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História Pink Feelings - Desfecho


Escrita por: kittysdeer

Notas do Autor


ACABOU
boa sorte
NÃO TENHO O QUE DIZER

Capítulo 11 - Desfecho


Fanfic / Fanfiction Pink Feelings - Desfecho

Sem nem pensar duas vezes, voltei a mergulhar para tentar descobrir aonde fora Minseok ou o que havia acontecido consigo. Não sabia se era a própria água do riacho ou se - subitamente - eu começara a chorar, o fato era que minha visão ficara turva e nada pude ver além de borrões coloridos. Submergi outra vez, já desesperado por não encontrá-lo de forma alguma, mas fui surpreendido no exato momento em que pus meu corpo para fora d’água. Ao mesmo tempo em que submergi, senti um peso ser posto sobre minhas costas e algo como mãos apoiando-se em minha pele. Assustado, virei-me para ver que merda era aquela nas minhas costas e acabei dando de cara - quase literalmente - com um Minseok de expressão travessa no rosto. No segundo seguinte nós dois havíamos afundado e após isso estávamos deitados nas gramíneas da margem, e antes fosse para descansar! Aquele safado me devia sérias explicações.

− Seu chato! Idiota! Eu me preocupei com você e você me dá um susto daqueles!? Argh, eu só não falo que te odeio porque seria mentira − esbravejei enquanto lhe acertava com tapas no tronco e nas costas, e ele apenas ria da minha reação raivosa. − Qual é a graça? Você está vendo algum tipo de palhaço aqui, por acaso? − completei bastante chateado, ele deveria se compadecer da minha dor.

− Lu, calma! − disse um tanto tranquilo, quero ver se passasse pela minha situação ele ficaria tão tranquilo assim. Tomou-me pelas mãos e tentou me abraçar, porém impedi quase de imediato, ainda acertando-lhe com minhas mãos e dizendo o quão estúpido ele era, até que -  com um certo esforço - ele conseguiu me imobilizar e virou-nos no chão, sentando sobre meu quadril e prendendo minhas mãos do lado de meu corpo. − Que horror, foi só uma brincadeira! Não era minha intenção assustar você − respondeu por meio de um jeitinho tão dócil que quase me fez esquecer que estava irritado; quase.

− M-Mas assustou! Agora sai de cima de mim − falei de modo grosseiro e autoritário, ou pelo menos tentei, pois o tom pelo qual me pronunciei verdadeiramente me faria rir caso não fosse eu quem estava em situação tão delicada.

− E se eu não quiser? − Minseok franziu as sobrancelhas e sorriu sugestivo, o que me fez engolir em seco e trabalhar com bastante autocontrole para não passar nenhuma vergonha. Já Minseok não parecia querer evitar isso, parecia que ele não tinha vergonha nenhuma na cara; estava se aproximando descaradamente, deitando seu corpo sobre o meu com delicadeza e se aproximando o suficiente para tocar meus lábios com os seus.

Contudo, claro que eu não me entregaria tão fácil assim, eu sou difícil.

Antes que ele sequer tentasse me beijar, um resmungo mesclado à um gemido desprendeu-se de minha garganta, assustando a nós dois de forma inesperada. Minseok pulou sobre mim devido ao susto, espantando-me ainda mais e me fazendo girar para o lado direito em razão da parcela de dor que havia sentido por conta do tal pulo, o resultado foi Minseok caindo no chão ao meu lado.

Nenhum de nós poderia ter previsto que uma simples pergunta ocasionaria reações e ações seguidas tão complicadas quanto essas, e isso nos fez rir muito depois de um tempo em silêncio e perplexidade. Não demorou muito para que ele voltasse para perto de mim - talvez eu que tenha me aproximado, mas tudo bem -, logo estávamos juntinhos outra vez, apenas ouvindo o som da água corrente do riacho e do vento atingindo as folhas das árvores

Foi por meio daquele momento tão simples - mas tão especial - que eu pude notar o quanto nossa amizade havia progredido em tão pouco tempo; as imagens do dia em que encontrei-o assim que chegamos no acampamento se fizeram presentes em minha mente e eu não pude deixar de sorrir. Tudo o que passamos juntos e os sentimentos que dividimos durante esse tempo no acampamento foram relembrados como flashbacks por mim, deixando-me com um sorriso emotivo no rosto. Pensar que todos as situações compartilhadas, tanto as ruins quanto as boas, haviam sido essenciais para a progressão e evolução da nossa relação era surreal; através daquele simples pensamento, recordei de uma situação que havia passado com o próprio Minseok.

