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História Plano B - Dias chuvosos


Escrita por: kroth

Notas do Autor


todo mundo desnorteado inclusive eu

NAO VOU SOBREVIVER A ESSE COMEBACK TÔ MAIS MORTA COM O TEASER DO KAI DO QUE MINHAS LONGFICS DE 2015

parei

boa leitura e não shippem errado (ainda)

Capítulo 7 - Dias chuvosos


Paris. 07:56am
clima: 55°F / 13°c
vontade de viver acabando no estoque
status: com sono

 

 

 

 

Aqui vai uma lista de tudo o que tem me agradado nas ultimas doze semanas: Crepe, bolo de sorvete, frutos marinhos. Aqueles docinhos de sacola que a mãe do Chanyeol manda entregar de noite, água quente, visitas do Minseok.

 

 


Não é exatamente como se a minha rotina tivesse se tornado apenas isso, mas digamos que finalmente sair de baixo da asa do meu pai me trouxe alguns muitos benefícios. E eu, sendo um amante secreto de comida, não poderia deixar a oportunidade passar em branco uma vez sequer, o que acabou me deixando preso dentro de uma bolha imaginária durante meu período pós lua de mel - o qual batizei carinhosamente de férias dos sonhos.


Haviamos recem entrado na segunda semana da pior estação do ano, e como de costume da época, estava fazendo muito frio nos últimos dias. Eu havia acordado há mais ou menos meia hora, mas o silêncio daquele quarto era confortável a ponto de me dar sono. porem, um som dentro da minha cabeça ainda se encontrava vez ou outra reclamando da temperatura, das roupas ou das situações atuais mesmo com toda aquela avalanche de doces. E, no momento, ela reclamava sobre meu marido. Na verdade, há mais ou menos quarenta e três horas contínuas. E sinceramente, eu estava quase pedindo a Deus para materializar aqueles pensamentos apenas para que eu pudesse jogar meu travesseiro neles.


Eu não estava exatamente exausto pelo meu ensaio com Minseok até tarde da noite passada - que na verdade foi pelo Skype - mas meu psicológico insistia em pedir ao meu corpo algumas horas de pausa e descanso que não caiam mal, no fim das contas, e isso explica o porquê de eu ainda estar enrolado nas cobertas como um feto no útero. 


- Baek está cansado, não é obrigado a sair daqui. Além do mais, Baek só tem ensaio presencial na quarta feira e está chovendo. Dorme, Baek. - minha mente preguiçosa sussurrava enquanto abracei o travesseiro me acomodando naquele quentinho produzido pelo meu corpo após mais de dez horas continuas deitado. Respirei fundo e fechei os olhos. Aquele era o clima perfeito.


E foi exatamente por isso que eu senti tanta raiva das batidas na porta.


- Baek? - meio arrastada, meio afetada por uma espécie nova de gripe, a voz de Chanyeol soou abafada do outro lado, aguardando pelo meu retorno. - Eu sei que está acordado, então responda. Digo, - ele se enrolou nas palavras, mas sem perder o tom indiferente de sempre. - seu pai ligou, ele quer falar com você. 


E era a terceira vez na semana que eu era obrigado a ouvir aquela frase. 


Isso porque desde que minhas malas e meu corpo abandonaram aquela maldita mansão, meu pai vinha frequentemente pensando sobre o fato de eu existir e isso estava me dando nos nervos. E eu não queria conversar com ele ainda porque, bem, eu havia tentado conversar dois dias atrás.


Liguei para casa e pedi para falar com ele urgentemente, decidido a contar sobre a mala surpresa e minhas depressões, e tudo o que ele fez foi rir da minha situação e defender Kyungsoo com unhas e dentes. Sendo que ele estava praticando bullying comigo. Um descaso com o mais novo herdeiro daquela maldita empresa, e foi exatamente por esse titulo que decidi não deixar mais ninguém pisar em cima de mim. Acabou.

Casei, mas não casei de graça.


Levantei da cama em um salto e arrumei minha calça de moletom mal colocada enquanto abria a porta.


- Ah, ligou? - respondi Chanyeol em um tom cínico, ignorando o telefone na mão dele. - fala que eu morri.


Revirei os olhos da maneira mais infantil possível e cogitei trancar a porta novamente, por mais que o meu interior gritasse para eu assumir uma postura mais madura naquele momento. Primeiramente, porque Chanyeol e eu poderíamos estar convivendo em uma harmonia de comercial de motel, mas não era o momento ideal para mostrar a ele o quão rancoroso - e infantil - eu podia ser. E segundo, eu sabia que meu pai quase nunca se interessava em falar comigo, mas quando se interessava não utilizava de terceiros para me alcançar.


