História Please - Child

“ Hoje eu li um poema e veio-me uma cena adorável em minha mente. Era você sentado em uma cadeira alta com uma criança em seus braços, seu corpo indo e vindo, balançando-a enquanto seu rosto estava próximo ao dela, seus lábios sussurrando uma música de ninar para ela. Você estava tão lindo. Levantas-te um pouco  o olhar em minha direção e sorris-te, ah, mais do que belo! Retornas-te o olhar para a criança, rindo com a presença do rubor vermelho em seu rosto. A bebê soltou uma risadinha baixa para você e vi o seu rosto iluminar-se. Infelizmente minha memória somente lembra-se disso. Mas já é o bastante para fazer-me sorrir encantado com a tua pessoa.

Lembra de uma noite em que estávamos até tarde na rua sozinhos caminhando para ir para casa de braços dados enquanto conversávamos entre nós e alguém nos chamou, fazendo-nos parar? Era uma criança envolta em uma coberta velha, com um gatinho em seu colo. Senti meu coração cair em meus pés ao ver o olhar dela, transmitia tanta dor e inocência. Você conseguiu ver isso? Ela perguntou-nos se tínhamos dinheiro para ela, pois estava com fome e queria comer. Você foi o primeiro a aproximar-se dela e ficar de joelhos, acariciando os cabelos dela. Nós não tínhamos dinheiro conosco, mas a medida em que você conversava mais com ela, sentia ainda mais firme a vontade de não deixa-la ali sozinha. Agachei-me no chão próximo a ela e sorri, perguntando se ela não gostaria de vir conosco comer. Ela parecia receosa, mas após você falar algo no ouvido dela ela aceitou. O que você disse? Até hoje não sei, mas convenceu ela de vir conosco. Ela levantou-se para andar com a gente, mas parecia tão fraquinha. Você pediu para leva-las mas costas e ela aceitou com um aceno, mas olhou triste para o pequeno gato no chão. Peguei-o em minhas mãos e disse que o levaria.

Nós fomos até um mercado e você começou a comprar coisas para comprar-mos para ela. Você parecia mais uma criança do que ela mesmo. Sussurrei para você comprar roupas e agasalhos para ela também. Quando saímos sentamos em um banco de praça para ela comer. Ficamos vendo ela comer, sempre perguntando se nós não queríamos comer também. Quando terminou, começou a nos agradecer repetidamente. Ela ficou acariciando o gatinho em meu colo, distraída. Disse que era melhor nós irmos para casa antes que ficasse ainda mais tarde. Nos levantamos e vimos a menor encolher-se no banco. Ela achava que nós íamos deixar ela. Ao chegar em casa, indicamos o banheiro para ela tomar banho e trocar as roupas surradas para as novas que compramos. Ela dormiu rápido após isso. Já você, ficou deitado abraçado comigo. Mas de repente você começou a chorar.

“Amor, por que a vida é tão injusta? Quando nós tivermos uma filha, eu não quero ver ela em uma situação como essa. Ela vai ser como uma princesa, okay? Eu não quero ver ela sofrer. Nenhum dos nossos filhos. “

Você dormiu chorando aquela noite, enquanto eu tentava consolar-te. Meu coração estava um pouco despedaçado.

Na manhã seguinte, levantamos cedo para preparar um café da manhã para nós. Quando a menor acordou, nos procurou, achando-nos na cozinha. Você levou ela para escovar os dentes enquanto eu terminava de cozinhar. Um tempo depois, sentaram-se os dois na mesa para comerem. Com tudo posto, sentei com vocês também. Era uma cena constrangedora, pois não nos conhecíamos. Mas parecia tão agradável, familiar. Nós não podíamos ficar com ela, nem ajudar muito. Quando terminamos, nos arrumamos e falamos para ela que a levaria-mos para um lugar melhor do que as ruas escuras e frias. Ocorreu-me o pensamento do que faríamos com o gatinho dela. Ele não poderia ir com ela para o orfanato, eles não aceitariam. Deixei para preocupar-me com isso depois. Quando chegamos no orfanato, você foi brincar com ela é e outras crianças, enquanto eu falava com a diretora do lugar. Ela poderia ficar. Amor, você lembra de como sentiu-se quando tivemos que nos despedir dela? Eu vi você segurando-se para não chorar. No fundo, eu também estava assim. Era dolorido. Todas as despedidas são. Antes de sairmos, ela segurou em minha mão e perguntou o que faríamos com o seu pequeno companheiro. Prometi para ela que cuidaria dele, ficaríamos com ele. E eu iria trazer ele sempre comigo para vê-la quando eu vinhesse visitá-la. E eu fui mesmo, todos os sábados nas quais eu podia e você ia comigo quando podia. Eu queria poder ter ela como a minha família, assinado nos papéis. Mas, ela acabou por ser adotada. E em um dos sábados quando cheguei com o gatinho para vê-la, encontrei somente as outras crianças, que já conheciam-me. Fui informado que ela tinha sido adotada no dia anterior por um casal de outra província e não poderia receber informações deles. Depois de despedi-me das crianças, fui para o meu carro que estava estacionado em frente. Sentei-me e senti algumas lágrimas rolarem pelas minhas bochechas. Sabe aquele choro que eu segurado em nossa primeira despedida? Estava acumulado, mas naquele dia saiu lento e gradativamente.  Ela havia ido-se e restava-nos somente o pequeno Fluffy, o gato, que era realmente tão fofo como dizia-se o nome, em homenagem a qual fora-se. Doeu em você, não foi? Não fique triste.

Amor, você é como eu? Quando vê uma criança sorrindo, sorri junto. Quando vê uma criança triste, fica igualmente a ela? Eu sou assim, por mais que não aparente ser. No fundo, você sabe como eu sou verdadeiramente.

Sempre quisesses ter muitos e muitos filhos, sem importasse minimamente com problemas como o sexo da criança, se teríamos dinheiro para sustenta-la, se conseguiríamos lidar com tudo e todas. Você sempre foi você, simples assim. Você dá-se tão bem com crianças. Você questiona-se se é bom com crianças, se vai tornar-se um bom pai. E oh, digo com certeza que irás ser o melhor que puder. Teus filhos irão olhar para ti e saber que podem confiar em ti, independentemente de qualquer coisa. Vais ser tão bom para eles como és para mim. E eu vou adorar se puder presenciar esses momentos importantes na sua vida. Boa noite, amo-te. "