História Piece Book - Yuki...

Narrador-On

O dia está quase acabando, já era quase 20:30hrs, Law estava em casa, hoje ele apenas foi trabalhar por conta do feriado, Buggy estava meio bravo por conta do sobrinho, faltar justo no feriado, mas Law deu alguns motivos pela falta.

Buggy sabia exatamente que Sanji tinha problemas em se relacionar com as pessoas, então ter um amigo, mesmo que fosse o próprio professor, era um bom sinal. Mas o tio de Sanji estava ficando velho, aquele ataque cardíaco deixou ele meio depressivo e com mais dificuldade nas tarefas.

Law se empenha bastante para fazer Buggy ficar como estava, sempre dando conselhos, ou o acompanhando nas cessões de psicologia -que foi sugerido pelo próprio Law- estava tudo bem em relação ao restaurante, claro, com a ajuda dos quase 100 funcionários.

Agora a única coisa que Law está fazendo é esperar por Sanji, enquanto lê algum livro qualquer de medicina.

Law-On

Bom, sei que não é de minha conta, mas o Sanji-ya está demorando, algo aconteceu? Será que devo ligar para ele? ....

Não, se fizer isso com certeza ele vai achar que estou preocupado. Mas não estou? Tcks, ficar aqui em casa apenas lendo é meio chato, estou sozinho, nunca fiquei assim em casa....

Ouço a porta de fora abrir. Ele chegou. Que demora. Logo vejo o Sanji-ya entrar em casa.

-Estou de volta.

-Bem-vindo. -Digo fechando o livro e o encarando, mas...-San-Sanji-ya, você está bem?

-Cla-Claro que si-sim, po-por que a pergunta? -Ele não fazia contato visual, mas eu já tinha notado, ele estava tão vermelho quanto um pimentão.

-Pegou um resfriado com essa neve? -Digo enquanto olho para janela, finalmente a neve apareceu?

-Ah.... Acho que sim. Se me der licença, vou para meu quarto, tomar um banho.

-Ah sim.-Me viro para dizer mais uma coisa, mas ele já tinha ido, que rápido....

Sanji-On

Meu coração ainda não parou de bater, que droga! Ele...  Ainda sinto.... Suas mãos em meu rosto...

~Flashback-On~

Sanji-On

Depois da sorveteria, fomos andar pela cidade, eu amava quando estávamos na época de inverno, era tudo tão brilhante...

Zoro me acompanhava enquanto tomava um café, já eu estava tomando um capuchino.

-Bom, para onde vamos agora?

-Sei lá.

-Olha tem um lugar em legal na cidade que faz patinação de gelo, que tal?

-Patinação? Eu não sou bom nisso....

-Nem eu, mas tenho um cartão de usuário de lá, que tal?

-Ok.-Começamos a andar em direção ao local. -Por que você tem um cartão desses se você não patina?

-Pergunte a Nami. -Ele dá de ombros.

Quando chegamos na patinação, um moço veio nos atender, ele tinha a mesma altura que eu e usava óculos, mas seus cabelos eram escuros da mesma cor dos olhos.

-Vieram patinar?

(Juntos) -Sim.

-Meu nome é Yuri! Prazer. Bom digam os números que calçam aí vamos para o ringue de gelo.

Falamos nossos números, Yuri era bem legal, ele me ajudou bastante, já que eu nunca usei um patim desses, era estranho, precisava me equilibrar em uma fina lamina que ficava abaixo de meus pés.

Zoro por outro lado parecia que estava andando normal. Yuri calçou os seus patins e me ajudou até o ringue. Lá tinha tanta gente, várias crianças e adultos.

-Bom, primeiro tente se equilibrar. -Yuri começa a soltar meus braços, me sentia quando meu pai me ensinou a andar de bicicleta pela primeira vez. De certa forma era divertido.

Com o passar do tempo acabei me acostumando, arrisquei até alguns giros. Zoro pelo contrários, ficava sem jeito na hora de me acompanhar, dando algumas escorregadas enquanto tentava patinar.

Ele se esforçava bastante para não cair, vou me aproximando dele, sem ele perceber. Zoro dá mais um passo e quase cai, mas eu o seguro, ou tento, mas nos dois caímos no chão de gelo.

Foi bem divertido. Decidimos parar, eu estava ficando resfriado naquele lugar, também apenas havia gelo por todo lado.

Quando saímos da patinação, o céu estava negro e flocos de neves caiam do céu.

-Ah... Yuki ka? (Ah...Neve?)

-Hum... So desu ne. (Hum... verdade.) Ah! você está indo bem Sanji! Haha.-Ele nota meu esforço com o japonês.

-Ah Arigato sensei.-Digo meio que sem jeito.

-Oh... Sugoi. (Oh...Incrível)

-Isso é incrível, não acha?

