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História Pintando O Sete - Capítulo 20 Naruto e Sasuke Parte 4


Escrita por: andreiakennen

Notas do Autor


Atualização até que enfim! o/
O agradecimento especial por todas as reviews, não foram poucas dessa, obrigada!
E pelos fanarts da Bruninha, vou postar na íntegra na página do Face pra quem quiser olhar, só acessar lá.
Nos fanart tem os shipps: Yoruhi (Yoru e Hikari), Hirano (Hiroki e Murano), Barayate (Bara e Hayate) e Gio (Giovana). Obrigada, filhota, todos lindos!! ♥ Amo seus presentes.
Boa leitura! o/

Capítulo 20 - Capítulo 20 Naruto e Sasuke Parte 4


Fanfic / Fanfiction Pintando O Sete - Capítulo 20 Naruto e Sasuke Parte 4

 

Pintando O Sete

Capítulo 20 – Naruto e Sasuke – Parte 4

Naruto pulou da cama cedo.

Todas as segundas eram assim para o pai loiro da casa: corridas. Pois era na segunda-feira que enfrentava as piores filas no Mercado de Peixes e na Feira Central de Tóquio, onde disputava com os comerciantes da região os produtos mais frescos para reabastecimento do restaurante.

E a batalha não era somente com os donos do mesmo seguimento, mas com os de lanchonetes, comércio em geral e inclusive donas de casa.

A rixa era acirrada.

Por isso gostava de sair de casa o mais cedo possível.

Porém, coincidiu que aquela segunda era o seu dia de preparar o café da manhã e as marmitas dos dois filhos e do marido. Estava tentando ser ágil no preparo, mas era difícil quando sua atenção estava sendo tomada pela filha, que também havia acordado cedo àquela manhã, e, ao invés de estar tomando seu café como o devido, estava usando celular à mesa.

Definitivamente aquilo tirou Naruto do sério.

Algum tempo atrás normatizaram como regra da casa não usarem o aparelho nas horas das refeições. Regra que fora instaurada justamente por Bara viver em discussão com Hikari, onde cada um defendia seu lado sobre o uso e o não uso do aparelho enquanto comiam.

Bara alegava que o uso do celular à mesa impedia a interação entre os familiares, causava distração e consecutivamente acidentes. Além de danos a saúde pela ingestão incorreta dos alimentos. Hikari afirmava que as alegações da irmã não passavam de neurose e que ele conseguia muito bem ser proativo, multitarefa, e interagir com a família, comer devidamente e se atualizar acessando suas redes sociais, tudo ao mesmo tempo.

Para dar fim ao impasse, Sasuke intermediou a discussão sugerindo a maneira democrática de resolver as coisas na casa: pediu que cada um dos gêmeos elaborasse e apresentasse uma tese, com no mínimo três laudas, embasada cientificamente, com fontes seguras, as quais ele averiguaria com toda certeza, e aquela que alcançasse a maior nota normatizaria a nova regra da casa.

 Bara venceu o irmão sem dificuldade alguma. Na verdade, não chegou a haver uma disputa. Bara elaborou uma tese de dez laudas frente e verso, enquanto Hikari não levantou uma palha sequer em prol de sua defesa, declarando apenas que não perderia seu tempo livre com pesquisa e estudos além do que era obrigado a fazer como lição de casa para escola.

E o fato da filha estar quebrando a regra que ela própria impusera estava aborrecendo Naruto ao ponto de tirar-lhe o foco do preparo das marmitas.

 — Não me diga que por ter arrumado um namoradinho pegou a mania feia do seu irmão de ficar usando o celular à mesa, Bara? — acabou não aguentando e ralhou com a menina, franzindo o cenho na direção dela. 

A adolescente evitou voltar sua atenção na direção que viera a bronca e revirou os olhos, largando o celular virado de cabeça para baixo sobre o móvel, voltando para sua tigela de arroz integral com tofu e molho de soja feito pelo pai.

— Calma, paizinho. Não tem nada a ver com o Hayate-kun — explicou calmamente, voltando a mastigar. — Só estava avisando a Gi-chan para não me esperar no ponto de encontro na estação como de costume, porque preciso ir mais cedo para escola hoje. Tenho que entregar o relatório sobre a viagem. 

— Sei — o mais velho fingiu acreditar. — E por que não bateu na porta do quarto do seu irmão? Ele ainda não desceu.

— O Hii-chan tá bem grandinho para ficar precisando de babá — ela respondeu, se pondo de pé e terminado o arroz rapidamente. — E eu preciso ir ou vou chegar atrasada.

Ao terminar de comer, a menina apanhou a mochila que estava pendurada em um dos lados da cadeira e a jogou sobre o ombro esquerdo. Entrou na repartição da cozinha onde ficava a pia, lavou sua tigela, deixou-a sobre o escorredor e apanhou sua marmita, ao lado das outras duas no balcão de mármore.

— Por que está fechando seu obento? Eu ainda não terminei.

— Tem comida aqui suficiente para três de mim, paizinho — ela declarou e aproximou-se do homem loiro, erguendo-se nas pontas dos pés, depositando um beijo em sua face. — Te amo, tá? Para de estresse que está muito cedo pro senhor estar tão chato.

