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História Photography — Clarina - Beijo de despedida.


Escrita por: Srta_Marie

Notas do Autor


Hey!!

Só peço que não julguem a Clarinha.

Capítulo 25 - Beijo de despedida.


Fanfic / Fanfiction Photography — Clarina - Beijo de despedida.

"Acabou, acabou." Clara repetia aos prantos, ela precisou chamar sua amiga naquela noite para ajudá-la a suportar tudo aquilo. Clara desabou nos braços de Luísa.

   "Oh, meu amor, eu sinto muito." Disse Luísa ao alisar os cabelos de Clara. "O que eu não faria pra tirar essa dor de você?"

   "Ela vai embora e eu não posso impeli-la. Por que as coisas têm que ser assim?" Clara estava inconsolável, sua dor era imensurável.

   "Infelizmente a vida não é um conto de fadas, Clara, mas ela também pode ser boa. Obstáculos existem para torná-la mais interessante, para aprendermos a ultrapassá-los e tirar um aprendizado disso tudo." Luísa segurou o queixo de Clara e suspendeu seu rosto de modo que pudesse encará-la nos olhos. "Não chore, tudo irá se resolver, de um jeito ou de outro, mas irá."


                               ***

  

   Marina entrou em casa igual a um furacão e subiu as escadas correndo para seu quarto. Lembrou que Edu estaria na casa de Gisele brincando, aproveitou para por toda a dor para fora. Marina apoiou a mão sobre alguns objetos em cima de sua cômoda e os jogou todos no chão. Ela não se perdoava por ter magoado Clara, apesar de saber o porquê de ter tomado tal decisão.

                                                                      ***

   O dia seguinte havia chegado e ambas as mulheres precisariam se encarar.  "Oi." Disse Marina ao entrar no escritório de Clara à tarde, constatando que a morena não havia tido uma boa noite anterior.

   "Marina, não precisava ter vindo hoje, não há nenhum trabalho." Clara manteve seu olhar direcionado ao monitor, forçando interesse em algo para que pudesse evitar o olhar de Marina.

   "Eu sei." Respondeu aproximando-se. "Eu vim porque precisava ver você." Parou em frente a mesa de Clara.

   Com os olhos marejados, Clara fixou seu olhar em um ponto fixo ao lado da mesa. "Já viu."

   "Não faz assim, meu amor." Marina agachou-se ao lado da cadeira de Clara e tomou sua mão. "Ei, olha pra mim... por favor." Com muito esforço, Clara o fez. "Não podemos ficar assim."

   "E o que você quer que eu faça? Você vai embora em uma semana, e eu preciso aceitar. Da mesma forma que tenho minha vida profissional toda aqui, você terá a sua lá. Poderá ficar um ano ou até mesmo mais." Clara suspirou. "Eu não vou te pedir pra ficar, eu jamais faria isso, é a sua vida, são suas escolhas. Só me resta aceitar e ficar feliz por você."

   "Clara, eu..." Meirelles pensou em dizer algo, mas desistiu. "Nada."

   "No fundo você sabe que estou certa." Suspirou. 

   Marina deslizou para mais perto de Clara, segurou em seu rosto e passou o polegar sobre aqueles convidativos lábios. "Me beija?" Pediu. "Vamos esquecer tudo isso por um instante?"

   "Não." Disse em resposta, afastando a mão da loira. "Eu não posso."

   "Ok." Marina disse saindo de seu lugar. "Vejo que só estou piorando as coisas. Eu só não queria partir assim, merecíamos uma despedida."

   "Eu não sei o que dizer, Marina."

   "Eu entendo. Bom, estou indo nessa."


                                 ***


   "Meu Deus, Marina. E agora?" Gisele interrogava sua amiga a respeito do que estava acontecendo.

   "E agora é tudo aquilo que eu te falei. Estou muito mal com isso, ver Clara nesse estado me parte o coração. Eu só espero que sábado chegue rápido." 

   "Você já conversou com Eduardo?" 

   "Sim, ele já está avisado de tudo. Também já conversei na escola, deixei algumas coisas avisadas." Marina olhou para os lados, pensativa, e logo voltou sua atenção para o rosto de sua amiga. "Vai dar tudo certo, não vai?"

   Gisele assentiu em resposta.

   "Tem algo que eu quero te mostrar."

   "Não me diga que..." Gisele arregalou os olhou e cobriu sua boca.

   "Sim!" Marina disse em resposta. "Vem ver como ele é."

