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História Please, Die! - 24 Anos Depois


Escrita por: FanfictionMe

Notas do Autor


Um capítulo para ter uma visão de alguém bem longe da Rose.

Capítulo 11 - 24 Anos Depois


Harry Potter, Ministério da Magia, Nível Dois, Quartel-general dos Aurores, atualmente.

Harry estava cansado. Haviam olheiras em seus olhos, que estavam fracamente abertos, ainda enxergando pela insistência do rapaz. Ele estava velho demais para aquilo tudo. Estava vendo sua família atingir um desespero como nunca antes e ele estava sinceramente temendo por todos que amava. Sua amiga, Hermione, que estava antes muito animada com a possibilidade de ascender até Ministra da Magia, estava histérica, transformada desde que sua filha tinha sumido. A situação do próprio mundo mágico era caótica, rumores se espalhavam como fogo em uma trilha de gasolina. Rumores que Rose Weasley era uma bruxa das trevas. Rumores que um bruxo das trevas a havia capturado. E certos rumores eram pesados demais. Harry simplesmente não queria acreditar neles.

No entanto, como ele poderia ignorar o caos a sua volta? Por vinte e quatro anos tudo tinha estado bem. Ele construíra uma vida, por mais difícil que tenha sido superar a perda de tantas pessoas. Ele tinha filhos, combatia os novos bruxos das trevas que surgiam, ele simplesmente era feliz. Mas não, tudo aquilo tinha que ruir diante de seus olhos. Lágrimas escorreram dos olhos verdes de Harry. Foram vinte quatro anos em paz, sem nenhum lampejo remoto de dor. Mas ele estava ali, sentindo apesar de sua negação. Vinte quatro anos depois sua cicatriz ardia como se sua própria cabeça estivesse em chamas.

Como aquilo poderia ser real? Estava tudo bem e de repente, a cicatriz ardia, sua sobrinha sumia, o mundo parecia simplesmente decidir enlouquecer. Ele havia feito tudo, não é? Voldemort estava morto, as Horcruxes destruídas. Como ela podia arder? Sentado em sua cadeira e sozinho no departamento, Harry deixou as lágrimas que lutava para esconder caírem livres. Ele estava assustado e tinha medo de confessar. Não era ele que corajosamente aos quatorze anos tinha dito para o mundo bruxo que Voldemort voltara? Por que agora não fazia o mesmo?

Dentro do seu medo absoluto, a mente de Harry recorria a outras hipóteses. Magia das trevas muito poderosa, excesso de estresse no trabalho e até mesmo reflexo da sua preocupação com a sobrinha. Ele culpava todos esses fatores juntos, mais a conversa que teve com Neville Longbottom. Certamente a revelação do amigo e diretor de Hogwarts tinha mexido com sua cabeça e era apenas isso que o levava a pensar que Voldemort tinha retornado.

— Ele não voltou. — Disse em voz alta, tentando convencer a si próprio. Sua voz tinha saído fraca e desacreditado, assim como ele próprio se sentia.

...

Flashback: Harry Potter, Neville Longbottom, Hogwarts, Sala do diretor, dia do desaparecimento de Rose Weasley.

Harry andava de um lado para outro na sala, decorada com inúmeros quadros barulhentos de ex-diretores e agora toda espécie de plantas estranhas. Propositalmente o Potter evitava olhar o quadro de Dumbledore, por simplesmente um sentimento infantil de estar perdido e confuso. Não queria que o ex-diretor o visse assim. Neville entrou na sala com o rosto pálido e sentou-se, indicando a cadeira em frente da mesa para Harry.

— Bom, Harry, terminamos de colocar as crianças no trem. — Disse Neville com uma voz fraca, que ele forçava para parecer corajosa. — Já podemos conversar.

— Você me disse que tinha que me falar algo que faria toda diferença, mas que só eu poderia saber. — Começou Harry, que percebeu os olhos do amigo apresentarem pânico e suas mãos tremerem desajeitadamente. — Pode me falar, você sabe que eu não vou contar para ninguém se você desejar assim, somos amigos.

