História Please Don't Bite - Capítulo Único

Todos sabiam que Kuroko Tetsuya gostava de paz e silêncio, mas, mesmo assim, nesse dia 31 de Outubro quase todos insistiram para que ele fosse para casa de Momoi, a garota daria uma festa a fantasia com sempre fazia no halloween.

Kagami insistira o dia todo durante a aula e Kise já avia ligado quatro vezes choramingando, mas Tetsuya mantinha-se firme com sua decisão, ele não iria. Não tinha nenhum grande motivo, o garoto apenas não queria ir, ele sentia-se incomodado, deslocado em festas.

E sentado no sofá assistindo um especial de halloween (era só isso que passava em todos os canais) não esperava que nada de muito especial acontecesse, talvez mais uma ligação de Kise ou quem sabe de Momo.

Até que um Ding Dong ecoou pela casa.

Imaginou que fosse alguma criança do prédio ignorando seu bilhete de “Não estou em casa, pegue um doce e bom halloween”. Tetsuya tinha colocado um pode de doces em cima de um banco em frente a sua porta para que nenhuma criança ficasse tocando a campainha a cada cinco minutos.

Ele levantou do sofá e dirigiu-se a porta, deveria ter olhado pelo olho mágico, mas não fez, simplesmente abriu a porta na certeza de que eram crianças, até já tinha direcionado o olhar para baixo, mas surpreendeu-se ao ver que parado em sua frente havia algo bem maior que crianças.

— Kagami-kun…! - exclamou, mas ao ver do outro o garoto não parecia muito surpreso, mas ele estava.

— Doces ou travessuras!

Taiga vestia uma fantasia de vampiro, daquelas bem clichês, uma gola branca bufante, um colete vermelho com botoes dourados, e tanto a calça como a capa pareciam estar curtas de mais para o principal jogador da Seirin. A calça preta ia até um pouco a cima dos tornozelos, deixando meias brancas (e não muito atraentes) amostra, a capa ia até a altura dos joelhos.

Kuroko achou que o outro tinha comprado a fantasia em cima da hora e não tinha seu tamanho XGG, e conhecendo o maior sabia que este era um cabeça dura e botou a ideia de ir de vampiro para a festa, mas a loja já não tinha mais seu tamanho então ele comprou uma menor mesmo assim.

— Por que esta vestido assim em frente a minha casa?

— É halloween!

— Eu sei disso, e porque não está na festa da Momoi?

— Porque eu vim te buscar. - Taiga tirou uma tiara felpuda do bolso e colocou na cabeça do amigo.

— O que é isso? - perguntou passando a mão pela cabeça até chegar na tiara, percebeu que esta tinha duas orelhas de gato, igualmente peludas, o que fazia mais sentido do que apenas uma tiara com pelos sintéticos.

— Você vai ser um Lobisomem.

— Mas estas orelhas são de gato.

Taiga soutou um pequeno resmungo e disse:

— Achei que você não ia perceber, a loja não tinha mais orelhas de lobo.

— Você comprou isso hoje de tarde, depois da aula não é?

O ruivo resmungou mais uma vez ele parecia um pouco decepcionado com sigo mesmo, provavelmente lembrou da festa em cima da hora, mas Tetsuya acha fofo quando o outro ficava encabulado.

— Kagami-kun, – chamou o amigo que parecia perdido dentro de sim reclamando – vampiros e lobisomens são inimigos, nós deveríamos ser amigos.

O garoto abaixou a cabeça, por alguns segundos Taiga ficou desesperado, tinha chateado o menor, tinha estragado tudo entre os dois, e não era a primeira vez.

Mas não deixaria assim, era uma de suas datas comemorativas favoritas e eles tinham que ir juntos na festa.

— Foi mal, deveria ter comprado uma capa vermelha pra você também, - disse colocando a mão no queixo do menor e erguendo seu rosto – mas achei que você ficaria fofo com orelhinhas.

Tetsuya ergueu os olhos, encontrando o olhar escarlate do outro, que sorriu.

— Eu estrava certo.

Agora tão próximos um do outro o menor percebeu, Taiga estava usando presas de vampiro falsas.

— Kagami-kun – sorriu – você ficou ridículo com essas presas.

O outro pareceu voltar a ficar encabulado, e pela terceira vez começou a resmungar.

Kuroko ficou penas observando, esperando que o maior se acalmasse, sempre foi fácil provocá-lo, tirá-lo do sério, mas hoje estava ainda mais.

— Você vai querer entrar ou vai ficar parado em frente a porta?

Taiga entrou, observou a casa, continuava a mesma, era impressionante como o amigo não mudava nada de lugar, nunca, porta-retratos, mesa. Já estivara ali antes, claro, para reuniões da Seirin ou trabalhos escolares.

Sentou no chão em frente a messa observando Tetsuya passar direto por ela e dirigir-se a um armário, em quando ele observava de um lado para o outro o ruivo decidiu retirar “suas presas”, elas estavam apenas encaixadas em seus dentes então com um simples puxão conseguiu retirá-las.

