POV Henrique
Juliano e sua família nos encontraram na saída da casa, observei Clara no seu colo e Natália e Cristina conversando alegremente e Isabelle se uniu a elas. As quatro estavam vestidas iguais, a roupinha de Clara era infantil mas repetia o padrão do vestido jeans com couro e meia-calça, bota e chapéu. Fabinho falava empolgado com o pai sobre as brincadeiras que avistava.
Continuei passeando meu olhar pelas três, beijei a cabeça de Fabio e interrompi pai e filho.
- Juliano você sabia dessa combinação de roupas?
- Fui avisado hoje mais cedo. E precisei de um esforço extra para sair do quarto agora. Preciso ir agradecer a mamãe pela paciência de ficar com as crianças, nas últimas duas horas - ele sorriu como se estivesse se lembrando de algo muito bom.
- Sei bem, fui convencido a esperar..., mas o que quebrou o clima mesmo foi um "amiguinho" batendo a nossa porta. - Contei a Juliano o ocorrido, que me ouviu arqueando as sobrancelhas e no final me apoiou na decisão de mantê-lo a distância com educação. Éramos igualmente ciumentos. – Mas, voltando ao assunto Ju de nossas mulheres: cuidaremos. Agora porque a Cris estaria tão produzida? Apenas por diversão? - Deixei meu irmão com a pulga atrás da orelha e me aproximei delas as convidando para interagir com os convidados.
POV Isabelle
Estávamos nos segurando para não rir da cara dos meninos. Realmente nossas roupas chamaram a atenção de todos os convidados da festa. Mulheres e homens.
Henrique dividia sua atenção comigo, família e com os amigos, mas sempre atento a irmã. Anderson se aproximou me oferecendo um vinho quente, que aceitei agradecendo.
- Entendo que esteja encantada não só com seu namorado “caipira”, mas com toda essa calorosa família - seu olhar expressava certa dor com uma ponta de inveja.
Eu me senti compadecida de seus sentimentos. Ele era tão solitário quanto eu, filho de pais separados e extremamente “nerd”, vivia um tanto isolado.
- Sabe Anderson, eu amo o Henrique, mas o amei independente de sua família. E sei que é amor pois nunca me senti assim antes. Ele é um cara sensível, forte, inteligente e carinhoso. O amor que ele recebeu ele sabe retribuir e multiplicar.
Sorri para Henrique que me observava de longe, mandei um beijo no ar e ele brincou que guardava o beijo, pego na altura de seu rosto, dentro coração.
- Nenhum ser humano é perfeito Isabelle, você só não conhece seus defeitos ainda. Fácil amar quando tudo são flores.
Ele usou um tom profético que me arrepiou.
- Vem vou te apresentar uma prima de Henrique que talvez goste - o puxei me aproximando de Ana Luísa, queria era me livrar dele, mas não lhe queria mal.
- Quero lhe apresentar meu amigo de faculdade Aninha. Esse é Anderson - eles se cumprimentaram com beijinhos contei um pouco de um ao outro e sai procurando Rique.
Encontrei-o se preparando para começar a cantar, rodeado de pessoas, mas seu rosto demonstrava estar contrariado.
- Amor... me aproximei suavemente. Não gosto da sua carinha.
- Cristina sumiu com Pedro, não estou acreditando, embaixo de nossos olhos! - esbravejou.
- Anjo, Pedro é amigo da família há anos, Cris está mais segura com ele que os respeita do que com um estranho. - Falei o abraçando pelas costas.
- Aposto que a ideia dessa roupa curta e provocante foi dela. Agora eu e Juliano temos que vigiar os olhos de todos os homens da festa sobre vocês, e ela ainda me apronta essa! - Continuou desabafando bravo em tom muito baixo.
Gargalhei.
- A ideia foi de Natalia - eu o surpreendi.
- Caralho, ela é mãe de dois filhos, podia ser mais recatada – enquanto eu ainda ria.
- Henrique de vez em quando é bom esquentar um casamento. Juliano me parece bem mais entusiasmado essa noite - ele se obrigou a olhar para o irmão, que não estava muito longe de nós, de mãos dadas com a esposa rindo enquanto ouvia algo que ela contava.
- É Bel, você é incrível, sempre me acalma colocando lógica em minhas emoções. Mas acho que minha irritação se acentua por estar frustrado..., por ainda não a ter tirado de dentro dessa roupa - foi diminuindo o tom de voz até sussurrar a última palavra - Juliano me contou que teve o sucesso que me foi negado - falou fazendo carinha de pidão - Pedro deve estar conseguindo, e eu... - já tinha me virado e me agarrava pela cintura, senti sua força aumentar enquanto falava.
