História Photograph - Plan

Jeon Jeongguk

Eu ainda estava surpreso e chocado com o que havia acontecido mais cedo na escola. Eu sabia que minha prima nunca fora uma boa pessoa, e sempre soube o que ela fazia com algumas pessoas que entravam em seu caminho, mas nunca pensei que uma dessas pessoas fosse Jimin.

Eu me sentia mal só de lembrar o quão abalado ele ficou só por ter visto ela.

O pior é que não posso fazer nada a respeito, eu queria poder ter ajudado, mas além de estar estático eu tinha medo. Não conseguia nem imaginar a situação que seria se ela contasse contar para meus pais que que também gosto de garotos, minha vida viraria um inferno, tendo que ouvir todo aquele discurso ridículo de como isso afetaria a aparência da nossa família, isso traria um grande prejuízo para as ações da nossa empresa, porquê "os acionistas não iriam querer investir numa empresa com uma imagem suja".

Tudo isso é um nojo, meus pais vivem pela aparência e pelos status; não pelo amor e bem estar da nossa família. Eles nunca pararam para se preocupar comigo, na verdade eles nunca me perguntam se eu estou bem ou como estou na escola. Contanto que eu esteja tirando boas notas na escola e não apronte nada está "tudo okay" para eles.

Não que isso me surpreenda, eu já me acostumei com isso. É uma merda eu sei, mas tenho a companhia dos meus amigos e isso importa para mim.

— Ya, Jeongguk! Você está calado e quieto a mais de meia-hora aí, não vai jogar mais? É por causa do que aconteceu hoje na escola? — Yug perguntou-me visivelmente preocupado.

Yugyeom e Bambam são meus amigos de infância, sempre fomos vizinhos, então sempre brincávamos juntos, mas o que mais me surpreendeu, foi quando eles começaram a namorar. Eles sempre pareceram bem mais próximos um do outro, e eu seus pais aceitaram bem o relacionamento. Mas já os meus... desaprovam totalmente.

"Esse tipo de amizade não faz bem a você Jeongguk, eles são má influência, o que as pessoas vão pensar se ver o herdeiro de Jeon Shin Young tem amigos homossexuais? Isso seria um escândalo!" Isso é o que minha mãe sempre diz.

— Sim, é por causa do que aconteceu hoje — respondi-lhe calmamente, vendo ele e seu namorado trocarem um olhar de compreensão.

— Mas não foi sua culpa, Jeongguk — suspirou pesadamente e pausou o jogo que estava rodando na tv.

— Eu sei que não saeng, mas eu ainda não consigo acreditar que minha prima fez algo contra o hyung. Por mais que eu não seja muito amigo, eu me senti mal quando vi sua reação — me ajeitei no sofá, encostando a cabeça no encosto acolchoado.

— Foi muito chato mesmo Gguk, eu não imaginava que ela pudesse ter feito algo contra ele. Nós conhecemos a Yang faz anos, eu não imaginaria que ela conhecesse o Jimin. Mas eu acho que deve ter coisa muito pior por trás disso tudo, entende?

Assenti de olhos fechados, soltando um suspiro em seguida.

— Eu vou perguntar minha prima depois, agora eu prefiro ficar um pouco sozinho se não se importam — passei a mão pelo rosto.

Ainda podia ver a cara de espanto e pavor de Jimin ao ver minha prima. Me senti um idiota por não fazer nada.

— Tudo bem Gguk, nós vamos embora; mas qualquer coisa liga pra gente tá?

Abri os olhos. O maior estava guardando seus pertences na mochila, e logo levantou-se do chão e BamBam levantou em seguida.

— Pode deixar que eu ligo sim, obrigado — sorri de leve para eles, os acompanhando até a porta.

— Vamos amor, tchau Jeon - recebi um abraço de BamBam e um tapinha nas costas do Yugyeom.

Lancei-lhes um breve aceno quando os mesmos saíram pela porta.

Me joguei no sofá após desligar o videogame e colocar o pote com o restante de pipoca e os copos na cozinha. Apoiei minha cabeça na almofada e fechei os olhos e tentei descansar a mente por alguns minutos.

— E ai priminho! — Yang-Mi me tirou de meus devaneios e se jogou em cima do meu corpo no sofá.

— Argh! O que você está fazendo? Saí de cima de mim garota! — bufei irritado e a empurrei de cima de mim, fazendo com que a mesma se levantasse.

— Aigoo! Porque está me tratando assim priminho? — fez uma voz fina, extremamente irritante, cruzou os braços sobre os seios e fez bico.

Diferentemente do Tae ou Jimin, ela não ficava bonita agindo desse jeito, chegava a ser irritante.

— Você ainda pergunta? Não se faça de idiota Mi, você sabe muito bem o porque de eu estar assim! — respondi-lhe ríspido, não estava com saco para os joguinhos dela — O que foi aquilo mais cedo na escola?