“Estávamos sem muito o que fazer, era noite e as atividades já haviam sido concluídas mais cedo; deitados cada um em sua respectiva cama, não fazíamos mais do que ler algumas revistas, mangás e livros que Minseok possuía dentro de uma de suas malas. O silêncio era predominante, pois ambos depositávamos nossa concentração naquilo que líamos, porém - em razão do romance que eu lia - não consegui conter um suspiro de frustração com a situação que se desenrolava nas páginas amareladas.

− Por que ele precisa viajar para refletir melhor sobre a relação? Desse jeito sua parceira vai sofrer por conta da distância! − expressei minha indignação em voz alta, embora não fosse minha real intenção. Saber que o principal estava embarcando num avião e deixando para trás sua esposa grávida era um fato inadmissível em minha concepção.

− Porque é necessário - respondeu Minseok sem tirar os olhos do mangá que tinha em mãos. − O conflito é necessário para que haja o desfecho, continue lendo que você vai entender melhor − ele ergueu o olhar em minha direção e sorriu doce, logo prosseguindo com sua leitura.”

Relembrando esse acontecimento e reconhecendo a reviravolta presenciada em nossa relação, pude realmente perceber que as histórias não são feitas apenas por fatos bons que possam retratar apenas o melhor da vida dos personagens, qualquer conto possui em sua estrutura um conflito, o qual se torna fundamental para estabelecer o destino das personagens, e foram todas as dificuldades passadas, todas as confusões sentimentais e lágrimas derramadas foram necessárias para que houvesse a definição do que viria depois; no fim do conflito, o desfecho impôs que ficaríamos juntos, tal como estávamos agora.

Na realidade, minha história com Minseok era um verdadeiro conto, não daqueles místicos e mágicos nos quais existem príncipes e princesas, onde os animais falam ou onde bruxas fazem seus feitiços em caldeirões negros, mas em um mundo normal, com pessoas normais; talvez a única magia existente tenha se feito presente no que sentíamos, pois o amor era certamente algo mágico! As ‘borboletas’ no estômago, os sorrisos instantâneos, as noites em claro com pensamentos sobre ele atormentando meu subconsciente, meu coração aquecido com todo o carinho que recebia e lhe devolvia. Minseok e eu podíamos não viver em um mundo encantado ou em uma realidade maravilhosa, podíamos não ter carruagem ou castelos gigantes, mas tínhamos um ao outro e podíamos encontrar toda essa misticidade e mistério no que sentíamos, não havia muito segredo para saber que nossa relação era mágica por si só, sem meios fantasiosos, apenas nós dois, garotos apaixonados em um mundo comum.

 

 

O céu estava colorido com tons de carmesim quando decidimos vestir nossas roupas e voltar para o centro do acampamento; mãos unidas, roupas molhadas e sentimentos juvenis à flor da pele resumiam nossos estados físicos e psicológicos após uma tarde esplêndida de despedida daquele lugar. Nos recolhemos dentro do chalé para tomar banho e trocar nossas roupas, depois fomos para o espaço onde tudo começou; como um dejavu as imagens de estar entre todos aqueles adolescentes prestes a receber um simples cartão onde as enumerações de nossos chalés foram relembradas por mim; imaginar que aquele evento estava prestes a acabar era surreal. Em instantes, senti os dedos quentinhos de Minseok roçarem contra os meus antes de unir nossas mãos de uma forma desajeitada, mostrando que sentia a mesma confusão emocional dentro de seu peito; senti-me confortado imediatamente, agradecendo por tê-lo ali.

Antes que a diretora fizesse seu discurso quanto à tudo, recebi uma ‘cutucada’ no braço direito e virei o rosto para ver do que se tratava, tendo Sehun em meu campo de visão, o que apenas irradiou mais sentimentos nostálgicos. Ofereci-lhe um sorriso gentil, ao qual ele retribuiu da mesma forma antes de virar-se na direção do tablado improvisado montado mais à frente, onde estava a diretora - vestida em um conjunto elegante e carregando uma expressão estranhamente calma.

Ela elogiou nosso desempenho geral dentro do acampamento e ditou despedidas bem estruturadas e emocionantes; foi difícil para mim segurar as lágrimas, talvez uma ou outra tenha escorrido pela extensão de minha bochecha, porém não soube dizer se fora pelo discurso ou por ter duas pessoas importantes para mim ao meu lado, ambas segurando minhas mão e alentando meu coração com sentimentos bons.

Algumas horas depois, quando fui deitar-me com Minseok - vínhamos dormindo juntos desde o dia da descoberta inusitada quanto a nossos sentimentos - uma onda de sensações me impediu de simplesmente deitar e dormir. Os sentimentos vieram à tona e transbordaram por meio de meus olhos. Pequenos cristais molhando o lençol e mãos quentes acariciando meu rosto com carinho. Minseok me olhava com doçura, também sentia-se emocionado por conta de tudo: a despedida, uma inesperada retrospectiva particular relacionada com tudo o que havia ocorrido durante esse curto tempo dentro do acampamento, tudo.

