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História Pinturas, Cigarros e Sexo - Capítulo Único


Escrita por: Avilio_Bruno

Notas do Autor


Então, eu estava escrevendo outra fanfic minha e essa ideia veio na minha mente. Coloquei ela em prática e esse foi o resultado.
Aconselho a ler ouvindo a música Chão de Giz de Zé Ramalho, o link dela está nas notas finais

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Pinturas, Cigarros e Sexo - Capítulo Único

Em sua mão esquerda estava o cigarro aceso, em sua mão direito o pincel com tinta, analisava aquela pintura recém-terminada, em seu intimo algo ainda faltava, porém não fazia ideia do que seria.

Tragou o cigarro e se afastou da pintura dando alguns passos para trás, fitou a mulher nua retratada na tela, seus olhos cor de chocolate ao leite traçaram um caminhos nas curvas, nos seios até finalmente chegar ao rosto, e lá estava o que faltava, um simples sinal abaixo do olho. Caminhou novamente e com precisão e seu pincel ele colocou o pequeno detalhe em sua obra.

Ethan soltou o pincel na mesa suja de tinta, seu cigarro assumiu o lugar entre seu dedo do meio e o indicador da mão direita. Tragou mais uma vez soltou a fumaça no ambiente. Diante de si a tela era uma explosão de cores que davam forma a mulher que o havia deixado. “Seus sonhos são grandes demais” – ela havia dito

Ethan segurou seu cigarro com os lábios, voltou a pegar o pincel e deu o quadro por terminado ao pincelar sua assinatura no canto da tela. Olhou para os outros quadros já concluídos, a musa que os haviam inspirado exibia-se de diversas formas em vários quadros diferentes.

Cassandra era seu nome, possuía curvas idênticas as de um violão, dona de uma voz melodiosa que sempre embalavam os sonhos do jovem artista. Sua pele era escura, seus lábios eram carnudos e seus olhos eram uma mistura do verde com o castanho. Cabelos negros como o céu noturno, iam até sua cintura em forma de ondas.

Lembrou-se com nostalgia de quando a bela Cassandra chegou ao estúdio no fim do inverno, trajava roupas finas e caras, e estava acompanhada de seu marido, o Prefeito da cidade. O homem velho que mais aparentava ser seu pai, do que seu marido. A missão que o homem dera a Ethan fora criar uma tela inspirada em sua esposa. Seria fácil para o jovem pintor, ele só não espera o que poderia acontecer durante seu trabalho. Os primeiros dias em que Cassandra pousou para Ethan foram tranquilos, mas no quinto dia tudo mudou quando sem que o pintor esperasse, ela se desfez de seu vestido vermelho, retirou todas as peças de roupa que cobriam seu corpo, exibiu-se para ele da mesma forma que veio ao mundo.

O rapaz de cabelos castanhos e encaracolados recordou a forma que largou seu pincel e pegara um lençol para cobrir a primeira dama, mas ela segurou sua mão de forma relutante, o tecido caiu no chão e a jovem, atirou-se em cima do pintor. Ethan por vezes havia imaginado algo mais intimo com aquela mulher, mas por pertencerem a patamares diferentes ele jamais teve um único fio de esperança. E no colchão que era a cama do artista eles traíram a confiança do prefeito. As cobertas se enrolavam em seus corpos, as ondas negras de Cassandra envolviam-se nos dedos sujos de tinta daquele pintor.

Ethan recordava-se da forma como ela falava: “Sejamos rápidos” “Ele pode descobrir”.

Não havia beijos, pois ela não queria gastar o seu batom vermelho, era apenas o sexo sendo perfumado pela fumaça do cigarro, não era um romance, era o desejo expressado em meio às mentiras da primeira dama para se encontrar com o artista. Seus atos não duravam um cigarro consumido.

“A arte demora a ficar pronta” – ela dizia em tom de risada enquanto debochava de seu marido e ao mesmo tempo era invadida intimamente por Ethan.

Foram incontáveis as vezes que se encontraram, mesmo após o primeiro quadro ficar pronto, outros e outros quadros eram encomendados, mais pinturas, mais cigarros e mais sexo.

Lembrou-se da ultima vez que haviam se visto, ele havia pedido para que fugisse consigo, ele tinha dinheiro devido às pinturas que o prefeito traído havia lhe pagado. Poderiam viver juntos em boas condições. “Seus sonhos são grandes demais” – ela sussurrou em seu ouvido. Logo depois partiu e nunca mais voltou a pousar para ele.

Agora pintava quadros e mais quadros para suprir a ausência de sua paixão não correspondia, a pintava nua, a pintava em seus caros vestido vermelhos. Mesmo que seus pedidos para pinta-la houvessem sido interrompidos ele continuava a pintar.

E como não havia mais telas – nem lugares para coloca-las, ele jogou no chão diante de si seus gizes. Ajoelhou-se e começou a criar arte, aos poucos ele foi fazendo uma nova Cassandra em seu piso.

 

Eu desço dessa solidão

Espalho coisas sobre um chão de giz

Há, meros devaneios tolos a me torturar

Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde...

Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

 

Disparo balas de canhão

É inútil, pois existe um grã-vizir

Há tantas violetas velhas sem um colibri

Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus

Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro

Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom

 

Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez

Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar

Meus vinte anos de boy, that's over baby! Freud explica

Não vou me sujar fumando apenas um cigarro

Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom

Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval

E isso explica por que o sexo é assunto popular.

 

No mais

Estou indo embora

No mais

Estou indo embora

No mais

 

Naquela noite Ethan adormecera fumando um cigarro, um incêndio tomou conta de seu estúdio de pintura, morrera incendiado junto com suas lamurias e os quadros que tanto lhe foram um refugio. Pelo menos fora isso que o prefeito fez a cidade acreditar.


Notas Finais


É isso espero que tenham gostado ^^

Link da música: https://www.vagalume.com.br/ze-ramalho/chao-de-giz.html


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