Era vir até mim, como um comensal da morte, e sugar tudo o que lhe fosse de utilidade. Típico da minha família paterna. E isso aguçou minha curiosidade quanto ao que aquele velho queria.


- Tem certeza disso? - despertei dos meus devaneios com a voz de Chanyeol, ao que ergui o olhar e passei involuntariamente a me familiarizar novamente com os traços do rosto oval e inchado. Ele estava com algumas manchas, olhos preguiçosos e lábios inchados o suficiente para me fazer refletir que ele era mais uma vitima do mesmo homem: meu pai.


Meu pai era o homem que tinha o poder de destruir o merecido sono de dois homens presos nos 20. Ele era um monstro. Aquilo era tão cruel que tratei de focar meu olhar no resto do meu marido em sua forma matinal para aliviar. Mas digamos que Chanyeol pela manhã, enfiado em roupas casuais ao invés daquela fantasia de homem de negócios não conseguia ficar fixado na minha mente, por mais que eu tentasse. Para mim ele era uma máquina de termo que saia de manhã e só voltava de noite, fechava os olhos e dormia.


Uma versão de Wall-e com pele e osso.


 E enquanto eu tentava digerir a visão daquele homem e a noticia da ligação, Chanyeol hesitou diante do meu olhar, tombando a cabeça levemente para o lado e tentando assumir uma postura tão casual quanto suas roupas.


- Você tem mesmo certeza disso? - repetiu a pergunta, e como se fosse um comando programado, me despertou outra vez da pequena hipnose sobre sua figura. e ainda incapaz de resistir àquele rosto me encarando, por fim, neguei.


- Da próxima vez que ele ligar, eu retorno pelo celular. Eu acho melhor ouvir o que ele tem a dizer.  - falei mais para mim do que para ele, brincando com meus próprios dedos para disfarçar o papel de derrotado.


- Ótimo. Eu preciso sair mais tarde então resolva isso como alguém normal. - ele sorriu com os lábios juntos antes de ameaçar voltar ao seu lugar anterior. - Ah é... Baekhyun. - ele voltou dois passos, me encarando com as mãos na cintura pelo que não durou nem um minuto. - Hm. Amanhã, talvez eu não venha para casa... sabe, tenho alguns assuntos para resolver e não gosto de misturar as coisas. - ele pigarreou - então, eu, você não precisa...


- ... esperar por você. - completei, arqueando uma sobrancelha enquanto ele encarava os próprios pés. - tudo bem Chanyeol, faça o que achar melhor. eu realmente não me importo com essas coisas. - dei de ombros, tentando parecer descontraído. mas o olhar de Chanyeol não suavizou nem um pouco. pelo contrario, eu quase pude jurar ter visto uma gota de suor passeando por sua testa.

Esse desgraçado deu muita sorte de eu ter aceitado casar antes de Kyungsoo. Se fosse meu irmão já estaria com uma prancheta na mão, fazendo perguntas sobre o lugar para onde ele iria.

Eu não tinha absolutamente nada contra ele desaparecer por um tempo, isso até me faria sentir mais confortável na casa, mas por um momento eu quis voltar atras nas minhas palavras. porem, logo que ele sorriu e me saudou, acabei deixando de lado e aguentando a enxaqueca pesada que sentia toda vez que algo me deixava curioso.


Chanyeol, sem insistência alguma e com um ainda falso sorriso no rosto, caminhou de volta a seu quarto, deixando no ar a escolha de ir ou não atrás de mais assunto com ele.


Por via das duvidas, acabei escolhendo o não. Era isso ou acabar falando as famosas besteiras ao invés de dormir a manhã inteira.


 E cá entre nos, dormir era o que eu mais estava gostando nas ferias dos sonhos.

 

 

- X -

 


- Você não acha uma delicia esses dias chuvosos?


- Não - respondi seco. - para mim, essa é a pior época do ano.


sentei ao lado de Minseok e bufei, encarando a parede de vidro a nos proteger da chuva forte. ele havia chegado a meia hora e ainda estávamos na mesma posição, comendo todas as besteiras que ele nos trouxe da rua. 


o plano inicial era ignorar qualquer tentativa de contato com ele ate precisar, num caso de vida ou morte. mas Minseok era o tipo de pessoa a prova de vácuo, se você não ia ate ele ele vinha ate você. foi assim que demorei dois anos a dar o endereço da casa de ferias dos meus pais. Mas por um lado eu ate estava gostando de te-lo ali. Chanyeol havia saído vinte minutos antes dele chegar e a forma com a qual ele se comportou me deixou um pouco nervoso. distração era muito bem vinda.


