História Pillow - Livro

Instituto dos X-Men, 2 de Dezembro - 16:50 PM. 

Kurt encontrava-se deitado no sofá do Instituto dos X-Men, lendo um livro qualquer, e com uma xícara de café na ponta de sua cauda, não encontrava uma posição confortável para ler o seu livro, suas costas doíam de qualquer jeito que ficasse.

Subitamente, o X-Men azul viu um vulto prateado passar na sala, e deixar seu cabelo bagunçado. Já sabia de quem se tratava.

Pietro.

Kurt respirou fundo, fechou o seu livro, e esperou que Pietro parasse na sua frente.

— Vamos fazer algo de interessante! — Mercúrio falou parando na frente do azulado. 

— Já estou fazendo algo — respondeu. — Estou lendo, ou pelo menos tentando.

— Aaah, deixe isto pra lá — disse pegando o livro da mão do outro. — Hoje é um dia especial. 

— Hum, dia especial é? — falou desconfiado. — O que tem de especial hoje?

— Você não se lembra? — perguntou Pietro cruzando os braços. 

— Não, agora me devolva o meu livro.   

— Se quiser, vem pegar — respondeu, pondo a língua para fora, formando uma “careta fofa”, pois queira, quer não, Pietro era fofo.

Mal deu tempo de Pietro raciocinar e pensar em algo, Kurt já tinha se teletransportado para atrás do mesmo e pego seu livro. 

— Pelo visto, você esqueceu mesmo — disse o garoto de cabelo grisalho com um pouco de tristeza na sua voz.

Dito isso, pôs seus óculos e correu pelo Instituto, sabe-se lá para onde, deixando um Noturno confuso naquela sala. 

(...)

Já havia anoitecido no Instituto, a lua brilhava intensamente no céu, não havia estrelas naquele dia, o que deixava a noite mais bonita. 

Pietro Maximoff estava triste, não pelo fato de terem esquecido seu aniversário, ele não ligaria se esquecessem a data do seu nascimento, estava triste pelo fato de Kurt Wagner, o Noturno, ter esquecido. Nunca imaginara que seu namorado tivesse esquecido a data mais importante de sua vida, certo que eles não estavam exatamente namorando, eram, como pode se dizer, mais que amigos. 

Kurt era – e ainda é – tímido, o tipo de pessoa que não se abria muito, que preferia “ficar na sua”, e ler um livro, como fazia antes naquela sala. 

Às vezes, ele se perguntava o porquê de Kurt ser “tão na sua”, ser tão fechado, falar pouco, e conversar poucas vezes. 

O que mais irritava o jovem de cabelos grisalhos, era ver Kurt enfiado nos livros, não entendia a necessidade do outro em passar uma tarde inteira lendo um livro, ao invés de passar um tempo com ele. 

Resolveu deixar a tristeza um pouco de lado, e correr pelo Instituto, ver se encontrava alguma coisa interessante. 

E assim fez, mas nada encontrou. Sentia falta de alguém, e sabia de quem era.

De Kurt, o Noturno. Do azulado. 

Aquele garoto mexia demais com sua cabeça. Como era possível? Decidiu então que ficar com raiva não adiantaria absolutamente nada e foi correndo em direção à mesma sala que o azulado se encontrava horas antes. 

Kurt ainda não tinha encontrado uma posição na qual ele se sentia confortável, tudo parecia doer, não adiantava de nada, sempre alguma coisa o incomodava. Agora estava sentado com os joelhos dobrados, na famosa posição yoga. 

Pietro apareceu novamente naquela sala, com os fones no ouvido, sentou-se no sofá ao lado de Kurt. 

— Larga esse livro — falou Mercúrio encostando-se no sofá. — Isso é chato. 

— Então. — Fechou o livro e mirou os olhos em Pietro. — O que você quer fazer?

— Correr, andar, qualquer coisa sem ser ler esse livro. 

— Eu não vou sair agora à noite. 

— Você sabe que eu poderia pôr meus óculos, e te levar para qualquer lugar, não sabe? 

— Sei, sei muito bem. — Um gole de café. — Mas, ao invés de você sair correndo por aí, deveria tentar ler um livro.

— Eu não quero saber de livro — confessou, e aproximou o seu rosto para perto do se Kurt. — Eu só queria passar um tempo com você.

Aquelas palavras surpreenderam o X-Men azul, não esperava ouvir aquilo do jovem Mercúrio, estava mesmo querendo passar um tempo com ele? Não poderia ser. 

— E por que quer passar um tempo logo comigo? — perguntou levantando uma sobrancelha e se aproximando ainda mais de Pietro.

— Porque… — Pietro estava sem palavras, aquela pergunta tinha o acertado como um tiro, não esperava aquele tipo de pergunta do outro. 

Seu coração acelerou, sentiu até, uma batida falha, como iria falar que estava “gostando” de seu amigo?