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História Pesadelos e Sensações - Flashback


Escrita por: apenas_historia e y1amy

Notas do Autor


oie!!
capitulo antecipado para vocês.
acho que a partir da semana que vem vou postar toda quinta, se eu não fizer isso inda vai ser um semana. kk.
aproveitem.

Capítulo 15 - Flashback


         Mais um dia de aula. Acha que o terceiro ano é fácil? Pois não é. As contas de matemática estão cada vez pior. Assim como o casamento dos meus pais.

         Quando eu via a minha mãe, ela estava com os olhos inchados, vermelhos e com uma carinha triste. Meu pai em vez de alegre a sorridente estava sério e nem sequer beijou a minha testa ou deu um bom dia.

         O café da manhã, apesar de a comida estar muito boa, estava silencioso e completamente chato. A mamãe se concentrava na sua salada de frutas, o papai lia seu jornal e tomava uma caneca grande de café, já eu tentava comer ao máximo o pão que estava no meu prato. Queria de volta a minha vida animada. Acabo de comer e estamos indo para a escola:

         - Tchau pai.

         - Tchau filho.

         O seu ‘tchau’ saiu de um jeito frio, chegou até me assustar. Aquele não era meu pai.

         De noite eu ouvia os dois gritando enquanto discutiam. Ouvia minha mãe chorar muito depois da discussão. Ouvia meu pai resmungando.

 

.  .  .

 

         - Mãe. Por que você esta chorando?

         Eu vi uma pequena lágrima escorrendo por sua bochecha avermelhada:

         - Não estou chorando filho, não se preocupe.

         Voltei a olhar para frente. Por que a mamãe está mentindo para mim? Tentei não pensar nisso, apesar de tudo tenho meus amigos:

         - Vai lá filho. Boa aula.

         Fiquei mais triste. Não recebi o meu beijinho na testa. Já dentro da escola me direciono para a sala de aula, meus amigos estavam sentados todos em seus lugares, me aproximei para ir ao meu lugar e dar oi:

         - Oi gente!

         - Rick, sai daqui.

         - Ué, por quê? Meu lugar é ali.

         - Não interessa Rick! Só sai daqui.

         Mas o que deu em todo mundo hoje? Fui até o fundo da sala, onde um lugar vazio no cantinho encostado na parede me aguardava.

 

.  .  .

 

         Trancado no meu quarto, eu chorava muito, o dia tinha sido péssimo. Meus pais brigados, meus amigos me abandonaram e eu fiquei sozinho o dia inteiro na escola.

         A semana toda foi isso, choro, brigas, meus “amigos” me ignorando, solidão. A cada dia isso piorava. Essa situação é algo horrível para mim, eu só tenho sete anos. Não tenho uma alma forte para segurar isso. Alguns dias da semana não comi nada, meu estômago se remoía só pelo cheiro, tinha dias em que chegava a vomitar.

         Uma vez meus pais receberam um bilhete sobre eu estar diminuindo o meu desempenho na aula, eles tentaram falar comigo, mas eu não queria conversar. Eu precisava ficar sozinho, chorar sozinho, sofrer sozinho.

 

.  .  .

 

         Indo para a escola mais uma vez.

         Mais uma vez, a mesma rejeição.

         Olhava fixamente para a maçã que estava em minha mão, tentando decidir entre comê-la ou não. O banquinho que tinha no parque era meu refúgio, era um canto vazio sem ninguém para incomodar. Ouço passos e levanto um pouco o olhar, vejo os meninos se aproximando. Não me mexi. Fiquei ali apenas esperando:

         - Oi Rick.

         - O que vocês querem?

         - Nada. Só brincar um pouquinho.

         Não estava prestando muita atenção em seus rostos, só sei que um deles me puxou pela gola da camisa e socou minha cara. De longe escutei gritos, devia ser das duas meninas que brincavam no balanço. Senti outro soco, dessa vez no estômago, não me aguentei em pé e desabei junto ao chão. Recebia socos, chutes e risadas esquisitas que os meninos soltavam. Uma voz ao fundo se pronuncia:

         - Meninos! AGORA para minha sala.