-O que?

-Yuki. (Neve)

-Yuki... desuka.... (A Neve?...)

Zoro fica cabisbaixo, será que eu disse algo de errado? Tento chama-lo algumas vezes, vejo ele sorri, mas era um sorriso de tristeza. Toco em seu ombro devagar e de surpresa ele me abraça bem forte.

Fico em choque por alguns segundos, foi um choque para mim, Zoro apertava cada vez mais o abraço e nos aproximava mais até ele dizer algumas coisas em meu ouvido.

-Yuki...-Sua voz era triste, quem era Yuki? Algum amigo?

-Zo-ro....

-Nazedesuka? (Por que?)

-...

-Anata wa watashi o nokoshi? (Me deixou?)

-Zo-ro, não estou te entendendo, me desculpe....

-Ah...-Ele se afasta de mim.-Me perdoe Sanji...  Eu me lembrei de coisas de meu passado...  Achei que já tinha esquecido...

-Tudo bem.-Abraço ele, só que de uma forma mais leve.-Eu estarei aqui com você...  Pode desabafar se quiser.

Ele devolve o abraço e bagunça meu cabelo.

-Outra hora, acho que ainda não estou pronto para te contar tudo.

-Ok.

Resolvemos ir para casa, enquanto andávamos pela rua, a neve continuava. Estava ficando cada vez mais frio e o chão estava ficando escorregadio e em uma dessas horas, eu simplesmente escorreguei no chão, só não bati a cabeça, pois Zoro me segurou pela cintura e para eu não cair, coloquei meus braços em volta de seu pescoço.

Estávamos a centímetros, podia sentir sua respiração e acho que ele a minha, meus olhos não conseguiam parar de olhar seu rosto. Por algum motivo, meu coração simplesmente ficou acelerado, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona, suava frio, minhas mãos estavam geladas, mas meu rosto ardia em chamas. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas nenhum de nós se mexeu ou disse algo. Parecia que estávamos apreciando a imagem um do outro.

No momento eu não achei estranho, estar perto dele, me deixava tão seguro de certa forma. Sentia que ele iria me proteger de alguma forma. Suas mãos que seguravam meu corpo eram quentes e pareciam que distribuíam calor para o resto de meu corpo. Zoro faz nossas testas se encontrarem, sentia que eu estava ardendo em chamas, pois sua testa estava gelada.

-Cook, você está bem?

-Hum…-Ele sorri, do nada comecei a lembrar do nosso primeiro encontro, que foi um desastre, mas depois dessa vez, algo dentro de mim me dizia que ele era especial. Acho que por isso que eu.... Fiz questão de ele ser meu amigo.

Minha mente ficou tão cheia de lembranças que do nada tudo ficou em branco, não tinha mais lembranças, nem imagens que guardava dentro de minhas memorias, apenas o agora, que.... Foi o nosso beijo.

~Flashack-off~

Sanji-On

Ainda, sinto a sensação de nosso beijo, o jeito que ele me puxou para mais perto. Me levantou e passou a mão pelo meu rosto.... Foi tão estranho, quando paramos, todas as imagens voltaram, como se meu cérebro tivesse parado de raciocinar e só quando acabamos, ele voltou e percebi o que fiz. Foi tão vergonhoso que sai correndo até aqui em casa.

Agora nem sei mais como vou encarar o Zoro, ele vai me odiar? Me evitar dizendo que sou gay? Nada contra, mas... esse não sou eu.... Ou sou?

Minha cabeça está latejando sem parar, me deito na cama, queria me enterrar tão fundo, que ninguém do planeta terra iria me achar...

Law-On

Sanji-ya parece estranho… Algo aconteceu quando eles saíram para tomar sorvete? Raramente o vejo com vergonha, ou vermelho daquele jeito.... De algum modo me lembrou o Luffy-ya. Falando nele, meu celular não para de receber mensagens, de quem? Luffy-ya.

Ele quer que eu fique com ele neste próximo fim de semana, para sairmos, mas Nami-ya o proibiu de sair comigo, na verdade o proibiu de sair de seu próprio quarto... Depois do acidente que tiveram, a casa foi reconstruída em cinco dias, foi um recorde, admito.

Decido ver quantas mensagens ele mandou, bom até agora são 30 mensagens...

-Trao!!!! ME TIRA DAQUI! T-T

TRAOOOOOOO

SOCORRO!!!

QUERO A COMIDA DO SANJI!!!!!

TORAOOOOOOO

ME AJUDA!!!

Nami-ya me proibiu de te ver....-

Não vou poder ir aí por algum tempo, desculpa.

Ele nem viu a mensagem, deve estar tentando falar com a Nami-ya sobre isso... Bom agora eu terei mais tempo para organizar meus pensamentos, começando pelo nosso novo relacionamento.

