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História Plano B - Lar, doce lar


Escrita por: kroth

Notas do Autor


Eu demorei pra postar porque não conseguia decidir se eles iriam morar num apartamento ou casaKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK ME MATEM

E amem a Bru, porque ela me fez reescrever quase tudo enquanto conversava comigo. Bru, esse capítulo é todo seu!
MVC ainda não acabou por motivos de betagem, mas a gente segue firme. E meu aniversário foi dia 27 e eu voltei com idade de velho.

AHHHHH ANTES DE COMEÇAREM A LER, LEMBREM DE TODOS OS MEUS CHANYEOLS. Eles são sempre bobinhos, fofinhos e grudentos enquanto o Baekhyun é agitado e odeia grude demais, demonstração pública de afeto e gente ciumenta (mas é um amorzinho do jeito dele...). Essa fanfic tem um Chanyeol inicialmente bastante grosso, eles não se conhecem e tudo é no ponto de vista do Baek (e o baekhyun sempre aumenta as histórias). Eu tenho uma visão de casamento arranjado bastante dramática, porque eu sei que eu seria muito fraco com esse tipo de coisa já que eu inventei o choro, então por favor esse inicio não é para ser levado como bonitinho porque o Chanyeol merece uma surra SIM pra se ajeitar.

AAAAA E EU VOU POSSTAR SIDEFIC DO SF9

No geral, eu ainda estou trabalhando em aprender a escrever fanfics. Eu espero que vocês ajudem com isso lendo e opinando (embora o Chanyeol ainda vá pagar muito a lingua).

Boa leitura, gatinhas

Capítulo 3 - Lar, doce lar


Entediado. Se tem uma palavra que pode descrever bem o que eu sentia, é essa.


Posso dizer que durante toda minha vida nunca tive uma fase Infernal da qual pudesse me queixar, porém tudo isso foi pago em uma única parcela, na noite do meu casamento. Isso porque a mãe do meu marido insistentemente procurava me fazer passar vergonha em frente aos convidados durante a sessão de fotos, o corte do bolo, e por várias vezes eu até cogitei pedir ajuda a Sehun, mas ao notar o quão bêbado ele estava acabei de desistindo. 


Taeyang e Youngbin vez ou outra até que me davam esperanças quando se aproximavam, mas assim que avistaram o resto dos nossos amigos me largaram na caverna dos leões, sem dó nem piedade.


Em resumo eu estava sozinho, encrencado e casado com alguém que não conhecia. E pra completar ainda tinha um bônus: eu teria que me conformar de que ao fim daquela festa, querendo ou não, eu iria com Park Chanyeol para algum lugar distante onde prepararam a lua de mel no ano para nós dois.


A voz irritante de Kyungsoo me aterrorizou a noite inteira, repetindo " Chanyeol vai usufruir do seu corpinho bronzeado" em um loop infinito enquanto nossos pais se reuniam para discutir assuntos da empresa, reencontrar conhecidos e planejar a nossas vidas de casal e futuros donos de um verdadeiro império moderno.


Mesmo que eu não tivesse muita certeza quanto ao que ocorreria após aquela noite, algo rm mim realmente esperava que Chanyeol ficasse quieto. Meus pés estavam destruÍDos demais após aquela dança vergonhosa que fizemos duas vezes e a minha cabeça doía tanto que eu quase pude pedir a Deus para que me deixasse desmaiar apenas para não ter que voltar para perto da minha sogra em suas sessões de fotos infinitas que apenas pararam quando os céus sentiram piedade de mim e finalmente aquela palhaçada toda acabou.


Agora eu estava sentado à beira da piscina enquanto meu pai conversava ao telefone e explicava o cancelamento da reserva que havia feito para a minha lua de mel. O motivo bem que poderia ter sido o meu desconforto ou o medo de Chanyeol ser um psicopata vendedor de orgão, mas na verdade foi por uma suposta dor de cabeça do meu marido, que insistiu em passar nossa primeira noite na mansão após assinarmos os papéis. As eu estava com as pernas dentro d'água, balançando-as quase sem força, exausto de todo o barulho e movimento em torno de mim que ainda ecoava no meu subconsciente.


