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História Playful Kiss As memórias de Seung Jo - Sem dormir


Escrita por: Lenita_

Notas do Autor


Gente, esta é mais uma daquelas partes em que eu senti falta da continuação da cena. A novela não conta como foi quando Seunj Jo acordou e percebeu que ele e a Ha Ni tinham dormido na mesa, então eu dei a minha versão da história, ta?

Beeeeijos. Espero que gostem.

Capítulo 4 - Sem dormir


Fanfic / Fanfiction Playful Kiss As memórias de Seung Jo - Sem dormir

Ensinar a matéria da prova para Oh Ha Ni estava sendo um desafio muito maior do que Seung Jo havia imaginado. Se ele soubesse que seria assim talvez tivesse deixado a garota mostrar a tal foto para toda a escola como ela havia ameaçado. Estavam há horas enfiados nos livros e ela não conseguia resolver nem mesmo um problema simples de matemática daqueles de descobrir que número é X. Aliás, ela nem sabia o que o tal X representava.

- Ha Ni, você sabe o que X significa?

- Uma letra do alfabeto!

O garoto havia percebido que teria que ser muito literal com ela.

- É um número desconhecido. Este é o X. Como chamamos um mistério não resolvido?

- Arquivo X. É isso?

- Certo! E como chamavam a nossa geração quando éramos pequenos?

- Geração X!

- Isso mesmo...a geração desconhecida, um mistério não resolvido, um número que não se sabe...tudo isso é X.

- Entendi. – Ela estava pensativa agora.  – Mas...por que X? Tem o W ou o H.

- Que pergunta idiota...isso já foi decidido. – O cérebro dela tinha a mesma maturidade de uma criança de 3 anos, pensou ele.  Só isto explicava as perguntas tão descabidas que ela fazia.

Seung Jo realmente gostava de ensinar e era um bom professor. Lhe dava prazer ver os outros aprendendo e, apesar de sua genialidade, nunca havia lhe faltado paciência neste sentido.  Este era, aliás, um dos poucos momentos em que ele não se irritava com a ignorância alheira...mas com Ha Ni era diferente. Havia algo sobre ela que o incomodava de uma forma absurda, independente do que ela fizesse.

- Você está me deixando louco! – E não era no bom sentido, pensou ele. Ela mal havia prestado atenção na explicação que ele havia acabado de dar sobre como se resolvia uma equação que pedia uma reposta em número binário. Precisava encontrar uma solução para que algo entrasse na cabeça daquela retardada, mas este desafio estava complexo até mesmo para o seu QI de 200. Ela era tragicamente desatenta, preguiçosa e burra.

- Vamos começar com o básico então. Você sabe o que é o sistema decimal?

- Sim, 10, 20, 30. – Há Ni pareceu ofendida com a pergunta.

- Então…como é o sistema binário?

O silêncio foi tão grande que dava para ouvir o vento batendo na janela. Seung Jo consegui imaginar os neurônios da garota fritando naquele momento para responder àquela pergunta.

 - 0 e 1. Apenas dois números – Ele estava impaciente.

- Sério? E por que precisamos disso?

- Computadores. Em 1974 o telescópio Arecibo mandou uma mensagem para outro planeta do universo. Então, se alienígenas existem mesmo, eles podem mandar a mensagem de volta. – Seung Jo estava realmente empolgado em explicar isso para ela. – Mas...em que língua? Inglês? Coreano? Não sabemos o quão inteligente é um alienígena, então eles usaram o sistema binário. Aí se ele souber apenas 1 e 0 vai poder decodificar a mensagem.

- Legal! Se eu quiser falar com uma alienígena, preciso saber o sistema binário. É por isso que é tão importante.

Por um segundo Seung Jo jurava que ela tinha dito aquilo brincando, mas viu que ela tinha levado aquilo realmente a sério. A forma como a mente daquela demente funcionava era realmente algo a ser estudado. Ela pensava coisas tão bizarras e...divertidas.

- Então, como se converte 100 para um número binário? – O garoto estava animado com a sua aluna agora.

- Mas calma...eles já tiveram alguma resposta do alienígena?

- Não, ainda não.

- Bem, o universo é tão imenso. Não é?

- Isso mesmo. O universo é imenso e é para isso que o logaritmo serve.

- Sério? – Ela realmente estava interessada.

