História Playlist: Relatos Sobrenaturais - com Kiba Inuzuka - Capítulo Único - A Aparição na Fazenda

O Espantalho Fantasma

“Olá pessoal, eu sou o Kiba e vou contar um relato para vocês. Esse relato vem de um dos nossos telespectadores, o Naruto, que também é um velho amigo nosso. Me lembro bem de quando essa história aconteceu, você se lembra disso Shino?” – Kiba perguntou para o outro rapaz que estava do outro lado da sala conferindo mais alguns relatos para publicarem.

“Do que?” – o Aburame perguntou distraído fazendo Kiba torcer o nariz em uma careta engraçada.

“Daquilo que aconteceu na casa do tio do Sasuke quando ele e o Naruto passaram as férias lá.” – Kiba resumiu, aproveitando para acarinhar Akamaru que estava sentado ao seu lado. O cachorro, assim como o namorado, quase sempre participava de suas gravações.

“Ah sim, o Naruto ficou bem assustado com isso.” – Shino afirmou distraído, feliz por ter encontrado mais um relato realmente bom e que ficaria como uma das opções para o episódio 300. Em pouco tempo de canal eles tinham bastante inscritos e sempre que fechavam uma centena comemoravam com um relato especial, algo bem sinistro e assustador... ou nem tanto, dependia muito do que o pessoal mandava.

“Pois é, ele ficou uns bons anos sem pisar no lugar.” – Kiba comentou sorrindo com as lembranças, pois apesar do susto que passou, era sempre engraçado quando Naruto contava essa história por causa da encenação exagerada do loiro. – “Mas agora sem mais enrolações, vamos ao relato.” – e dizendo isso começou a leitura/interpretação.

Relato On: Aparição na Fazenda

Meu nome é Naruto Uzumaki, tenho 20 anos e isso aconteceu comigo quando eu tinha 16 anos, nas férias de julho.

Minha mãe sempre foi muito amiga da mãe de Sasuke, meu namorado, e por isso nós crescemos juntos. Todo o final de ano nossas famílias comemoravam juntas e nas férias sempre revezávamos entre passar com minha família ou com a dele.

Mas nesse ano nós ficaríamos com Madara, um tio de Sasuke que era casado com Hashirama, um tio meu. Nossos pais viajariam para a Europa e nós iríamos para o interior, numa fazenda.

Confesso que não estava tão animado, afinal eu queria ficar na cidade, porém meu irmão mais velho me convenceu de que seria legal irmos, e bem, pelo menos eu estaria com meu namorado.

Chegamos por volta das seis da tarde. O clima estava frio e chuvoso e como viagem havia sido longa, estávamos cansados. Eu já havia ido ali uma única vez, porém não me lembrava muito do local. Nessa noite apenas jantamos, e logo após o banho, dormimos.

Madara tinha três filhos, Tobi, Shisui e Sasori. Na verdade, Sasori era filho de Hashirama, um grande amigo que acabou virando namorado de Madara. Hashirama sempre viajava por causa de seu trabalho e então Madara quem cuidava de Sasori, sendo considerado o segundo pai do ruivo. Na fazenda cada um dos garotos tinha seu próprio quarto, diferente do apartamento em que moravam, onde os três compartilhavam um único espaço. Porém como estávamos em um grande número, resolvemos que dormiríamos todos em colchões espalhados pela sala, que era espaçosa e bem fechada, o que era bom, pois assim não passaríamos frio e ficaríamos todos juntos.

A noite foi calma, uma leve chuva caia do lado de fora enquanto nos preparávamos para dormir. Nós estávamos em oito ao todo e como só haviam colchões de casal tivemos que fazer ali uma rápida divisão.

Eu e Sasuke dormiríamos no centro da sala, enquanto Deidara e Tobi dormiriam próximo a nós. Nagato dividiria o colchão com Sasori, do lado oposto nosso, e Itachi ficaria com Shisui, próximos à cozinha. Acabamos por tirar os sofás do lugar para que pudéssemos ficarmos próximos um do outro, e como estava realmente frio meu tio deixou a lareira da sala acesa.

No dia seguinte acordamos cedo e fizemos várias atividades, foi divertido. Havia uma plantação de milho e ajudamos tio Madara a colher os melhores para cozinharmos no fogão de lenha a noite. Como havia chovido, a terra havia se formado barro e então nós fizemos uma guerra de lama, resultando em oito adolescentes e um Madara totalmente sujos.

Quando começou a anoitecer nós entramos e fomos para o banho. O tempo havia se fechado novamente, então tio Madara precisou colocar os milhos para assarem no fogão dentro de casa por ser mais seguro, embora demorasse um pouco mais. Enquanto estávamos reunidos conversando na sala, Deidara apareceu dizendo que havia esquecido o celular lá fora, em um banco perto da plantação de milho. Ele disse que pôs lá para não perder e acabou esquecendo de pegá-lo novamente.