— Ah, é assim? Diz que me ama e me chama de chato?

A menina sorriu.

— Dizem que faz parte do amor aceitar a pessoa amada com todas suas chatices e defeitos — ela se evadiu, piscando para o mais velho e mostrando a ponta da língua, saindo da cozinha às pressas antes que levasse uma nova bronca.

— Engraçadinha...

Bara encontrou com Sasuke que vinha descendo as escadas enquanto arrumava a gravata.

— Ohayo, otou-san — ela o cumprimentou.

— Ohayo, princesa. Está indo?

— Tenho que entregar o relatório da viagem para o Conselho.

— Quer carona?

— Não quero atrapalhá-lo. O senhor ainda vai tomar café.

— Eu estou indo na casa dos seus avôs para ver como o Yoru passou a noite. Vou tomar café lá. E quero aproveitar o percurso para termos uma conversa, a mesma que tive com o seu irmão há um tempo, quando ele nos apresentou a Giovana como namorada.

— Hm. Sei. Seriam as regras sobre ter um namorado? — deduziu ela, arqueando uma das sobrancelhas.

— As próprias.    

— Mas eu decorei todas elas para evitar que o Hii-chan ultrapassasse a linha com a Gi-chan.

— Não invente desculpas, Bara Uzumaki. Não interessa se sabe as regras de cor ou não, iremos repassá-las.

— Como queira, senhor! — Ela bateu continência, achando que seria mais saudável para sua futura relação com Hayate se evitasse impasses com o senhor Sasuke. 

Naruto entrou no hall com a marmita do marido embrulhada em um bonito guardanapo de tecido na cor azul escura, estampa de leques nas cores branca e vermelha, e a estendeu na direção dele. Sasuke agradeceu com um assentir de cabeça. 

O homem loiro encarou então o alto da escada e cruzou os braços no peito, aumentando seu ar de estresse.

— Mas por que diabo o Hikari ainda não levantou? Você poderia ter chamado ele, Sasuke.  

— Estou com pressa, Naruto.

— “Pressa”, “pressa”! Tá todo mundo com pressa hoje. Eu também estou e ninguém me ajuda — reclamou formando um cone em torno da boca com ambas as mãos e gritando para o alto da escada. — Hii-channn! Eu não vou te chamar de novo! Estamos todos saindo!

Sasuke levou o dedo indicador ao lóbulo da orelha esquerda e o apertou, abafando o grito que o marido dera.

— Precisa ser tão barulhento logo cedo?

— Não precisaria se vocês me ajudassem!

— O Hikari não pertence ao Conselho, Naruto. Ele não precisa ir mais cedo para escola, deixe-o dormir mais um pouco.

— Você conhece o Hii-chan, Sasuke. Se não deixarmos ele acordado ele vai perder o horário.

— Ele não é mais um bebê. Precisa deixá-lo fazer as coisas por ele próprio.  Ninguém precisou tirar a Bara da cama, ela sabe suas responsabilidades e obrigações e levantou sozinha.

 Antes que os dois adultos iniciassem uma discussão, Bara, que tinha calçado seus sapatos e aguardava o pai moreno na soleira da porta, interrompeu.

— Paizinho, você vai demorar? Se o senhor não for agora eu vou indo, se não vou perder o ônibus para estação desse horário.

Sem se importar com ar zangado do marido, Sasuke segurou Naruto pela nuca e o puxou para um beijo rápido. Soltou-o em seguida e sentiu-se recompensado ao ver a expressão de bravo dar lugar para um ar surpreso e encabulado. 

— Estou indo.

— Hm — assentiu o loiro, um tanto desnorteado. — Como eu preciso fazer as compras e deixá-las no restaurante, não vou conseguir visitar o Yoru agora cedo, mas me deixe informado.

— Não se preocupe, te envio uma mensagem de texto. Itekimassu.

— Iterasshai — Naruto desejou incluindo Bara em seu olhar. 

Marido e filha se despediram em acenos breves para o loiro e saíram.

Assim que eles se foram, Naruto subiu as escadas correndo e entrou no quarto do filho achando que o flagraria debaixo da coberta, mas se surpreendeu ao vê-lo bem desperto, sem o uniforme, sentado no computador e com o fone cobrindo os ouvidos.

— Hikari? — chamou por ele, confuso.

O loiro adolescente retirou o fone dos ouvidos e o descansou no pescoço ao perceber a entrada abrupta do pai. Procurando evitar rodeios, apanhou o formulário feito pelo treinador do time, que estava repousado na sua escrivaninha ao lado do mouse, girou na cadeira e o estendeu para Naruto, aguardando sua reação.

Naruto correu os olhos pelo papel entregue por Hikari. À medida que ia interpretando o texto, seus olhos azuis gateados, que eram grandes por natureza, foram dobrando de tamanho.

 — Suspensão por discussão e agressão física? — encarou Hikari. — O que significa isso?

— Exatamente o que está escrito aí.

— Não seja malcriado, Hikari! — esbravejou, começando a perder a paciência naquela segunda-feira atípica.

