— Shino-chan, você pode me passar o açúcar? — Skyle perguntou à rosada sentada na cadeira na sua direita.
— Claro, o Reiji não sabe fazer panquecas mesmo. — Ela disse passando o frasco.
— Porque nós temos que comer a uma hora dessas? — Megumi perguntou bocejando.
— Não é óbvio, cão? Porque nossos mestres são seres noturnos. — Naomi respondeu.
— Eu não os chamaria de mestres. — Shino disse.
— Então o quê, “donos”? — Disse Naomi desinteressadamente.
— Vocês sabiam que acabavam mais depressa se estivessem caladas? — Reiji disse aparecendo só Deus sabe de onde.
— Sai daqui caixa de óculos, Laito-kun disse para eu não ficar na mesma sala que você por muito tempo. — Shino disse.
— Reiji, o que você colocou na comida, unhas dos pés? — Skyle perguntou. — Essas panquecas sabem mal à beça.
— Se fossem fáceis de fazer, vocês mesmas a fariam não é? Chega de conversas paralelas, eu só vim aqui buscar as chaves da limousine. — O vampiro disse pegando as chaves na bancada e saindo da sala.
No preciso momento em que ele saiu uma garota de cabelos compridíssimos platinados entrou por aquela porta.
Ela caminhou até à mesa e se sentou ao lado de Naomi.
— Bem….Olá? — Comprimentou Shino meio apreensiva.
— Oi. — Ela disse virando momentaneamente seu rosto em direção ao dela, o virando logo em seguida em direção ao seu prato de novo.
— Eu poderia perguntar qual é o seu nome? — Disse Megumi.
— Meu nome é Kiiro. — Ela respondeu curta e grossa.
— Ok, né. Eu acho que nunca vi você por aqui, você pertence a algum Sakamaki? — Shino indagou.
— Kino.
— Você se transformou hoje? — Skyle perguntou.
— … Não. Devem fazer uns dois anos. — Ela disse pensativa.
— Mas você não era aquele peixe lá? — Megumi questionou.
— É… Vocês sabiam que dá para mudar de forma animal, não é? — Kiiro perguntou.
— Não. — Shino respondeu. — Espera… Nós podemos?!
— Foi o que eu disse, não foi?
— Eu tenho que experimentar isso! — Skyle exclamou. A albina fechou os olhos e se concentrou.
— Não é que resulta mesmo? — Shino disse pegando o hamster.
— ...Idiotas. — Disse Kiiro encarando todas.
— O que você disse anã? — Esbravejou Megumi.
— Kino-kun… vai dar um jeito… em todos vocês. — Kiiro argumentou, e seus olhos avermelhados se tornaram ainda mais intensos.
— Menina, você bebeu por acaso? — Questionou Naomi.
Desta vez, Kiiro não respondeu, apenas se levantou e saiu da cozinha, jogando seus enormes cabelos platinados para trás, como uma forma de se gabar.
— Alguém pode me explicar o que acabou de acontecer aqui? — Disse Naomi, ainda encarando a porta por onde a platinada havia saído.
— Não faço a mínima, mas ela não me parece boa coisa. — Disse Skyle pensativa, mas agora em sua forma humana, porém havia perdido suas roupas.
— Skyle-chan, cadê suas roupas? — Disse Shino, segurando o riso.
— Eh? — Ela olhou para baixo, encarando a próprio corpo. — Boa pergunta.
— Yui, poderia fornecer novas para esta besta? — Disse Megumi desinteressada.
— C-Claro. — Respondeu a Loira, suspirando.
***
— Lotte, você não cansa de ficar roendo as coisas não?
Desta vez a coelha estava roendo as folhas da plantação de Yuma.
— Deste modo você vai acabar engordando. — O animal parou de roer, e olhou para Yuma, balançando a cabeça, como se estivesse negando.
— Para um coelho, você é bem esperta. — Ele disse acariciando a cabeça de Lotte.
— Espere um pouco, eu vou buscar água para você, não saia daí.
O ruivo saiu da plantação é adentrou a mansão. Cerca de 10 minutos depois, ele apareceu com uma garrafa de água cortada de forma a só restar o fundo, cheia de água.
Ele a pousou no chão e Lotte se apressou a ir para junto dele começando a beber.
Yuma pestanejou e quando abriu os olhos Lotte já não era um coelho mas sim uma garota esguia e de altura média, dona de belos cabelos ruivos e olhos amarelados.
— Porque Yuma-kun está olhando para mim? Vá para a escola seu preguiçoso. — Ela disse o olhando diretamente nos olhos.
— Lotte…?
— Sim?
— Você acabou de se transformar.
— E você continua atrasado.
***
— Nós temos que ir para lá todo dia?! — Disse Shino, esperneando e sendo arrastada por Laito.
— Tecnicamente não, não há aulas durante aos fins de semana, que são sábado e domingo, nos feriados e obviamente nas férias.
— Shino-chan, a escola não é tão ruim assim. — Disse Skyle tentando amenizar a amiga.
— Fale por si mesma Skyle. — Disse Shino bufando.
— Essas gata é um estorvo. — Disse Megumi a Naomi.
— O que você disse? — Shino se aproximou das duas com um olhar mortal.
— Eu? Nada, não é Naomi?
