História Please, Don't Leave Me (KaiSoo) - Start The Game

O andar de baixo da lanchonete estava cheio, aquele café era conhecido por ser o mais bem frequentado da cidade e toda aquela fama não era a toa, poderia ser encontrada pessoas de todas as classes, desde estudantes, empresários e pessoas da elite da cidade. Ali era servido todos os sabores de café já conhecido e os mais elogiados doces da cidade, sem contar que estava localizado no clube onde havia além de várias atrações se localizava o hipódromo.

O andar superior frequentado apenas por sócios estava mais vago, o que proporcionava o ambiente ideal para os três que apesar da pouca movimentação escolheram a mesa mais reclusa para deixar a conversa que iria transcorrer ali em total sigilo.

A garota tinha em mãos um binóculo e da grande janela em vidro ao seu lado conseguia ver o pódios dos cavalos, no momento uns estavam andando preguiçosos com seus respectivos tratadores enquanto outros se alimentavam. Ela havia apostado em um antes de se juntar aos outros ali, seu cavalo escolhido na verdade era uma égua premiada, ZuMa a n°4, uma puro sangue que tinha tantos prêmios que já nem era possível contar e como ela havia acabado de chegar a cidade poucas pessoas estavam apostando nela, o que tornava o prêmio vindo da vitória dela uma pequena fortuna. Então, queria ter certeza que seu potinho de ouro dessa tarde estava sendo bem tratado em sua baía.

- Já acabou? - A voz grave chamou sua atenção.

- Não... - Falou entre os dentes sem tirar a atenção do final do seu arco- íris. - Fale comigo.

- Já disse que não foi culpa minha, okay? Eu fui praticamente expulso de lá. Não podia forçar a barra insistindo para ficar, seria estranho.

- Você é um inútil mesmo! - Colocou o binóculo em cima da mesa com força demais. - Você só tem que leva-lo para cama e enrolá-lo por alguns dias. Será que consegue?

- Vocês... - A mulher que observava os dois os alertou implicitamente para baixarem o tom, sabia que alguém se aproximava. - Ah, querida. - Virou-se para a garçonete que se posicionava ao seu lado. - Pode nos trazer três americanos médios.

- E um Donut com corbetura de chocolate por favor. - A garota voltou a pegar seu binóculo, faltava apenas alguns minutos para a corrida começar.

- Sim senhora e senhorita. - Anotou em seu tablet já transfirindo o pedido direto para a outra atendente no balcão. - Algo a mais para o senhor?

- Apenas o café, obrigado.

- Certo, em dois minutos o pedido será servido. - Disse e não demorou a se afastar.

- Voltando a nossa conversa. - Dessa vez a senhora iniciou. - Espero que você seja capaz, eu realmente não queria você nisso, vou ser bem sincera. Mas, como usar uma garota não funcionou. - O desdém era bem notável no seu tom de voz, assim como no modo que olhava para o garoto.

- Certo… - O rapaz cruzou suas mãos sobre a mesa se aproximando mais da senhora que tratou de recuar. - Eu vou fazer o possível para conseguir enrolar ele pelo tempo necessário...

- Céus, ouvir você falando assim faz com que eu me sinta uma pessoa terrível. - A mulher levou as mãos até o rosto. - Acho que preciso de aspirina.

- Não se preocupe, logo passa. - A garota, que se encontrava vidrada em cada galope do seu animal na pista, tocou o braço da mulher. - Isso Zuma queridinha... Continue assim. - Sussurrva a última parte.

- Então, faça tudo que poder. Não medirei esforços no sentido de dinheiro.

- Você sabe muito bem que dinheiro não é o problema, não entrei nessa por conta do dinheiro. Estou apenas pagando favores. - Seu olhar repousou brevemente sobre o garota e depois voltou para a mulher.

- Só não o machuque.

- Você quer que eu vá para cama com ele, o use…

- Não fale assim… - Sussurrou.

- E não o machuque? Está de brincadeira, certo? - Continuou com o tom de voz baixa.

- Isso! - A garota que estava praticamente esquecida em seu canto gritou fazendo com que a atenção de todos no andar superior viessem em sua direção, os números em dinheiro que superavam os quatro dígitos não era o maior motivador da animação e sim o fato de ganhar. Ela simplesmente amava ganhar. - Está convidada para o almoço, por minha conta. - Olhou para o garoto por breves minutos enquanto pensava e chegou a uma conclusão. - Você também está convidado… - Rolou os olhos sutilmente enquanto observava suas longas unhas.

- Nossa, isso é uma honra para mim. - Não conteve a ironia no seu tom de voz.

- Certo, ligue para ele hoje a noite e marque um encontro. - Ela remexeu nas grandes ondas, feitas por um babyliss, de seu cabelo.

- Eu não… Peguei o número dele.

- Você é o cara mais imprestável que eu conheço. - Fechou fortemente os olhos não contendo a impaciência. - Eu te dou o número...

- Você não pode. - A mulher levou sua mão enluvada até o braço da garota impedindo a mesma de pevar seu aparelho celular. - Ele pode desconfiar.

- Desculpa lhe dizer, mas ele não é tão inteligente assim para perceber isso.

