História Pitangueiras - Calma. Pera lá! Que?

Fiquei muito mal por não ter conseguido fazer a minha parte (que era impedir do Anjo se meter caso não se lembrem mais) e agora a Monica e os outros teriam que arcar com um erro meu.

Não podia deixar assim, tinha que ajuda-los de alguma forma!
 

Cebolinha tinha ido direto para casa, por que sua mãe ligou aos berros por algum motivo qualquer, enquanto que Cascão saiu junto da namorada para conversarem sérios e Magali foi direto pra casa afirmando que não estava se sentindo muito bem com tudo o que ouve.

Fiquei então conversando com a própria Monica por um tempo.



Tudo tinha parecido um sonho.

---- Já disse que não tem que se desculpar por nada Denise. ---- ela afirma sorrindo. ---- Se não fosse pelo Ângelo Dc teria morrido e... No fundo sabíamos que era um assunto muito difícil afinal ele é um anjo não é? Como poderia impedir ele de saber se nem sabemos como ele funciona?

Suas palavras eram reconfortantes, ela sabia como me fazer sentir melhor, mas mesmo assim eu queria ter ajudado mais.

---- Mas e agora...? O que ouve com o anjinho?

---- Ele esta com o Franjinha. O cara conseguiu viajar no tempo falar com outro ele de outra dimensão... ele vai saber  cuidar "dele". ---- ela afirma olhando de hora em hora para o celular esperando por uma resposta de Nimbos que não vinha.

---- Quer ir no hospital? ---- questiono meio que já indo em direção ao ponto de ônibus para que ela não tivesse chance de escapar do assunto e ela apenas me segue mantendo um sorriso fraco. ---- Ele é cabeça dura ate pra morrer. ---- brinco e ela sorri.
 

No caminho vamos fofocando sobre seu relacionamento com o mestiço.

Ela pontua como ele era difícil de lidar, mas também confirma estar feliz junto dele e estes sentimentos contraditórios a deixarem cada vez mais confusa, e apesar de eu ficar muito curiosa e saber que tinha “algo a mais” ali a fofocar tentei não questionar, afinal a garota travava e ficava parecendo um camarão a qualquer insinuação minha.           Já estava ate imaginando o que era quando finalmente chegamos.

[---- Mas você acha mesmo que pisou tanto assim na bola? Não acho que seja grande coisa assim... ---- mesmo falando baixo meus ouvidos treinados puderam ouvir Nimbos falar com o irmão através da porta, e detive a Monica no ímpeto de terminar de ouvir.]

[--- Claro que sim! Ela ficou me evitando uns três dias e nem sequer da pra pensar em tocar no assunto. ---- a voz do irmão soa fraca porem firme. ---- A Monica é muito tímida. Não da pra... Foi sem querer... Muito sem querer, mas tenho certeza de que ela acha que eu quero...]

[---- E não quer?]

[---- Claro que sim. Mas ela não tem que saber disso. ---- a voz do mestiço sai mesmo muito fraca, mas posso ouvir a risada de Nimbos ecoar, olho para Monica do meu lado e ela esta branca de vergonha e pânico. ---- Não vi graça.]

[---- Como não? Isso não é nem ser do contra é maluquice. Como quer fazer isso sem ela saber? Usar aquelas drogas lá? ---- o deboche era nítido, mas a Monica nem respirava do meu lado.]

[---- Já ouviu falar de ir de vagar? ---- era mesmo uma papo de irmãos, aquela coisa intima que só gêmeos tem liberdade para falar sem parecer se intrometer ou julgar. ---- Só não acho que é hora de falar sobre isso com ela. Mal começamos a namorar; ela não é como as garotas que saímos por ai em outros bairros.]

[---- É uma regulada. ---- confirma em um tom de desgosto e senti que minha amiga fosse desmoronar. ---- Serio acho que a maioria da turma ainda é virgem.]

[---- Tirando o Titi. ---- completa rindo.]

[---- Tirando o Titi! ---- confirma entre risos, mas logo a morena sai correndo e eu tenho que ir atrás dela.]

Eu não sabia se ficava em êxtase por descobrir tamanha fofoca ou se confortava minha amiga. Afinal não era todo dia que os gêmeos quietinhos e comportados chamavam a minha atenção assim; claro que se for pra chamar a atenção eles tinham um grande repertorio, mas nada realmente interessante para mim.