— Ah... Isso? Nada demais Gukkie, aquele idiota só se assustou, só isso — o tom de deboche é extremamente perceptível em sua voz.

— Não se faça de idiota Mi, eu sei muito bem que tem coisa por trás disso tudo, pode falar.

Eu sabia que estava sendo grosso, mas ela teria que abrir o jogo para mim.

Então ela contou, tudo, desde o início. Confesso que achava que nada vindo de prima poderia me surpreender, mas isso já passava dos limites. Não achei que ela poderia ser tão baixa a esse ponto.

Logo depois elas veio falando umas coisa meio sem sentido, e eu queria dar um basta nisso tudo.

— Diga logo o que você quer Mi, estou com dor de cabeça, tenho que certeza que você não veio aqui para conversar comigo e eu tenho alguns trabalhos da escola pra adiantar — passei a mão pelo rosto, numa tentativa falha de não me estressar. O que foi inútil.

— Então... Eu queria pedir um favorzinho oppa — fez uma voz "fofa" e sorriu em seguida. Naquele momento eu sabia que sobraria para mim.

— E o que você quer? — engoli em seco.

 — Então, eu sei muito bem que aquele idiota gosta de você, e eu vou tirar proveito disso.   

— Como... Você sabe disso? — questionei-a com o cenho franzido.

— Digamos que eu tenho um certo "contato" na sua escola. Eu sei muita coisa que acontece lá, sei da sua paixonite por Kim Taehyung, sei até daquele seu amigo Seokjin, que é pobre e bolsista. E sabia muito bem que Park Jimin estuda lá, e fui de propósito só pra ver a cara daquele imbecil, e confesso que me senti muito bem ao ver que ainda causo aquele tipo de reação naquele merdinha.

Yang-Mi é pior do que eu pensava, eu pude constatar depois de suas palavras frias e cruéis.

— Enfim, quero que você conquiste o Jimin para mim. Faça o que for preciso, fique, namore, se declare pra ele se for preciso e depois de ele estar completamente caidinho por você, você vai largá-lo. Vai deixá-lo sozinho e vai ser o momento certo para dar continuidade ao meu plano — deu uma risada irônica.

— O que?! Você ficou louca por acaso? — perguntei arqueando as sobrancelhas e alterando a minha voz.

— Não grite oppa, vai assustar os empregados assim! — deu uma risada forçada e contida e depois chegou bem perto de mim, passando seus dedos por meus cabelos — Você vai fazer isso pra mim não é oppa? Eu sei que você vai... — sussurrou bem perto do meu ouvido, me deixando arrepiado quase instantaneamente.

— Q-quem disse que v-vou? — perguntei nervoso com sua aproximação. Engoli em seco.

Droga Jeongguk! Porque você tinha que gaguejar?

— Eu estou dizendo que você vai oppa... — se aproximou mais ainda e me deu um breve selinho, me fazendo arregalar os olhos.

— O que você está fazendo? Estamos em casa! Meus pais podem chegar a qualquer momento! — eu já suava frio.

Por mais que eu goste de garotos e já tenha ficado com outras garotas, sempre tive uma atração por minha prima. Ela, desde mais nova, sempre foi atraente, isso qualquer pessoas podia ver, mas ela nunca me deu uma chance sequer, e de repente vem se aproximando dessa forma, e o pior é que ela parecia saber direitinho o que está fazendo.

— Eles não vão chegar agora Gukkie, eles estão em uma reunião importante com meus pais, por isso vão demorar bastante tempo para voltar — deu ênfase a palavra 'bastante' e me empurrou para o sofá, fazendo-me cair sobre as almofadas.

Yang-Mi sentou sobre minhas pernas e pegou uma de minhas mãos e colocou sobre sua bunda, mordiscou meus lábios e me selou.

— Eu sei que você sempre me quis oppa, e se você fizer esse pequeno favorzinho pra mim, vai ter muito mais que beijos e mãos bobas — disse sugestivamente, sorriu e passou a rebolar levemente sobre meu quadril.

Senti meu membro se enrijecer levemente, mas tentei não focar nisso.

— Com qual objetivo você quer que eu faça isso noona? — minha voz saiu tremida. Odeio gaguejar.

— Bom, ou você faz isso por livre e espontânea vontade ou eu vou ter que contar aos meus queridos tios sobre sua sexualidade, e eu tenho certeza de que eles não vão gostar nadinha de saber que o filho deles é apaixonado por um garoto da escola, não é mesmo?

Cerrei os dentes com força, segurando um grito dentro de minha garganta. Eu sabia que tinha alguma coisa por trás disso que ela havia pedido. Já imaginava algo do gênero.

— Você não teria coragem — disse entredentes, com a voz um tanto alta e a empurrei de cima de mim, enquanto ela ria da minha cara de espanto e raiva.