Eu encarei meu irmão com cara de tédio e Nagato fez o mesmo. Deidara pediu para eu acompanhá-lo, pois já estava escuro e ele não queria sair sozinho. Por sorte ainda não estava chovendo e para evitar que pegássemos chuva resolvi ir logo. Sasuke e Sasori nos acompanharam.

Eu ainda não havia notado, mas realmente dava um certo medo andar do lado de fora da casa após escurecer. Era tudo muito escuro e muito silencioso também. Andamos rápido, auxiliados pela lanterna que Sasori trouxe e confesso que eu não estava mesmo a fim de chegar perto do milharal. Aquilo era assustador durante a noite.

Ouvimos um barulho de galho sendo arrastado e recuei dois passos, trombando em Sasuke. Deidara e Sasori deram de ombros e continuaram andando, mas eu não queria ir com eles. Sasuke então segurou minha mão.

- Está tudo bem, Naru. – disse passando um dos braços em minha cintura e me colando junto a ele. Um pouco mais calmo, continuamos seguindo os outros dois.

Quando faltavam apenas alguns passos para alcançarmos o banco ouvimos um farfalhar vindo do milharal, porém dessa vez Deidara foi mais rápido e alcançou o banco pegando o celular.

- ACHEI! – gritou animado levantando o aparelho. – Agora podemos voltar. – disse se segurando no braço de Sasori e começando a caminhar, deixando eu e Sasuke mais pra trás.

- S-sasuke, que foi isso? – perguntei tremendo ao ouvir um farfalhar bem próximo a nós.

- Não foi nada, Naru. – o moreno respondeu calmo, mas pude notar que ele também estava com medo.

- Vamos logo os dois. – Deidara falou se virando e de repente ficou pálido.

- S-sasori... – chamou pelo ruivo. – Que- que é aquilo? – apontou para trás de mim.

A reação do ruivo foi pior do que a do meu irmão. Ele apenas deu grito assustado e mandou a gente correr.

- Corre Naruto, corre Sasuke. – o ruivo mandou enquanto puxava Deidara com ele.

Minhas pernas tremiam, porém eu me esforçava ao máximo para acompanhar o ritmo de Sasuke que não desgrudou de mim um segundo sequer, mesmo nossas mãos estando suadas e escorregadias.

Ao chegarmos na casa Shisui estava parado na porta de entrada, com uma expressão confusa. Eu apenas me lembro de olhar pra trás e ver algo escuro parado ao lado do banco em que estávamos momentos atrás, antes de Nagato me puxar pra dentro e Shisui trancar a porta.

Nós quatro estávamos ofegantes e assustados. Madara e os dois filhos mais velhos nos encaravam preocupados.

- Está tudo bem com vocês? – perguntou enquanto Itachi e Tobi nos traziam copos de água.

- S-sim. – respondemos juntos.

- O que houve lá fora? – Shisui perguntou. Nagato estava ao meu lado afagando meu cabelo e tentando me acalmar, enquanto Deidara nos olhava com ciúmes. Eu acharia engraçado se não estivesse tão assustado. De nós três eu sempre fui o mais medroso pra essas coisas, embora me recusasse a assumir isso. Com um pouco de culpa puxei meu irmão do meio para perto de mim e assim ficamos os três abraçados. Itachi também já estava tratando de acalmar Sasuke e Madara cuidava de Sasori. Ele também parecia bem assustado.

Após finalmente nos acalmarmos de verdade e já com os milhos assados e cheirosos na nossa frente, Madara novamente nos questionou sobre o que havia acontecido. Notei que Shisui, Itachi, Nagato e Tobi estavam de tempo em tempo indo até uma das janelas cobertas por uma cortina escura, espiando o milharal.

- Foi estranho, pai. – Sasori foi o primeiro a falar. – Deidara... – ele ia continuar, mas meu irmão o interrompeu.

- Assim que eu peguei meu celular, saí andando. Então olhei para trás para chamar meu irmão e o Sasuke e tinha uma coisa vindo em nossa direção. Eu não sei o que era, eu apenas gritei pra correrem e sai em disparada.

- Era tipo um espantalho. – Sasori falou. – Mas estava muito escuro, não tenho certeza. Também não vi muito.

- Vocês viram algo? – Nagato perguntou para mim e Sasuke.

- Não. – o moreno respondeu. Ele agora estava sentando ao meu lado no colchão.

- E-eu vi. – respondi ainda assustado.

