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História Please, Die! - Impedimentum Parte II


Escrita por: FanfictionMe

Capítulo 8 - Impedimentum Parte II


Fanfic / Fanfiction Please, Die! - Impedimentum Parte II

Tom Riddle, Sexto Ano, 16 anos, Biblioteca de Hogwarts, Seção Reservada. 1943.

Tom estava debruçado, com o belo rosto contorcido em uma careta de frustração sobre o livro Magia mui maligna. O termo Horcruxes era mencionado, no entanto, nada sobre ele continha.

“Sobre Horcruxes, a invenção mais perversa da magia, não falaremos, nem daremos instruções…” (Introdução de Magia mui maligna, página 07).

Um suspiro irritadiço saiu dos seus belos avermelhados de Riddle. A criação de Herpo, o Sujo, não saia de sua mente. Criando Horcruxes ele poderia ser verdadeiramente imortal, poderia dominar o mundo bruxo e o mundo trouxa, criar o mundo conforme os seus desejos. Ele nem ao menos sabia criar uma, quanto mais saber das possibilidades de criar mais! Resignado, ele procurou novamente nas prateleiras empoleiradas, até achar um exemplar acabado, intitulado Segredos das Artes Mais Tenebrosas. Interessado, puxou rapidamente o livro da prateleira, com entusiasmo.

Sentiu um enorme prazer ao ver o nome Horcruxes destacado no sumário. Sentiu uma doce sensação se espalhar por todo o seu corpo. Abriu o livro, que soltou em resposta uma grossa camada de poeira. Virou as páginas com fervor, até chegar ao seu objetivo. Eram páginas e mais páginas de instruções. Era necessário matar para criar Horcruxes, além de um processo altamente tenebroso. Mas Tom estava disposto a tudo pela imortalidade.

“No momento em que o dono da Horcrux(es) falece o pedaço de alma passa com ele a um plano de transição, não presente em vida e nem de passagem a morte, mas sim um limbo. Inerte como um ser insignificante e inexistente, o bruxo fica a mercê de correr pelo plano vagando eternamente.” (Segredos das Artes Mais Tenebrosas, página 367.)

 

Pelo menos, Magia mui maligna tinha servido para algo, uma vez que lá se descreviam feitiços das trevas capazes de criar corpos. Sorriu internamente. Estava a meio passo da imortalidade. No entanto, não podia se dar ao luxo de ter apenas uma Horcrux. Embora soubesse que poucas substâncias poderiam destruir uma, ele queria garantir de toda forma que viveria eternamente. Além disso, gostaria de possuir sete Horcruxes. Sete era um poderoso número mágico, certamente se ele possuísse sete seria o bruxo mais poderoso de todos os tempos.

A alegria que Tom estava sentindo era uma emoção relativamente nova, ele não era acostumado com emoções que ele poderia classificar como positivas, pois, orgulho, por definição não era uma emoção positiva. Tom então anotou tudo que precisava em um caderno, e continuou folheando com um leve desinteresse o livro manchado. No entanto, ao chegar a página 433, algo chamou sua atenção.

Feitiço Impedimento

(latim impedimentum, -i)

O Feitiço Impedimento, mais popularmente conhecido pelo seu nome em latim, Impedimentum, foi criado pela Morgana le Fay, grande inimiga de Merlin. Rainha da ilha de Avalon, Morgana buscava um modo de viver mais sem recorrer a métodos mais malignos como Herpo, o Sujo. Com isso, ela criou o Feitiço de Impedimento, que literalmente impede a morte de um bruxo.

Como se sabe, não há nenhum tipo de magia capaz de trazer de volta os mortos, logo, vale-se destacar que um bruxo morto não pode ser ressuscitado pelo Impedimentum. Recorrer a este feitiço deve ser um ato feito ainda em vida, de modo que pode alongá-la consideravelmente.

