P.V do Justin.
Estava em um bar com a Kim, ela estava tão bêbada que não ficava em pé sem ajuda.
- Ei. - Ela me olhou rindo. - Sabe a sua irmãzinha? Você não é irmão de verdade dela. - Ela riu como se fosse uma piada.
- Espera aí, o quê? - Segurei seu braço e a olhei com os cílios cerrados. Ela fechou os olhos devagar e literalmente dormiu. Como assim? O que ela quis dizer? A peguei no colo, coloquei no carro, mesmo que eu só estivesse lá para ter uma boa noite (Se é que vocês me entendem), não a deixaria em um bar. Dirigi até sua casa e a deixei no sofá da sala (O pai dela estava lá e ele quase chamou a polícia, alegando invasão a domicílio e sequestro de menores). Depois meu pai me ligou, e pediu que eu levasse a Ingrid no exame de motorista hoje, eu ainda estava um pouco bêbado, então peguei uma balinha de menta pra disfarçar (Não me orgulho disso), embora que se eu fizesse o teste de bafômetro não acusaria nada, pelo menos não acima do normal, mas eu sou paranóico, então é melhor prevenir.
P.V da Ingrid.
Entrei na cozinha e avistei minha mãe.
- Eu vou ter exame de motorista hoje, a senhora me leva? - Ela se virou para mim e coçou a cabeça. Minha mãe tem estado muito cansada e suas olheiras fundas comprovam isso. O excesso de trabalho e a separação não oficial, acabou com ela, porém ela consegue disfarçar bem sua tristeza.
- Hoje eu não posso filha, tenho que trabalhar. Peça ao Jeremy. - Assenti e peguei o celular, discando o seu número. Parei no batente da porta e esperei ele atender.
< Oi, Jeremy. >
< Oi, Ingrid. > Ouvi vozes e deduzi que estava trabalhando.
< Eu tenho exame de motorista hoje, você pode me levar? > Ele fez uma pausa um pouco grande.
< Acho que sim, são que horas? > Olhei para a tela do celular.
< 14:00 >
< Estarei aí. > Assenti, mas depois lembrei que ele não estava me vendo.
< Ok, obrigada, tchau. >
< Tchau. > Desliguei e subi para me arrumar. Tomei um banho, coloquei uma calça preta e uma blusa vermelha escrito "Fuck Off!" E coloquei uma sandália que prendia atrás, nude. Prendi o cabelo em um coque e desci as escadas. Ouvi uma buzina e abri a porta. Quando entrei no carro, o Jeremy não estava, mas sim o Justin.
- Ele não pode vir, aí me mandou ir te levar. - Assenti e liguei o rádio, queria evitar a conversa com ele. Estava tocando Stone Cold de Demi Lovato. Batuquei de leve a música e nós logo chegamos lá. O instrutor já estava, fui para o banco do motorista e o Justin sentou atrás. Chequei os espelhos, coloquei o cinto e liguei o carro. Devagar sai da vaga e dirigi normalmente, parando em sinais e olhando o limite de velocidade. No final, fui fazer baliza, nunca acertei uma baliza, sempre entrava no meio fio. Respirei fundo e olhei para o Justin pelo retrovisor. Ele também me olhava, passando uma sensação de conforto. Fiz a baliza e não entrei no meio fio por pouco.
(...)
Estava no meu quarto, deitada, com a televisão ligada, já de pijama. Ouvi batidas na porta e quando a abri vi Justin, ele estava com as mãos nos bolsos e com a cabeça baixa. Me encostei no batente da porta e o encarei com a sombrancelha arqueada.
- Pois não? - Fiquei esperando ele dizer alguma coisa.
- Queria te pedir desculpas, eu sou um idiota. - Continuei olhando para ele, séria.
- Tá. - Quando ia fechar a porta ele colocou o pé. Revirei os olhos.
- Nós podemos conversar direito? - Abri espaço para ele entrar no meu quarto.
- O que você quer falar? - Me sentei na cama e ele ficou em pé me encarando.
- Eu estou cansado de brigar com você, nós parecemos duas crianças, estamos brigando por qualquer coisa. Eu queria que você soubesse que tudo que eu fiz até agora foi para te atingir. Eu sei, sou um babaca, mas sei lá, eu achava que a única forma de saber se você gostava de mim, era te fazer ciúmes. - Fiquei olhando para o nada refletindo tudo o que ele me disse.
- Ok. - Ele deu um sorriso nervoso e virou para o outro lado.
- Ok? Está tudo bem pra você? - Assenti e me deitei na cama.