— Sim, sim. — Respondeu Neville nervoso, respirando fundo para tomar coragem. Assim como se fazia em um machucado, ele achava melhor contar tudo de uma vez. — Bom, Harry, temo ter cometido um erro terrível. No início desse ano um jovem aluno veio até mim, um bruxo órfão que tinha até então sido educado em casa, embora estivesse registrado em Hogwarts. Ele tinha sido criado por uma bruxa qualquer com outro nome, mas ele não poderia mentir para o livro e a pena… Bom, ele me pediu para aceitá-lo, mesmo estando em idade para estar no sexto ano já, sua mãe havia morrido. Ele passou por todos os testes com notas excepcionais, eu simplesmente não poderia negar educação para ele entende? Mesmo ele sendo quem ele era. Eu confiei que ele seria bom Harry, afinal, ele só tinha o gene, o nome, ele nem ao menos tinha o visto!

— Como assim? Eu não estou entendendo Neville. — Disse Harry confuso. Neville pareceu empalidecer ainda mais e agitava as mãos em um movimento involuntário.

— Este a-aluno, Har-ry — Começou ele gaguejando. — Tinha sido criado por Margareth Baunce, uma antiga seguidora de Voldemort que aparentemente, deixou de segui-lo um pouco antes de sua queda definitiva. Mas ela nem sequer lembrava de ter sido uma comensal. Todos achavam muito estranho, um caso legítimo de maldição Imperius, entende? Ninguém pensou que a memória dela pudesse ter sido alterada… Quando este aluno veio até aqui eu precisei consultar o livro, para ver se ele poderia entrar em Hogwarts e lá estava seu n-nome.

— Qual é o nome dele? — Disse Harry, sentindo o seu coração palpitar e o medo crescer dentro de si. Ele tinha uma ideia, uma ideia que ele queria que fosse desesperadamente a ideia errada.

— Hunter Riddle. — Disse Neville mais branco que um fantasma. — Seu n-nome, é H-unter Riddle. Filho de Tom Riddle, conforme está no livro. Filho de Voldemort.

Harry sentiu o mundo desabar a sua volta. Ele não podia suportar aquilo, poderia ser real? Voldemort tinha um filho e este filho tinha vindo para Hogwarts.

— Ele sabia? — Foi tudo que Harry perguntou, enquanto os quadros ao seu redor cochichavam, todos eufóricos. Certamente já sabiam daquela informação, mas todos comentavam a reação de Harry, que tinha imediatamente ficado bastante pálido.

— Ele me disse que não, ficou realmente surpreso quando soube. — Falou Neville. — Então eu o deixei ficar, ele se tornou um aluno excelente rapidamente. O tornei monitor quando o antigo monitor da Sonserina ficou um mês na ala hospitalar por brincadeiras extremamente fora das regras.

— Ele foi para a Sonserina? — Neville assentiu, mudo. Harry sentia uma fúria dentro de si, queria gritar com o amigo, mas, ao mesmo tempo, lembrou que a Sonserina não se resumia a vilões. Lembrou de como Dumbledore havia dado uma chance a Lupin. E não podia ignorar que filhos não eram simplesmente cópias dos pais, como ele bem sabia. O garoto nem ao menos tinha conhecido Voldemort… Mesmo assim a fúria e a frustração de Harry continuaram contidas dentro de si.

— Então aquelas duas garotas morreram. — Harry assentiu, pois ele estava na investigação e estava muito bem informado sobre as mortes. — Eu desconfiei e o segui, o vigiei de perto, mas nada apontava para ele. Ele parecia um garoto comum e comecei a me sentir culpado pela desconfiança. Mas então veio a morte de Grace e o envolvimento de Rose. Eu comecei a achar…

— Que tinha sido ela. — Completou Harry. Neville, mais uma vez, assentiu envergonhado. Harry só conseguia se sentir dopado, atordoado com a onda de informações.

— Sim, tudo apontava para ela. E eu juro, eu tentei achar ligações com ele, mas tirando o fato que Isabela era sua namorada, não havia nada apontando para ele. Eu não poderia simplesmente acusá-lo por ser filho de Voldemort.

— Entendo, nisso você está certo Neville. — Disse Harry, concordando, mas ainda contendo sua raiva. — Mas onde está ele agora?