Assim como uma criança que precisa saber o motivo do céu ser azul, Oh Ha Ni precisava entender o porquê da importância de se aprender certas coisas antes de dar a elas a devida importância. Com ela, porque sim nunca era uma resposta...o que era bem desafiador.  

- Sim, para expressar algo imenso.

E foi aí que ele percebeu que a lição havia ficado complexa demais. A expressão da garota denunciou que ele a havia perdido. Ela já não estava entendo mais nada.

- Por que não desiste? – Seung Jo havia desistido. – Como você pode não saber tantas coisas?

- E você sabe de tudo? – Disse Ha Ni, apanhando uma foto que estava em cima da mesa e mostrando para ele – Então, quem são eles?

Ele não tinha uma resposta para aquilo. Ele não fazia ideia de quem eram os meninos que estavam naquela foto. Pareciam ser de alguma K-POP Band, mas ele nunca havia se interessado por essas besteiras de menininhas. Diante da sua falta de resposta, ela começou e dizer rapidamente um por um o nome daqueles garotos.

- Viu? Só temos áreas de interesse diferentes.  – A garota estava triunfante. – Então...e o log?

Ok, ela havia vencido. Ele iria tentar mais uma vez.

***

Os dias que se passaram ao longo daquela semana não foram mais fáceis. Quando mais Ha Ni estudava, mais ela percebia o quanto não sabia a respeito de coisa alguma da matéria, o que obrigou Seung Jo a dedicar muito mais tempo do que o esperado às aulas de reforço, prejudicando (e muito!) suas noites de sono. Depois de uns dias ele não sabia quem estava mais esgotado com aquela maratona: ele ou ela.

Foram horas e horas de estudo e exercícios de memória, concentração e foco. Ele não pegou leve e Oh Ha Ni respondeu à altura: quanto mais ele exigia, mais ela se esforçava e dava o máximo de si. E quando ele achava que estava indo longe demais e que ela iria desistir, ela o surpreendia mostrando que ele podia pegar ainda mais pesado. Se a garota tivesse alguma habilidade atlética, com certeza seria uma campeã olímpica tamanha era a sua determinação. 

Mas ele não podia ser ingênuo. Aquela maluca tinha muitas deficiências e pedir para que ela fosse bem naquela prova era a mesma coisa que exigir que uma criança que está no maternal passasse no vestibular. De qualquer forma, ele estava começando a achar um pouco divertido vê-la evoluir, aprender, compreender a importância de conhecer aquilo que estava nos livros e até mesmo a gostar de algumas matérias.

- Sua idiota de pernas curtas! Graças a você, meu irmão não dorme. –  Eun Jo estava claramente revoltado com toda aquela situação. Há dias o irmão não o ajudava com os estudos porque estava 100% focado naquela besta. E não seria diferente naquela noite, afinal, eles estavam na véspera da prova – Por que você veio? Vai para casa!

Oh Ha Ni nada respondeu.

Seung Jo, que até então estava no computador elaborando uma revisão da matéria para ela, completamente alheio àquela cena e a todos os xingamentos que seu irmão mais novo estava fazendo para a menina, ficou intrigado com a falta de reposta da garota. Deu meia volta na cadeira e encontrou uma Oh Ha Ni totalmente focada e absorvida em seus afazeres. Ela mal havia notado a presença do irmão dele no quarto e nem havia notado que ele a estava observando, coisa que em outras situações ela jamais deixaria passar despercebida.

O garoto tentou evitar, mas não conseguiu esconder um sorriso. Aquela retardada era cheia de surpresas.

- Aqui. – Disse Seung Jo, jogando as folhas de revisão que havia preparado em cima da garota, o que a deixou levemente assustada.

- O que é isso?

- Só revise isso hoje e durma cedo. Eu fiz perguntas que provavelmente vão cair na prova.

- Nossa, quando você fez tudo isso? Isso foi tão legal da sua parte...

- Ei! Falei para revisar isso rápido. Pare de tagarelar.

Ok, ele realmente não precisava ter tido todo aquele trabalhando de pensar em possíveis perguntas com base na ênfase com a qual os professores davam aos exercícios e elaborando as repostas, procurando sempre deixar tudo o mais mastigado possível para ela. Da mesma forma, ele não precisava necessariamente ter feito o que ele havia acabado de fazer: sentar-se ao lado dela na mesa do quarto, esperando ela terminar a revisão.  Ele poderia ter ido embora, mas achou melhor ficar por perto porque era a grande chance daquela retardada não entender nada das questões.