A noite estava bonita. Um céu estrelado e digno de muitas e muitas fotos com a minha câmera, mas a minha felicidade toda havia ficado bem longe de mim desde o momento em que meu nome parou naqueles papéis. 


Se bem que graças a lei francesa eu pude manter a minha dignidade e não precisei me obrigar a assinar o sobrenome Park nos meus documentos. Uma coisa boa, pelo menos.


As velas nas bordas da piscina estavam quase terminando de derreter quando levantei e caminhei até meu pai, que me retornou um olhar de poucos amigos enquanto falava ao telefone, me expulsando com um gesto de mão hostil.


Dei mais uma olhada em volta e suspirei, agradecendo internamente por não ser eu o responsável por limpar toda aquela bagunça. Seria pedir demais depois de tudo o que passei, ainda mais levando em consideração que segui o conselho de Sophia e apenas tomei alguns drinks, sem de fato tocar em mais do que alguns petiscos finger-food.


Coisas a acrescentar: fome, sono, cansaço.


Dei a volta em direção a casa a passos lentos, já vislumbrando a minha cama macia me esperando e me preparando psicologicamente para subir as escadas, mas assim que Kyungsoo me viu passar pela porta não pensou duas vezes antes de encher o saco e começou a cantarolar junto a Sehun.


- Seu marido te espera...


- E com um desejo desumano! Rawn! - Sehun rosnou.


- Vocês são ridículos. - falei sem olhar para trás, subindo alguns degraus enquanto eles riram, abraçando um ao outro pela cintura e cambaleando como os bons bêbados que eram.


Meu clima para brincadeirinhas era o mínimo possível, tão extremo que eu não senti raiva ou tristeza por estarem fazendo piada comigo, eu apenas queria dormir e fingir que aquele dia não havia acontecido. 


Abri a porta do meu quarto e entrei, respirando fundo para manter a pose por mais cinco minutos, entrei no banheiro e só então deixei meu choro sair sôfrego e alto enquanto a água quente abafava a minha tristeza, molhando meu terno que lentamente fui tirando os alfinetes e deixei jogadas ali mesmo, sem me importar com o fato de não termos o comprado e a possibilidade de meu pai tentar arrancar minha cabeça se eu estragasse a peça.


Aquele havia sido o pior dia da minha vida, e ninguém parecia se importar. Isso doía tanto que se eu conseguisse passar pela janelinha do banheiro, eu passava e me suicidava poéticamente.


A minha cabeça estava confusa e meu corpo tremia apenas por lembrar do contrato. Cinco anos, esse era o meu pagamento por ser bonzinho. Cinco torturantes anos ao lado daquele homem estranho. Ouvindo, bebendo, comendo, dormindo e lembrando que no outro dia, obrigatoriamente, nos veríamos de novo. Isso era a pior forma de tortura que eu já havia visto.


Mesmo que eu nunca tenha gostado de julgar o livro pela capa, Chanyeol foi julgado exatamente como um livro feito apenas de capas. E todas elas eram feias.


E o mais irônico era todo aquele grudar de pele que ele insistiu em tentar comigo na festa. Tocando meu braço ou apoiando a cabeça no meu ombro enquanto conversava, tentando reforçar a imagem que nos amávamos e o erro nos convites era verídico. Acho que se eu vestisse um vestido, ele até me chamava de Jagiya. Eu tive que me controlar o tempo todo para não deixar a máscara cair e dar na cara que eu estava cheio até a garganta com aquela historia toda.


Eu só queria saber onde eu estava com a cabeça na hora que me ofereci para isso, porque eu amava a minha Taeyeon a um nível extrapolante e crescente, mas não acreditava que meu afeto era forte a ponto de eu aceitar substitui-la em um casamento. Isso só poderia ser obra satânica.


Terminei meu banho depois que me senti pronto para enfrentar minha última longa noite de sono tranquilo, enrolei uma toalha na cintura e peguei outra para secar os cabelos enquanto saia do banheiro. Fui calmamente até o meu guarda roupas e peguei uma calça de moletom, mas assim que o fechei acabei levando um susto.