Para a realização deste feitiço, é necessário que o bruxo possua um herdeiro legítimo de sangue. Não é necessário que o herdeiro seja bruxo, ou seja, embora não preferível, é possível realizar o Impedimentum com abortos. Tendo um herdeiro, o bruxo deve ligar sua alma ao de seu filho (a) de modo que a existência do mesmo impeça a morte de seu progenitor. O feitiço tem que se executado ao máximo aos cinco meses de vida da criança. Deve se seguir seguintes procedimentos:

A meia-noite, banhar a criança em água morna e calma, de um rio. A água deve ser de fonte natural, sendo que só é válida em um rio, lagoa ou semelhante. Tendo mergulhado a criança, deve se sacar a varinha e com a criança aninhada nos braços, repetir 3 vezes: Fili sanguinem meum sanguinem, in me honorant patrem et matrem, et dabit in aeternum. Anima mea et anima tua, et in aeternum carne una. A varinha deve então ser colocada sobre a cabeça do bebê e por fim, na do próprio bruxo, enquanto se repetem esses dizeres. Neste momento, a ligação entre os dois indivíduos estará feita.

No entanto, aqui advertimos: Impedimentum, assim como os outros feitiços aqui descritos é uma magia das trevas. A criança que for ligada de tal forma ao pai ou mãe será amaldiçoada pela eternidade, de forma que se condena a própria carne a desgraça eterna. A criança jamais poderá trilhar um caminho bom pela vida e seus objetivos serão sempre tenebrosos. É uma medida extrema ligar-se ao próprio filho, no entanto, pode alongar-se bastante a vida do bruxo em questão. Enquanto o filho estiver vivo, o bruxo que realizou este encantamento viverá. Caso, o bruxo em questão sofrer uma tentativa de assassinato e o filho ainda estiver vivo, ele ficará em um estado inerte, como em um limbo. Poderá se comunicar com filho e com a consequência de feitiço (explicado mais a frente) através de sonhos. Então, deve-se realizar uma segunda parte do Impedimentum para a retomada do corpo físico do bruxo.

Ao realizar o encantamento, um residual de magia irá se deslocar para outro indivíduo, vivo ou que ainda nascerá, de modo a reforçar a relação e oferecer mais um residual de tempo ao bruxo das trevas. A este indivíduo que estará ligado contra sua vontade ao feitiço, chama-se de consequência de feitiço, embora muitos adotem o próprio termo Impedimentum por se tratar de um obstáculo na maioria das vezes. Para contrastar com tal magia violenta, o indivíduo escolhido aleatoriamente é sempre puro, de boas intenções. Muitos bruxos e estudiosos das trevas se dedicaram a entender o processo de como um Impedimentum é escolhido, no entanto, nunca descobriram ao certo. Acredita-se que o segredo tenha morrido com Morgana e seu filho. No entanto, August Amergin, bruxo das trevas da época renascentista afirmou: “O feitiço Impedimentum é uma armadilha, acreditem, Morgana pode não ser tão má quanto pensávamos, ou se era, não o planejou direito. De todos os casos que conheço, inclusive meu próprio, o Impedimentum acaba se tornando um castigo. Há sim uma ligação, um motivo para aquele indivíduo ser escolhido…”, no entanto, o mesmo não deu detalhes sobre o motivo que afirmava existir. Sendo assim, a escolha do indivíduo continua um mistério.

O fato é que para o bruxo das trevas retomar seu corpo, é necessário unir seu filho e o Impedimentum do feitiço, que pode nem ser nascido na época do “falecimento” do bruxo em alguns casos. Costuma-se dizer, no entanto, que os filhos possuem idades muito aproximadas dos Impedimentum. A tarefa de achar o Impedimentum é árdua e de longa busca, tendo vários bruxos sido condenados ao limbo até a morte de seu filho e do Impedimentum que jamais foi descoberto. Recomenda-se fortemente um uso de algum artefato no momento da realização do feitiço, pois este artefato se ligará ao encantamento e pode ser usado posteriormente na busca pelo indivíduo que se ligou ao feitiço. Ao unir filho e Impedimentum, sangue de ambos jogados em uma poção de refortalecimento serão capazes de trazer o corpo do bruxo de volta.

