História Pillowtalk - Nem que coloque minha melhor amiga, atrás das grades.

|| Justin Bieber Point of view  ||

Londres, Chertsey

18h00min - Julho, vinte e quatro de dois mil e treze

Deixei com que o pequeno corpo sem vida, tocasse a terra.

Em meio a soluços, deixei com que a primeira pá de terra caísse sobre a pequena garotinha, as crianças estavam em um círculo, em volta da pequena cova, que eu mesmo, havia feito.

O dia estava chuvoso escuro, e uma leve serena caia sobre nossos corpos desprotegidos.

Maria costumava dizer para gente, que quando uma pessoa morria e o dia ficava triste, queria dizer que ela iria para o lado de Deus e seu filho.

Eu me forcei a acreditar nisso, desde do momento em que peguei o pequeno corpo em meus braços, e o trouxe para fora, para o nosso jardim.

Graças á Deus, conseguimos salvar uma das irmãs.

Após uma desesperada respiração boca a boca,de Barbara e alguns primeiros socorros, a garotinha voltou a respirar.

Mas, anne não.

Fizemos de tudo, mas Deus quis que ela fosse um de seus anjos no céu.

A última pá de terra é colocada, e com ela toda a cova foi coberta, juntamente com o corpo vestido com uma belo vestido branco, da pequena garotinha.

Lily se ajoelhou sobre o pequeno monte de terra, e enquanto soluçava deixou com que uma flor branca caísse sobre a terra da cova da irmã.

A loirinha deixou com que seus olhos caíssem sobre mim, e como uma facada no peito, eu sussurrei um tudo bem para mesma, que venho correndo para meu abraço, assim que abrir meus braços e me agachei para ficar á sua altura.

Beijei seus cabelos, levantando meu corpo e trazendo o seu junto.

Lily, anne e Lis era novas, mas por desde de bebês estarem no orfanato, elas eram muitos espertas, e bem Lily sabia que agora não teria mais sua irmã.

|| Quebra de tempo ||

Deitei o corpo da loirinha, sobre a cama que eu e Selena dormíamos diariamente, e com o fino lençol tampei seu corpinho, dando-lhe um beijo na testa em seguida.

Quando virei meu corpo, meu olhar cai novamente, ao ver minha melhor amiga com rosto inchado e vermelho, encostada na porta.

Abrir meus braços, pela segunda vez no dia, e senti quase que imediatamente, sendo preenchido pelo corpo magro da morena, que se acabou mais uma vez, em lágrimas.

Eu sabia, acreditava, como estava sua cabeça, uma completa confusão.

Ela sempre deve um carinho imenso pelas trigêmeas, e ter acabado de ver um ser humano inocente, ser enterrado, após perder a vida de modo inusitado e assustador, foi demais para ela.   

Mas…

Parando agora para pensar um pouco, a dúvida resolveu dar um toquinho na minha consciência, e contestar o que levou a pequena garotinha á óbito.

Algum tempo depois eu deixei Selena no quarto, dormindo.

E caminhei até a cozinha, aonde ainda se fazia presente a bagunça do dia anterior, triste eu comecei a juntar as panelas jogadas no chão.

A geladeira estava aberta, o que era algum impossível vindo de Clarie.

Ela sempre a deixava trancada por uma corrente velha e um enorme cadeado, mas nessas ultimas horas pareciam não ter existidos por ali.   acontecimentos de ontem à tarde.

Com curiosidade eu caminhei até a geladeira, abrindo-a por completo, enxergando surpreso como ela estava farta, e estranhamente com um odor ruim.

Não sabia diferenciar os odores que a comida oferecia, quer dizer não éramos acostumados á alimentarmos com vários tipos de comida, eram sempre sopas sem gosto ou alguns pedaços de pão velho com uma água com açúcar.

Mas eu sentia que estranhamente, aquele não era o cheiro natural daqueles alimentos, eles exalavam um cheiro muito forte.

Eu estiquei uma de minhas mãos para tocar em uma fruta vermelha - ao qual não sabia o nome - mas foi impedida antes mesmo de tocá-la, por duas mãos delicadas com unhas perfeitamentes delicadas e pintadas por uma coloração estranha, escura.

_ Não, rapaz. - A voz de Barbara transparecer nervosismo, o que fez com que virasse meu corpo e encarasse seu corpo rígido, parado logo atrás do meu. - Não toque aí. - Reforça.

_ Por que?

_ Clarie queria isso, mas… Porra isso é tão errado, eu me sinto culpada, não era para ela ter ido tão longe. Oh Deus! - Eu não estava entendo nada, mais a mulher parecia nervosa enquanto conversava consigo mesma, mesmo meu corpo estando parado á sua frente.

_ Senhorita, eu não entendo.

_ Você tem que sair Justin. - Confuso com suas palavras, levando meu corpo antes ajoelhado do chão. -

_ Sai de onde? - Tudo estava tão confuso.

_ Sair daqui, do orfanato. E e leve a garota consigo. - Garota. Selena.  

_ Ir para onde? Não temos nada e nem para onde ir, fora daqui.