Só que a Monica estava em pânico.

---- Calma amiga. Ele pareceu te respeita; tipo esperar quando você estiver pronta e tudo mais. ---- comento encontrando-a sentada na cafeteria sozinha.

Mas ela não me responde. Fica ali de cabeça baixa remoendo seus próprios pensamentos, e claramente tentando criar coragem para entrar naquele quarto.

Saio e pego dois chocolates quentes e alguns cookies voltando para a mesa, já que ainda estávamos com o café da manha na barriga e naquela cafeteria não tinha nada saldável, o que me impressiona já que estávamos em um hospital.

---- Toma. ---- entrego a parte dela e fico a fitar uma parede qualquer; feliz com minha descoberta. Os quietinhos são os piores eu sabia! Por fora estava quietinha como uma comportada dama, mas por dentro estava explodindo.

---- Você distrai o Nimbos para eu falar com o Dc? ---- sua voz finalmente sai; pareceu mais uma ordem do que um pedido, mas assenti que sim com alegria e logo ela vira o copo com o chocolate que já estava frio como se fosse uma bebida e voltamos ao quarto.
 

La podemos ver que a porta estava aberta.

---- Foi só um desmaio. Nada a se alarmar. Seu irmão já esta de alta só tem que tomar cuidado com a alimentação e os exercícios em excesso. ---- posso ouvir o medico pontuar enquanto anotava algo em sua panfleta. ---- É um rapaz saudável apenas não exagere esta bem. ---- conclui guardando a caneta em um dos bolsos os cumprimentando pronto para sair pela porta.

Dc se espanta um pouco a nos ver entrar enquanto Nimbos ignora completamente a nossa existência indo junto do medico que passa nos cumprimentando e falando com o mestiço. Era um homem de meia idade alto e largo, parecia muito serio o tipo de pessoa que não faz e nem atura piadinhas; tinha os cabelos louros e em seu crachá pude ler o nome Spada.

Achei melhor dar meia volta e deixar o casal conversar em paz.

[---- Como esta se sentindo? ---- ela inicia um dialogo.]

Logico que eu Denise ia ouvir a conversa. Quem vocês pensam que eu sou?

E afinal de contas como vocês iam saber o papo se esta na minha vez de narrar e o próximo cap tem outro foco em? Pensem nisso aqueles que me criticam! Bjs

[---- Já estou de alta. ---- posso ver entre as frestas que ele vestia a jaqueta mostrando já estar devidamente trocado.]

[---- Mas como você esta se sentindo?]

[---- Muito bem. Não se preocupe. ---- ele sorri um riso bobo, mas não demora a notar a cara dela e desfaz o sorriso. ---- O que ouve?]

[---- Nada.]

[---- Fiz algo errado? Eu... Eu tinha que ir Monica. Você viu o vídeo, sabe que iria fazer diferença e...]

[---- Eu sei disso.]

[---- Se não é isso o que é?]

Devo admitir. As vezes o esquisitão dava uma dentro e ate parecia inteligente.

Mas a Monica não sabia mesmo o que falar.

Acho ate que conseguia imaginar o que se passava na cabeça da garota.

Horas se fosse comigo... Eu estaria morrendo de raiva por ele ter ficado com outra garota neste nível, mas como foi antes de ficar comigo e ele esta sendo, digamos... um cavalheiro não poderia brigar; sem falar do fato de estar morrendo de vergonha de ele pensar e idealizar este tipo de coisa comigo. Um misto perfeito de sentimentos loucos e contraditórios.

Vivíamos falando besteiras e coisas do gênero sobre os garotos e alguns serem gatos de mais, entretanto longe de tornar a coisa real. Eu mesma já afirmei a beleza do mestiço, mas que seu jeito peculiar espantava qualquer pretendente.                Quem diria que eu estava tão errada assim?

[---- Dc... Desculpa ter ouvido atrás da porta. ---- é a vez dele ficar branco como folha de papel. ---- Eu... E-eu só acho que preciso de um tempo pra me acalmar... ---- ela afirma indo correr de lá mas é detida.]

[---- Não. Olha desculpa não ter te contado eu... Só achei que não era a hora pra entrar nestes assuntos.]

