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História Please Dry My Eyes - She's leaving home


Escrita por: LayToko

Capítulo 18 - She's leaving home


Fanfic / Fanfiction Please Dry My Eyes - She's leaving home

“Quarta-feira, cinco da manhã, enquanto o dia começa,

Silenciosamente, ela fecha a porta do seu quarto

E deixa um bilhete que ela esperava pudesse dizer mais.

Ela desce as escadas até a cozinha,

Segurando seu lenço

E cuidadosamente vira a chave da porta dos fundos

E sai da casa,

Ela está livre.

Ela está indo embora.

(Nós dedicamos quase toda a nossa vida)

(Sacrificamos quase toda a nossa vida)

(Demos a ela tudo que o dinheiro podia comprar)

Ela está indo embora após viver sozinha por muitos anos.

O pai ronca enquanto sua esposa veste a camisola

E apanha o bilhete deixado ali,

Solitário, no topo das escadas.

Ela se desespera e grita para o marido

"Querido, nossa garotinha foi embora"

Por que ela seria tão egoísta conosco?

Como ela pôde fazer isto comigo?

Ela está indo embora.

(Nós nunca pensamos em nós)

(Nem uma vez, pensamos em nós)

(Nós batalhamos durante toda nossa vida para vencer)

Ela está indo embora após viver sozinha por muitos anos.

Sexta-feira, nove da manhã, ela está tão longe,

Esperando dar a hora do compromisso que marcou.

(...)

Ela está se divertindo.

(O que foi que fizemos de errado?)

(Nós não sabíamos que estávamos errados)

Algo lá no fundo foi sempre negado,

Por muitos anos.

Ela está indo embora.... ”

 

Seokjin, Jimin e Jungkook conversavam animadamente enquanto comiam na lanchonete da universidade e o Park agradecia mentalmente por poder ter aqueles momentos com o namorado. Sabia que o motivo de toda a animação de Seokjin também tinha nome e sobrenome e havia deixado uma bela marca no pescoço do garoto, que parecia muito recente: Kim Namjoon.

Desviou sua atenção ao ver Hoseok se aproximar e se jogar na cadeira ao lado, suspirando pesadamente e atraindo os olhares dos outros.

– Você tá bem? – Perguntou Seokjin.

– Só cansado. – Suspirou Hoseok. – Hyung, por favor, não se forme, fique aqui comigo! – Pediu o Jung se agarrando ao braço do mais velho.

– Sai daqui! Você ainda tem a Lisa! – Seokjin empurrou a cabeça de Hoseok para tentar afastá-lo, sem sucesso.

– Cadê ela mesmo? – Perguntou o Park. – Ela também não tem aparecido nas aulas de dança.

– Ela tá resolvendo algumas coisas importantes. – Respondeu o Jung.

– Que tipo de coisas? – Perguntou o mais velho dos quatro.

– Não posso explicar agora, mas ela vai contar tudo a vocês logo, logo. Ela também não queria me contar sobre, mas vocês sabem como sou insistente. – Explicou o Jung.

– Sim, sabemos. – Disse Seokjin, fazendo o casal de namorados rir.

– Muito engraçado. – Bufou Hoseok. – Jimin, preciso falar com você.

– Pode falar.

– Preciso de algo seu.

– Não precisa, não. – Jungkook lançou um olhar cortante para o Jung.

– Jungkook. – Jimin lançou um olhar reprovador para o namorado que bufou irritado. – Pode falar, Hobi.

– Eu, Jin hyung e Rosé noona vamos pra Gwangju nesse fim de semana e preciso de alguém pra cuidar dos meus filhos. – Hoseok lançou um olhar pidão para o Park.

– Claro! Eu adoro seus gatos! – Jimin sorriu como uma criança.

– Jimin! – Jungkook suspirou pesadamente enquanto encarava o namorado. – Mas e eu?

– Vocês podem ficar na minha casa. Eu deixo uma lista com que o precisam fazer pra cuidar deles, não é muita coisa. Podem fazer o que quiserem lá, só não toquem em nada do V e, por favor, não transem na frente dos meus gatos, não quero que eles cresçam vendo esse tipo de coisa, podem prender eles em algum lugar enquanto fazem isso. – Hoseok juntou as duas palmas da mão em sinal de imploração.

