História Plante um Winwin - O professor e o mar desconhecido

5 de junho de 2017 – 12:17P.M

— I didn't understand even a half of what he was talking about! — declarou a estrangeira ao degustar mais um pedaço de kimchi. — Ele falava muito rápido e se quer fazia questão de falar em inglês!

— Hong Cho-seonsaengnim? — a mais nova confirmou perante a fala de sua sunbae. — Não adianta, ele é assim mesmo.

— Se nem eu, que sou coreano, entendo o que ele fala, imagina você? — declarou Junwoo junto a uma risada antes de voltar-se ao seu almoço.

— Mas você não está me entendendo! — insistiu Silvana, ainda espantada pelo modo como o homem se pronunciava. — Ele falava muito rápido... And it was in korean!

— Bada-ssi — Song se pronunciou, atraindo a atenção da novata. —, estamos aqui há quase dois anos, sabemos muito bem do que está falando.

— I guess I should have chosen a class with Mi Songyong-seongsaemgnim — acrescentou ao afogar as mágoas em sua refeição. — Why do you call me Bada¹? — comentou a intercambista, insatisfeita com seu apelido um tanto contraditório. — Odeio o mar.

— Você diz isso porque ainda não viu o mar de Busan! — retrucou a japonesa, apontando seu jotgarak a garota a sua frente. — Vamos levá-la lá antes que volte para casa.

— Já que a Kyoko-ya tocou no assunto, você já sabe quando irá embora? — questionou o coreano, ainda de boca cheia.

— Muito provável que seja no começo das férias de verão — respondeu, levando uma boa quantidade de arroz aos lábios.

— Mas isso é no próximo mês! — exclamou Minami, direcionando seu olhar ao jovem ao seu lado ao gesticular em direção a Melo. —Precisamos levar essa criança à Busan urgentemente.

— Eu tenho vinte an... — declarou, sendo cortada pela mais velha.

— Shiu, você ainda é uma criança! — insistiu a garota de cabelos negros, com seu típico semblante autoritário, lembrando seriamente sua mãe. — Ainda mais com essas bochechas que parecem nikuman². — acrescentou ao alongar-se sobre o tabuleiro, atacando as bochechas da mais nova.

— Yah! Isso dói! — reclamou Bana, massageando sua face ao permanecer emburrada. — You’re crazy, Kyoko-unnie!

— E você percebeu isso só agora? — ironizou o asiático, rindo da infantilidade explicita nos traços da ocidental.

01:18P.M

— Como está sua amiga, Winwin-ah?

Tais palavras nunca o deixaram tão paralisado quanto aquelas.

Seus amigos já se encontravam dispostos a descobrir a quem o mais velho se referia enquanto o moreno simplesmente desejava ser pequeno o suficiente para adentrar a embalagem da barra de cereais de comia para ignorar completamente as palavras do japonês.

— Você tem uma amiga, hyung? — o chinês confirmou em um breve aceno a questão do maknae, sentindo seu rosto superaquecer e, infelizmente, não era por culpa das altas temperaturas que já tomavam a capital coreana.

— Que amiga? — questionou Taeyong, representando a curiosidade dos demais.

— Ele não falou para vocês sobre a Melo-ssi? — eles negaram, deixando-os pasmos por não saberem dos acontecimentos que rodeavam o oriental.

— Espere, o nome dela é Melo? — interviu Taeil, ainda com a boca repleta do arroz contido em seu kimbap.

— Ela é estrangeira — esclareceu Yuta enquanto Sicheng permanecia com sua atenção voltada a barra de cereais.

— De onde ela é? — foi a vez de Jaehyun prosseguir com o interrogatório, fazendo com que Dong adentrasse o campo de visão de Nakamoto como um modo de pedir para que ele lhes desse a resposta.

— Do Brasil — sua timidez se fez presente em sua voz, deixando sua entonação ainda mais baixa. — Ela veio à Coréia fazer intercâmbio.

— Como vocês se conheceram? — acrescentou Mark, mais focado em roubar mais um pepero do pacote nas mãos do maknae do que na brasileira.

— Na loja de conveniências — respondeu, voltando seu olhar ao chão.

— Agora sabemos o porquê de você comer tanto ramyeon — concluiu Moon.

— Ela fala bem coreano? — questionou o líder, ansioso pela resposta do oriental.

— Melhor que eu — comentei, seguido por um breve riso para amenizar a verdade nua e crua que expunha aos seus amigos.

— Ela fala melhor que você? — frisou o maknae, vendo o mais velho gesticular em confirmação. — Omo! Ela deve ser fluente, né? — Donghyuck opinou, recebendo um peteleco vindo do canadense.

— Yah! — alertou, vendo o mais novo massagear sua testa com o objetivo de amenizar suas dores. — Pare de falar mal do coreano do Winwin-hyung!

— Mas eu não disse nada! — exclamou o moreno, revoltado com a denúncia do garoto. — Você quem está insinuando isso!

— Mas foi o que você quis dizer! — rebateu o rapper, mantendo um bico não proposital em seus lábios.

— Menos amor, por favor — o japonês interferiu em meio aos mais novos. — Essas crianças de hoje em dia...