História Photograph - Memórias Vazias - Harry's Sofa.

Eu não conseguia chorar, mas fiquei parada do jeito que ele me colocou, fiquei ali só sentindo o cheiro dele que aliás era bom, muito bom.

- Sabe o que você deveria fazer?

Eu olhei para ele, naquele momento eu estava aceitando qualquer conselho.

- O que?

- Você deveria dar o troco. - Não sei porque mas achei que ele sorriu como uma criança que estava prestes a fazer uma travessura.

- Dar o troco? Que infantil Ed. Como o Senhor acha que eu deveria fazer isso?

Eu estava deitada no sofá com a cabeça no braço direito dele, que eu senti descer pelas minhas costas e me segurar mais firme e a mão esquerda me soltou, indo até o meu rosto.

- Assim.

Ele me beijou e para ser sincera, eu não estava esperando isso, mas acabei retribuindo. Ele começou me beijando devagar mas nossa respiração foi ficando cada vez mais ofegante e acho que isso acabava fazendo a gente se beijar mais.

Nós já estávamos nos beijando há alguns minutos e a nossa respiração já havia passado de ofegante para leves e breves gemidos. Eu sabia exatamente onde isso ia dar, ainda mais depois que ele colocou a mão por baixo da minha blusa.

Eu não esbocei nenhuma reação, continuamos nos beijando e ele fazia carinho nas minhas costas, por baixo do meu pijama, então foi exatamente o que eu imaginei, eu acho que ele estava procurando o fecho do meu sutiã, porque quando ele não achou como abrir pela parte de trás, porque o fecho era na frente, ele desceu com as mãos pelas minhas costas da mesma forma pela qual ele havia chegado àquele ponto.

Assim,  que ele percebeu que o fecho era na frente e começou a passar a mão na minha barriga, nós não paramos de nos beijar nem um segundo e eu cada vez menos me importava em impedir ele.

Quando ele achou o fecho do meu sutiã, abriu o mesmo sem nenhuma dificuldade e me deu uma leve mordida no lábio inferior. Eu já não conseguia ou não queria que ele parasse.

"Eu desisto, vai ser aqui mesmo no sofá do Harry." - Pensei.

Ele deu um leve gemido e quando eu pensei em fazer alguma coisa, eu ouço um barulho.

- Shiu! - Ed colocou o dedo indicador na minha boca.

Eu levantei a cabeça para ver o que era: ou melhor, era o Louis.

- É o Louis!

Ed riu:

- Ele é sonâmbulo.

Ele falou tão alto que foi a minha vez de colocar o dedo indicador nos lábios dele.

- Shiu! Fala baixo que ele vai ouvir.

Ele cantarolava alguma coisa.

- O que ele está cantando?

- Sei lá. - Ed continuou rindo.

Louis pegou alguma coisa na geladeira e subiu.

Ele tirou o meu dedo indicador da boca dele e me beijou.

- Então, acho bom eu aproveitar e subir.

Quando eu levantei, ele me segurou pelo braço e me puxou de volta para o sofá.

- Você tem que parar com essa mania de me puxar para tudo quanto é canto.

- A culpa é toda sua, você sempre vem quando faço isso... Olha só... Fica aqui comigo. A gente nunca dormiu separados, não vai ser hoje que você não está legal que você vai dormir sozinha.

Tive que concordar.

- É, mas, é melhor. Está todo mundo aqui... Esse é o sofá do Harry.

- Você está com medo?

- Não é medo... Eu só...

- Tudo bem - Ele se ajeitou - Eu prometo que eu vou me comportar. Vou deixar você... Chorar... Em paz... Por causa de outro.

- Nossa como você é dramático.

Eu o beijei com mais calma depois do quase flagra, ele me ajeitou em seu peito e logo dormimos.

A sala do Harry não era tão clara, acho que a cortina tinha blecaute ou alguma coisa do tipo, mas acordei com o cheiro de café fresco e o barulho da garrafa térmica fazendo chá. Quando abri os olhos, Harry estava sentado em cima do encosto do sofá, olhando para a gente:

- Amigos? Até parece.

Eu não sabia direito o que estava acontecendo e olhei para o frente, vi o Ed, dormindo, lindo, eu passei a mão no cabelo dele e só me veio na cabeça: será que eu vou conseguir não me apaixonar?

Quando eu estava com ele isso era constante na minha cabeça. Me levantei um pouco envergonhada, fui até a cozinha, não conseguia saber o que fazer, não tinha nada na bancada além da garrafa. Harry bateu no vidro e me chamou para o deck.

Era a parte de trás do jardim que eu havia visto logo que chegamos. Eu abri a porta, ele fez sinal para que eu me sentasse e me entregou uma xícara.

- O que está acontecendo entre você e o Ed?