Dormimos abraçados em um meio-termo, alegria e tristeza parciais, mas consolados por termos um ao outro para compartilhar de tais sensações.

 

 

Foi necessário que acordássemos cedo para que o chalé fosse devidamente organizado e nossas malas estivessem prontas para quando os ônibus chegassem nós pudéssemos ir embora em tranquilidade.

Acima de minhas dificuldades para dormir na noite anterior, acordar foi uma missão complicada para mim; rolei sobre o colchão umas sete vezes antes de receber um travesseiro na cara e uma ameaça de água gelada - e ainda assim continuei semelhante a um morto-vivo sentado na borda da cama. Meu rosto se encontrava inchado pelo que eu podia sentir sem tocá-lo, talvez chorar na noite anterior não tenha sido a melhor das escolhas que já fiz na vida. Acordei definitivamente somente quando uma buzina ressoou em meus ouvidos, então corri por todo o chalé para pegar meus objetos e roupas largados de qualquer jeito em todos os cantos e colocá-los dentro da mala.

Felizmente, o tempo de atraso era de meia-hora antes que todos os ônibus partissem, ou eu permaneceria sozinho no acampamento com minha mala bagunçada e sem metade das roupas.

Minseok e eu seguimos em um movimento uniforme para dentro de um dos ônibus e sentamos lado a lado dentro do veículo, esperando sua partida. Eu mantinha o olhar na paisagem por trás da janela de vidro quando senti o toque sutil de sua cabeça recostada sobre meu ombro, fazendo-me virar para ele quase de imediato, captando a visão de seu semblante relaxado.

− Quando chegamos aqui, meu objetivo era viver um ‘romance de inverno’ para mostrar à minha amiga que eu não estava encalhado − ele sorriu melancólico, os olhos fechados por causa de um feixe de luz solar que o atingia exatamente onde estavam os mesmos. Não pude não sorrir fraco, pois eu também havia chegado em uma situação divergente da qual me encontrava agora.

− Quando chegamos aqui, meu objetivo era voltar imediatamente. Se não fosse Sehun eu teria me escondido no ônibus e voltado para casa − Minseok colocou a mão sobre a boca, rindo abafado e afastando-se de meu ombro, sentando-se de forma que a luz não incomodasse e abrindo os olhos. − Agora eu tenho que agradecer por ter sido forçado a ficar, concorda? − falei entre um sorriso, pergunta ao qual ele concordou.

Mais nenhuma palavra foi dita durante o caminho de volta - nossas mãos unidas falavam por si mesmas. Mas apenas estando ali, sentado ao lado dele, vendo os últimos raios de Sol sendo projetados antes que o tempo fechasse, cedendo espaço para uma chuva fina - quem sabe o próprio céu não estava se compadecendo a partir de nossas emoções? -, a qual demonstrou o quão sortudos éramos por não termos precisado suportar o verdadeiro inverno ali; estando naquela situação eu percebi que no final assinar a lista qual todos os alunos deveriam escrever seus respectivos nomes não fora tão ruim quanto eu imaginava que fosse; que cair na frente de Minseok no refeitório não fora tão constrangedor. E, principalmente, que manter a lembrança de Minseok em minha mente não fora em vão.


Notas Finais


Bom, agora é pra valer.
Depois de muita enrolação por causa da minha instabilidade emocional por terminar esse capítulo (e a fanfic), eu terminei.
Houve muita dificuldade para mim quando precisei terminar com tudo isso, essa fanfic se tornou meu xodó e imaginar um fim para ela foi extremamente doloroso, mas necessário.

Gostaria de agradecer por todas as visualizações, todos os favoritos, todos os comentários, todas as pessoas que decidiram percorrer esse caminho junto ao Lu e ao Min nesse acampamento de inverno.
Obrigada à todos que contribuíram com a propagação da fanfic, obrigada por todo o apoio que ofereceram. Vocês são incríveis! Sem vocês Pink Feelings não estaria aqui ♡

Não se preocupem que ainda vão me aturar muito nesse site, afinal não é porque eu acabei com minha 'main fic' que vou deixar de escrever sobre meus pais, certo?
Aliás, quem sabe Pink Feelings não recebe um extra, huh? Risos.

Mais uma vez: OBRIGADA POR TODO O APOIO E CARINHO. POR TUDO! AMO VOCÊS! ♡♡♡♡♡


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