— Não estou sendo. Apenas respondi a pergunta do senhor.

— Eu estou perguntando o que gerou essa situação?

— O Hayate e eu começamos uma discussão e quando a coisa esquentou o Kinizuna se intrometeu e acabou levando um soco que era para te sido na minha cara.

Naruto estagnou com a boca entreaberta, processando a pouca informação que Hikari lhe dera, tentando encontrar nexo nela. Recordou da noite anterior quando teve contato com o colega dos filhos mencionado. Tentou forçar sua mente a buscar se percebera em Hiroki alguma marca de agressão física, porém ficara tão surpreso quando Bara apresentou o outro garoto do time de Hikari como namorado dele, que acabou não prestando tanta atenção no próprio.

Mas recordou-se de vê-lo um tanto encolhido, como se estivesse tentando se esconder atrás dos demais, algo que imaginara ser por sua personalidade tímida e pelo fato de Bara o estar expondo naquele instante.

Levou a mão à nuca e massageou a região, respirando fundo e voltando a observar seu menino. Depois que Hikari entrou na puberdade passou a perceber nele os traços marcantes da personalidade de Sasuke: a seriedade e a inexpressão. Mesmo fazendo besteiras ou estando errado, Hikari tentava manter aquela máscara da imparcialidade.

No entanto, não gostava daquilo, principalmente naquele instante, que percebia algo de triste na expressão resignada do filho.

Como se ele soubesse que aquela falta grave condenava-o a uma punição da qual ele não teria como escapar.

...

Iruka abriu a porta e se surpreendeu com a visita.

— Hikari-kun?

— Ohayo, ojii.

Observou o neto com estranheza, primeiro por concluir com surpresa que fazia um bom tempo que não o via. Hikari havia crescido uns bons centímetros, sua estrutura muscular tinha ganhado mais massa e ele começava a parecer um rapaz de verdade, com braços e pernas mais longas e com uma boa musculatura, provavelmente devido aos treinos do esporte favorito que praticava. Mas o rosto, apesar de ainda ter os traços delicados da gêmea menina, começava a ganhar um aspecto mais firme.

O maior diferencial estava certamente nos cabelos lisos e volumosos do neto, cujo comprimento chegava ao ombro. Tamanho suficiente para que ele prendesse parte dos fios em uma amarra no alto da cabeça como estava naquele momento.

Porém, a estranheza de Iruka não fora tanto na aparência e sim em saber o motivo que levara Hikari estar ali, na sua porta, naquele horário, em dia de semana, quando deveria estar na escola.

— Não teve aula hoje?— viu-se o questionando antes mesmo de responder adequadamente o cumprimento do neto.

Hikari coçou a nuca, naquele gesto inconsciente que fazia Iruka recordar Naruto, mesmo que o gêmeo menino não tivesse herdado muito dos trejeitos exagerados do pai.

— É uma longa história, ojii — ele comentou, acrescentando um suspiro longo.  — Estou com tempo de sobra, então se quiser ouvir, eu posso te contar em detalhes. Tem café aí?

Mesmo com a preocupação o tomando, Iruka sorriu de maneira acolhedora para o adolescente diante dele e abriu espaço na porta, firmando a mão no ombro do neto e o direcionando para dentro da residência.

— Acabei de fazer panquecas. Vou passar um café fresco para nós.

— Por isso estou sentindo esse cheiro tão bom. Tem recheio doce?

Iruka aumentou o sorriso na face.

— Você só cresceu no tamanho, mas continua uma formiguinha, não é, Hikari-kun?

— Hm.

— Tem calda de caramelo.

— Yes!   

Os dois adentraram a cozinha. Hikari puxou a cadeira e se acomodou à mesa, diante da porção de panquecas que estavam amontoadas em um prato no meio da mesa e ainda exalavam a quentura por terem sido recém-preparadas. “Comeu” a guloseima somente com os olhos, inspirando o aroma bom que vinha delas.

Iruka ligou o fogo automático das bocas do fogão e encheu uma chaleira com água e dispôs sobre a chama, apanhando um recipiente na geladeira.

— Vou aquecer a cauda em “Banho Maria” por alguns minutos. Quer morangos também?  

— Só a cauda. E o Kakashi-ojii-san, cadê?

— Foi devolver uns livros na biblioteca e pegar novos. Aproveitei para incluir na rota dele o supermercado, já que ele estava a fim de caminhar.

— Entendi. E o meu irmão como está?

— Agitado. Ontem foi uma noite bem problemática por causa da visita daquele ex-namorado do Yoru. Como se não bastasse isso, hoje cedo seu pai e a Sakura-san se encontraram aqui e você pode imaginar o tamanho do show, não é? Aqueles dois não podem olhar para cara um do outro que começam a se engalfinhar. A Sakura-san ainda trouxe a pequenina Yui e ela começou a chorar por ver o irmão com barba, falou que ele estava feio, que não era mais o irmão dela. Foi um caos. Acho que isso acabou agitando o Yoru-kun. Ele começou a andar de um lado para outro sem parar, não quis tomar o remédio, não quis comer e está sem tomar banho desde ontem. Seu pai disse que vai tentar uma liberação do trabalho para retornar com ele ao médico — Iruka enumerou todos aqueles fatos enquanto mexia a calda de caramelo no fogo. Ao percebê-la no ponto e em tom uniforme, desligou a chama, tirou o recipiente de plástico dentro da panela com água quente e a colocou sobre um apoio de madeira na mesa, deixando dentro dela a conchinha para que o neto se servisse.