- Sabe que te ver carente assim me excita demais? - Falei ficando na ponta dos pés para alcançar sua boca, enquanto passava as unhas por sua coxa - toque um pouco e vamos fugir daqui, comandei como ele havia sugerido mais cedo.
POV Henrique
Se ela achava que meu irmão e cunhada eram exemplares, não iria contrariar.
Eu me soltei dela com a respiração falha. Precisava tocar um pouco e sumir com ela dali por pelo menos uma hora. Se não me entregasse as suas provocações iria bater em alguém antes da festa acabar
- Bora tocar povo! - Sentei vendo a roda se formar a minha volta. Iniciei tocando e cantando, uma, duas, três modas, na quarta passei o violão à Juliano, e na sexta eu tinha me afastado o suficiente para que eles continuassem sem mim.
Sai de maneira imperceptível.
Tirei o copo de vinho quente de suas mãos, e pela minha conta ela teria bebido mais do que meia dúzia desses.
- Eu te quero sóbria, para guardar essa noite na memória.
A conduzi em direção a piscina.
- Onde estamos indo Rique, passamos pela escada, você bebeu demais? - Riu me puxando para voltar.
- Quero você ao ar livre, e isso é só uma mostra do que faremos naquela suíte mais tarde.
Chegamos na área da churrasqueira. Eu a peguei no colo a sentando em um dos bancos altos do bar, abri suas pernas me encaixando nela.
- O que você quer? - Perguntei novamente.
Ela me olhava de boca semiaberta como se não conseguisse responder. Corada, parecia assustada. Merda, eu era um grosso que tinha assustado um anjo, anjo que tentava me seduzir. Ela tinha conseguido. E como tinha conseguido. Mas ela tinha só 21 anos, pouquíssima experiência e eu havia reagido como um predador faminto. A abracei.
- Vamos namorar um pouco aqui admirando o jardim, a lua refletindo na água e subimos quando estivermos mais calmos. Pode ser meu doce? - Tentei consertar a merda que estava fazendo.
POV Isabelle
A reação de Henrique, um Henrique que parecia faminto a ponto de me devorar me assustava, mas também me excitava. Eu era muito inexperiente, o havia paralisado. Ele iria se cansar de mim se eu continuasse assim. Eu perdi minha virgindade com 16 anos, com um idiota do colégio, me envergonhava só de lembrar. Depois Anderson que preferi esperar mais de oito meses para permitir o contato íntimo, que aconteceu umas seis vezes e nunca tinha encontrado prazer. Com Henrique era minha primeira vez se levasse pelo aspecto envolvimento emocional e prazer.
- Não quero ir devagar, quero você febril, quero você excitado por minhas provocações, mas ainda me assusto um pouco, tenho medo de ser insuficiente, mas quero, te quero, te amo, te quero agora. Disparei a falar e o senti me abraçar mais forte e quando me olhou nos olhos os seus estavam misteriosos.
– Eu não quero ser entediante. Quero ser como Natália que tem Juliano apaixonado há anos. O que eu fiz de errado Amor?
- Nada, você não faz nada errado nunca, minha Bel. Eu te amo. Se depender do que estou sentindo me terá apaixonado por séculos. Eu também tenho medo de me exceder, desculpe se fui um “bicho” desde que lhe vi de lingerie e botas. Eu estou pirando com vontade de estar dentro de você desde aquela visão.
Eu ri alto com sua fala relaxando um pouco.
- Queremos a mesma coisa meu Amor. Mas vamos para o quarto. Quero ter a liberdade de me entregar. Se não der para ser agora, iremos depois da quadrilha.
- Putz, a quadrilha, vamos... - ele deu um tapa na própria testa. - Mas primeiro quero beijá-la sem plateia.
POV Henrique
- Após a quadrilha fica combinado que iremos direto para nossa suíte. Quem conseguir se desvencilhar primeiro de todos sobe e espera o outro.
Eu quase ia me esquecendo de tudo que havia preparado para ela durante a semana e a quadrilha seria o momento. A mantive nos meus braços por quase meia hora, beijando, conversando sobre a festa e as pessoas, até que, tentando não demonstrar minha ansiedade, nos conduzi para o pátio onde aconteceria a esperada quadrilha.
Como em todos os anos seria o noivo e Aninha a noiva, se eu ousasse pedir a Ana Luísa para ceder esse papel a Isabelle provavelmente teria problemas em família.
A brincadeira rolava solta e estávamos na parte onde o delegado quer forçar o casamento, nesse momento tento uma fuga e Juliano saca o microfone extra, o outro estava com o delegado, Ju era o padre.