Mas nada disso era por ela. Ele tinha que garantir a sua nota entre os 50 melhores do colégio. Caso contrário, aquela chantagista iria mostrar sua foto para todo mundo.

Será que ela iria mesmo? Ela teria coragem? pensou ele.

Seung Jo esticou-se um pouco na cadeira e olhou a sua volta enquanto Ha Ni estava imersa naquelas folhas de papel.  O quarto estava uma zona; o chão estava praticamente forrado de livros e folhas de caderno jogadas e rasgadas e tinha caneta para tudo quanto é lado. Uma delas, inclusive, havia estourado em cima da almofada da cama. Sua mãe iria ficar louca quando visse aquilo. Haviam post its espalhados por todo o canto do quarto, forrando toda superfície que estivesse disponível. Ele lembrou de ter tomado um susto um dia desses de manhã quando encontrou vários destes com anotações de datas importantes da coreia no banheiro que eles dividiam.

Era incrível o quanto a menina conseguia ser bagunceira. Ela mesma estava uma zona;  totalmente descabelada, com uma faixa amarela ridícula amarrada na cabeça, as unhas totalmente roídas pelo nervoso dos estudos dos últimos dias, os olhos fundos em duas grandes olheiras, a camiseta com um desenho infantil de coruja que ela usava totalmente amarrotada no corpo.

Por que ela se veste como uma criança?

- Que foi? – Seung Jo foi pego de surpresa com um olhar confuso de Oh Ha Ni. Há quanto tempo ele tinha ficado distraído olhando para ela?

- Nada, só estou reparando no quanto você fica feia toda desarrumada. Mais feia que o normal. – O garoto cruzou os braços em cima na mesa e apoiou sua cabeça neles para descansar um pouco. Ele estava exausto. Havia dormido muito pouco nestes últimos dias e não se lembrava de ter usado tanto o seu cérebro antes. Fazer com que aquela chantagista aprendesse a matéria tinha sido a coisa mais difícil da sua vida. Antes de cair no sono ali mesmo, Seung Jo ainda conseguiu ouvir Ha Ni resmungando algo sobre ele não ser tão bonito assim e dizendo o quanto não gostava mais dele. Tentou argumentar algo, mas antes que pudesse formular qualquer frase, o cansaço enfim tomou conta do seu corpo e tudo o que ele conseguiu fazer foi balbuciar algum xingamento antes de apagar completamente.

***

Nossa, já são 3 horas da manhã.

Totalmente confuso, Seung Jo demorou um certo tempo para entender onde estava antes de olhar no relógio para ver o horário. Os dois, ele e Ha Ni, haviam capotado de sono na mesa de estudos. A garota ainda estava com a caneta em uma das mãos e dava para ver que ela havia dormido antes de finalizar um desenho de coração que estava fazendo na folha. A ponta da caneta tinha escapado do papel e feito um risco que inutilizou quase a folha toda. Ela era tão besta.

Sentiu uma pontada de dor no pescoço ao tentar levantar da mesa. Tinha ficado na mesma posição torta por horas e aquilo doeria por pelo menos uns 3 dias. Ha Ni provavelmente também iria ficar dolorida. Por alguns segundos, ele foi tentado a deixar a garota dormindo na mesa mesmo como uma mini vingança por tudo o que ela o estava fazendo passar...mas mudou de ideia. Se ela fosse mal na prova por conta de um torcicolo a culpa seria dele e ela cumpriria o que havia ameaçado de fazer.

- Ha Ni...Ha Ni...acorda!

Nada. A garota mal se mexeu.

- Sua besta, acorda logo. Vai para a cama. Ou eu vou te deixar aí. – Ele chacoalhou a meina com certa brutalidade.

- Hum? Seung...Jo...o que você está fazendo aqui? – A garota olhava para ele, mas não o via de fato. Seus olhos estavam embaçados e parecia que ela tinha bebido da noite toda.

- Eu estou tentando ser legal com você, mas já desisti.

Antes que ele pudesse se afastar, Ha Ni se pendurou no braço dele como um macaco se agarra a um cipó e ficou lá, abraçada como se ele fosse um ursinho, com o rosto comprimido contra o seu punho.