– Ah, vamos, Kookie, você gosta dos gatos do Hobi. – Jimin apertou a mão do mais novo.

– Tá bom. – Jungkook sorriu, só porque o que o Park dizia era uma grande verdade.

– Tá fechado, então? – Perguntou Hoseok.

– Sim. – Respondeu o Jeon com um sorriso.

 

Rosé bufou pela milésima vez e avisou a Seokjin que iria atrás do irmão, não era para menos, já estavam esperando o mais novo há uns quinze minutos. A garota abriu a porta com raiva e encontrou Hoseok sentado no chão abraçando Jisoo enquanto Jimin e Jungkook o olhavam com tédio.

– Será que você pode vir logo? Estamos esperando faz um tempão! – Disse Rosé.

– Espera, eu preciso me despedir deles. – Hoseok continuava agarrando Jisoo que já parecia irritada demais.

– Vem logo. – Rosé puxou o irmão pela blusa e o arrastou até o carro enquanto ele continuava gritando para que Jimin e Jungkook cuidassem bem de seus gatos.

Como era sexta à noite, os três se sentiam extremamente cansados e Hoseok já estava dormindo no banco de trás cinco minutos depois. Seokjin e Rosé dividiram a direção, cada um dirigindo um pouco durante a viagem de, mais ou menos, duas horas.

Seokjin deixou os dois irmãos na casa de seus pais e observou um Hoseok sonolento se apoiando na irmã antes de dar a partida novamente e ir até sua própria casa. Estacionou seu carro, pegou suas coisas e tocou a campainha, logo sendo atendido por sua mãe e ganhando um abraço da mesma.

– Ah, que saudades que eu tava do meu principezinho! – A mulher apertava o filho cada vez mais forte.

– Eu também senti saudades, mamãe!

– Meu filho! – Seu pai lhe abraçou, depositando um beijo em sua testa. – Devia vir mais vezes.

– Desculpa, eu to muito ocupado ultimamente, mas logo vocês vão pra Seul pra minha formatura. – Disse Seokjin com um sorriso, levando suas coisas para dentro.

– Deixa que eu te ajudo. – O homem mais velho pegou a mala de Jin e a puxou até o quarto do filho. Sua mãe lhe encarava fixamente.

– O que foi, mãe? – Perguntou Jin, sentindo-se confuso.

– O que é isso no seu pescoço, Seokjin? – Perguntou a mulher com seriedade, fazendo com que o rosto do garoto empalidecesse, enquanto levava sua mão até o pescoço.

– Amor, deixa o nosso menino viver. – Disse seu pai, se aproximando dos dois novamente.

– O que quer dizer com isso? – Perguntou a mulher com irritação.

– Querida, o Jin tem 22 anos agora e esse menino nunca teve uma namorada, ele sempre se dedicou aos estudos e sempre foi um bom filho, já está mais do que na hora do nosso bebê conhecer uma garota legal.

– Ele não precisa conhecer nenhuma garota, Jin tem um TCC pra terminar e é nisso que ele precisa se concentrar, garotas só vão distrair ele. Quando estiver na idade certa, vamos apresentar garotas boas para ele e ele irá se casar, depois disso ele pode fazer o que quiser. – Disse a mulher, lançando um olhar cortante para o marido.

– Você está sendo rígida demais com ele. Jin, pode nos apresentar a sua namorada, eu iria adorar conhece-la. – Seu pai lhe lançou um sorriso largo.

– Jin, não se distraia com garotas. – Disse sua mãe.

– Querida, pare com isso, ele acabou...

– Eu vou pro meu quarto. – Disse Jin, interrompendo seu pai e saindo da sala, deixando o casal ainda discutindo sobre seu filho e as garotas com ele poderia sair.

 

Seokjin acordou com o cachorro de estimação de seus pais lambendo seu rosto e sorriu, apertando o animal que logo se soltou e saiu correndo. Levantou-se e foi até a cozinha, onde encontrou sua mãe cozinhando e a abraçou por trás.

– Bom dia, mamãe, quer ajuda?

– Já estou terminando, só me ajuda a levar isso pra mesa. – Disse a mulher, logo sendo ajudada pelo filho e sentando a mesa junto com Seokjin e seu pai.

– Bom dia, papai.

– Bom dia, filhote. – Disse o homem, bagunçando seu cabelo.