— Ex-namorado do meu irmão? — Hikari perguntou com as sobrancelhas arqueadas na direção do mais velho. — Qual deles, ojii?

Iruka assentiu com a cabeça e respondeu a questão levantada.

— Aquele rapaz ruivo, que estava estudando no exterior e que teve um caso com Naruto também. Você sabe onde tem talher e prato, Hikari-kun. Não espere que eu te sirva, coma a vontade. Vou passar o café, a água está fervendo.

— Hm — concordou ele, saindo da mesa e indo atrás dos utensílios. Ainda surpreso com aquela notícia. — O que o Sasori está fazendo no Japão? Achei que ele não tinha mais interesse em voltar para nosso país — questionou o avô como se ele realmente pudesse saber da resposta, voltando rápido para mesa, sentindo sua saliva se acumulando devido a vontade de experimentar a guloseima feita pelo mais velho.

Serviu duas panquecas e ensopou-as com a calda de caramelo. Aproveitou para tirar o celular do bolso do short, depositá-lo sobre a mesa, ao lado do prato, e desbloquear a tela para consultar seu aplicativo de mensagens enquanto comia. Pelo menos os avôs não tinham aquela neurose de não permitir que usasse o aparelho à mesa.

— Eu também não entendi — Iruka respondeu. — Apenas sei que ele voltou em uma péssima hora. O Yoru-kun está muito estranho desde a visita dele ontem.

— Hm... — Hikari resmungou enquanto mastigava e enviava uma mensagem para irmã perguntando se ela sabia que o Sasori estava no Japão.

Aproveitou para acessar sua página na rede social e entrou no perfil de Sasori, confirmando que havia mesmo uma postagem de três dias atrás que dizia: “Atividade: viajando de Paris França para Tóquio Japão” e o “check-in” feito no país 24 horas depois. Curioso, acessou os comentários da postagem, passando direto por aqueles que estavam em francês, visto que não entenderia, e se ateve aos que estavam em sua língua. O que mais chamou atenção sem dúvida foi o do tal Deidara, que o surpreendeu primeiro pela foto de perfil, onde ele exibia o cabelo em tom azul e com mechas violetas, além dos alargadores enormes nas orelhas e vários pircings no nariz, sobrancelhas e na língua que estava exibida para fora da boca.

No comentário grosseiro postado ele dizia que finalmente poderia matar a saudade de dar uns apertões na bunda do amigo. 

— Que ridículo... — balbuciou para si mesmo, mas o avô, que estava servindo o café para ele, espichou os olhos para o aparelho.  

— Quem é ridículo, Hikari-kun?

— Ah... Er... Ninguém, ojii — tentou disfarçar sua gafe, apagando a tela do celular rapidamente ao bloqueá-la usando a digital, voltando para o prato de panquecas.

O avô serviu sua caneca de café e sentou-se à mesa, encarando o rosto do neto seriamente.

— Bem, agora que tal falarmos um pouco sobre você? O que aconteceu para não estar na escola? 

Hikari engoliu com dificuldade a panqueca, apesar de estar bem saborosa. Não gostava muito de conversas, e era sempre mais difícil quando o assunto era ele próprio e os transtornos que causava. Mas, sabia bem, que o bate-papo com avô seria inevitável e ao mesmo tempo ameno, quase a mesma que tivera com o pai Naruto.

Difícil mesmo seria confrontar o pai Sasuke, principalmente por ele estar tão transtornado com o estado de saúde do irmão mais velho, somado ao retorno abrupto de Sasori, de quem, certamente, ele ainda guardava ciúmes. Para não nomear como “rancor”. Pois, “rancor”, era algo que o ex-integrante do clã Uchiha conseguia conservar de forma assustadora.

Suspirou fundo e iniciou a narração ao avô a partir da viagem.  

...

Naruto falava de maneira afobada com Sasuke ao telefone, tentando desviar de Tandaru, o filho de Shikamaru, o qual empregara no restaurante, e que parecia uma sombra na sua cola, seguindo-o a cada passo que dava, dando a entender que tinha algo importante para falar.

Mas, no momento, nada era mais importante para ele do que ter notícias do estado de saúde do enteado.  

— Você conseguiu me entender, Naruto? — Sasuke tentava se fazer compreensível, havia muito barulho ao seu redor e sabia que seria difícil para Naruto compreendê-lo em meio aos tantos outros que falavam ao mesmo tempo.

— Estou tentando entender, Sasuke. Mas está muito barulho aí. Não dá para você se afastar?

— Não posso. Estou em um auditório, o cerimonial está prestes a começar e... Enfim. Vou tentar. Espere um minuto.

