História Photograph - Memórias Vazias - Hora Do Almoço.

- Eu gosto mais de hambúrguer, pizza ou outra porcaria, mas como boa anfitriã, me sinto na obrigação de lhe apresentar a Feijoada.

- Pizza! – Ele Sorri.

- Pois é. – Eu ignorei - Bom, a feijoada é típico brasileiro, veio dos escravos que faziam o prato com os restos de comida dos seus senhores, logicamente foi aperfeiçoada e agora, pelo menos aqui, só as carnes nobres do porco fazem parte do prato.

-Fei... O quê?

- Feijoada! – Disse sem muita paciência de repetir.

- Pizza é bem mais fácil de falar.

- Concordo! – Digo rindo.- Mas é difícil de achar uma boa pizza esse horário.

- Bom, eu sou  gordo e você como faz?

- Pra?

- Ficar magra comendo pizza e hambúrguer?

Eu logo pensei nas decepções que me faziam perder a vontade de comer tudo  o que eu mais gostava, dos meses em que fiquei mal, emagreci quase 10 kgs nessa época e por algum motivo, o cara que eu gostava e que havia me magoado me veio na cabeça, pensando nele eu praticamente vi ele, alto e terrivelmente bonito, como na música da Taylor Swift, passando pela porta e me vendo ali com outro. Fico no mundo da lua.

Quando percebi, o Ed estva passando as mãos na frente dos meus olhos.

- Oi! Ainda estou aqui.

- Desculpa. – Eu fiquei um pouco envergonhada – Me perdi aqui. – Balancei a cabeça rapidamente tentando esquecer.

 - Você é boa no que faz. Tirou o Stu do sério.

- Ah! Me desculpe, só queria fazer meu trabalho bem feito. Acabei de tirar a licença para advogar, preciso que os clientes confiem em mim.

A comida chegou.

- Couve? Odeio couve. Sei que faz bem mas pra  mim...

-Melhor! Sobra mais. – Desdenhei bem satisfeita.

Quando estávamos comendo, vieram duas meninas falar com ele.

- Vocês querem que eu tire a foto?

Prontamente levantei e tirei a foto dos três. Ele devia ser demais mesmo porque os olhos delas brilhavam muito e uma delas, após o beijo e abraço que ganhou, saiu chorando.

Ao sair do restaurante Ed se despediu delas e desejou que tivessem um bom almoço.

Meu Deus, como ele era simpático. Sempre rindo e perguntando sobre tudo.

Conversamos pouco, pois o restaurante que estávamos era perto do Espaços das Américas, local onde ele encontraria o Stuart.

- Está entregue! Não vai mais morrer de fome.

- Oh! Sim, obrigado.

- De nada. Prazer em conhecê-lo.

- Pode acreditar, o prazer foi meu, moça que me levou pra comer couve. – Ele sorriu como uma criança.

Ele estendeu a mão e eu o cumprimentei. O mesmo sorriso de mais cedo. Me lembrei que há algum tempo não conversava com outras pessoas, ou um homem que fosse gentil com as pessoas, eu tinha passado por tanta coisa que tinha perdido a fé nas  pessoas.

Soltei a mão dele, um pouco envergonhada por ficar no mundo da lua tantas vezes com ele na minha frente.

- Até mais. – Ele se virou e foi saindo do carro.

- Até. – Eu disse sem entender muito bem. Infelizmente eu não achava que fosse possível encontrar ele novamente, mas ainda sim respondi.

Cheguei em casa já contando as novidades para minha mãe, que ficou super feliz.

- Nós lutamos tanto para você chegar aqui. – Então ela veio com mil histórias de quando eu era pequena, de quando ela havia se separado do meu pai, deu mil conselhos.

No escritório, meu pai ficou super orgulhoso.

- Te ensinei certin... te ensinei certin... – Ele cantarolava  - Agora vamos dividir isso aí.

- No  way, no way no... – Respondo à altura, cantando uma música melhor.

Mas a noite, na hora de dormir, eu pensava nele,  o que fazia de Ed tão especial, sempre gostei de ruivos no  geral, em Harry Potter meu preferido era Ron, gostava da amiga da Tay, a Abigail, ruivos me passam confiança, seria ótimo ter uma amiga para conversar... Para conversar sobre o Ed, sobre o Ricardo (meu ex que eu nem sabia se podia chamar assim), sobre como perdi a fé nas pessoas, e sobre como Ed em um dia a recuperou, sobre como ele não saia da minha cabeça.