- QUER ME MATAR? O QUE VOCÊ FAZ AQUI? - Dei um grito gutural quando vi o reflexo de Sehun na minha cama pelo espelho do guarda roupas. Que horas essa peste entrou que eu não senti o cheiro forte de bebida exalando daquele corpo gigante?


Dei uma analisada em mim mesmo e ainda estava de toalha e agradecendo pelas minhas cordas vocais terem colaborado comigo uma vez na vida, já que naquele dia o meu grito não saiu agudo como o de costume. 


Primeiros efeitos do casamento: sua voz se torna viril e inesperadamente forte. Mas vamos focar em Sehun e na cara de indignação que ele direcionou a mim.


- É assim que você fala com o bebê? - Ele ficou com a boca aberta após terminar de falar. Um verdadeiro charme que fazia quando queria alguma coisa. - Que tipo de Hyung é você, Huh?


- Essa manha não cola comigo. - levantei uma sobrancelha. - O que você quer?


Ele fez um bico, jogando os cabelos para trás.


 - Nada, só queria conferir se o casalzinho realmente ia guardar a lua de mel para viagem. - ele riu de uma forma infantil, mas logo se jogou completamente na cama enquanto eu vesti a calça e terminei de secar os cabelos. - Cadê ele? - Perguntou.


- Morto, eu espero. - falei duro, sentando ao lado dele na cama.


- Credo. Você mal casou e já quer ser viúvo.


- Eu não sei se você percebeu, mas eu fui casado. É diferente. - dei um sorriso sem graça para enfatizar a minha tristeza. E Sehun, como era de se esperar, não deixou a minha gafe passar limpa e logo abriu a boca.


- Eu não sei se você se lembra, mas foi você quem se ofereceu. Além de que pode sair a hora que quiser desse rolo todo. - Sehun deu de ombros, ao que neguei com a cabeça. Preferia mil vezes Chanyeol do que a pobreza. - Mas de qualquer forma eu sinto muito, Hyung - ele riu e me abraçou de surpresa, dando tapinhas no meu ombro. - Eu sei que você só fez isso porque ama muito a gente eu agradeço por isso. O bebê ama você.


Encolhi os ombros enquanto ele me abraçou mais apertado. Eu ainda estava muito magoado com toda a situação para ousar dizer que estava tudo bem e que não precisava de todo aquele falso sentimentalismo. Mesmo que Sehun não tivesse culpa naquilo do contrato ou do meu casamento, ele não era exatamente a melhor pessoa pra tentar conversar comigo enquanto eu estava com raiva. Eu queria ficar sozinho.


- Eu também amo você, Sehunnie. - O abracei rasamente de volta e tentei ignorar seu cheiro de álcool quando adormeceu apoiando a cabeça no meu ombro. Ele estava exausto, o que era uma ótima desculpa para justificar toda a sua preocupação em vir até o meu quarto e se chamar de bebê da forma que fazia anos atrás, e eu apenas ignorei. Tentei ignorar até seu peso quando tive de carregá-lo até seu quarto, assim como fiz quando vislumbrei a imagem de Chanyeol passando pelo corredor. Mas por um lado me pareceu melhor assim.


Minha primeira noite como um homem casado eu passei no quarto do meu irmão, dormindo abraçado a ele em uma cama macia e com lençóis mais infantis do que o necessário para me fazer perder toda a vontade de desabar.

 

XXX

 

A frente da mansão ainda estava decorada quando terminaram de descer minhas malas. Eu esperava ser poupado daqueles ritos familiares ridículos, mas Kyungsoo fez das tripas coração para juntar nossos parentes outra vez apenas para que eu fosse bem acolhido por eles pelo menos uma vez na vida. Eu só lamentava essa vez ser justamente naquele momento.


Meu marido estava recostado no batente enquanto Taeyang tentava fundir nossos corpos,  julgando pela força com a qual em abraçava. E Youngbin não foi muito diferente, desejando felicidades de uma forma animada e dando dois tapinhas nas minhas costas. "É a melodia quem faz a música, Hyunnie", ele disse. E embora eu tentasse ignorar aquilo, a imagem enjoativa de Chanyeol dividindo sua vida comigo não saía da minha cabeça.