Pensou em colocar em cima da mesa e depois pega-las, mas achou a ideia um pouco… nojenta, afinal elas estavam meio “molhadas”, então antes que o menor se virasse colocou estas em seu bolso.

Kuroko voltou com o típico olhar vazio, não dava para saber se estava triste, feliz ou bravo, mas não foi preciso perguntar.

— Desculpe, meus doces acabaram Kagami-kun. - ele sentou-se do lado do amigo – Os únicos que tinha coloquei lá na frente.

— Tudo bem, – respondeu, e por um segundo Tetsuya tranquilizou-se – mas isso significa que agora posso fazer alguma travessura.

O menor arqueou as sobrancelhas surpreendido, aquela foi uma das poucas vezes que Taiga presenciou espanto em seus rosto fora de uma quadra, era até satisfatório ser o motivo disso; ele sorriu, colocou a mão na nuca do amigo e se aproximou, este emitiu um ruido, talvez de protesto ou de espanto, não soube identificar, mas continuou.

Kagami puxou a gola da blusa do menor para o lado, deixando seu pescoço branco amostra, o garoto parecia que nunca tinha tomado sol, talvez o verdadeiro vampiro ali fosse ele.

O ruivo aproximou a boca do pescoço do amigo, que, assim que sentiu a respiração quente do outro perto da área liberou um pequeno gemido, ele era sensível, principalmente ali e Taiga sabia muito bem disso.

— Kagami-kun… ira agir como um vampiro agora?

— Você sabe as regras do halloween, sem doces, tem travessura, e essa será a sua.

No mesmo instante os lábios do ruivo encostaram em seu pescoço, e como parte da brincadeira, o maior depositou um pequeno beijo, fazendo este se arrepiar, logo em seguida abocanhou o pescoço do azulado que emitiu om gemido de prazer e espanto.

Taiga sorriu e continuou, a cada segundo a mordida ficava mais forte, ele sentiu o menor empurrando seu peito, dessa forma pedindo silenciosamente que parasse, podia estar doendo, mas ele não iria parar, não era apenas pela travessura, mas realmente agora que tinha começado iria até o final.

Kuroko deixou escapar um ganido de dor.

— Desculpe, mas não consigo parar.

A fim de aliviar um pouco a dor do menor Taiga sobiu alguns centímetros, chegando entre o maxilar e a orelha, deixando um chupão, daqueles que fica uma marca roxa e que dura por uma semana no mínimo.

Tetsuya continuava a gemer. E não era como se fosse culpa dele, mas isso incentivava ainda mais o ruivo. O ar quente tocando sua orelha, cada som… qualquer um que conseguisse resistir não era humano.

Taiga voltou para seu lugar inicial, a marca de seus dentes estavam ali, e parecia que ficariam assim por um bom tempo, continuou a morder até sentiu algo pingar em sua nuca. Suor? Não, o som que se prosseguiu um de um suspiro de choro, o maior parou no mesmo instante e olhou para cima, o amigo realmente estava chorando.

Mais uma lágrima começou a brotar de seu olho, ele não queria ter ido tão longe, não ao ponto de fazer o garoto chorar.

— Kuroko… eu…

Sentia-se tão culpado, não achava palavras para pedir perdão, não sabia o que fazer.

— Kagami-kun… eu não sabia que você me considerava mais que um amigo, mais que uma sombra.

— Kuroko… me desculpa.

Agora quem parecia prestes a chorar era o maior, mas antes que isso acontecesse Tetsuya colocou a mão em seu rosto sentindo o calor do outro.

— Eu sempre achei que você só me via como amigo, não sabia que sentia o mesmo que eu, me sinto tão feliz.

Taiga emitiu um Pruff abafado, segurando o riso, deixando o menor confuso, e por alguns instantes preocupado.

No momento seguinte a sala foi preenchida pela risada alta e barulhenta do ruivo.

— Eu achei que tinha ido longe de mais, que você estava bravo comigo, tantas coisas passaram pela minha cabeça, a pior delas foi me imaginar sem você, que tipo de pessoa chora por esse motivo?! - o maior colocou as duas mãos envolto a nuca do amigo – Kuroko, eu realmente gosto de você, muito.

Taiga aproxima o pouco que faltava entre seus lábios, iniciando uma beijo profundo.

O garoto suspirou entre a boca do ruivo, ele esperava por esse momento a tanto tempo que mal conseguia acreditar, era quente, úmido, não sabia explicar, apenas deixou que o outro o guiasse.

Logo sentiu os braços de Taiga entrando por de baixo de sua caseta, alcançando até metade de suas costas, mas este parou.

— Kagami-kun, tudo bem, – sorriu – pode continuar.

Tetsuya sabia onde aquilo iria parar e queria isso e assim que terminou de dizer tais palavras o receio que havia no olhar do outro esvaiu-se. Ele jogou o menor para trás, caindo de costas no chão.

Com o ruivo em cima de seu corpo o azulado pode ver o desejo que este sentia, ele não era o único que desejava isso a tempos. Ele abaixou-se, retomando o beijo.

O que se prosseguiu já é possível imaginar, os dois perderam a festas e os doces, mas foi o melhor halloween que já tiveram.