Naruto percebeu que o fone fora abafado, ouvia algo parecido um farfalhar de tecido, aproveitou para apontar o queixo para o adolescente diante de si.

— O que diabos você quer, Tandaru? Não está vendo que estou em uma ligação importante.

— Sabe o que é, tio? Tem um cara todo afeminado, acompanhado de um estrangeiro, querendo entrar pra falar com o senhor. Falei que não estamos atendendo ainda, mas ele insiste que precisa falar com o senhor — o garoto apontou a porta e Naruto pode vislumbrar Sasori, acompanhado de um rapaz alto, magro e de cavanhaque.

— Pede para entrarem — Naruto fez um gesto de mão para os dois parados na porta.

Ao ser autorizado a entrar Sasori saiu da porta andando depressa na direção de Naruto e o abraçou assim que o alcançou.  

— Naruto-san!

E passou a choramingar, fazendo Naruto se arrepender de ter permitido que entrasse antes de concluir a conversa com o marido. 

— Espere, Saso-chan. N- não faça isso.

 — “Saso-chan?” — a voz questionadora de Sasuke retornou completamente audível. Sem barulho algum ao fundo. Fora bem no instante que o estrangeiro começou a discutir com Sasori, puxando-o pelo braço e tentando fazê-lo desvencilhar do abraço que dera em Naruto. Certamente enciumado. A confusão mudou de lado e os dois começaram a brigar em francês na sua frente.

— Saso-chan... Espere um minuto, Sasuke — pediu ao marido e fora a vez de Naruto abafar o telefone na roupa e ordenar ao empregado que acomodasse os dois rapazes em uma das mesas e servisse a eles café, enquanto terminava a conversa com o marido e logo voltaria para atendê-los.

Afastou-se para o fundo vazio do salão, respirou fundo, imaginando que teria que ter paciência para lidar com os ciúmes exagerados de Sasuke e voltou a falar com ele ao telefone.

— Sasuke, gomen.

— Eu não queria falar nada quando estamos tão cheio de problemas, Naruto. Mas, é incrível como esse se ex-amante, cara de pau, consegue me tirar do sério. Ele não cansa de ficar atrás de você?  

— Sasuke, primeiro de tudo, ele não é só “meu ex-amante”, e... — Naruto se interrompeu e tentou se acalmar, ao notar que estava se alterando e então passou a falar mais ameno para que os convidados não ouvissem sua discussão. — O Saso-chan é ex-namorado do seu filho se você não se lembra.

— Lembro a muito contragosto.

— Tá. Vamos esquecer isso por enquanto. Agora que está longe daquele tumulto, eu posso te ouvir. O que estava falando sobre a consulta do Yoru?

— Por causa daquele bendito prêmio eu não vou conseguir desfazer todos os compromissos que foram agendados para hoje. Eu tenho duas reuniões. A primeira vai começar daqui a pouco. Depois tenho três entrevistas; uma para um jornal, outra para um blog educacional e outra para uma revista. Por último, tenho uma segunda reunião no fim da tarde com o reitor e, de acordo com ele, futuros investidores para os projetos da universidade. Não poderei acompanhar o Yoru ao médico. Falei com a Sakura. Ela disse que não tem problema de ir, isso depois de falar um monte no meu ouvido por termos discutido exatamente por isso hoje cedo... Ademais... Te explico melhor em casa — Sasuke fez uma pausa para suspirar e retomou a conversa. — O que eu queria era que você fosse com ela. Você sabe que não confio na estabilidade emocional da Sakura. Eu tenho medo que ela piore as coisas.

— Eu vou.

Naruto respondeu tão prontamente que causou um baque no marido do outro lado da linha.

Não eram nem dez horas da manhã e Sasuke estava com a cabeça tão cheia, que ouvir aquela prontidão vinda do loiro, fora como se um imenso peso fosse tirado dos seus ombros. Recordou-se que aquela espontaneidade era um dos motivos que sustentava seu amor. Para Naruto, não havia distinção entre seus filhos. Biológicos ou não, para ele, filhos eram filhos, e ele faria de tudo sem pestanejar por eles. Mesmo por Yoru, que não era seu biológico, que sequer compartilhara uma convivência, mas que, pelo simples fato dele ser seu, era como se fosse dele também.

— Obrigado... — conseguiu falar, tentando segurar o embargo na voz.

— Eu sei o quanto está preocupado com ele, Sasuke. A sua preocupação é a minha também. Nossos filhos estarão sempre em primeiro lugar. Sei que não adianta te pedir para se concentrar no trabalho, mas tente. Eu vou deixar as coisas encaminhadas. Vou pedir para que a Mizuki venha hoje, mesmo estando de férias, pagarei por fora para ela. E vou sim acompanhar o Yoru.

— Eu te amo.

Naruto sorriu.

— Eu também te amo.

Com aquelas declarações, ambos encerrarem a ligação. Naruto achou melhor não sobrecarregar Sasuke com a notícia sobre Hikari. Colocaria o assunto em pauta quando estivessem em casa, de preferência com o marido bem alimentado, de banho tomado e completamente relaxado após o sexo.