         E falando pouco mais baixo se dirigiu para as duas menininhas que estavam ali, ela provavelmente achou que eu estava apenas deitado sem saber o que fazer, provavelmente não viu que eu estava machucado:

         - Meninas, podem ajudar o colega de vocês?

         Eles se foram. Me levantei bem devagar encostando no canto do muro. Chorava freneticamente, por orgulho eu não tinha derrubado nenhuma lágrima, mas ali, agora, não tinha o porquê de se esconder. Uma voz doce e delicada invadiu meus ouvidos:

         - Te machucaram muito?

         Olhei para cima e vi, as mesmas meninas que estavam no balanço, estavam ali agora tentando me consolar:

         - Saiam daqui!

         - Você ta muito machucado, vem aqui!

         A menina ruivinha me estendeu a mão, demorei a segura-la. Me botaram sentado no banco e cada uma sentou ao meu lado:

         - Você é o Ricardo né?

         - Rick.

         - Eu sou a Meredith, mas me chama de Med.

         - E eu sou a Liliana, mas pra você é Lia.

         Passamos o resto do lanche conversando, elas eram muito legais e estavam toda hora tentando me animar. Pensei por um instante que fosse pelo pedido da diretora, mas elas se demonstraram sinceras, estavam ali porque queriam. O som do sinal ecoa pelo parque e nós três voltamos juntos para a sala.

         Elas não sentavam perto, o que foi um pouco triste para mim, porém logo me surpreendo:

         - Vocês querem trocar de lugar com a gente? Pode acreditar que lá na frente é melhor.

         Os dois que se sentavam a frente e ao lado de mim saíram sem nem reclamar, deixando os lugares vagos para elas. A professora apenas observava tudo, seu rosto se encheu de espanto ao olhar para mim, mas ela não perguntou nada apenas se voltou as meninas e sua curiosidade sobre isso logo foi exposta:

         - Meninas, o que estão fazendo ai atrás?

         - A gente veio sentar com o nosso amigo.

         Como? Amigo? Não podia estra mais feliz em ouvir isso, Lia se virou e me jogou uma piscadinha. A voz da diretora se espalha pela sala:

         - Com licença, professora. Ricardo pode vir comigo?

         Com passos medrosos me aproximo da diretora que está na porta, ninguém até esse momento reparou em mim, porque quando olhavam ficavam assustadas. Já entrando em sua sala dei de cara com meus pais, eles se espantaram, como os outros alunos, ao ver meu rosto que provavelmente estava roxo por conta do soco que recebi. Os braços de meus pais me envolveram forte e apertado. Fiquei contente com o gesto.

         A partir dai, uma longa conversa se iniciou entre meus pais, a diretora e eu.

 

.  .  .

 

         - Filho, desculpa a mamãe. Eu nem percebi que não estava te dando atenção.

         - Tudo bem.

         - Você vai ficar em casa amanhã.

         - Não! Preciso convidar minhas amigas para o meu aniversário.

         - Filho você está machucado. E mesmo depois disso você quer convidar eles?

         - Mãe, eu falei A-MI-GAS, minhas novas amigas, as meninas que me ajudaram. E eu já estou bem melhor.

         De tão forte que ela me abraçou, achei que tinha quebrado algo do meu corpo.

         Durante a noite eu não escutei gritos e nem a mamãe chorando, isso me deixou completamente feliz e tranquilo. Tudo parecia estar voltando ao normal.

 

.  .  .

 

         Duas semanas e alguns dias se passaram. Hoje era meu aniversário! Eu não podia estar mais animado. Meus pais voltaram a ser como antes, minhas amigas vieram e ficamos brincando sem parar por um segundo. Já estava anoitecendo e resolvemos dar uma pausa apenas para conversar:

         - Meninas, posso pedir uma coisa para vocês?

         - Claro que pode.

         - Vocês juram que nunca vão me abandonar?

         - Claro que não. Nunca!

         - A gente te ama!

         Nos abraçamos. E assim foi o inicio da nossa amizade.


Notas Finais


até a próxima.
bjs!!


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