– Desculpe por ontem. – Jin se sentiu surpreso com as palavras repentinas da mulher. – Nós não devíamos ter discutido logo quando você vem nos visitar.

– Tudo bem. – Seokjin evitou olhar para seus pais e se concentrou em sua comida.

– O convite para nos apresentar ela ainda está de pé. – Disse seu pai rindo e Jin soltou um sorriso forçado.

– Como ela é? O que ela faz? – Perguntou sua mãe.

– Pai, mãe... eu não tenho nenhuma namorada. Vamos mudar de assunto, por favor. – Seus pais se entreolharam com estranheza pela reação do filho, mas decidiram não tocar mais no assunto, pelo menos, por enquanto.

 

– Leva isso aí. – Disse Rosé empurrando suas coisas para cima de Hoseok que ainda estava sonolento.

– Dá um tempo, noona.

– Mamãe! – A garota ignorou o irmão enquanto abraçava sua mãe.

– Ah, filha, que saudades! Cadê o meu garotão? – Perguntou a mulher, olhando por cima do ombro e procurando Hoseok que já havia soltado as bolsas e corrido para agarrá-la.

– Ah, mamãe, minha vida, minha coisa linda, razão do meu viver, eu senti tantas saudades. Por que não vai me visitar, sua desnaturada? A noona é sua filha favorita, por acaso? – Hoseok apertava a mulher com tanta força que ela podia sentir seus ossos doerem.

– Meu bebê, eu te amo! – Disse sua mãe enquanto o apertava. – Vamos entrar.

Os três entraram rindo e conversando animadamente. Hoseok observou seu pai com uma expressão séria, assistindo ao jornal. Rosé correu em encontro ao homem e o abraçou enquanto os dois riam e a garota ganhava beijos no topo da cabeça.

– Não vai falar com ele? – Perguntou sua mãe, surpreendendo Hoseok.

– Ah... eu vou.... guardar minhas coisas. – Disse o Jung mais novo, enquanto ia até seu quarto.

Rosé e seu pai diminuíram suas risadas quando viram sua mãe se aproximar com uma expressão séria.

– Fale com o Hoseok também. – Disse para o homem.

– Ele que não veio falar comigo. – Respondeu para a mulher que lhe lançava um olhar reprovador.

– Porque ele já sabe como você é! – Disse a Jung mais velha, com irritação.

– Ok, ok. – Disse o homem com tédio. – Cadê meu filho afeminado mesmo?

– Aqui. – Disse Hoseok aparecendo na sala e surpreendendo a todos.

– Filho... – Sua mãe tentou dizer algo, mas Hoseok já havia aberto a porta da frente e saído.

 

Hoseok verificou a hora em seu celular mais uma vez e pensou se já não estava tarde demais para incomodar a família de sua tia, porém, não tinha muitos amigos ou lugares para ir em Gwangju e a casa dos pais de Jin ficava muito longe para que ele fosse a pé, então, teria que ser sua tia mesmo.

Suspirou longamente e tocou a campainha, se surpreendendo com a mulher que abriu a porta com estranheza, mas o abraçou fortemente assim que o reconheceu.

– Ah, Hoseok, querido! Há quanto tempo! Senti saudades. Você tá bem? – A mulher lhe segurou pelos ombros enquanto o olhava de cima a baixo.

– Quem é, querida? – Hoseok observou o marido de sua tia se aproximar dos dois.

– Hoseok! – Respondeu a mulher, animadamente.

– Ah, há quanto tempo, Jung Hoseok. – Disse o homem, mantendo uma pose séria.

– Sim, senhor Park. – Hoseok se curvou e ouviu a risada estridente do homem.

– “Sim, senhor Park” – Imitou-o o Park mais velho, enquanto ria. – Você é mesmo um moleque, Hobi.

– Moleque é você, vê se me respeita, seu velho! – Disse o Jung dando um soco no braço do homem que revidou na mesma hora, fazendo com que os dois começassem uma pequena luta.

– Seu primo sentiu tanto sua falta. – Disse sua tia, fazendo com que Hoseok parasse sua briga imaginária para prestar atenção.

– Eu também sinto muitas saudades dele, tia.

– Minhyuk, venha aqui! – Chamou a mulher e logo o garoto de dezesseis anos chegou até a sala, arregalando os olhos ao ver o primo e logo correndo para abraça-lo.