Todavia, antes de deixar tudo encaminhado no restaurante com seus empregados, sentou-se a mesa para conversar com Sasori sobre o olhar mal-encarado do noivo francês dele. Como se não fosse suficiente ter que lidar com os ciúmes do marido. Suspirou fundo. 

...

Hikari adentrou o quarto onde o irmão estava hospedado na casa dos avôs e contorceu a face em uma careta ao sentir o odor forte do ambiente fechado. Constatou que o irmão estava mesmo doente, pois Yoru Uchiha era completamente avesso a falta de higiene, vivia reclamando do seu cheiro de suor quando ia visitá-lo direto do treino sem antes tomar uma ducha.  

Yoru estava deitado de bruços na cama, todo em volto pelos lençóis, como se fosse um casulo, mesmo com o calor insuportável que fazia dentro do cômodo abafado. Notou que o irmão estava acordado, pois ele batucava com os dedos na parede de madeira. O tufo de cabelos desgrenhados saltando para fora do lençol.

Sem pensar ao certo em como o abordaria, deitou-se sobre as costas dele, repousando seu peso com cuidado sobre o dele, e envolvendo aquele casulo enorme com seus braços, deitando a face no que pareciam suas costas largas.

— Yorunii? — o chamou com cuidado.  

— Hii-chan? — ele o reconheceu e levou a mão que batucava na parede de encontro com a sua, apanhando-a e entrelaçando-a. — Está pesado, Hii-chan.

— E você fede.

— Muito?

— Muito.

— Hm.

— Quer tomar banho comigo?

Não houve resposta por um tempo, mas ela veio em forma de gesto, Yoru se moveu, fazendo Hikari sair de cima dele e sentar-se na cama. Logo o mais velho se desembrenhou do casulo, mostrando o rosto barbudo e os cabelos completamente desgrenhados para o mais novo. Somente os belos olhos verdes claros se destacavam límpidos em meio a face acabada.

— Está retrocedendo, nii-san — comentou Hikari. — Ao invés de sapo para príncipe, está indo de príncipe para ogro.

Yoru riu finalmente, como há muito não se lembrava de ter sorrido. Coçou a cabeça, o nariz, a barba embaixo do pescoço e constatou.

— É. Tá incomodando, Hii-chan. Eu quero tomar banho. Você vem comigo?

— Só estava esperando sua resposta — Yoru se levantou, estendendo a mão para o mais velho. — Vamos, então?

Yoru ficou encarando a mão de Hikari estendida por um tempo, mas logo ele segurou a mão que lhe era oferecida e levantou-se com dificuldade, deixando-se ser guiado pelo caçula.

Hikari tentou não se abater, mas enquanto despia Yoru e o encaminhava para área de banho da casa dos avôs, não conseguiu evitar a comoção. O irmão estava estranho. Ele tinha um olhar vago, uma expressão pesada e apesar de ter entrado no banho, ao ficar com o corpo parte submerso na água ele ficou sem reação, como se não soubesse ao certo o que estava fazendo ali. Ou como se apenas seu corpo estivesse ali, mas sua mente não.

Foi preciso que Hikari usasse uma concha para jogar água em suas costas, em sua cabeça. Foi ele quem lavou os cabelos compridos do irmão e quem fez sua barba.  

— Nii-san... — soluçou ao final, não aguentando aquela sensação esmagadora que estava sentindo ao ficar diante daquela pessoa.

Yoru não parecia o mesmo. O Yoru que conhecia ao dividir o banho com ele se excitaria, faria inúmeras gracinhas, tentaria apalpá-lo, abraçá-lo, o morderia e o tiraria do sério convidando-o descaradamente para fazerem coisas incestuosas.

Não entendia.

Aquela pessoa mórbida, sem reação alguma, que parecia ter tido sua aura sugada do corpo, era mesmo seu irmão?

Yoru levantou a mão de repente e tocou o rosto do caçula, limpando as lágrimas que escorriam. Ele pareceu confuso.

— Está chorando? Esta com dor, Hii-chan?

Hikari passou a mão no nariz e no rosto, tentando engolir o choro e voltou a sorrir.

— Eu estou bem.

— Tem muitos remédios ali. Vou pegar alguns para você...

— Não, onii-san. Não precisa. Eles são seus. Eu estou bem. Vamos terminar aqui para você poder comer e tomar os remédios, ok?

Hikari fez menção de sair do enorme ofurô da área de banho dos avôs, quando sentiu seu pulso ser agarrado fortemente por Yoru. Voltou-se para ele com os olhos arregalados.

— Nii-san? 

— Eu não preciso mais de remédio, você pode ficar com eles — alegou de repente. — Eu não estou doente, sabia? Todo mundo aqui acha que estou. Eles querem me dopar com essas drogas todas. Engraçado. A Sakura-san sempre pegou no meu pé para eu não usar drogas e agora querem me drogar. Todos eles aqui querem que eu durma. Por que será, Hii-chan? — E girou a cabeça apontando a sua volta, como se ali estivesse cheio de gente, e tentando segredar somente com Hikari, Yoru aproximou-se da orelha do loiro e passou a cochichar. — Eu estou ótimo. Pronto para viajar. Estava pensando em ir para França de novo ou quem sabe o Afeganistão. Vou fazer as malas hoje ainda. Vamos comigo, Hii-chan? Vamos fugir juntos?