- Você ouviu o que eu disse, Baek? - a voz de Sehun me despertou dos pensamentos ruins, ao que ele riu. - Você precisa ir logo. - ele pareceu repetir, apertando meu ombro levemente. - Boa sorte. Hyung, espero que seu casamento seja virtuoso.


- Obrigado. - eu disse, dando alguns passos para trás enquanto meu pai sorriu de canto, tentando me fazer tratá-lo gentilmente antes de sair.
Fechei a cara e me virei de frente para a porta, trazendo comigo apenas o som das rodinhas da minha mala passando pelo piso, e ruidosamente pelos degraus. E ao ver Chanyeol sair sem me esperar, como se estivesse exausto de estar ali fez eu me pegar desejando ter um marido morto por se engasgar com a própria saliva de noite.


Eu não deveria estar pensando assim na própria cidade do amor, mas pensava. E se ele precisasse, eu mesmo cuspiria a saliva para engasgá-lo.


Houve um momento, depois daquela cena toda, onde eu desejei ter me jogado pela janelinha do banheiro. Ali fora, colocando as malas no carro, encontrava-se Lucas, nosso antigo motorista que agora eu não poderia mais subornar para que me levasse pos aí quando meu pai não estava em casa. E de repente a angústia toda voltou a me tomar.


Calma Baek, não caia nessa. Siga em frente, duro como uma pedra. Eu repetia mentalmente, quase soando como um mantra. Mas, céus, eu não conseguia me concentrar.


Como vou viver sem Lucas me levando à toa por ai? Eu estava quase pedindo para ele dar um soco no meu marido, tomar o carro e fugir comigo para bem longe. Mas com um soluço alto e um revirar de olhos de Chanyeol eu percebi que era hora de parar de fantasiar com o empregado casado.


Eu não cheguei a lotar o porta-malas com as minhas coisas, mas fiz questão de levar a mala grande para dentro do carro comigo e coloca-la sobre o assento de trás, ao meu lado, torcendo para que eu tivesse afundado as rodinhas em uma poça de lama lá fora e que sujasse bastante.


Chanyeol entrou no carro logo depois de fechar o porta malas e trocar algumas palavras que fingi não escutar, inclinou a cabeça rapidamente e respirou fundo antes de dar partida.


- Você poderia ter sentado do meu lado, sabia? - ele começou     quando viu que eu estava quieto.


- Estou confortável aqui atrás. -  eu cruzei os braços em frente ao corpo, firme para não chorar com a imagem dos portões da mansão ficando cada vez mais longe. 


- Mas eu não, somos casados. - ele riu debochado, virando a cabeça para mim e em seguida voltando a estrada. - deixe de ser infantil e assuma seu posto da próxima vez.


Isso só pode ser um delírio pela falta de comida.


Mordi os lábios para não começar a xingar todos os nomes em francês que aprendi, e nenhum deles era bom. Meu sangue ferveu nas veias quando escutei aquilo, ele havia conseguido me ferir com um tiro de principiante. Como ele tinha a coragem de falar daquele jeito comigo? 
Se fosse Taeyeon no meu lugar, tive certeza absoluta que das duas, uma: ou ela o esganava como um pato, ou ela se jogaria pela janela do carro.


- Ah não. - eu ri falsamente, cantarolando baixo. - não, não. Eu não vou discutir com você no nosso primeiro dia de casamento.


Eu queria me fundir naquele maldito assento e ser impossibilitado de seguir com aquele casamento. Não era possível, dormimos separados por uma noite e ele já parece um possuído pelo mal. Eu, como a figura carismática que era, não poderia estar mais aterrorizado com aquilo apenas por pensar em como seria aquele diálogo se o plano A tivesse sido concluído com sucesso.


Taeyeon, você fez o certo. Antes fugitiva do que foragida.


Torci a aliança de casamento no meu dedo, apertando os olhos ao máximo para não dizer nada após aquilo. 


Primeira nota sobre Chanyeol: ele é rude, e muito grosso.


"Calma, Baek, esse casamento TEM que dar certo", e assim nasceu meu novo mantra, usando como base a frase de Youngbin ao sairmos de casa, a melodia é quem faz a música.