- Naruto tinha dito que ouviu algo lá, mas eu achei que fosse apenas impressão dele. Quando eles gritaram a gente apenas saiu correndo e eu nem olhei pra trás.

- Quando a gente já havia chegado aqui, eu olhei pra trás. – confessei encarando minhas próprias mãos. – E-então havia algo parado lá, bem ao lado do banco, encarando a gente. Mas não vi bem o que era.

Madara então suspirou, passando as mãos pelo cabelo.

- O que vou contar agora não é para assustá-los, mas acho que seria bom se soubessem. - começou enquanto se sentava em uma poltrona e pegava um milho. – Apenas Shisui, Tobi e Hashirama sabem disso.

- Eu cresci nessa região e desde muito novo eu ouvia sobre a lenda do espantalho fantasma. Dizem que há muitos anos atrás todas essas terras pertenciam há um único dono, e ele era extremamente apegado com sua fazenda. Por isso em seu leito de morte ele pediu para que em vez de ser enterrado, ele fosse empalhado e colocado no milharal como se fosse um espantalho. Sua família obviamente não cumpriu seu desejo macabro, optando somente por enterrá-lo próximo ao milharal, porém para cumprir uma parte de seu gosto o enterraram com vestes de espantalho, cobrindo o caixão com palhas ao redor do corpo. Desde então, em toda véspera de seu aniversário de morte, época de quaresma, Halloween e virada de ano, dizem que ele aparece caminhando por essa região, visitando plantação por plantação, com a aparência de um espantalho zumbi.

“Eu o vi uma única vez, lembro que era um começo de noite quente e bastante abafado, na semana da quaresma. Era por volta das seis horas da tarde e eu havia ido buscar os meninos na casa dos meus pais. Sasori era bem pequeno ainda e acabou cochilando durante o trajeto. Por ser verão ainda estava tudo claro, e assim que passamos pela porteira e estávamos perto do milharal, Shisui apontou para fora e perguntou: Papai, quem é ele?

Nisso eu vi algo vindo em nossa direção. Era uma figura disforme, mas que lembrava muito um espantalho. Foi então que me lembrei da lenda e acelerei o carro, entrando em casa com os meninos e trancando todas as portas. Shisui nunca mais tocou no assunto e quando ele ficou um pouco mais velho eu contei a ele.

Alguns anos depois, era Halloween, eles saíram a noite. Sasori tinha uns doze anos na época e estava animado para poder pedir doces na cidade. Como a região é tranquila e segura, e a cidade bastante próxima, deixei que o Sui dirigisse até lá. Não voltaram realmente tarde, porém assim que passaram pela porteira, ainda fora do carro foi a vez de Tobi ver a tal aparição. Ele entrou desesperado no carro, mas quando ia falar algo Shisui discretamente pediu silêncio e apontou para Sasori que estava distraído no banco de trás e não havia visto nada.

Desde então nós nunca mais saímos durante a noite nessas determinadas datas. E até hoje ninguém sabe o que ele quer, ou se ele realmente quer algo além de visitar as terras que um dia lhe pertenceram. ”

Eu estava atônito com tudo isso. E sinceramente a ideia de continuar dormindo na sala me apavorava um pouco, já que a vista dava para o milharal, mesmo que todas as janelas estivessem cobertas com cortinas escuras. Porém consegui me acalmar um pouco e me sentir um pouco mais tranquilo ao me lembrar de que teria mais gente comigo e que eu dormiria com Sasuke. Não era realmente para eu estar com tanto medo, mas eu apenas fiquei muito assustado com aquela história.

Era por volta das noves horas quando alguém bateu na porta. Estranhamos, afinal ninguém da região fazia visitas a esse horário e Tayuya, a moça que cuidava da casa, já havia ido embora. Eu me encolhi abraçado a Sasuke que estava sentado ao meu lado, já que estávamos dividindo a mesma coberta. Deidara estava abraçado com Tobi e Itachi estava deitado com Shisui conversando algo aleatório. Então mais batidas foram ouvidas e uma voz energética chamou.

- Hey Madara? Abre a porta por favor! Tá frio aqui e eu esqueci as chaves. – Madara riu aliviado. Era apenas Hashirama.

Madara foi até a porta e abriu rapidamente dando um selinho no namorado.

- Sempre distraído. – falou sorrindo ao destrancar a porta e puxar o marido para dentro.

- Eu sei, desculpe amor. – respondeu vindo para perto de nós e nos cumprimentando daquele jeito animado de sempre.

- Nós estávamos tão distraídos que nem ouvimos o carro chegar. – Sasori disse se jogando nos braços do pai e após o ato fraternal voltou a se enroscar nos braços de Nagato, que sorriu feliz.

