma conversa animada.



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