POV *Isabelle
Era Outono, lua cheia surgindo no céu claro e límpido, mês de maio. Desci do taxi na porta do hotel fazenda.
Não conseguia abrir a porteira, batia palmas, ninguém me ouvia?
Um moço de calça jeans e camisa social branca, de luvas grossas, montado em um lindo cavalo castanho aparece sorrindo. - Moça, desculpe-nos, nasceu um potrinho e estão todos o mimando no estábulo. Aguarde um pouco que a Susana virá atendê-la.
Bufei e me sentei no sofá da recepção aguardando a tal Susana lembrar que uma hóspede pagante podia ser mais importante que um bicho recém-nascido. - Nossa, como estou amarga. – pensei alto. - Aqui trataremos de adoçá-la moça. Prazer Henrique, também sou proprietário e veterinário dos animaizinhos do hotel.
Era o maior e mais branco sorriso que eu tinha visto nos meus 21 anos. Eu ri envergonhada do meu pensamento megafônico e levantei o cumprimentando. - Oi, tudo bem? Sou Isabelle, estou cansada da viagem, me desculpe a rabugice.
Nossos olhos ficaram enroscados um ao outro. E quando o silêncio estava constrangedor perguntei se não era possível ele avisar a tal Susana da minha chegada, pois apenas ele tinha ciência que estava na recepção.
Ele sacudiu a cabeça como se tentasse voltar de alguma viagem interna, concordou comigo e saiu para procurá-la.
Depois do check-in realizado, me instalei, tomei um banho e adormeci. O cansaço acumulado encontrou descanso naquele silêncio.
Todos os quartos eram chalés.
O meu tinha uma janela com vista para o haras e a porta abria para as piscinas e o lindo bar. No caminho para as piscinas ficava o redário e várias poltronas. Ambiente típico de fazenda, o cheiro de café fresco e hortelã da horta eram constantes.
Acordei com o Henrique batendo na porta do meu quarto.
- Aceita companhia para o café da manhã? - convidou ele.
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