- Antes que você diga qualquer coisa, quero que saiba que eu gosto de você e se estivesse inseguro disso, você podia simplesmente ter me procurado, eu teria esclarecido tudo. - Justin se sentou ao meu lado e olhou para o teto. - Agora eu quero vinho. - Me levantei da cama e puxei a caixa embaixo da minha cama, ultimamente eu limpo meu quarto, então minha mãe não entra muito aqui. - Você quer? - Peguei duas taças e as enchi. Tomei um pouquinho e me encaminhei até a janela. Comecei a olhar as estrelas, não dá para ver muitas por causas das luzes da cidade, mas, é muito lindo. Tomei a minha taça de uma vez e fui enche-la novamente. - Eu gostei de você ter me levado hoje, foi muito gentil. - Fiquei olhando a nuvem carregada que vinha do horizonte.
- Jeremy perguntou se eu podia, acho que ele notou a tensão entre nós dois e me mandou para tentar resolver as coisas. - Quando tomei a terceira tarça, eu já estava bêbada.
- E você resolveu. - Dei um sorriso desajeitado e me deitei novamente na cama. Bati a mão do meu lado indicando que se deitasse, e foi o que ele fez. Sentia sua respiração bater contra o meu cabelo, então fechei os olhos e deitei a minha cabeça em seu peitoral. - Senti saudade do seu cheiro. - Passei a mão em seu braço e o vi se arrepiar todo. Levantei minha cabeça e cheguei perto do seu rosto. - Senti saudade da sua pele. - Mordi sua bochecha de leve, e ele nem se mexeu. Coloquei minhas mãos dentro da sua camisa e cravei minhas unhas nas suas costas e as arranhei devagar, ele gemeu no meu ouvido, mordi o lábio inferior e subi em cima dele de vez, beijei seu pescoço, e vi ele se arrepiar todo e dei um sorrisinho. Eu sei que é errado, eu sei que eu tô fazendo merda, mas quando eu estou sóbria consigo controlar o que eu faço, o que eu penso, mas quando eu estou bêbada, é diferente. Muita gente me crítica, porque beber é errado e tal, mas essas pessoas nunca sabem sua verdadeira condição. A frase "Vou beber pra afogar as mágoas" não está completamente certa, porque quando você bebe, é possível se lembrar de cada vacilo e de cada traição, sua e dos seus amigos, remoendo a dor, mas no começo você fica com uma sensação de euforia, que pode até melhorar as coisas, ou não. Não peço que gostem de mim ou muito menos que achem certo, só peço que não me julguem.
- FILHA? CHEGUEI. - Levantei da cama e baguncei o cabelo.
- TÔ AQUI EM CIMA, JUSTIN TAMBÉM ESTÁ AQUI. - Dei uma olhada para ele e o mesmo se encontrava sentado me olhando.
- OK, VOU PEDIR UMA PIZZA, SE VOCÊS QUISEREM... - Olhei para ele como se perguntasse e ele negou com a cabeça.
- NÃO, MÃE, OBRIGADA! - Fui até o meu guarda-roupa e peguei um casaco. Justin encheu sua taça e tomou de uma vez. - Dorme aqui, hoje, comigo. - Me sentei em seu colo e coloquei minha cabeça em seu pescoço.
- Fico sim. - Ele falou e tirou a jaqueta e a camisa, sai do seu colo e sentei ao seu lado, Justin deitou na minha cama e ele meio que me ignorou, mas eu não levei para o lado pessoal, considerando que eu literalmente "agarrei" ele. Tentei dormir mas o sono não vinha, virei para o lado e notei que o Justin estava pensativo, olhando para o teto.
- No que você está pensando? - Me aproximei mais dele e o mesmo se virou para mim.
- Ontem eu estava num bar com a Kim e ela sem querer falou "Ela não é sua irmã de verdade" então eu fiquei pensando. Que tal fazermos outro teste de DNA, só pra conferir? - Pensei um pouco e olhei para os meus dedos.
- Pode ser. - Ele assentiu e fechou os olhos. Fiz o mesmo e virei para o outro lado. Então Justin me abraçou. - Eu te amo. - Dei um sorriso e dormi.
(...)
- Certo, consegui a saliva do Jeremy. - Justin fez uma cara estranha quando falou isso.
- Aqui está a minha. - Entreguei lá ao carinha. - Quando podemos pegar? - Perguntei e ele me olhou sério, e também deu um sorriso sarcástico, acho que alguém não está em um bom dia.
- Amanhã. - Ele falou e sumiu pela portas.
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