- Com a autoridade que me compete, eu Padre quero corrigir as coisas e ler uma carta que recebi – risadas foram ouvidas, o burburinho era alto.
֎֎֎֎ “ Há poucos meses redescobri a vida, nos seus cabelos o meu sol, no seu olhar o luar, que marca o meu tempo. No seu sorriso o calor que sempre renova as energias do continuar. Suas palavras sempre me conduzem a mundo além do que eu conhecia.
Quero que sua presença seja meu guia. Te amo minha namorada.
Me sinto seu e quero que todos saibam onde mora meu coração. ” ֎֎֎֎
Aninha me olhava assustada, podia sentir, mas meu olhar estava nela que sorria para mim. E Juliano continuou.
- Essa encomenda é de Henrique para Isabelle, - lhe entregou a caixinha com as alianças. Todos já gritavam e aplaudiam saindo do silêncio de segundos atrás.
Fui para seu lado e toquei em seu rosto retirando uma mecha de cabelos, que teimosamente se soltara da trança, para trás da orelha.
- Eu te amo - ela disse chorando e com o maior sorriso que eu havia visto em seu rosto – coloque em mim. – Me entregou a aliança de ouro branco que continha um minúsculo coração de diamante cravejado, e em seu aro interior gravado meu nome.
Obedeci e após devidamente colocada, beijei a joia e suas mãos algumas vezes repetindo que a amava. Ela pacientemente esperou e fez o mesmo comigo, me surpreendendo com suas palavras após o beijo.
- Você é melhor do que qualquer sonho de namorado que um dia ousei ter. Te amo tanto.
Aplausos e gritos, e todos vieram para nos cumprimentar.
Juliano, ainda com o microfone em mãos, ordenou que começássemos a dançar a quadrilha, Aninha ficou com Anderson, ambos de caras bem amarradas. Reparei, mas não tinha como me preocupar com eles agora.
Após a dança fomos até meus pais.
POV Isabelle
A senhora sabia Dona Maria? – Perguntei ainda radiante.
- Sim filha, não de todos os detalhes, mas Rique e Ju me deixaram a par. Estou muito feliz por ver vocês dois tão radiantes. Toda mãe quer que ver seu filho tratado com amor, mas hoje sabendo que seus pais não estão presentes quero pedir para que Henrique sempre te trate com esse amor que eu desejo que ele seja tratado. Me abraçou, pois eu já chorava novamente sem conseguir responder-lhe.
Rique foi passando pelas pessoas agradecendo os cumprimentos indo em direção ao nosso quarto, ninguém se atreveu a nos impedir. Subi as escadas correndo na frente e o puxando. No topo da escada ele parou de repente e me pegou no colo.
- Sereia, hoje seu canto vai me levar ao paraíso – eu sabia a que cantos ele se referia. – Não tenha vergonha que te ouçam - corei.
Desci do seu colo em meio a beijos apaixonados, doces profundos, nossas línguas estavam incansáveis em se descobrirem e descobrirem mais sensações em cada boca, que se derramavam por nossos corpos inteiros. Meu namorado, tínhamos um compromisso, pensei e sorri, enquanto ele me colocava de costas para ele: - Qual o motivo desse sorriso maior, me conta enquanto abro seu vestido?
- Ah Amooorrr, a palavra namorado ganhou novo sentido, estou tão feliz. – e como se fosse possível meu sorriso se abriu mais. Ele desabotoava um a um dos botões do vestido, e cada pedaço de pele revelado ele depositava um beijinho doce.
Involuntariamente pequenos gemidos escapavam da minha boca, e eu sabia que minha calcinha ficaria, pela terceira vez, encharcada naquela noite.
E como que lendo meus pensamentos ele decretou.
- Eu queria ser a calcinha que você usa neste instante por ter testemunhado toda agonia e excitação que sentimos juntos até agora, desde que a vestiu.
Descendo meu vestido pelos ombros e deixando-o escorregar até o chão, parou as mãos na lateral, onde havia o lacinho e acariciou meu quadril suavemente, como quem decide o próximo passo.
Ele me puxou, ainda suavemente, encostando sua ereção na minha bunda, eu definitivamente adorava aquilo. Rebolei me esfregando nele instintivamente, e o ouvi praguejar.
- Preciso ficar minimamente vestido para te dar o prazer que quero – com receio dessa fala me virei tirando sua camisa e depois sua camiseta rapidamente, colando minha boca em seu peito nu. Ele continua a dizer palavrões como válvula de escape para sua perda de controle progressiva. Deslizei minha boca até sua cintura, mas ele me puxou pelos cabelos.
- Se você fizer isso irei verdadeiramente te decepcionar. Preciso agir antes que você – seu olhar era de súplica. Eu me afastei dele o deixei voltar ao controle.
