História Pillowtalk - Esperanças

Justin Bieber Point of view

Londres, Chertsey

06h50min - Julho, vinte e três de dois mil e treze

_ Eu não irei suportar, ficar apenas observando enquanto você segura essa enxada. - Exclamo, arrancando uma maravilhosa gargalhada, de minha melhor amiga.

_ Não podemos fazer nada Justin, ela quem manda por aqui. - Diz, parando seus movimentos repetitivos e desajeitados, com a enxada. - E, também eu não quero que seja punido novamente por minha culpa, não suportaria lhe vê-lo machucado novamente. - Suspiro, me lembrando da situação.

Eu havia ajudado-a mais uma vez, em sua tarefas, mas diferente das outras vezes, a loira do demônio havia descoberto, e colocaria sua punição em prática em Selena, se eu não tivesse intervido, e assumido tal punição.

Foram trintas chicotadas. Nas costas, acima das costelas e nas pernas. Me lembro de ter sofrido com as dores por semanas, mas me sentia melhor, ao lembrar que quem sentia as dores era eu, e não a minha pequena Doux.

Não foi a primeira vez, que eu ou Selena fomos punidos. Mas foi a primeira, em á qual eu intervi e defendi Selena.

_ O que você tanto pensa, cavaleiro? - A morena estava parada á minha frente, e agora não carregava mais a enxada em mãos, o que me fez sorrir verdadeiramente.  

_ Você ainda se lembra desse apelido? Eu odeio.

_ Ouxi, é claro. - Exclamou, apertando a ponta de meu nariz. Selena havia me apelidado como cavaleiro, após uma brincadeira infantil, que participamos quando éramos mais jovens. Ainda me lembro perfeitamente, dos pequenos lírios colocados em seus lindos e longos cabelos escuros, formando uma coroa natural, a qual á deu o posto de “princesa”, enquanto eu era o cavaleiro, enrolado em uma toalha de mesa, doada da falecida Maria, e uma cabo velho de vassoura, me serviam como espada. Apesar de ter sido uma das piores coisas que já vestir, eu me lembro quando “salvei” a linda moreninha da bruxa má - interpretada por um de nossas colegas - e como recompensa, ganhei um meloso e demorado beijo, na bochecha.

Me lembro também que a partir desse dia, nós tornamos inseparáveis,como a unha e a carne.

_ Você ainda continua sendo meu cavaleiro, sem a capa feita de forro de mesa e o cabo quebrado da antiga vassoura, continua o mesmo para mim. - Exclamou, sorrindo de orelha á orelha.

Puxo-a pelo pulso, colando minha boca em sua bochecha levemente corada.

_ Justin! - Gritou rindo, após eu trincar levemente meus dentes em sua pele. - Seu cachorro.

_ Achei que era seu cavaleiro. - Brinco.

_ Também, você é meu cachorro-cavaleiro. - Rio da sua infantilidade, e de seu convencimento ao pronunciar tal palavra.

_ Tudo bem, devo admitir que ainda é a minha princesa.

_ Eu sei. - Se gaba, agarrando meu pescoço com seus braços. - Meus beijos ainda continuam seus também. - Sussurra, colocando seus lábios em meu rosto.  

_ E espero que não mude. - Sussurrou, mordendo sua bochecha mas uma vez.

_ Nunca. - Respondeu sorridente. - Agora eu tenho que voltar, para isso aqui. - Aponta para velha enxada enferrujada, encostada na parede, do pequeno armazém antigo, usado para guardar os materiais que usamos para realizar a limpeza, semanal no enorme prédio, ao qual chamamos de lar. - Justin… - repreendeu-me após de puxá-la para meus braços, a prendendo entre eles, á impedido de continuar seu trabalho.

_ Tudo bem, mas eu irei ajudá-la. - Digo a soltando-a, sorrio lhe passando segurança, quando uma expressão de preocupação se fez presente em sua face. - E sem reclamações. - A reprendo, antes mesmo que ela possa reclamar.

xxxx

Suspiro derrotado, largando meu corpo sobre o gramado recém molhada.

O terreno o qual Clarie havia mandado Selena limpar, era enorme, e agora às sete horas, finalmente havíamos terminado tudo, já que Clarie chegaria às oito e como decretado pela mesma, queria tudo limpo.

Ela sabia que a morena não seria capaz de terminar a tempo, e por isso decretou sem ajudas, o que não foi ouvido por mim, mas já por Selena, foi com clareza.

A morena está agachada a frente do pequeno canteiro de flores, as admirando. Eu sabia que sua cabeça estava á mil.

Ela tinha medo, ela está com medo.

Medo por Clarie descobrir minha pequena ajudinha, e novamente eu ter levado mais uma de sua punições. E bem lá no fundo, ela sabe, que não me importo em levar quantas chicotadas for preciso, para vê-la bem e a salvo, de qualquer punição da loira.

_ Justin. - Gemeu olhando para os enormes portões do orfanato, um pouco distante de nós. De lá, o carro de Clarie ultrapassa os velhos e frios ferros decorativos, do portão.

_ Está, tudo bem. - A asseguro, repetindo tais palavras a mim mesmo. - Não irá acontecer nada comigo, doux. - beijo-lhe a testa, após elevar meu corpo do chão frio e me aproximar de seu corpo pequeno e frio. - Vem, vamos entrar. - A chamo, agarrando sua mão. -  A noite já chegou, e o frio também. - Sorri, e  puxo-a em direção o prédio.