Mas como eu seria uma peça erudita de quatro mãos enquanto Chanyeol insistia em ser um Heavy Metal? Por via das dúvidas, eu seria um indie rock.


Encostei a bochecha no vidro do carro e tentei me distrair com a paisagem enquanto íamos para a nova casa, que a cada minuto que se passava eu acreditava mais se localizar fora dos vinte distritos de Paris. Eu mal conhecia a área onde estávamos passando, e o silêncio dele combinado ao rádio desligado apenas me deixava mais irritado.


O homem de cabelos escuros com comprimento igual ao meu parecia realmente focado em chegar logo em casa, enquanto minha única vontade era quebrar aquele silêncio ensurdecedor e perguntar qual era o problema dele para achar que podia falar com alguém daquele jeito.


Engoli a seco e tentei afastar isso da minha cabeça quando seu olhar encontrou o meu pelo espelho do carro, mas nosso contato visual foi cortado em poucos instantes com ele precisando voltar a atenção ao caminho por onde íamos. ele passou o dedo pelas têmporas e, em seguida, estalou a língua.


- Estamos chegando. - disse em um tom seco, adentrando finalmente em uma área civilizada. Eu apenas balancei a cabeça, vendo ele adentrar em um estacionamento e me surpreendendo ao ver que, ao contrário do que eu imaginava, ele havia me levado para um lugar não tão ruim.


O prédio me lembrava muito o local onde Kyungsoo me levava quando ia visitar uma colega de trabalho há uns anos atrás. Um lugar elegante à minha altura, diga-se de passagem.


Chanyeol foi o primeiro a sair do carro, não dando a mínima para que eu ficasse assim que um homem o recebeu e se apressou a pegar a bagagem. Ele se dirigiu para dentro sem hesitar um passo, enquanto eu me apressei a sair do carro e correr com a minha mala até o elevador que ele entrou. Ficamos em silêncio durante todo o tempo naquele cubículo, e só quando paramos em frente a porta ele voltou a me encarar.


- Aqui . Esta é sua chave. - foi tudo que ele me disse, logo jogando o bolo de chaves sobre as minhas mãos. - eu tomei a liberdade e pedir para que deixassem coisas na casa. Minha mãe deve ter vindo mais cedo e deixou alguma comida para gente. Então você não precisa tentar cozinhar algo e queimar a minha casa hoje. - ele girou a chave, abrindo a porta sem desviar o olhar. - Nossos quartos separados. O seu é o primeiro a direita. Você não precisa se preocupar em ver o meu rosto todos os dias. Eu gosto de silêncio, são negócios, mas não seja barulhento. Fale apenas quando eu pedir para que você fale e não traga ninguém quando eu não estiver em casa, isso não me agrada. - ele passou a língua nos lábios, me olhando de cima a baixo. - E pare de fazer essa cara de vítima, isso me irrita.


 Ao fim das frases de amor ele apenas escancarou a porta e rapidamente subiu as escadas, indo em direção ao quarto que logo identifiquei ser o dele. Fiquei estático por longos segundos em saber como reagir àquele bolo de palavras cuspidas em cima de mim, tão juntas que eu não tive espaço para dizer nada. "Cara de vítima"? eu quase podia sentir o meu sangue ferver nas veias tamanha a vontade de ir atrás dele e fazê-lo engolir cada uma daquelas palavras arrogantes junto com o par de malditas alianças.


Nos primeiros instantes eu pensei que fosse raiva, mas logo notei que era indignação mesmo. Eu não havia feito nada para merecer esse tipo de tratamento, e mesmo se tivesse feito ele era a última pessoa que poderia me tratar assim. Tentei examinar meus pensamentos na privacidade do meu subconsciente e procurei me controlar como pude, eu já havia chorado no dia anterior e eu não merecia chorar por um miserável. Eu precisava me controlar, entrar na casa e tomar um bom banho para poder tentar pensar em outras coisas. Não era hora de planejar suicídios e muito menos ainda, homicídios.