- Mas não podemos arriscar de forma alguma, não temos muito tempo e se você quer que isso dê realmente certo tem que tomar cuidado com todos os detalhes, até os menores. Eu estou enganando a pessoa que mais amo, então isso tem que dar certo.

- Não tente me enganar, você também tem seus interesses na história.

- Que seja…

- Eu darei um jeito de vocês se encontrarem… - Bufou contrariada voltando seu olhar para o garoto que estava sentado confortavelmente em seu lugar com um meio sorriso nos lábios. - Mas dessa vez, não estrague nada.

- Não se preocupe, eu serei um completo cavalheiro. - Se debruçou sobre a mesa olhando fundo nos olhos dela. - E o conquistarei…

A outra mulher sorriu discretamente dos dois.

- Acho bom mesmo…

_______

- Não acredito nisso! - o rapaz entrou  pisando duro no quarto, sua voz alta repercutiu mas o que deveria no ambiente fechado, o que fez com que o menor despertasse atordoado.

Ele não sabia onde estava ou o que estava acontecendo, em um primeiro momento achou que um tsunami estava devastando a cidade ou o exército norte coreano estava fazendo o mesmo.

- O quê? - Sentindo uma pequena pontada de dor na cabeça por ter acordado tão de repente se sentou na cama ainda com os olhos cerrados.

- Sou uma pessoa horrível! - Andava em círculos próximo a cama murmurando.

- O que está acontecendo?

- Quando pretendia me contar isso? - Jogou um papel sobre a cama.

O cérebro do menor demorou alguns segundos para associar o que estava acontecendo. Olhou novamente para o garoto ali parado a sua frente com as mãos sobre o quadril, a expressão dele estava transtornada, ele realmente se sentia mal com aquilo. Passou os dígitos sobre o relevo do papel, era tão familiar e ao mesmo tempo era um corpo estranho naquele momento.

- Quando pretendia me contar isso? - Perguntou novamente.

- Eu tentei, mas você não deixou.

- Você deveria ter insistido, gritado, sei lá! Deveria me contar de qualquer maneira.

- Mas…

- Mas nada, eu sou seu melhor amigo porr* Deveria estar te levando para boates, apresentando pessoas novas… E não te empurrando para cima de um cara que está com um pé no altar. Caramba ele vai casar. - Deixou seu corpo cair sentado sobre a cama.

- Por isso eu disse que não era uma boa ideia. - Suspirou encostando o tronco a parede encarando o teto. Aquele branco o fazia se sentir mais vazio do que estava, o que simplesmente não precisava era relembrar isso logo tão cedo ainda mais depois da noite passada, seu dia foi completamente arruinando.

- Eu sou a pior pessoa do mundo. - Baek sussurrou.

- Hey! Não diga isso… - Tocou o seu braço e ao ganhar a sua atenção abriu os braços em um convite ao outro.

Baek engatinhou sobre o colchão e se aconchegou nos braços do menor. Aquele momento era daqueles raras de acontecer portanto aproveitou, sabia que Kyung estaria precisando daquele abraço muito mais do que ele mesmo. O garoto nunca falava sobre as coisas que incomodavam ou o entristecia. Ele sempre comemorava sua felicidade ou suas tristezas da mesma forma, sozinho, apenas ele e seu silêncio, sempre mantinha-se neutro tentando nunca demonstrar. O tempo que sentiu que o amigo era realmente feliz era quando ele estava com Kai.

E então, dessa vez pode perceber pelo olhar o quanto seu amigo estava desprotegido e sofrendo com toda aquela situação

- Você está bem? - Encaixou sua cabeça na curvatura do pescoço do menor usando um tom sussurrado.

- Sim.

- Isso é mentira. - O repreendeu.

- Estou aprendendo a lidar com a situação… De qualquer forma esse momento chegaria, não é mesmo? Aquele triângulo não poderia durar para sempre uma hora ele teria que escolher…

- Mas… - Ele ergueu a cabeça procurando pelos olhos dele. - Sabe que ele escolheria você, sempre foi a primeira opção, a Krystal era apenas um acessório nessa relação.

- Certo, fui a primeira opção. Não mais…

- Eu não diria isso, não depois de ter visto a rapidez com que ele chegou aqui ontem...

- Esqueça sobre isso, a noite passada foi um erro. Você mesmo disse isso.

- Eu? - Apontou para si mesmo se afastando do corpo do menor. - Nunca falei isso, não foi a coisa mais certa a fazer e sabendo do casamento eu não repetiria isso. Certo… Talvez sim, mas não foi um erro.

- Sabe do que você precisa?

- O quê?

- Cafeína. Acho que seu cérebro não funciona bem sem ela.

O maior empurrou a cabeça do garoto com indicador mas não conteve sorriso.

- Obrigado… - Sussurrou.

- Por?

- Por ser você Baek e por ser meu melhor amigo. Eu amo você cara.

- Me ama? - Usou um tom mais afetado do que imaginou em sua cabeça.

- Você sabe de que tipo de amor eu estou falando, certo? - Arqueou a sobrancelha.

- Claro que sei, bobo. - Tornou a abraça-lo, dessa vez abrigando ele entre seus braços.