Hikari arregalou os olhos e entreabriu os lábios; apavorado.

Realmente não conseguia entender o que estava acontecendo.

O que diabo Yoru estava falando?  

Precisava falar com seus pais, urgente.

...

Sasuke tentava afastar seus problemas familiares da cabeça para não sair com uma expressão muito estranha nas fotos, mas estava sendo difícil. Detestava sorrir. E sorrir parecia bem pior quando tinha que ser forçado.  

“Essa é a cara melhor que consigo fazer”, rebateu em certo momento, cansado com os pedidos repetidos dos fotógrafos.

Não fora sua intenção ser grosseiro, apesar de ter notado o franzir de cenho do seu assessor e de reitor da universidade em sua direção. Mas o celular que não parava de vibrar em seu bolso, notificando a chegada de mensagens uma atrás da outra, não o permitia manter-se frio aquele ponto.

Não via o momento de finalizar aquele que seria o último compromisso com a imprensa, para checar e entender o que significava aquelas incessantes notificações.

Por isso, sentiu ser a gota d’água, quando ouviu o reitor se despedindo dos empresários e dos representantes da revista cientifica que viera entrevistá-lo, certamente buscando estreitar as relações para benefício das futuras parcerias, e convidar o grupo para encerrarem a noite comendo e brindando em um bom restaurante.

Iria se manifestar contrário quando Karin, que parecera ler a aflição estampada em sua face, interrompeu ao seu favor.

— Teremos momentos mais oportunos, senhor reitor — disse ela toda sorridente, chamando a atenção do grupo de homens. — Convenhamos que todos nós tivemos um dia estafante hoje. Eu sequer tive tempo de fazer uma ligação para o meu marido e informá-lo que iria estender o expediente hoje. Posso estar correndo o risco de ser uma mulher divorciada assim que chegar em casa.   

O grupo inteiro riu e o buchicho em concordância venceu o convite do reitor.

— Certo. Mas, em um momento mais oportuno, como articulou minha sub-reitora, insisto para marcarmos uma social.

— Será um prazer, Orochimaru-sama — houve essa resposta de um dos diretores da revista cientifica e as despedidas vieram em seguida.

Karin puxou Sasuke pela mão e o colocou na frente de todos, para ser o primeiro a dar os cumprimentos e assim que os apertos de mãos se concentraram no reitor no fim da fila ela cochichou para ele:

— Agora vá depressa. Saia de fininho. Eu me viro aqui.

A expressão de agradecimento de Sasuke fora tão notável que fez Karin sorrir encabulada.

— Não me olhe assim ou eu irei gamar em você novamente. Esta tudo bem. Você fica me devendo essa. Agora vai, rápido. Eu sei que está com algum problema em casa. Mas me mande notícia.

— Muito obrigado, Karin — ele se curvou e ela sorriu, fazendo um gesto de mão para que ele andasse rápido.

Sasuke atravessou o auditório e o saguão depois dele feito vento, ganhou o corredor de acesso, onde havia alunos, professores e outros empregados da universidade transitando. Passou andar depressa, não encarando nenhum dos rostos que encontrava, querendo evitar novas abordagens e perder mais tempo.

Apenas retirou o celular do bolso, tentando visualizar as inúmeras mensagens que recebera. Trombava em um e outro pelo caminho, por ter toda sua atenção voltada para tela do aparelho, mas desculpava-se, e sem esperar por resposta, seguia rumo à saída.

Era grave. A situação de Yoru era grave. Havia mensagens de Naruto, dos pais, de Hikari, de Bara. Seu coração acelerou. Não conseguia encontrar nexo nas mensagens, parou ao sair para o pátio ao ar livre. Era noite e o vento fresco que correu pelo ambiente aberto atingiu sua face fora como um pedido para respirar e se acalmar.

Assim que respirou fundo, discou para Naruto.

A ligação não demorou ser atendida.

— Oi?

Assustou ao ouvir a voz do marido, ele estava rouco, parecia exausto.  

— O que houve com o Yoru?

— Onde você está?

— Acabei de sair da universidade. Estou indo encontrá-lo, onde vocês estão?

— No St. Pierre.

Fora tomado por aquele aperto ruim no estômago, um forte engasgo se entalou em sua garganta e os olhos queimaram querendo lacrimejar. O St. Pierre era um hospital psiquiátrico.

— O que meu filho está fazendo nesse lugar, Naruto?  

— O Yoru teve que ser internado, Sasuke. Ele teve uma crise. Foi assustador. Começou hoje cedo. Ele começou falando um monte de coisas sem sentido para o Hikari e...

— Que tipo de coisas sem sentido?