- Obrigada! Muito, obrigada! – Disse a garota sorrindo em transe ainda, meio dormindo, meio acordada.

Toda a frieza e racionalidade de Seung Jo não o haviam preparado para uma cena daquelas. Sim, ela era patética, mas a gratidão da menina e a fofura daquela cena o deixaram sensibilizado.

- Ai que droga! Vem ca, garota burra.  – Passando um dos braços da menina em volta do seu pescoço e envolvendo a cintura dela com um dos seus braços, Seunj Jo conseguiu com muito custo levantar Ha Ni da cadeira. Ela era bem pesada.

- Ai, o que você está fazendo? Me deixa dormir. Não está na hora da prova ainda. – Resmungou a menina, completamente bêbada de sono.

- Eu estava te levando para dormir na cama, mas posso te largar aqui e deixar você rachar a cara no chão se você preferir.

- Hummmmmm...Baek Seung Jo me levando para cama...quem diria..hahaha.

- Ei, não é para você se aproveitar! – Seung Jo jurava que a tinha machucado tamanha tinha sido a força com a que ele havia acabado de jogá-la na cama, mas ela não se abalou. Simplesmente virou de barriga para baixo e puxou para si um ursinho de pelúcia que estava jogado perto do travesseiro.

- Seung Jo mal, Seung muito mal. – Disse a garota antes de entrar novamente em sono profundo.

Eu devia ter deixado ela dormir toda torta lá na mesa, pensou o garoto rindo sozinho daquela cena. Oh Ha Ni estava completamente entregue ao sono, desmanchada como um saco de batatas que se deixa cair no chão. Seus braços estavam enrolados em torno do bichinho como se a sua vida dependesse disso, seus cabelos cobriam completamente o seu rosto e ela ainda estava com os chinelos nos pés.

Quantos anos você tem, sua imbecil?

Por alguns instantes, ele ficou observando aquela cena. Dormindo assim, ela nem parecia aquela tormenta que tinha vindo virar sua vida de cabeça para baixo. Se aproximou apenas o suficiente para tentar tirar as madeixas negras do rosto da menina para que ela pudesse respirar. Seus cabelos eram completamente negros, pesados e espessos e faziam um contraste gritante com a sua pele bem clara. Seung Jo se perguntou o motivo dela estar com eles sempre preso em mil tranças, lacinhos e rabinhos...ela ficava bem melhor assim. Sem conseguir resistir, desceu o seu olhar levemente até os lábios da menina. A boca dela era bem vermelha e cheia e estava fechada em um leve biquinho.

Seung Jo ficou com receio de ter acordado Oh Ha Ni no momento em que ela se moveu bruscamente na cama e já estava preparado para dizer umas boas indelicadezas para ela, mas ela apenas estava mudando de posição, virando de barriga pra cima e abrindo completamente os braços e as pernas. O garoto tentou não olhar, mas ficou impossível ficar indiferente ao fato de que com aquele movimento a saia da menina havia levantado quase que por completo, deixando a calcinha branca de bolinhas vermelhas e babadinhos à mostra.

O garoto chacoalhou a cabeça tentando espantar os pensamentos perigosos que tinham acabado de vir à sua mente e o pegaram de surpresa. Ok, estou com muito sono. Só isso, justificou ele para si mesmo. Melhor eu ir logo para a minha cama.

E foi aí que lhe ocorreu um outro tipo de pensamento maldoso, diferente daqueles cheios de hormônios que haviam acabado de assustá-lo: ele tinha aí uma oportunidade. Bastava só uma foto daquela cena para conseguir reverter a chantagem e acabar com aquela palhaçada. Tão rápido quanto veio o pensamento se foi. Onde é que ele estava com a cabeça? Isso era muito, muito, mas muito errado.

- Oh Ha Ni, eu não sou um menino mal...eu sou muito, muito legal na verdade. - Disse ele, aproximando-se levemente do ouvido da garota.  - Eu poderia perfeitamente tirar uma bela foto desta cena, com você usando uma calcinha que você provavelmente roubou de uma menina de 5 anos e usá-la para te chantagear e me deixar em paz...mas não vou.

Seung Jo se dirigiu à porta para ir dormir em seu quarto. Antes de fechá-la de vez atrás de si, deu meia volta para expiar aquela cena mais uma vez.

A calcinha é de criança...mas nela até que fica bonitinho...disse ele rindo para si mesmo. 



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