Entrei na casa e fechei a porta sem saber muito bem por onde começar. O duplex em piso parquet era realmente bonito, eu pude avistar a cozinha a direita e, do outro lado, uma sala de estar elegante. As paredes eram em um tom de creme nada chamativo, assim como os sofás de couro negro e a lareira apagada ao canto.


Larguei minha mala ainda próximo a porta e olhei em volta, encontrando uma pequena sala de escritório próximo a escada e por último subi, entrando no que acreditei ser o meu quarto e ignorando o de Chanyeol mais a frente.


Ao contrário do esperado em um cité priveé, havia um espaço consideravelmente bom, banheiro incluso e era tudo em um tom tão neutro quanto o resto da casa, me dando a oportunidade de mudar tudo depois, quando e caso tivesse vontade.


Chanyeol era restrito, recluso, sem estilo para enfeitar a própria casa. Nem um pouco grandioso para móveis e estava longe de ser alguém romântico a olho nu. A cruz pesava mais do que uma baleia.


Respirei fundo e fechei a porta. Minha barriga estava roncando e eu precisava pegar minha mala. Desci as escadas e acabei sorrindo quando vi um bolo sobre a mesa junto com uma pequena carta com uma caligrafia bonita - que era provavelmente da mãe daquele saco de grosseria.


Sentei em uma das banquetas e me pus a cortar uma fatia de bolo. Até pensei em chamar Chanyeol, mas minha garganta estava apertada demais para lhe fazer gentilezas. Comi duas fatias e levei uma para o meu quarto junto com a minha mala.


Logo eu, que era o quase-dono da cozinha da minha casa, estava tendo que me esconder para comer em paz no quarto. Não consegui deixar de pensar que meu comportamento era semelhante ao de um rato.


A casa dele tem cor de nada e cheiro de madeira com massinha de modelar. O que se esperar do marido de um homem desses?


Eu queria parecer bem composto quando casasse, com uma aparência mais viril e bem cuidada, mas eu estava com a vida tão torta quanto a minha coluna.


Depois de um milissegundo de debate interno consigo mover meus pés para mais perto da porta do quarto, tentando ignorar a plantinha ridícula que estava ao lado direito da minha porta, e graças ao local onde ela estava meus olhos foram atraídos automaticamente para o quarto ao lado antes de me trancar no meu. Eu tive uma sensação constante de estar sendo observado que apenas amenizou quando tranquei a porta e me joguei na cama, me pondo a comer.


Que lua de mel fajuta! Nem uma cama de casal ele me cedeu! A vontade de ir para casa pela janelinha do banheiro apenas foi boicotada porque minhas coisas estavam passando pela revisão e aquele era o último andar. 


Eu estava extremamente cansado e enjoado da viagem de carro, sem a mínima disposição para atender a porta e pegar minhas malas - coisa que provavelmente Chanyeol fez por mim já que só escutei a campainha três vezes -, mas ainda assim não conseguia descansar os olhos mais do que alguns segundos, graças ao reflexo que a aliança fazia a todo momento, me lembrando do motivo pelo qual eu estava ali. E graças a vontade de ignorar a existência de Chanyeol eu apenas tomei um banho e fiquei trancado pelo resto do dia sem tirar nada da mala, afinal eu ainda poderia ter um surto momentâneo de loucura e tentar fugir daquele lugar. Por via dos casos, a janelinha estava à disposição. E por mais que meu corpo inteiro doesse, eu apenas queria ficar acordado o máximo possível. Só para que quando eu estivesse esgotado pudesse dormir tempo suficiente para que todo aquele pesadelo acabasse para sempre.


Notas Finais


Então, gostaram? Alguém quer bater no Chanyeol? Abraçar o Baek? Morder o Sehun?

Eu não sei o que dizer, eu sempre penso em um monte de coisas legais para dizer a vocês mas eu esqueço :c alskaçlsçl OLHEM A CAPA DE PLANO B, FOI A SAKURETA QUEM FEZ, ALINE EU AMO VOCÊ <3

Playlist de Plano B: https://www.youtube.com/playlist?list=PL-quHEISQj-b_oH8THjJ0o9rTbXn9bBjr

Beijinhos e até a próxima!


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