Nós contamos a Hashirama tudo o que aconteceu e ele ficou pasmo. Já havia ouvido essa história algumas vezes, mas só levou a sério quando Madara confirmou que viu algo. Porém já fazia alguns anos que ninguém mais relatava essa aparição, então ele ficou mesmo assustado, mesmo garantindo que estava tudo normal quando chegou.

Por fim decidimos mudar o assunto e após conversamos mais um pouco, fomos dormir. Meus tios foram para o quarto deles e nós ficamos na sala.

Durante a noite me lembro de ter acordado uma única vez ao ouvir algumas leves batidas na porta, porém como eu estava mesmo com muito sono acabei voltando a dormir, sem dar atenção a isso.

O dia seguinte amanheceu frio, porém sem chuvas. Levantamos tarde e após o café decidimos sair um pouco de casa, talvez fazer uma corrida ou andar de bicicleta pelo campo. Mas conforme fomos saindo, paramos em choque. Ao redor da varanda estava cheio de pegadas de lama, como se alguém estivesse ficado ali um bom tempo andando em volta, rondando o lugar como se estivesse tentando dar um jeito de entrar na casa. E o pior é que essas pegadas levavam em direção ao milharal.

Estávamos realmente assustados, afinal de quem seriam essas pegadas? Hashirama havia chegado de carro, estacionou na garagem e entrou direto da varanda. Tayuya também ia de carro, porém hoje ela nem mesmo havia ido trabalhar, afinal era sua folga. E por que raios ela iria para o milharal? Já a tal a aparição, segundo o que dizem ela só rodeia o milharal e até onde sabiam nunca houve casos dela tentar entrar em alguma casa.  

Até hoje não sei de quem eram aquelas pegadas, só sei que fiquei uns bons anos sem voltar para aquela casa. Depois daquele dia nós voltamos para a cidade e ficamos na casa da minha avó, dona Chiyo, já que o antigo apartamento dos meus tios era pequeno demais para acomodar todos nós. Após um tempo desse ocorrido eles venderam a fazenda para uns agricultores e compraram uma chácara menor, em uma outra cidade, onde não havia nenhum milharal, mas que tem uma piscina enorme e é nosso lugar oficial até hoje onde passamos as férias e alguns feriados em família.

Desde esse dia nunca mais ouvimos falar da tal aparição da fazenda, porém posso afirmar que mais algumas coisas estranhas aconteceram comigo e em muitas delas Sasuke estava junto para poder confirmar. Mas essas histórias ficam para uma próxima vez.

Relato Off.

Kiba terminou de contar o relato e deu um pequeno suspiro olhando para Shino que agora prestava atenção. Akamaru estava no outro lado da sala, deitado preguiçosamente no tapete e provavelmente dormindo, como sempre fazia quando participava dos vídeos. 

- É isso aí pessoal! Cabulosa demais essa história, né não? E o Naruto tem vários outros relatos muito legais que a gente convenceu ele a nos contar nos vídeos.

- E... – Shino apareceu fazendo suspense, agora totalmente habituado em estar em frente às câmeras.

No começo do canal Kiba sempre interagia com ele sem de fato mostrá-lo, até que o rapaz começar a aparecer de forma tímida, sempre usando óculos escuros para mascarar a timidez. Porém já fazia algum tempo que o Aburame começou a agir de forma mais confortável ao aparecer nos vídeos, interagindo bem mais tanto com o namorado, quanto com o público. E um dos vídeos mais acessados do canal foi quando Shino apareceu pela primeira vez sem os óculos escuros, embora a maioria já conhecesse seu rosto por causa das fotos no instagram.

Kiba como sempre acabou se distraindo enquanto observava apaixonadamente o rosto bonito do namorado, que contava alguma coisa animado para os telespectadores, e só saiu de seus devaneios sobre o quanto Shino era lindo quando ouviu o rapaz lhe chamando de forma insistente.

- Né, Kiba? – Shino perguntava já impaciente.

- Oi? – o rapaz respondeu confuso.

- E no próximo vídeo, que ainda não é o especial, nós teremos uma surpresa, certo?

- Aaaah, verdade pessoal. – Kiba voltou com sua postura animada de sempre. – Nós teremos duas convidadas mais do que especiais aqui, contando duas histórias sobrenaturais assustadoras que aconteceram com elas.

- Então vemos vocês no próximo.

- E se você gostou do vídeo, curta, compartilhe, divulgue para os amiguinhos e se ainda não é inscrito, se inscreva no canal clicando aqui em baixo para receber notificações de vídeos novos. É isso aí pessoal.

- Tchau pessoal e até o próximo vídeo!  – o casal disse junto e logo em seguida começou a vinheta do final do vídeo.