_ Vão para cidade, eu ajudarei vocês. - A ruiva estava em estase, e agora entregue às lágrimas. - Eu tenho um pequeno apartamento no centro da cidade, vocês podem ficar por lá, enquanto não conseguimos tirar as crianças daqui, Clarie… ela não sabe que eu tenho apartamento, eu… - Ela gaguejava, eu estava parando a sua frente sem entender nada. Sair? Nunca tínhamos ido além dos grandes muros do orfanato.

_ E-eu não entendo, porque temos que ir?

_ Ela vai matar vocês,um por um. - Oque? sussurrei desacreditando, ela não iria fazer…- Foi ela. Foi ela que envenenou os alimentos, o quais as gêmeas comeram, ela queria matar todos vocês de uma vez só, mais eu não podia… eu não posso deixar isso acontecer, é tão errado. São apenas crianças. - Encostei meu corpo da parede fria, chocado com cada palavra dita pela mulher. - Não temos mais tempo rapaz, eu explicarei tudo á vocês assim que Clarie voltar, mas agora vocês devem partir.

Partir.

Eu nunca achei que um dia passariamos além daqueles velhos e altos muros, que rodeavam todo o orfanato.

Selena se recusava a sair do velho edificio alegando, que a ruiva estaria tramando algo. Mas após um boa conversa, ela finalmente se deu por vencida e se pôs a arrumar suas poucas coisas, em uma das mochilas que pegamos do quarto de Clarie.

Também havíamos pegado mais algumas coisas, entre elas algumas notas altas de dinheiro, roupas da mulher, que serviriam á Selena por um tempo, e alguns pertences de valor, que por ideia de Barbara venderíamos.  

O apartamento de Barbara ficava bastante longe de onde se encontrava o terreno do orfanato, demoramos por minhas contas, cerca de três horas de viagem em um táxi, até lá.

Selena estava encantada com cada pedacinho que passava atrás da janela, era tudo tão novo para ela, para mim.

Nunca haviamos saido das redondezas do orfanato, então desde que saimos de lá, não conseguimos despregar os olhos das janelas do carro.

Barbara estava conosco e prometeu explicar tudo quando chegarmos  ao seu apartamento, que agora serviria como nossa casa.

Mas alguns longos minutos, e então chegamos ao lindo prédio.

O edifício era todo espelhado, descemos todos do carro e Barbara gentilmente agradeceu ao motorista e dê-lhe algumas notas, pagando seu serviço.

Pelo contrário do que imaginei, não fomos em direção ao enorme prédio e sim ao outro lado da rua, onde podíamos ver uma casa enorme, com um pequeno e arrumado jardim á sua frente, cercado com altos muros envolvidos em uma espécie de “flor”.

Selena havia se agarrado ao meu braço assim que colocou seus pés para fora do carro, e um não impedir seu ato, por ser saber que era algo novo para ela, quando para mim estar em um lugar aberto, à par de todas aquelas pessoas, que nem mesmo mantém sua atenção em nós.

_ Venham, eu mostrarei a casa á vocês. - Barbara exclamou, abrindo a porta e dando espaço para que nós entremos, e assim fazermos. - Apesar da casa sem bem ampla, só tem dois quartos e infelizmente um deles está cheio de bagunças, por isso espero que não haja problemas em dividir o mesmo quarto, eu sei que vocês dividiam no orfanato, então…

_ Tudo bem. - Selena se pronunciou pela primeira vez, desde de nossa saída do orfanato. - Eu agradeço tudo que está fazendo por nós Barbara e pelas crianças, eu lhe julguei errado, me desculpe.

_ Tudo bem, Sel. Eu sei que nunca dei muitas brechas para que me conhecessem, mais era algo que tive que fazer, por conta de Clarie.  - A ruiva explica, enquanto nos mostrava cada parte da casa.

Quartos, sala, cozinha, banheiros, e em poucos minutos ela já havia, nos apresentado á tudo.

E era tudo ricamente organizado e cheio de detalhes, era simplesmente lindo.

_ Eu não posso ficar muito tempo aqui com vocês, mais irei adiantar algumas coisas para vocês. - Barbara após fazer um lanche pra gente, começou a nos contar um pouco sobre tudo que havia despejado sobre nós em poucas horas - Eu conversei com uma amiga minha, ela é dona de uma rede de padarias e tem algumas aqui perto, e se vocês quiserem eu posso arrumar um serviço para vocês, eu sei que talvez, vocês não saibam como fazer, mas a Alice é uma garota incrível e teria o maior prazer em ajudar vocês. Eu expliquei tudo para ela, e além dela prometer segredo, ela se disponibilizou á ajudá-los.

_ Claro. - Respondo-a. - Agradecemos por tudo que está fazendo pela gente, Barbara. Nem sabemos como podemos agradecer-la. - E realmente não sabíamos, o que a mulher estava fazendo pela gente, nunca ninguém havia feito.

_ Sejam felizes, e ajude-me a salvar todas as crianças, da Clarie.

_ É o que mais queremos, mais não sabemos como. - Selena se intrometeu. - Ela sempre colocou-nos para baixo, nunca deixou ninguém sair do orfanato, não sabemos fazer nada do que outras pessoas da nossa idade sabem. - Lamentou-se.

_ Está tudo bem, garota. - Barbara acariciou os longos cabelos de Selena, e pôs a se sentar ao seu lado. - Eu ajudarei vocês. Nem que tenha que colocar minha melhora amiga, atrás das grandes.