POV Henrique
Eu queria olhar cada pedacinho dela. Aproveitar de seu traje sexy. Eu queria tocá-la descontroladamente, porém queria tocá-la com reverência, demonstrando toda a suavidade do meu amor. Contradizendo o desejo que me queimava, agressivo.
Soltei suas tranças assim que reaproximei e a deitei ainda de lingerie.
- Se masturba para mim? - pedi com voz rouca de tesão.
Tirei o restante da minha roupa sem desviar o olhar da cena esplêndida dela se tocando. Fui de boca em seu umbigo a provocando na altura de cintura. Ela gemeu alto.
- Por favor, quero gozar.
- Amor, assim eu vou acabar gozando antes.
Subi prendendo suas mãos acima de sua cabeça com uma das minhas mãos e com a outra toquei seus seios, por baixo da peça linda que ela vestia. Me deixei encaixar nela e meu pau sentiu sua calcinha molhada.
Perdi a noção, tirei com desespero seu sutiã e sua calcinha, voltei suas mãos acima da cabeça e a penetrei enquanto tocava com meu dedo seu clitóris. Metia forte e ela gemia descontroladamente, gozando em mim, e os espasmos involuntários de seu corpo foram a gota d'água para eu gozar em seguida, a beijando enlouquecidamente.
POV Isabelle
Estava de olhos fechados, procurei sua barba, toquei e ele estremeceu. Continuei lentamente e ouvi.
- Não acabou.
Abri os olhos o encarando ao meu lado me prendendo com as pernas
- Oi?
- Isso mesmo, eu preciso de mais. Eu ainda preciso sentir seu gosto. Eu preciso que tire as meias e as botas.
Eu me olhei, corando, estava vestida com elas ainda. Apenas com as meias e as botas.
Senti Henrique se levantando e indo retirá-las, cuidadosamente. No entanto, seus dedos leves me incendiavam novamente por onde passavam. Ele me deixou totalmente nua desta vez e começou novamente com sua língua no meio de minhas pernas. Fomos a exaustão aquela noite. E por todo sono pude senti-lo abraçado a mim possessivamente.
Acordei e me vi sozinha. Olhei para minha mão admirando a linda aliança. Tinha sido uma atitude realmente inesperada. Henrique cantava no chuveiro.
����Meu amor, me leva junto com você
Seja pra onde for
Que eu vou
Pois sem você não tem sentido
O mundo perde a cor����
E quando descia as escadas para o café da manhã, parei surpresa.
- Achei que seria um pedido de casamento. - ouvi Juliano afirmar.
- Ainda não é a hora, - Rique tinha um tom triste - preciso de tempo para conseguir contar tudo e não seria justo com ela. Eu a amo demais para isso.
- Basta contar Henrique, mas não irei insistir - Juliano falou desanimado.
Minha mente ficou atormentada. Apesar de saber do acidente , pois havia questionado Cris sobre os surtos de tristeza de Henrique, e ela me explicado que ele havia sofrido um acidente um ano e meio atrás e que ele mesmo precisaria me contar os motivos e consequências desse trágico acontecimento, eu queria saber o que ela precisava me contar.
Eu entendi que as sequelas eram emocionais, já que meu namorado não tinha uma cicatriz sequer em seu belo corpo.
Bati as “havainas” fortemente na escada para que eles percebessem minha presença ao me aproximar da varanda.
Era incômodo ouvir falarem sobre nós dois sem minha presença. Mas aquilo deveria ser uma constante, além de irmãos eram amigos e confidentes.
- Bom dia Amor - ganhei a atenção e o sorriso aberto de Henrique.
- Bom dia Amor. Bom dia Cu. - beijei Henrique e brinquei com Ju.
Eu estava feliz e não permitiria que nada interferisse nesse sentimento. Não por hora.
- Bela adormecida, papai e mamãe foram levar Aninha na casa de meus tios e ficarão por lá hoje. Eu e o Ju convidamos alguns amigos para um churrasco. Só não vai dar piscina, a água está congelante.Meu anjinho me pôs a par das decisões da família me integrando a eles.
- Estou faminta, não aguentarei esperar o churrasco - me servi de suco e pão que havia na mesa.
- Imagino, também acordei faminto. - ele riu malicioso.
- Deve ter sido algum vírus da festa ontem, pois eu e Natália acordamos assim também - falou rindo também, de foram sapeca.
- Onde estão Nath e as crianças? - Questionei.
- Foram andar a cavalo junto com Cris - ele riu - acho que Cris fugiu da cara feia do Henrique.
Olhei para Rique, que fechara a cara, instantaneamente, ao ouvir o nome da irmã.
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