— É. — Disse Naomi revirando os olhos e se aproximando de Shu.
Todos entraram na limousine, as garotas conversavam entre si, Kiiro parecia meio deslocada, mas as garotas até a convidaram para se juntar a elas, o problema era que ela recusava, alegava que, não se misturaria com seres inferiores. Ela apenas conversava com Kino e olhava de forma debochante para as outras.
— Eu não aguento mais aquela mocreia nos encarando! — Disse Shino, prestes a explodir.
— Se acalme, ela deve ser apenas...hum...tímida? — Disse Skyle tentando, como se fosse possível, aliviar a barra de Kiiro.
— “Tímida”, Skyle-chan? Que eu saiba, cobras não são tímidas. — Questionou Megumi, que não estava em uma situação diferente de Shino.
Passado mais alguns minutos, a limousine finalmente parou, e o Chofer abriu a porta para os Sakamakis e as meninas. A “enchente” de garotas estava idolatrando a chegada deles, mas com uma pequena diferença, a multidão de meninas estava presente também do outro lado da rua, rodeando uma outra limousine, e, quando a sua porta se abriu, revelou os Mukamis.
Ruki foi a primeiro a sair, causando o delírio de muitas, e logo após ele, saiu Dianna, que logo se escondeu atrás dele, Yuma saiu depois deles e, junto a ele, estava uma bela garota ruiva, com cara de poucos amigos, ela logo encarou todas aquelas meninas e segurou firme na mão de Yuma, com um olhar do tipo: “Não toque no que é meu.”, algumas garotas até estremeceram com a ameaça visual mas outras pareciam prontas para acabar com a ruiva. Depois de Yuma veio Kou, que lançava beijos para todas as garotas, e por último Azusa, que também foi muito aclamado.
— Laito-kun, eles também têm fãs? — Perguntou Shino a Laito.
— Infelizmente, sim. E não são poucas. — Disse Laito aparentemente frustrado.
— Ayato-sama, porque todas essas meninas estão gritando seu nome desesperadamente?
— Digamos que eu sou muito requisitado, Megu.
— Não gosto disso! — Disse Megumi, inflando as bochechas.
— Ninguém gosta Megumi, ninguém gosta. — Disse Naomi, de olho em Shu.
O sinal bateu, e cada um foi para sua sala, mas Shino teve que ser arrastada. Megumi foi posta na sala do segundo ano 1, assim como Kanato e Yui, Kiiro ficou na 3, junto a Laito e Kino, já Naomi ficou no sala do terceiro ano 2, junto a Reiji.
Passado os três primeiros horários Shino já estava farta e não parava de se queixar e já ninguém a aguentava.
— Laaaaaito-kun, eu odeio a escola, já posso ir para casa? — Ela disse se pendurando nele.
— Não Shi-chan, ainda é apenas hora de almoço.
— Que porcaria. — Shi e Laito foram de encontro aos outros Sakamaki na cantina enquanto Kiiro e Kino subiam até ao telhado da escola.
— Kino-san! — Yui chamou fazendo um gesto para que ele se sentasse junto dela.
— Oi Yui-chan, vejo que recebeu o bilhete. — Kino disse com o maior dos sorrisos se sentando no banco de madeira.
— Recebi sim, eu fiquei muito surpresa quando Kiiro-san veio entregá-lo no intervalo.
— Eu só queria lhe dizer que eu não sou como meus irmãos, eu tenho sentimentos. E eu a amo, Yui-chan. — Kino disse colocando uma mão no rosto da loira.
— K-ki-kino s-san? — Ela balbuciou toda vermelha.
— Eu me apaixonei assim que a vi, Yui-chan, você foi feita para mim. — Disse Kino agarrando de leve o queixo da outra a forçando a olhá-lo nos olhos.
— Kino-san…!
Enquanto isso Kiiro ia dando uma ou outra espreitadela do seu esconderijo, atrás da porta de acesso ao telhado.
— Se você me aceitar, eu ficarei sempre do seu lado e a defenderei. Por favor, me deixe estar lá para você, eu posso acabar esse inferno!
— E-eu não sei o que dizer… Eu mal o conheço, Kino-san. — Yui gaguejou tremendo ligeiramente. — M-mas eu não desgosto de você. Eu não me importaria de ficar com você pelo resto da minha vida.
— Eu fico feliz que meus sentimentos possam ser correspondidos.
— Kino-san, eu mal sei o que falar… Eu pensei que teria de arrumar um jeito de sobreviver por mim própria, mas agora tenho você.
— É… Você tem a mim. — Kino disse cruzando os dedos da mão direita atrás das costas e aproximando seu rosto do dela. — Eu vou beijá-la agora, Yui-chan.
— O-o-ok…! — Yui fechou os olhos e se aproximou mais um pouco dele.
Kino colocou seu outro braço em volta do pescoço dela e a beijou.
Kiiro se remexia atrás da porta, amassava a sua saia e distribuía o peso de seu corpo, ora num pé ora no outro.
Ela não entendia porque sentia aquela ansiedade sufocante, a sua vontade perturbadora de gritar e bater em alguém, a dor e o aperto no coração.
Kiiro suspirou, limpou as lágrimas e sorriu, afinal seu mestre tinha dado mais um passo em direção ao seu objetivo.
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