— Coisas do tipo “não preciso mais de remédios”, “eu estou indo para o exterior” e falava como se a casa dos nossos pais estivesse cheia de gente. Ele não quis comer e alegou que estava guardando seu apetite para comida estrangeira. Quando a Sakura e eu chegamos para levá-lo ao médico foi a pior parte. Ele não aceitou simplesmente e tentou fugir, começou a gritar que não iria e ficou violento de repente, se debatia e empurrava quem tentasse encostar nele, gritando que queriam fazê-lo perder o avião. Foi horrível, Sasuke. Foi horrível. Tivemos que chamar uma ambulância. Ele foi sedado e trazido direto para o St. Pierre.

Sasuke estava em choque.

— Você não pode estar falando sério, Naruto. Meu filho não é louco para estar internado nesse lugar. Estou indo tirar ele daí agora mesmo! — ditou a última frase de forma explosiva.  

Mas Naruto suspirou, tentando manter a calma, respondeu.

— Sasuke, para, tá? Apenas pare. Eu passei a tarde inteira conversando com especialistas. Se for para vir para cá com a mentalidade de gerar o caos, fazer escândalos, é melhor que fique onde está. Estou tão cansado...

— E eu não estou? Eu passei o dia inteiro trabalhando como um louco, com a cabeça para explodir de preocupação com o Yoru. Agora você simplesmente diz que internou meu filho em um manicômio? Como você queria que eu reagisse a isso, Naruto?

Houve um silencio profundo. Um silêncio que foi irrompido pelo choro.

— Naruto?

O telefone não foi desligado, mas Sasuke percebeu que o choro se afastou e de repente ouviu um suspiro diferente e veio aquela frase dita por uma voz feminina, a qual conhecia muito bem. 

— Deixa que eu falo com ele. Achei que eu fosse a única pessoa no mundo que você gostava de fazer chorar, Sasuke. Você não cansa de ser tão estúpido?  

— Sakura... devolve o telefone para o Naruto.

— Só vou dizer uma coisa, Sasuke. Você tem um marido incrível. E olha que nunca pensei que diria algo desse tipo, pois você sabe muito bem o quanto eu o reprovei. Mas hoje eu percebi que ele é tudo aquilo que eu nunca seria para você. Eu vi o Naruto se desdobrar em centenas de clones para dar conta de tanta coisa e mesmo assim se manter estável. Mas bastou cinco minutos de conversas com você para essa fortaleza toda desabar. Se quiser conversar decentemente venha para o St. Pierre. E, antes de sair acusando indevidamente seu parceiro, lembre-se que o Yoru tem uma mãe. E se meu filho está internado, primeiro de tudo, foi porque eu autorizei. Fui eu quem assinou os papeis. Estamos te esperando para conversar. Mas venha apenas se estiver disposto a abrir sua mentalidade para a nova realidade que envolve nosso menino.

A chamada sendo encerrada gerou um estalo em sua cabeça e aquele “tu, tu” o acompanhou junto com as palavras de Sakura. Ecoando em sua cabeça, até entrar no estacionamento. Deixou o aparelho do porta-luvas, ligou o carro e saiu.

Havia sido completamente estúpido em suas palavras, em seu julgamento precipitado. Era óbvio que nem o marido e nem a Sakura fariam algo imprudente com relação ao Yoru. Mas aquela informação o pegou desprevenido, não conseguia imaginar, imagine aceitar.

Continua... 

Notas:

Foi um capítulo bem tenso e antes que haja reclamações com relação ao problema do Yoru, vou explicar dois pontos.

Primeiro: eu não pretendo estender esse tema da doença do Yoru para não tornar o clima da fic, que é para ser algo leve e descontraído, para um drama problemático e intenso. O Yoru vai ficar bem. Confiem. Apesar de o diagnóstico inicial parecer de esquizofrenia, o que o Uchiha tem na verdade é um tipo de depressão a qual irei abordar com mais detalhe no próximo capítulo. Mas, é tratável. E o tratamento dura em torno de um ano.  

Segundo: eu estou embasando o episódio de aparentemente esquizofrênico em algo da minha realidade, algo que aconteceu na minha família. Minha irmã começou apresentando um quadro o qual nós não demos nenhuma importância: a depressão. Depois que esse quadro depressivo evoluiu para algo bem mais grave, a esquizofrenia, que passamos a compreender que a depressão é uma doença real, ou o princípio de outra bem pior. Mas, como eu disse, não vou tornar o clima da fica sombrio tratando de algo tão complexo. Mas, como gosto de abordar um bom drama nos meus trabalhos, o Yoru vai passar por algo parecido, mas que não chega ser a esquizofrenia. Hoje, que toda a parte mais assustadora da doença da minha irmã já passou, e que eu e os meus familiares não somos mais ignorantes sobre o assunto e conseguimos aceitá-lo, eu consigo escrever sobre sem sentir tanta dor, tanto incômodo. Hoje minha irmã está muito bem. Estável. Mas ainda penso muito em abordar o tema de forma ampla, embasada, em um trabalho futuro. Para que as pessoas possam compreender melhor a doença do ponto de vista de alguém que viveu, e ainda vive, com essa realidade.

É isso. Se puderem, deixem a opinião de vocês, sobre o assunto, ou capítulo no geral.    

Beijos! Até o próximo! o/



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