                           ***


   Meirelles tratou dos últimos assuntos pré viagem. A semana passou arrastando-se , torturando, cada dia que passava trazia consigo uma angústia maior para o coração de Marina e Clara. Marina foi liberada por Clara de alguns contratos que a loira teria que cumprir, ela estava totalmente desprendida da empresa. 

   Era sexta-feira à noite, Marina embarcaria no dia seguinte. O celular de Clara tocava insistentemente.

"Você não vai atendê-la?" Luísa e Clara haviam ido a um bar tomar alguns coquetéis, Clara estava dando seu melhor para esquecer que o amor de sua vida estaria partindo no dia seguinte.

   "Eu não vou atendê-la, eu deveria?"

   "Ela estará indo embora amanhã, apenas lembre-se disso e decida." 

   Depois de algumas insistências, o aparelho parou de tocar. 

   "Viu? Ela já desistiu, não estava assim tão a fim assim." Disse Clara antes de dar um gole em sua bebida.

   "Clara!" Luísa balançava a cabeça. "Ela te deixou vinte e seis chamadas perdidas! Isso é não estar a fim?" Antes que Clara pudesse abrir a boca, seu celular voltou a dar sinal de vida. Era um sms de Meirelles.

   'Estou na frente da sua casa, vem me encontrar.'

   "Vai, Clara, vai! Vocês precisam desse último momento." 

   Sem pensar em nada além, Clara deu um último gole em sua bebida e partiu de encontro a Marina. Quando chegou em sua rua, pôde avistar uma linda imagem; era Marina Meirelles sentada na escadaria da frente. Clara sentiu suas pernas fraquejarem, a coragem teimava em lhe deixar. Coragem, Clara Fernandes, Coragem. Repetiu para si antes de prosseguir.

   "Oi" Aquela voz rouca inigualável fez Marina levantar sua cabeça e esboçar um de seus mais lindos sorrisos, deixando Clara sem ar.

   "Clara, que bom que você veio." Marina disse no instante que fez menção de se levantar, sendo cortada por Clara quando a morena tomou um lugar ao seu lado.

   "Confesso que eu não viria, mas Luísa me convenceu." 

   "Eu faria plantão até que você aparecesse." Marina argumentou. "Uma hora você teria que entrar ou sair de casa."

   "Você tem um ponto." Clara sorriu. "O que a traz aqui?"

   "Eu embarco amanhã às oito e meia da manhã, então... eu queria me despedir." Marina procurou os olhos da morena, mas não o encontrou. Clara mantinha sua cabeça baixa, focando em um ponto qualquer no chão.

  "Uh, é.. tão cedo?" Perguntou, sua voz era baixa e cortante.

  "Sim." Marina afirmou. "Clara..." Marina tentou tocar a mão da morena, mas Clara não permitiu. "Por favor, não faz assim. Nos permita esse momento juntas..."

   "Marina." Disse Clara, agora encarando a loira nos olhos. "Eu nunca pensei que fôssemos chegar a esse ponto, em vários sentidos. Eu não procurei me apaixonar feito louca por você." Clara fez uma pausa, tomou fôlego e continuou. "Eu também não imaginei que terminaríamos assim." 

   "Não tem que ser o fim." Marina insistiu. 

   "Mas está sendo. E está doendo, Marina." Clara admitiu após permitir que uma lágrima escorresse de deus olhos.

   "Meu amor.." Meirelles disse calmamente enquanto usava as costas do seu dedo indicador para secar a pequena gota d'água. "Lembra quando você me pediu para não se perder de você? Pois então, eu não me perderei."

   Clara forçou um sorriso. "Eu queria muito acreditar." A morena aproximou calmamente sua mão dos cabelos de Marina e o afagou.

   "Está um ninho só." Marina disse sorrindo, arrancando uma risada de Clara.

   "Oh, eu vejo, assim como quando te conheci." Brincou. "Já sei o que enviar a você de presente no natal." Ambas compartilharam uma risada.

   "É tão bom vê-la sorrindo. Eu não sei se já disse isso a você, mas seu sorriso é a coisa mais linda que existe, acompanhado de sua voz."

   Clara corou ao elogio e não pôde evitar de sorrir novamente. "Obrigada." 

   "Você estará lá pra mim amanhã?" Marina perguntou com aflição.