— É você quem decide priminho, vai pegar ou largar? — sorriu e inclinou a cabeça de lado, fazendo uma expressão curiosa — Se você fizer, além de eu não contar para meus tios, você vai poder usufruir de tudo isso aqui — disse apontando para seu corpo.

Ponderei por alguns minutos pensando em sua proposta ridícula; eu temia que ela realmente contasse para meu pais e eu estaria ferrado. Seria deserdado e jogado na rua por causa disso.

— Tudo bem... Eu topo, faço — respondi-lhe e suspirei em seguida — Só... Não conta para os meus pais okay? — aceitei sua proposta, temendo que ela pudesse dizer alguma coisa.

— Ótima escolha oppa — deu uma risadinha e me puxou, colando seu corpo no meu — Preciso ir, mais tarde eu te mando uma mensagem para combinar direitinho como vai ser as coisas.

Ela sorriu e segurou meu rosto entre as mão. Inclinou seu rosto sobre o meu e beijou-me. Não um selinho qualquer, mas um beijo de verdade; com direito a língua e mãos bobas.

Quando a mesma me soltou eu estava quase sem ar. Foi um beijo inesperado e admito que foi muito gostoso.

— Não vejo a hora de fazer mais disso, Jeongguk.

Puxou meu lábio inferior entre os dentes e selou-me antes de ir em direção a porta da sala rebolando e sair.

Céus!

Eu.

Estou.

Fodido.

Com certeza ela tinha planejado tudo direitinho, ela sabia perfeitamente que eu aceitaria qualquer coisa para que eu meus pais não soubessem sobre minha sexualidade e eu caí feito um idiota em seu plano ridículo.

Agora eu não tenho escapatória, ela me tem nas mãos, e eu vou ter que ficar com Jimin, mesmo gostando do Taehyung.

Com certeza eu estou numa grande enrascada, e sinto que quem vai se dar mal nessa história sou eu.

•『 ♡ 』•

Kim Seokjin

— Taehyungie! Para de enrolar e fala logo o que você veio fazer aqui! Você está me prendendo nessa mesa a quase 30 minutos e eu tenho outros clientes para atender! — disse impaciente, rolei meus olhos pelo ambiente, vendo o local cheio de pessoas.

No período da tarde, o café se enche ainda mais, pois muitos alunos saiam da escola e vinham para cá.

— Aish, hyung. Eu gosto do Hoseok hyung. Pronto, falei — suas bochechas coraram levemente.

Soltei uma risada baixa, devido a sua reação e baguncei levemente seus cabelos, enquanto ele fazia uma cara emburrada.

— Ya! Todos nós já sabemos disso TaeTae, só o Hobi que não desconfiou de nada ainda, por ele ser bem sonsinho devo acrescentar. Todo mundo vê o quanto vocês estão caidinhos um pelo outro — observei Tae corar ainda mais, se é que isso é possível.

— Aish hyung... — o mais novo resmungou, fazendo um biquinho em seguida — O que faço para conquistar ele?

— Fácil, vai lá e fala isso pra ele oras! — respondi-lhe simples — Ele vai ficar envergonhado, mas vai corresponder, pois ele também gosta de você.

— Aigoo! Não sei como fazer isso hyung. Me ajuda? — Tae fez uma carinha fofa.

— Prometo te ajudar nisso TaeTae, mas amanhã, pois agora eu tenho que ir. Já que eu estou aqui a bastante tempo e daqui a pouco meu chefe vê e eu estou despedido e morto — sorri levemente.

— Obrigado hyung — sorriu quadrado — Até amanhã então, obrigado! — se levantou.

— Até dongsaeng! — acenei brevemente e ri em seguida.

Taehyung só tem tamanho, mas no fundo é só uma criança grande.

Me levantei da mesa da qual estava sentado, e comecei a atender algumas pessoas rapidamente. Eu sou bolsista da escola, de todos os meninos do nosso grupo, eu sou o único "não rico", por isso tenho que manter o foco nos estudos e ter boas notas para não perder essa grande oportunidade de estudar em uma das melhores escolas da Coréia do Sul e ainda por cima tenho que ajudar na renda de casa, então trabalho nessa cafeteria desde que me entendo por gente, desde que minha mãe me ensinou a cozinhar.

Assim que deu o fim do meu expediente, fui até o banheiro trocar o meu uniforme por roupas normais, para ir para casa.

Optei por cortar caminho por uma das pracinhas que ficavam perto de minha casa, já que não era muito tarde, mas me arrependi amargamente depois de ter visto aquela cena.

Namjoon estava beijando um outro garoto, que parecia ser rico e bem mais bonito do que eu.

Senti meus olhos marejarem quase que automaticamente, e tentei desviar meu olhar, mais foi inútil, Namjoon já havia me visto.

— J-jin hy-hyung? — sua voz saiu trêmula e ele estava quase tão branco de susto quanto seus cabelos platinados.