[---- E você esta certo. Não é mesmo... ---- bruta como sempre ela se solta dele o encarando. ---- Como você sempre me diz. O que eu fazia antes de começarmos a namorar é assunto meu. ---- mas ela ainda era a Monica, uma menina doce e bruta no mesmo nível, esboçando um triste sorriso. ---- Eu posso ter minha crise de ciúmes em paz?]

[---- Ciúmes? De mim... ---- o espanto foi tão verdadeiro que ele nem pode fingir.]

[---- Claro seu besta. ---- bronqueia saindo pela porta e eu entro em pânico querendo ir me esconder em outro lugar.]

[---- Ajuda se eu disser com quem foi? ---- mas estas palavras a fazem parar.]

[---- Minha vez de contrariar. ---- ela sorri. ---- Esta tudo bem. A vida é sua Dc. Conversamos sobre isso quando eu estiver pronta... ate la. Pode fazer de conta que nada aconteceu?]

 [---- Claro. Era tudo o que eu queria; muito obrigado.]

Chatos.

Estava morrendo para saber quem era!
 

Mas tudo bem... descubro depois.

Sai do hospital antes que ela visse que eu ainda estava ali e descobrisse que ouvi o papo todo.



 

Toda a turminha estava apreensiva e estressada pelo o corrido e logo eu noto que tinha umas 2789 mensagens não vistas no meu Whatszap. Me atentei as de Yasmim que se tratavam de ideias sobre o projeto do jornal/revista, para assim poder me distrair e ainda sim fazer algo útil da vida.

Depois de expor minhas ideias incríveis e chegarmos a uma ideia perfeita resolvi dar atenção aos grupos: primeiro fui no grupo dos personagens mais tradicionais; sabe com todos da turma clássica que você pode lembrar o nome e aparecem mais do que só especiais (#sem dorinha,luca etc e principalmente os inventados só para a turma jovem. Sim panelinha mesmo problemas?). Todos falavam sobre o incidente sem parar, Franjinha ainda explicava o que tinha ocorrido e eu achei melhor deixar pra ler tudo junto depois.

No grupo das meninas (sim todas as garotas da turma ate as criadas apenas para a TMJ) o assunto já era muito mais tranquilo de se acompanhar. Monica desabafava sobre querer ajuda para “lidar” com o Dc e “achar” que ele queria algo a mais; ela falou tão bem que se eu não soubesse jurava que era coisa da cabeça dela. Todas respondiam quase a mesma coisa. ---- Os meninos não são assim. Eles sabem respeitar. O Dc é estranho, mas não é tarado. ---- morri rindo da conversa.         Pobre mortais inocentes, que de nada sabem.

Fui então para o grupo dos personagens secundários, aqueles todos que você conhece menos os 4 principais que tem suas próprias revistas, que era utilizado pra podermos falar deles pelas costas kkk. Mas não pense mal. Normalmente era usado para falar sobre algo serio como neste caso; e por causa disso vivia desativado.

O grupo debatia sobre o caso do Cebolinha estar agindo mais estranho que o normal e o que eles podiam fazer para ajudar o cara. Como disse era um grupo destinado para o bem.

É claro que eu tinha outros grupos. Ta pensando o que?

Tinha ate mesmo um perfil fake para saber os papos dos meninos horas... Denise não brinca em serviço.

Voltei então para o grupo maior que não calava a boca ignorando um pouco as mensagens privadas que em sua maioria vinha atrás de mim atrás de esclarecimentos maiores sobre fofocas e dizeres. Franjinha explica mais uma vez sobre o que é esta coisa de varias dimensões e como já tinha entendido pulo; depois ele começa a detalhar os ocorridos que podiam ter rolado por aqui e cada um dos efeitos em nós e tudo mais, e como eu não queria saber de suposições que não podiam rolar também pulei. Por fim ele só confirma que agora acabou e podíamos seguir nossa própria historia.
 

No fim do dia eu já estava exausta de ler. Tomei aquele banho merecido e me deitei pensando na mega fofoca que descobri, mas não podia contar pra ninguém.

Foi engraçado mas...

No dia seguinte não lembrava de mais nada.

Da fabrica, ou do perigo.

Nem mesmo da existência do anjinho...

Foi como se tudo não passasse de um sonho.

Ass: Maria Creuza Cabral Pereira Filha.