História Photograph - Memórias Vazias - Mas Do Que Amigos.

- Boa noite. – Liam me deu um beijo na testa – Eu estou tão cansado e bêbado... Vou dormir.

- Boa noite. – Desejei rindo.

Eu entrei no quarto e pensei em tomar banho, mas e minhas roupas? Droga, eu não tirei a mala do carro e Kevin foi embora. Esse negócio de viagem era uma merda mesmo, ainda mais para uma pessoa esquecida como eu. Deitei na cama pensando em tudo isso, penso no que fazer, até que Ed entrou:

- Trouxe uma coisa para você, acho que você vai precisar. – Era minha mala.

- Porque você sempre me salva?

- É um dom natural. – Ele sorriu e piscou para mim, mas logo o sorriso dele se apagou – Se precisar de mim, estou lá embaixo. 

Eu balancei a cabeça e ele saiu.

Eu fui tomar banho. Meu Deus! Ele tinha uma banheira... Meu pai sempre teve banheira em casa, mas eu nunca pude usar, minha madrasta fazia jus à primeira sílaba da palavra madrasta.

O banheiro era como toda a casa, branco, clean e em mármore. A pia era branca e grande. Tomei um banho e escovei os dentes.

Deitada na cama, decidi checar as redes sociais antes de dormir, quando vi no Facebook uma foto do Ricardo dizendo que “ela” o fazia feliz, na foto ele estava com uma garota, a nova namorada dele.

As lágrimas caíram instantaneamente e em poucos minutos eu já desaguava de chorar no travesseiro. De repente, veio um estalo na minha cabeça que eu não estava na minha casa e que pela manhã teria que encarrar os meninos e que se eu chorasse e fosse dormir iria parecer que eu apanhei, porque meus olhos inchavam muito, tinha que parar de chorar e pensar.

Fui até o banheiro, lavei bem os olhos com água fria e me olhei no grande e iluminado espelho que tinha no banheiro. Quanto mais eu me olhava mais idiota e burra eu me achava, doía demais, parecia uma escola de samba, parecia uma multidão do carnaval passando por cima dos meus sentimentos, respirei fundo e olhei para o reflexo.

- Preciso parar de chorar.

Lavei o rosto novamente com a água mais fria que eu pude. Sai do banheiro.

Quando eu estava quase chegando ao quarto, eu ouvi um barulho de alguma coisa quebrando na cozinha e desci para ver o que era. Olhei para o sofá e o Ed não estava deitado, fui direto para a cozinha e ele estava pegando alguma coisa na geladeira.

- Hey, está tudo bem? Eu ouvi um barulho...

- Ah! Eu quebrei um copo, mas já cuidei disso. E com você está tudo bem? Sua voz está...

- Eu estou bem, só vim pegar gelo, bati o dedo do pé na cama.

Ed se aproximou, ele segurava um copo com gelo e umas rodelas de limão.

- E é esse o motivo dessa lágrima aí no canto do olho?

Eu limpei mais que rápido, ele tirou um gelo de dentro do copo e me deu.

- Se bem que eu duvido que seja só isso.

Ele saiu em direção á sala e bateu no arco da porta da cozinha.

- Deixa eu te ajudar ou você vai acabar quebrando a casa toda.

- Eu estou ótimo, mas... – Ele segurou na minha cintura – Eu aceito sua ajuda.

Levei ele até o sofá, ele colocou o copo em um descanso que havia no braço do sofá.

- Tenho que beber muito depois do que você falou para o Harry.

Ele me puxou e eu cai no sofá por cima dele.

 - E o que foi que eu falei para o Harry? Ah! Da Taylor, desculpa...

- Que nós – ele ria – Somos amigos.

- E nós somos amigos. – Me levantei e sentei do lado dele.

Ele me puxou novamente, me deitando no sofá.

- Mas nós não somos só amigos.

- E o que você queria que eu falasse? Oi, eu sou a Júlia e eu sou mais do que amiga do Ed?

- Exatamente. – Ele disse rindo.

Eu balancei cabeça sem entender e ele se ajeitou no sofá junto comigo, me segurando firme para eu não cair.

- E qual seria o motivo desse sorriso falso e essa lágrima no canto do seu olho?

- Nada não. – Eu suspirei fundo.

- Pra mim? Você quer me enganar que não estava chorando? – Ele me abraçou – Pode chorar aqui comigo se você quiser, tudo bem chorar, até meu pai chora às vezes.

Dessa vez, por mais que eu quisesse chorar, eu travei, não conseguia.

- O Ricardo está namorando. – Eu suspirei.