História Photograph - Memórias Vazias - Vida Quase Normal.

Pela janela do táxi eu via o prédio ficando para trás, ainda consegui ver o Ed por alguns instantes parado na porta do prédio. Mas eu tinha que ir embora, minha vida no Brasil me esperava.

Avisei ao meu pai que estava embarcando. No voo, o mesmo de sempre, dorme, acorda, lê, troca de avião, dorme, acorda...

Quando eu desembarquei, meu pai já estava me esperando e me levou direto para a casa:

- Te vejo amanhã no escritório.

Mas é claro que eu não teria nenhum dia de descanso. Dormi até mais tarde com as crianças na casa do pai, sendo assim não teria que levá-las á escola.

Acordei e logo fui ao escritório, coloquei o celular para carregar no computador e vi que tinha uma mensagem, mas não era do Ed.

Número desconhecido: Hey, você foi embora tão rápido que não deu tempo de te entregar meu presentinho para você!

Número desconhecido: Me passa o seu endereço que eu  te mando por correspondência.

Não fazia ideia de quem era, mas decidi passar o endereço da minha casa, vai que minha mãe acha legal e não encana tanto de me deixar ir para lá nas próximas vezes, isso é claro, se houver próximas vezes.

Então quando eu mandei o endereço, apareceu a foto da Taylor. Gente, ela á tão linda, tem como alguém odiar essa mulher? Meu Deus, e agora eu era amiga dela. Puro sonho realizado.

O Erick levaria as meninas para casa, eu estava morrendo de saudade delas. Trabalhei bastante para compensar o tempo que fiquei fora e não levar trabalho para casa. Á noite, Ana e Catarina chegaram.

- Mamãe, o que você trouxe para mim?  - Ana perguntou sem nenhuma cerimônia.

- Ah filha, desculpa, não deu tempo de comprar nada... Mas me lembro de que comprei um brinquedo para você antes de viajar. Cadê ele?

Já Catarina veio correndo me chamando, me abraçou e mostrou com entusiasmo a boneca que havia ganhado na semana anterior. Erick sentou no sofá e eu fiz uma cara tipo: “O que?”.

- Não se preocupa, eu já vou... E você? Como foi sua viagem?

- Então, fiquei na casa do Ed, o Justin apareceu por lá e depois nós fomos á Nova Iorque e eu conheci a Taylor.

- Nossa! Esse Ed parece ser demais. - Ele desdenhou.

- Demais é a Taylor. Você acredita que ela vai mandar um presente para mim?

- Esse Ed é bem famoso né? Pesquisei na internet.

- E a Selena estava lá também, a gente conversou. - Me animava ao lembrar dos detalhes.

- Parece que ele tem uma música que está na novela das nove.

Mas que saco, eu ali impressionada com tudo o que aconteceu na casa da Taylor e o Erick só sabia falar do Ed, mesmo assim não disse nada e ele continuou:

- Mas não vi nada demais nele, nem bonito ele é. Ainda não entendi porque todo mundo ama ele...

- É sério isso? – Eu interrompi – Eu estou aqui falando do Squad de Taylor Swift e você só sabe falar que o Ed é feio? Você não estava nem aí para o que eu falei, como sempre né?

Eu fui á cozinha e ele me seguiu, sentando-se nas banquetas do outro lado da bancada.

- Desculpa, é que, é a primeira vez que você vai viajar sem elas e com outra pessoa.

- E é claro, você precisa diminuir a outra pessoa ao invés de se concentrar nas suas qualidades e se destacar por elas. Como sempre não é?

- Eu não fiz isso. Você não enxerga as minhas qualidades, todo mundo é melhor do que eu em sua opinião.

- Sabe, o que você não percebe é que você dizer que ele é feio não faz de você mais bonito. Falar que outra pessoa não me dá atenção não faz de você mais carinhoso.

Ele estava visivelmente irritado.

- Eu não faço isso. Você nunca vê e nunca viu o esforço que eu faço por você.

- E só para você saber: ele é lindo!

- Vai lá ficar com ele então. – Ele sorriu irônico.

- Acredite, se eu pudesse, eu iria.

Não falei mais nada e fiquei fazendo alguma coisa para as meninas comerem, Erick também não falou mais nada e logo Ana o chamou para brincar. Mas tarde ele pediu que ela abrisse a porta e foi embora. Não nos falamos mais.

No dia seguinte, o de sempre. Levei-as á escola, fui trabalhar, e á noite já em casa, estávamos brincando de massinha quando a campainha tocou. Desci e vi através das frestas do portão um carro branco parado. Quando eu abri o portão, não pude acreditar, para minha surpresa era o Ed.