- Não sei como consegue odiar a primavera. o clima fica tão agradável. e tem menos turistas, o preço das coisas até mesmo parece abaixar. - concluiu Minseok com uma expressão de quem havia dado o melhor argumento. - Você é a única pessoa em paris que odeia chuva.


- Eu não sou o único.


- Que eu conheça, é sim.


revirei os olhos quando ele lançou aquele sorriso vitorioso para mim, abrindo mais um dos embrulhos da padaria e comendo o que identifiquei como um brioche. eu me pergunto se existe um fim no estômago de Minseok...


- Mas falando em ódio, cade o seu marid...


- Chanyeol? - respondi em um salto, ao que ele riu surpreso e falsamente levou a mão ao peito em seguida, simulando uma cara espantada ao engolir;


- E tem outros além dele? o que mais você esconde?


- Engraçadinho. - dei um tapa na nuca de Minseok, que apenas riu do ato e massageou a área enquanto eu respirei fundo antes de responde-lo. - A máquina disse que precisava sair hoje. nos temos uma empresa para cuidar agora. - me referi ao meu marido. - M-mas, você sabe, eu não tenho o minimo interesse nisso, e hoje tive que pensar em um jeito pra o problema. - falar de Chanyeol estava quase me fazendo vomitar de ansiedade, mas me incluir no assunto estranhamente aliviou o clima para mim.


Ele havia sim saído com a  desculpar de ir ate a empresa por nos dois, mas a julgar pelos passos, roupa e perfume, não era só aquilo que o atraia porta a fora. 

Isso me instigava.


- E você fez o quê? - perguntou Minseok, ao que cobri minhas bochechas com as mãos, encarando o nada.


- Deixei tudo na mão dele. - falei ainda inconsciente, sentindo o perfume suave de Chanyeol ainda impregnado pela sala.


e eu teria continuado focado apenas nisso se Minseok não tivesse dado um tapa tao forte na minha cabeça.


- Você é louco? - ele gritou comigo. - Baekhyun, essa foi a maior burrice que eu já vi na minha vida inteira!


- eu sou ocupado, é diferente. Minseok, por favor, - ri soprado, ignorando totalmente seu ponto de vista. - não vou acabar a minha vida naquele lugar igual meu pai. eu gosto do que faço.


e realmente gostava. Não que ser um músico me desse mais dinheiro do que o cargo que meu irmãos disputavam com unhas e dentes, mas eu não sentia a necessidade de me trancafiar naquele lugar pelo resto da vida e fazer algo que não gostava pelo simples fato de dar mais dinheiro. 


Byun Baekhyun, CEO da Exodus versus Byun Baekhyun, o violinista. Obviamente escolhi a segunda opção.


Minseok levantou do sofá e sentou sobre o meu colo, apertando minhas bochechas.


- que bonitinho. - ele zombou, ao que revirei os olhos e levantei, sentindo suas pernas presas em torno da minha cintura na famigerada pose de filhotinho.


- Idiota. Você é pesado.


pensei em avisa-lo que ele já era bem velho para ser carregado, mas assim que seus braços rodearam o meu pescoço em apoio acabei desistindo e continuando meu percurso até a geladeira.


- Que seja. - ele murmurou, me soltando e permitindo que eu abrisse a geladeira. - mas, vem cá, seu pai já sabe disso?


- Ainda não conversamos. - respondi rápido, pegando uma garrafa de suco e abrindo. - eu vou fazer isso ainda hoje, se Chanyeol ainda não tiver feito.


- Certo - ele sorriu, passando ao meu lado. só notei que havia levado meu suco quando ergui o braço outra vez. - vamos ver um filme? eu escolho.


- E eu tenho alternativa b? - revirei os olhos, ao que Minseok sorriu, negando.


- Infelizmente, não.

 

Típico. Mas sentei ao seu lado no minuto seguinte.


Notas Finais


Eu acho que metade das pessoas que lêem plano b ja tem uma noção da merda que vai dar

AMANHÃ TEM TEASER E QUERO AVISAR QUE QUANDO O DO SUHO SAIR... KROTH NÃO VOLTARÁ A VIVER


beijinhos e até a próxima!


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