— Bom, era isso que eu queria te contar Harry. — Havia um verdadeiro brilho de medo nos olhos de Neville. — Hunter estava vigiando Rose por causa dos últimos acontecimentos e… Ele sumiu junto de Rose, ninguém mais o viu e eles estavam juntos…

A voz de Neville foi ficando incrivelmente fraca, enquanto o medo de Harry crescia. Voldemort tinha um filho, um filho que tinha ido para Hogwarts e mortes começaram acontecer, mas as provas apontavam para outra pessoa. E no final, essa pessoa sumia e o filho de Riddle também. Tudo que Harry conseguia pensar naquele momento é em como Neville tinha sido, infelizmente, benevolente em demasia.

Harry Potter, Ministério da Magia, Nível Dois, Quartel-general dos Aurores, atualmente.

Harry não queria voltar para casa, não queria encontrar os olhos assustados de Gina ou o pânico contido nas palavras de seus filhos. Ele achava que Voldemort já tinha lhe tirado tudo que era possível, mas aparentemente, ele estava ressurgindo como um demônio para tirar o resto. Afundou o rosto entre as mãos e por breves segundos, caia em sono relapso e agitado, com flashes verdes o assustando.

— Harry, alguma novidade? — A voz fraca, com sinais de sono e choro recente era de Hermione, que tinha entrado na pequena sala do amigo. Ela estava muito pior do que ele, os olhos pareciam ter sido socados até a exaustão de tão roxas que estavam suas olheiras, o rosto estava consideravelmente magro e sua pele tinha uma cor de leite azedo, absolutamente não saudável. Harry poderia apostar com muita certeza que ela não dormia desde o desaparecimento da filha. Seus cabelos também estavam apertados sob um coque irregular e desfeito, aparentando estarem totalmente embaraçados e sujos.

— Nenhuma Mione, eu sinto muito. — Ela assentiu e olhou para o chão desolada. Uma lágrima solitária escapou de seus olhos inchados, escorrendo até o seu pescoço e encontrando seu fim na blusa da mulher. Ela fungou distraidamente e limpou com a manga da blusa as lágrimas que vieram a seguir. Harry viu que a própria roupa da garota estava suja, amassada. Ela não estava pensando em nada além da filha, tudo que importava era sua garotinha.

Então ela ficava dia e noite no Ministério, enquanto Rony tentava acalmar a família em pânico. Ela mal pensava em Hugo e sentia-se culpada, mas não poderia evitar isto. Hugo estava seguro em casa, cercado de feitiços, bem e acompanhado. Rose estava perdida, ela nem sabia se sua filha ainda estava viva. Com uma dor latente, Hermione soltou um grito estrangulado e foi lentamente caindo no chão, em frente a porta da sala de Harry. O choro, até então silencioso, tornou-se uma confusão de soluços e sons dolorosos. Harry correu até a amiga a envolvendo em seus braços, apertando-a e puxando para si. Ela estava quebrada e o amigo simplesmente não podia concertá-la.

— H-arr-y! — Guinchou Hermione, em uma confissão dolorosa, mistura com uma angústia avassaladora. — Minh-aa garotin-nha, ela não vai voltar!

Harry tentava a acalmar, sussurrar palavras calmas e de apoio, mas ele não podia ajudar. Ela se debatia em seus braços, chorando compulsivamente. Os gritos, não cessavam. Ele não poderia deixá-la. Em desespero, chamou Rony, que chegou em uma aparatação. O mesmo agarrou sua esposa jogada no chão, chorando sem controle. Lágrimas quentes escapavam dos olhos do ruivo e até mesmo de Harry. Hermione simplesmente não poderia parar, era sua filha, era um pedaço e si. Logo, curandeiros do Hospital St. Mungus chegaram, pegando a mulher que estava tendo um ataque histérico. Rony foi junto dela, lançando um olhar choroso e cheio de significados para Harry. Era uma súplica silenciosa. Encontre Rose, o olhar dizia.

Harry voltou para sua mesa abalado e com lágrimas escorrendo dos olhos. Seria assim para tantas famílias se ele estivesse certo. Em seu íntimo, o desespero finalmente se espalhou livre e o medo gelou sua alma. Se Voldemort havia voltado, então Rose Weasley deveria estar morta ou sendo torturada. Se Voldemort estava vivo novamente, a garotinha de Hermione não voltaria sã e salva. Se ele realmente estava vivo, então ninguém estava a salvo. Nem mesmo o menino que sobreviveu.



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