Ao contrário das Horcruxes, já descritas aqui neste livro, o Impedimentum não é reversível, nem mesmo com remorso severo. O bruxo que escolher este caminho, deve estar ciente que apesar de menos sombrio do que repartir a alma, é um caminho sem volta.

Tom terminou de ler intrigado. Ele possuía as Horcruxes, será que precisava mesmo daquilo? Era melhor ter outra opção. Ele não sabia se conseguiria fazer tantas Horcruxes e elas poderiam ser destruídas por aurores, embora ele duvidasse muito. Mas se ele se ligasse a um filho seu, poderia então voltar caso isso acontecesse e criar mais Horcruxes para atingir a imortalidade enfim. Deu um sorriso enquanto anotava as informações do livro no mesmo caderno que anotara as instruções sobre Horcruxes. Este era o único motivo para ele ter um filho, um filho que pudesse lhe ajudar a alcançar a vida eterna! No entanto, ele não podia deixar de pensar como isto deveria ser um plano futuro… Para garantir que seu filho viveria o suficiente para ser uma segunda opção, mesmo assim, conforme Tom Riddle caminhava de volta para seu dormitório, ele se sentia verdadeiramente imortal.

Lord Voldemort, Grã-Bretanha, Loch Ness, ano desconhecido.

Lord Voldemort caminhava em direção ao lago, segurando sem seus braços um pequenino bebê. A criança ainda miúda demonstrava alguns sinais de semelhança com o pai, na sua juventude. Era um bebê anormalmente pálido, com olhos claros e um alguns fios de cabelo que poderiam ser classificados como louro escuro ou castanho claro despontavam em sua pequenina cabeça. Ele tinha quatro meses e fora batizado de Hunter, que significava caçador. Era um bom nome para o filho do Lorde das Trevas.

Foram meses árduos, escondendo Bellatrix em uma torre afastada, “cumprindo uma missão”. Sabia que a comensal era a escolha ideal, ela não negaria deitar-se com ele e muito menos revelaria a gravidez se assim não lhe fosse ordenado. Mesmo assim, quando Hunter saiu do ventre, Voldemort apagara de Bellatrix suas memórias da gravidez. A única pessoa que sabia de Hunter em tal ponto era uma seguidora fiel, que permanecia nas sombras. Sua missão era cuidar do filho dele até mesmo se ele “morresse”. Para garantir que o Ministério jamais descobrisse que ele tinha um herdeiro, alterou completamente a memória de Margareth, a sua fiel seguidora. Ela esquecera da sua devoção a Voldemort e achava que Hunter era seu filho. Mas o bruxo tinha deixado bem presente seu amor às artes das trevas, de modo que Hunter fosse criado em um ambiente que ele aprovaria. Por fim, enfeitiçou um diário trouxa igual fizera quando era jovem, para deixar seu relato para seu filho. A magia impregnada no objeto só seria atividade se Voldemort “morresse”, caso contrário Hunter viveria toda a sua vida sem jamais saber quem era seu verdadeiro pai.

Voldemort mergulhou no lago, delicadamente segurando a criança em um braço enquanto puxava a varinha com o outro. O cuidado com a criança não se devia, de modo algum, a alguma afeição que ele tinha pelo bebê. Não sentia amor nem mesmo pelo seu próprio filho, mas sua sobrevivência era importante, era a ressalva de Voldemort. Com cuidado, revezava o contato da varinha no bebê e em si próprio.

— Fili sanguinem meum sanguinem, in me honorant patrem et matrem, et dabit in aeternum. Anima mea et anima tua, et in aeternum carne una. — Disse em uma voz sinuosa, que ecoou por todo o lago vazio. — Fili sanguinem meum sanguinem, in me honorant patrem et matrem, et dabit in aeternum. Anima mea et anima tua, et in aeternum carne una. — Disse uma segunda vez, sentindo a corrente prateada em seu pescoço esquentar, a corrente que futuramente poderia ser utilizada para achar o Impedimentum de seu feitiço. — Fili sanguinem meum sanguinem, in me honorant patrem et matrem, et dabit in aeternum. Anima mea et anima tua, et in aeternum carne una.