   Clara se perdeu em pensamentos com aquela pergunta, ela sabia que ver Marina partindo iria despedaçá-la, contudo, ela não suportaria não dizer adeus. "Sim. Preciso me despedir de Edu." 

   "Só do Edu?" Marina perguntou na tentativa de obter mais de Clara.

   "E de você." A morena completou.

   "Você não vai mesmo me convidar pra entrar?" Disse Marina quebrando o clima estranho que havia pairado sobre elas.

   Clara riu ao comentário e se explicou. "Melhor não, ou do contrário eu não deixaria você sair."

  "Ok." Marina ergueu o braço e deu de ombros. "Perfeitamente compreensível." Disse rindo. "Eu poderia ao menos ter um beijo seu? Já faz dias..."

   Clara se mostrou relutante, ela não poderia fraquejar, não agora. "Você não po-" Clara teve sua conclusão interrompida por Marina, a loira agarrou seu rosto sem pedir permissão e lhe beijou. "Marina, por favor." Clara sussurrou entre o beijo, ainda relutante, ela estava buscando forças para interromper Marina.

   "Não me pede pra parar, Clara." Marina murmurou, ela não tinha a mínima intenção de interromper aquele momento. Clara logo cedeu e entregou-se aos beijos de Marina. Nos pequenos degraus brancos presentes na fachada da casa de Clara, as duas mulheres se beijavam como duas adolescentes na frente do portão. Desta vez, era um beijo apaixonado, porém amargo, com sabor de despedida. Marina segurou forte os cabelos da morena na altura da nuca e tentou intensificar o beijo, sem sucesso, Clara a interrompeu.

   "Se você fizer isso terminaremos em minha cama e, posteriormente, mais machucadas."

   "Desculpa, você tem toda razão."  Marina passou os dedos entorno dos lábios para limpar quaisquer vestígio de batom que pudesse ter ficado ali e levantou-se. "Eu aguardo você amanhã, então. Estou contando com sua presença."

   Clara levantou e posicionou-se ao lado de Marina. "Eu estarei. Qual seu vôo?"

   Meirelles tirou de sua bolsa uma caneta preta e tomou uma das mãos de Clara. "TLK-020" Disse enquanto riscava na mão da morena. "Não esquece."

   Clara riu à atitude de Marina. "Qual o sentido de carregar caneta, mas nunca um bloco de anotações?"

  "Eu não sei." Marina confessou. "Até amanhã?"

   O semblante de Clara instantaneamente se fez triste. "Até."

                                                       

                              ***


   Durante o banho, Clara deixou a água do chuveiro cair sobre seu corpo e se misturar com suas lágrimas. Ela não entendia como o amor podia entrar, bagunçar uma vida e sair como se nada tivesse acontecido. Clara sabia que seu relacionamento com Marina havia acabado minutos atrás e que todos seus sonhos seriam deixados pra trás naquele aeroporto amanhã.

O telefone tocou, Clara encerrou o banho às pressas na esperança de ser um telefone de Marina.

  "Clara?"

   "Oi, é você." Clara logo viu sua empolgação descer ralo a baixo.

   "Sim, sou eu, sua melhor amiga e quase irmã. Desculpe se te decepcionei com minha ligação, querida."

   "Sem paciência para seus dramas hoje." Resmungou enquanto se enrolava na toalha e jogava-se na cama.

   "Que mal humor! Como foi com a modelo?" 

   "Péssimo. Eu fui o mais dura que pude, mas acabei cedendo a um... beijo." Bufou.

   "Isso é ruim?" Luísa indagou.

   "Nesse momento sim." Confessou. "Ela veio aqui pra me lembrar que ela estará embarcando amanhã bem cedo e me confirmou o horário."

   "E você vai estar lá pra vê-la partir? Não seria melhor ficar apenas com a lembrança do último beijo?"

  "Sim, eu irei. O que posso fazer?" Lamentou. "Sabe o que mais me machuca, Luísa? É nunca poder saber o que poderíamos ter sido."

                            ***


 Algum tempo mais tarde, em seu quarto, Marina ensaiava uma canção quando seu celular piscou a foto de Clara e ela constatou que havia recebido um sms da mulher. Marina o leu e releu várias vezes, sua vontade era correr de volta para Clara e lhe dizer coisas que fossem capazes de livrá-la da dor. Todavia, sem ter uma opção aparente, só pôde se torturar com a mensagem.

Meu amor, me faça acreditar que tudo é possível, pois eu temo que não amanheça se você se for.

                               C.



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