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História Playing Favorites - Capitulo 32.


Escrita por: disarray

Capítulo 33 - Capitulo 32.


Fanfic / Fanfiction Playing Favorites - Capitulo 32.

Eu já estava cansado, e com sono, e pensando na bronca que levaria dos meus pais. Mas a noite do Mark parecia estar só começando. Ele acenou para o atendente, depois se debruçou sobre o balcão.

- Eu tenho que ir para casa. – falei, percebendo que os pensamentos dele estavam longe.

- Eu vou levar você. – disse ele. – É a saideira. Eu prometo. 

- Tá bem. – concordei. E girei o meu olhar pela minha volta, para o lugar que pouco a pouco começava a ficar cheio, por casais apaixonados, e solteiros perdidos, grupos de amigos que não terminaram a noite juntos, e acordariam em camas desconhecidas no outro dia.

- Você tem namorada? – Mark perguntou. E se ajeitou melhor no banco, para segurar sua bebida, que acabará de chegar.

- Não. – respondi.

Ele coçou o nariz, e disse:

- Legal.

Depois virou de uma só vez o liquido no seu copo. Batendo o fundo do objeto sobre o balcão de madeira.

- Podemos ir agora. – disse ele, e se levantou. 

Eu desci pelas escadas, mas Mark saltou pelos degraus, e tentou equilibrar seu corpo quando quase caiu.

- Tem certeza que está bem para dirigir? – perguntei.

- Eu estou ótimo. – respondeu ele, mas não me convenceu.

- De qualquer forma, digira devagar, está bem?

- Você quem manda. – disse ele, e deu a volta para entrar no veiculo.

Ele não disse nada durante todo o caminho de volta, e eu fiquei em silêncio, mesmo tendo um milhão de perguntas, que precisavam de uma resposta, girando ao redor da minha cabeça.

Quando o carro parou, Mark puxou o freio de mão. Mas antes que eu pudesse descer, a cabeça dele se encostou contra o volante. O corpo tremeu como se ele estivesse chorando, ou rindo, ou os dois ao mesmo tempo. Eu tive a certeza disto, quando depois de um tempo, ele olhou para mim.

- Me desculpa. OK? – disse ele. – Você não tem culpa de nada.

Eu não respondi nada. Porque achei que tudo o que ele precisava mesmo era falar.

- Você sabe como é. A pessoa que te ama, só de olhar para você, te faz acreditar que é uma pessoa única e especial no mundo. Mas no fundo você sabe que todas as outras pessoas ao seu redor, elas não pensam assim. Você é só um garoto gay, incompreendido, e iludido pelo amor. Como se fosse um doente abraçando sua cura. E isso faz você odiar qualquer um que possa parecer uma ameaça, que possa levar ao óbito aquilo que você sente. – disse ele, e fez uma pausa, respirando fundo - Eu sei que você não é uma ameaça.

- Tá tudo bem. – eu disse. Não sabendo o que na verdade dizer, ou se deveria dizer algo.

- Eu sou um otário. Aqui falando sobre isso para um garoto de quinze anos. Eu sou como o seu pai. – Mark desabafou. E seus olhos brilharam, quando ele se virou para mim, após retirar o cinto de segurança, e disse: - Você tem os olhos do Craig. Só que sem as mentiras. – disse ele, e sorriu. – Você é lindo. – então, ele se inclinou para frente, com seu corpo para cima do meu, até conseguir tocar nossos lábios, sugando os meus para os dele. Foi nojento. O gosto de álcool na sua língua. 

- Mark! Que merda. Não. – eu disse, afastando ele com as minhas mãos. – Para.

- Eu reconheço um garoto gay há distancia. – comentou, e suas mãos me agarraram o rosto. - Sem essa! - disse ele, e voltou a me beijar. Abafado, sufocante, porque eu não queria aquilo. 

- Tá. Mas é errado. E eu não quero. – respondi, afastando-o, outra vez, e saltei do carro.

Ele saiu em seguida, e deu a volta para me alcançar.

- Tá bem. Desculpa. Eu namoro o seu pai. - disse ele, finalmente se lembrando desse pequeno detalhe. 

- O senhor Rider. Não o meu pai. – eu o corrigi.

- OK. Eu namoro o seu pai biológico. – ele falou.

- Você namora o senhor Rider, e eu amo alguém. E fazer algo estupido para perdê-lo não está nos meus planos, nem agora nem nunca. – respondi.

- Nossa. – ele disse, e bateu palmas. – Isso foi profundo.

- Só porque sua vida é uma merda, não tem o direito de rir dos sentimentos sinceros dos outros. - bradei.

- Não estou rindo. Estou admirando você. Sua capacidade de acreditar que um relacionamento pode mesmo durar para sempre.

- Eu tenho que ir. – disse eu. E me dirigi em direção à varanda, mas Mark segurou o meu braço.

- Espera. Ian. – disse ele. – Desculpa mesmo. Eu estar sendo tão idiota. Eu só olhei para os seus olhos, e me lembrei do Craig, antes das mentiras, antes dele ter todos aqueles surtos agressivos, e inesperados.

- Tá. Mas você pode soltar o meu braço agora? - pedi.

- OK. – disse ele, e então me soltou. – Quem é esse? – Mark perguntou, e eu virei minha atenção acompanhando seu olhar, e vi Caleb.

- Cal.

- Eu acho que você precisa me explicar umas pequenas coisas. – Caleb disse. – O porquê você sumiu o dia todo, e quem é esse cara?

- Eu sou o Mark. – Mark respondeu. Foi até ele, e estendeu sua mão. Mas ficou no vácuo. 

- Eu não estou falando com você. Tá bem? - Caleb foi ríspido. 

- É o Mark. – eu respondi, dessa vez.

- Isso ele já falou. – Caleb bradou.

- A gente só estava conversando, cara. Pare de ser estupido com ele. – Mark falou. E Caleb levantou o olhar, para encará-lo melhor. 

- Tá que seja. – Caleb disse, depois olhou para mim. – Eu não deveria ter vindo. Você podia pelo menos ter me ligado. 

- Como? O meu celular se afogou no lago. – disse eu.

- É. Mas não teria acontecido se você parasse de fazer tantas coisas estupidas. – Caleb voltou a erguer a voz.

- Tá já chega de discussão. Quem está sobrando aqui sou eu. – disse Mark. - O problema vai embora.

- É cara. Vá embora. – retrucou Caleb.

- Só porque você está mandando eu não vou. – teimou Mark, e estacionou seus pés, recostando-se na porta do carro. 

- Desde quando você anda com caras mais velhos, Ian?

- Mark e eu não somos amigos. Tá bem? Ele é o namorado do senhor Rider. E esse é o problema? Ele ser mais velho?

- Não. – respondeu Caleb. – O problema é você nunca me contar nada. Nem sobre o seu pai verdadeiro, sobre a Dênia, sobre esse cara aí.

- Eu o conheci hoje, como poderia te contar? - me defendi, e talvez tenha excedido um pouco a voz. 

- Quer saber. Vá se ferrar! – disse ele, e deu as costas. - Vá se ferrar! - Caminhou para longe. Não fui atrás dele. Sabia que seria pior.


Notas Finais


obrigado.


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