História Pinóquio - Fairy tale

Após o estranho acontecimento, os irmãos Jeon desceram a escada a fim de aproveitar a festa. O mais novo ganhou presentes, reviu parentes distantes e até mesmo riu das monótonas piadas de seu velho tio. Mas mesmo assim, parecia que algo estava faltando. Talvez alguém, quem sabe.

Jungkook aproveitou a festa, de alguma forma. Mas ouve um ponto em que ele se sentia entediado, como se tudo passasse rapidamente em frente aos seus olhos e nada de novo acontecesse.

Ele ainda tentando entender como foi parar no chão de seu quarto, tem de sair de seus pensamentos assim que ouve a campainha tocar. Ele rola os olhos e vai em direção à porta da frente, passando pelos inúmeros convidados como se estivesse a andar em um labirinto sem fim. De onde saiu tanta gente? Era o que pensava.

Depois de escapar da multidão, ele destranca a porta e sente seu coração espremer-se ao enxergar a pessoa que nela batia.

***

O garoto de olhos pequenos e riso fácil lhe entrega uma caixa; mais especificamente um presente.  Por mais que não soubesse quem era, tinha certeza de tê-lo visto alguma vez. Na verdade, ele sabia de onde. A semelhança entre ele e o garoto do quadro que sua mãe colocara fora na semana que se passou é gigantesca, das pequeninas mãos até os dentinhos tortos do mesmo.

Ainda estando em uma fusão de pensamentos, ele abre um sorriso de coelho e abre a caixeta, logo sentindo a tristeza que aquele presente transmitia. Era como se estivesse a segurar o céu em seus ombros, e suas mãos fossem tão vazias a ponto de derrubar uma majestosa folha.

Mesmo que Jungkook não soubesse o que era, havia algo misterioso por trás daquele jeitoso globo de neve. Era como se sua história estivesse guardada nos pequenos garotos que ali havia. Eles pareciam se divertir, apesar de ser um dia ventoso, eles se divertiam com a neve e a inocência de uma criança desejando que um dia interminável terminasse.

-Feliz aniversario, Jungkook. –Diz o garoto com seu sorriso que transmitia calma.

-Ahn, obrigada. –Jungkook prestava atenção demais naquele presente, como se estivesse tentando resolver um enigma. –Pera... Como sabes meu nome? Você é um detetive? –Pergunta o garoto fazendo o mais velho rir.

-Ahan, sou um detetive que sabe o nome de todo mundo. –Ele põe as mãos na cintura e empina o nariz. O mais novo observa-o por um tempo até perceber a besteira que tinha acabado de perguntar.

Os dois começam a rir e acabam chamando atenção da mãe do aniversariante. Ela segue em direção aos dois com um sorriso no rosto. 

-Jungkook, esse aí você ainda não me apresentou. –Diz a mais velha apontando o queixo para o mais baixo.

-Ah mãe, esse é... O nome dele é... –O mais novo queria apresenta-lo para sua mãe, mas o fato é que nem seu nome o mesmo sabia. Ele olha nervoso para o outro, que logo entende o recado.

-Jimin! Meu nome é Jimin! Prazer senhora. –Diz o mesmo recebendo um aperto de mãos da mais velha.

-Prazer Jinim!

-É Jimin... –O filho cochicha causando pequenos risinhos no outro.

-Ah, certo. Porque não entras, Jinjin? –Pergunta a mulher abrindo passagem para o mais baixo. O Jeon mais novo estava morrendo de tanta vergonha e pretendia depois se desculpar com Jimin, que no momento só ria.

Os garotos esquecem-se da existência dos demais convidados e passam o resto da festa se conhecendo (ou reconhecendo) melhor.

O Jeon descobrira que o mais velho amava dançar e cantar, amava comer (quem não?), enquanto o outro fingia não saber de nada que o mais novo contava.

O sol fora substituído pela lua, as nuvens que criavam inúmeros desenhos deram espaço para as estrelas, o dia virara noite e o garoto dos olhos pequenos ainda estava ali, ao lado de Jungkook fazendo rir em meio à bagunça de seus pensamentos.

Pela escuridão que preenchia o céu lá fora, o mais novo hyung de Jungkook teve de dormir ali. Sua mãe arrumara o quarto de hospedes enquanto os mais novos da casa escolhiam um filme para assistir.

O mais velho se jogara no sofá de tanto rir quando o Jeon achara um filme pornô em meio aos outros. O mais novo fica vermelho a passa a fitar o chão. De súbito, o dia divertido que tivera com Jimin passara por sua cabeça. Como era possível conhecer alguém e no mesmo dia ganhar tanta intimidade com o mesmo? Até parecia que aquilo era possível, que se conheciam há anos.

Mas, talvez fosse possível achar um gesto de amor no meio da guerra, uma flor no meio das pedras, ou beleza em uma unha encravada. Tudo era possível. Mas, havia algo confuso que se passava na cabeça do mais novo:

Seria aquela a amizade com qual sonhava?

Seria aquele o nobre conto de fadas com que sonhara?