Caminhamos lentamentes, era como se estivéssemos correndo de algo ou mais precisamente de alguém.

Quando chegarmos a frente do orfanato, Clarie nós esperava na porta de braços cruzados, e quando nós viu, seus lábios pairam em um linha torta, e seus olhos se esbugalharam, ao notar nossa mãos entrelaçadas.

_ Vejo que novamente, alguém á ajudou no trabalho Selena. - Fechei meus olhos, sentindo o aperto da morena, se intensificar com as palavras da loira. - Já pro porão, Justin. - Clarie rosna, puxando-me grosseiramente pelo braço.

_ Não! - Selena grita, agarrando meu braço, puxando-me desajeitadamente em sua direção, á fim de me livrar de mais uma punição.

_ O largue garota, será pior para ele.

_ Doux, me solte. - Suplico virando meu pescoço em sua direção, Selena já estava entregue as lágrimas e soluçava alto, em um solavanco arranquei meu braço das mãos de Clarie, lhe mandando um olhar de nojo, virei-me e segurei o rosto molhado, de minha princesa, fazendo com que a mesma encarava meus olhos. - Vá para o jardim atrás, da casa e só volte de lá quando eu lhe chamar.

_ Não. - Clarie exclama atrás de mim, sua voz estava mais perto dessa vez. - Dessa vez não, ela vem com a gente. - Exclama risonha, puxando a garota de meus braços, puxando grotescamente seus longos cabelos, a morena rosnou, soltando um grito alto e estridente, ao sentir seus fios serem puxados mais uma vez. - Nem pense. - Disse ao ver, meu corpo tomar impulso, para lhe arrancar a garotas de sua mãos.  - Venha. - Ordena, passando a puxar a menor, dessa vez pelo pescoço, eu pude ver suas unhas enormes, entrando em contato com a pele bronzeada da garota, que soltou gemido sofrido em resposta.

Descemos rapidamente dos os lances de escadas, que nos levaram até o porão do orfanato, um lugar escuro e fechado, aonde nenhuma corrente de ar passava.

Eu corri, ao ver a mais velha jogar o corpo pequeno de Selena, no chão e por pouco não consigo deter sua queda.

_ Tudo bem. - A loira cantarolou. -  Espero que goste do show, doux. - Ela usa o apelido de Selena com ironica e repulsa. - Tira a camisa e fica de joelhos. - Ela se referiu a mim, enquanto retirava o velho chicote de couro do cacho da parede, Selena se agarrou em minha blusa, como se temesse tudo que veria á seguir. - Agora! - Grita.

Me solto da morena, lhe lançando um pequeno sorriso, antes de erguer meus braços e retirar minha blusa surrada, deixando com que o peno fino toque o chão, empoeirado.

_ De joelhos.

Engulo seco, curvando minhas pernas e encostando meus joelhos ao chão, enquanto minhas costas estavam viradas para a mais velha do local e meu rosto, ficasse na altura de Selena, ajoelhada logo a minha frente.

Quando sentir pela primeira vez, as fitas de coros tocarem minha pele desnuda, eu gritei, gritei alto, um grito que se misturou com os de Selena e suas súplicas, para que Claire parasse, com a punição..

Foram incontáveis vezes que sentir, o objeto foi de encontro com minhas costas até a linha da minhas costelas.

_ Espero, que aprendam com isso. - Diz, guardando o chicote ao seu local de origem. Selena estava mais perto dessa vez, ainda soluçava, agora com ambas mãos no rosto, tampando sua boca. Ela não tinha presenciado a última punição, então até então sua reação é aceitável. - Iram ficar por aqui, até que eu diga o contrário. - Ela rir alto, se virando e subindo elegantemente as escadas.

Deixando ali, iluminados apenas por um pequena lâmpada, pregada ao teto, eu e Selena, ajoelhados frente á frente.

_ Justin. - Murmurou com a voz chorosa,  aproximando de meu corpo, segurando delicadamente meu rosto com suas pequenas mãos, analisando-me. - E por favor, não diga que a culpa não foi minha, por que foi. - Súplica.

_ Não foi. - Rio fraco, um gemido quase falho sai de meus lábios, ao sentir os vergonhosos, causados pelas fitas de couro, arderem. Essa vez, foi mil vezes pior, que todas as outras.

_ Não foi. - Rio fraco. - Você sabe que enfrentaria aquela loira dos infernos, mas uma vez ou quantas vezes precisar, somente para não vê-la machucada, em meu lugar. - A morena tomba seu rosto em direção a minha mão, aproveitando mais de meu carinho em sua bochecha. - Você sabe que sempre estarei aqui, para assumir tudo. Mesmo que tenha uma consequência, no final.

A noite passo lentamente, mesmo no cômodo mais escondido da casa, eu pude ouvir os sons dos pássaros lá fora, enquanto Selena se acomodava em meio as meus braços, mais uma vez neste dia.

Antes do sono me levar, eu me lembro de ouvi-la pronunciar três palavras, as quais temi pronunciar por toda a nossa amizade.

Eu também te amo Selena, espero que um dia, você possa saber disso.