Por que que toda vez que ficamos junto acaba em beijo? Eu realmente sou gay? Realmente o amo? Ok, agora tenho que tentar responder essas perguntas de uma forma simples.

Acho que toda vez que saímos e acaba em beijo porque ele me força a isso, das duas vezes que estávamos juntos, ele simplesmente me forçou, claro sem contar com a primeira....

Acho que ser “gay” não vai ajudar em nada, posso muito em ser hétero e gostar de homens. Não? A palavra gay é apenas um termo para dividir a sociedade. Como os meus companheiros de faculdade falam, Héteros tem tanto orgulho de ser hétero que menosprezam aqueles que não são iguais eles, ou seja, os gays....

Amar é uma palavra difícil.... Mesmo que seja um verbo usado basicamente para tentar demostrar seus sentimentos para aquela ou aquele que gosta ou admira profundamente...  Talvez seja uma palavra exagerada. O amor, como eu poderia definir isso a mim mesmo? Um desejo sexual? Uma admiração? Um afeto? A junção de dois corpos que adoram a presença um do outro? Um sentimento de agradecimento tão forte que pode ser confundido com a paixão?

Está ficando cada vez mais complicado.... Como vou definir isso a mim mesmo? Como posso amar se nem sei o significado desta palavra?

A campainha toca, quem será? Me levanto e vejo pela janela, era o Zoro-ya? O que aconteceu?

Me levanto do sofá, pego minhas chaves e vou até o portão.

-Zoro-ya? O que aconteceu?

-Ah bem... Sanji esqueceu seu celular comigo, apenas... vim devolver.

-Ah, quer entrar? Você pode entregar para ele pessoalmente.

-…-Ele parecia que estava incomodado com algo...

-Também gostaria de conversar um pouco com você.

-Ah.... Comigo? Então tudo bem.

Entramos em casa, deixo as chaves sobre a mesa e vou até a cozinha. Uma das poucas coisas que aprendi foi fazer café, também é minha bebida favorita em dias de frio.

Enquanto preparava Zoro-ya se sentava na cadeira.

-Bom, sobre o que deseja conversar?

-Sobre o amor.

-Hã? A-Ai desuka? (Em japonês “Ai” significa amor.)

-Hai... Como você é mais velho, gostaria de saber sua opinião própria sobre este assunto.

-Está apaixonado Trafalgar?

-Hã? .... Talvez.

-E o que você que eu fale sobre o amor?

-Qual é o significado desta palavra?

-Hum... O significado... Bom, acho que quando estamos apaixonados, o significado não tem nada a ver. Alguns dizem que o amor é quando sentimos afeto pelo mais próximos, outros dizem que é pelo desejo. Cada um tem seu jeito de dizer e explicar o que é o amor, eu por exemplo digo assim: O amor é o que você sente sobre a pessoa, não importa qual seja, se ela te faz feliz quando está ao seu lado, se ela faz falta naqueles dias tristes que você não sabe o que fazer, se sente que algo está faltando... Bom se não for amor, você deve estar louco hahaha é mais ou menos isso.

-Sua definição é muito boa, como chegou a esta conclusão?

-A vida, ela simplesmente me mostrou de vários jeitos. Algumas dicas de amigos, criticas. É assim que aprendemos Law, nunca sabemos de tudo. O amor é uma delas, espero ter ajudado.

-Agradeço, ajudou bastante. -Agora sei o significado.

-Mas sabe...  Não fique apenas no que eu te disse, as vezes encontramos a pessoa certa bem no começo de nossa vida, tome cuidado para não deixa-la ir em. -Ele sorria enquanto lhe entregava uma xícara de café.-Arigato.-Me sento na cadeira, ficando em sua frente.

-E você Zoro-ya? Já teve algum amor?

-Já tive muitos, mais apenas um me conquistou de verdade....

-E qual era o nome dela?

-Bom...-Ele sorria triste, acho que toquei em um assunto delicado.

-Me desculpe.

-Era Yuki. O nome dele era Yuki...

Fico espantado, ele amava um homem... Bom nada diferente de mim, mas isso foi um choque e tanto, nunca pensei que ele gostasse de homens...

-Eu sei o que deve estar pensando... Mas isso foi a muito tempo, tinha apenas 15 anos, era uma paixão adolescente. Hahaha, foi bom conversar com você Law.-Ele dá um longo gole no café, acabando de uma vez só. -Mas eu preciso ir. -Ele retira o celular de Sanji-ya do bolço de sua blusa. -Aqui, diga a ele que hoje foi muito bom.

-Ah, Ok. Deixa que eu abro a porta para você.-Me levanto e vou até a sala, mas vejo Zoro-ya parado feito uma estátua, olhando para escada.

-Zo...ro.