Ao repetir o encantamento uma última vez, um feixe de luz vermelho saiu de sua varinha e envolveu pai e filho, em um selamento da magia que havia ali se realizado. Voldemort deu um sorriso de triunfo, enquanto olhava a frágil criatura em seus braços. Agora ele seria para todo sempre imortal e nem mesmo Alvo Dumbledore ou Harry Potter poderiam impedi-lo, mesmo que destruíssem cada uma das Horcruxes.

POV Rose (Atualmente)

Diante do espelho, um caldeirão fumegava. Minha respiração entrecortada me denunciava, eu estava em pânico. Vi Hunter mexer brevemente o caldeirão, com um sorriso travesso nos lábios. As lágrimas ardiam no meu rosto, enquanto meu cérebro tentava inutilmente processar aquilo tudo.

— Sabe Rose, — Disse Hunter, sua voz bela e calma contrastando com o incômodo barulho do fogo crepitando. — eu imagino como ele voltará. Eu já o vi em fotos… Mas em meus sonhos ele aparece como um rapaz, um rapaz da minha idade eu diria.

— Vai aparecer como um demônio. — Eu disse com a voz firme e ele moveu rapidamente seus olhos para a minha direção. Parecia bastante nervoso, mesmo assim, o que eu tinha a perder naquele momento? Eu sabia que ele não me mataria. — Porque é isso que ele é. Que você é.

Ele sustentou um olhar raivoso em minha direção, mas não disse nada. Então foi que eu tomei um grande susto. Ele sacou um punhal. Era extremamente brilhante e afiado. Pensei, por um segundo, que ele me atacaria. No entanto, ele moveu lentamente a faca para o próprio braço, fazendo um longo corte em seu braço direito. O sangue escorreu em direção ao caldeirão, caindo na poção que ele misturava.

Guinchei de medo. Sim, eu já tinha todos os motivos do universo para estar assustada, mas ver Hunter se cortar era algo para qual eu não estava preparada. Não pode ficar pior ou mais estranho do que isso, resmungou minha consciência, essa grande filha da puta que adora me ferrar. No mesmo instante, Hunter começou a caminhar em minha direção, com o punhal sujo de sangue gotejando, manchando o chão.

— NÃO! NÃO! — Gritei, em pânico. — Por favor, eu não quero morrer! — Eu não podia acreditar nas palavras que saiam sem controle da minha boca, eu estava implorando pela minha vida desesperadamente. Eu não queria, mas o medo me tomava por completo. — Hunter, Hunt…

Ele tapou minha boca com violência e com muita facilidade me agarrou, me colocando no seu colo, enquanto caminhava comigo para perto do caldeirão. Eu sentia o punhal sob a minha pele, de forma que meu choro se tornava compulsivo conforme eu me debatia em seus braços.

Sem poder fugir ou lutar, vi desolada ele movendo o punhal para o meu braço esquerdo, quando chegamos no caldeirão. Ele ergueu ele e … Tudo que senti no momento seguinte foi uma dor aguda, conforme ele movimentava a lâmina pelo meu braço. Vi meu sangue escorrer lentamente e pingar na poção púrpura, que imediatamente tornou-se dourada. Ele então me colocou no chão, com uma delicadeza que eu não seria capaz de admitir que tinha vindo de Hunter.

— Não, não, não… — Murmurei para mim mesma, com a cabeça baixa. No entanto, não pude permanecer assim quando a luz forte atingiu meus olhos.

Hunter tinha acabado de virar o conteúdo do caldeirão sob o espelho, que parecia estar se derretendo, misturando-se a poção dourada. Recuei de medo, conforme aquela massa e estranha e luminosa tomava forma. Ela ia lentamente tomando um formato humano, com a aparência metálica se dissipando e carne aparecendo. Eu conhecia muito bem aquela forma que estava se formando e segurando meu braço ferido, fui me afastando cada vez mais, balançando a cabeça em uma negativa interminável. Mas não importava o quanto eu me afastasse ou negasse. Era Tom Riddle que estava surgindo ali e nada poderia mudar aquilo.



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