Park Minhyuk sempre havia sido o melhor amigo de Hoseok em Gwangju, apesar da diferença de quatro anos, era como se fossem da mesma idade pelo modo como sempre haviam se entendido bem. Também era o único membro da família para quem Hoseok havia tido coragem de assumir sua sexualidade e Minhyuk havia se sentindo bem melhor por também poder falar sobre a sua com alguém.

– Hyung! Senti saudades! – Disse o garoto enquanto apertava o Jung.

– Eu também senti saudades, grande Rocky! – Disse Hoseok retribuindo o aperto do primo.

– Como está o grande J-Hope hyung? – Perguntou o mais novo.

– Não acredito que vocês ainda usam esses apelidos ridículos. – Disse o marido de sua tia.

– Fica na sua, Park velho. – Provocou Hoseok.

– Vamos pro meu quarto, eu tenho um monte de coisas pra te contar! – Disse o mais novo, puxando Hoseok até seu quarto.

– E lá se vão as garotinhas fofoqueiras. – Disse o Park mais velho para sua esposa.

– Você não tem jeito. – Riu sua esposa.

Hoseok correu sua vista pelo quarto do primo e comprovou que nos poucos meses que ficaram sem se ver, Minhyuk havia adquirido ainda mais itens de colecionador dos seus queridos K-Idols, entre eles, V.

– Olha, pra você. – Disse o garoto, entregando um embrulho a Hoseok, que logo abriu, vendo que se tratava do rosto de Taehyung estampado naquele quadro enorme.

– Ah, não acredito! Isso deve ter sido muito caro, Rocky! – Disse Hoseok, sentindo os olhos lacrimejarem enquanto admirava o quadro.

– Eu juntei minhas economias pra comprar! Na verdade, eu ia te dar no seu aniversário, mas ainda falta muito, então aceite como presente de Natal já que só faltam três dias mesmo. Você merece, J-Hope!

– Ah! Eu não te trouxe nada, to me sentindo péssimo agora! Vou te comprar algo muito especial, não se preocupe! – Hoseok abraçou o primo novamente.

– Não precisa se preocupar com isso. – Riu o garoto mais novo. – E como estão seus gatos de estimação?

– Gordos e mimados como sempre. – Respondeu o mais velho.

– E os gatos que não são de estimação? – Minhyuk lançou um sorriso sugestivo para o primo.

– Como assim?

– Você sabe, hyung, com quem tem saído e tal.

– Meu Deus, Rocky, sempre que eu venho aqui você quer ficar falando de macho, baixa esse teu fogo, moleque, eu sou um ser puro.

– Chato. – Bufou Minhyuk.

– E você? Arrumou uns namoradinhos por aqui?

– Não. Ainda to esperando o Jin hyung me notar. – Riu Minhyuk de sua própria piada.

– Além dele ser seis anos mais velho que você, não gostar de caras mais novos e já ser um adulto responsável, ele também tem um namorado agora, desculpa.

– O namorado dele é bonitão que nem ele? – Perguntou o mais novo.

– Ah, é sim. – Respondeu Hoseok, observando o pôster de Rap Monster colado na parede do primo.

– Ele merece.

– Agora vá atrás de um namoradinho pra você e esqueça do Jin hyung.

– Pare de falar namoradinho, eu não sou mais uma criança, hyung.

– Claro que é, seu moleque. Arrume alguém que seus pais gostem.

– Você também.

– Não tem como arrumar alguém que meus pais gostem. – Suspirou Hoseok. – Só se essa pessoa tiver uma pepeka no meio das pernas, né? E eu to longe de pepeka. Inveja de você que tem pais legais. – O garoto mais novo ria sem parar do mais velho.

– Calma, hyung. Você arrumou alguém já, pelo menos?

– Sim... – Respondeu Hoseok, depois de hesitar por um momento.

– E como ele é?

– Ele é muito legal e simpático, e me trata muito bem. – Hoseok mantinha um sorriso bobo no rosto.

– E ele é bonito? – Os olhos de Minhyuk brilhavam de curiosidade.

– Sim! Tão bonito quanto o Taehyung! – Disse Hoseok apontando para o quadro que havia acabado de ganhar.

– Isso é impossível! – Riu o mais novo, jogando um travesseiro no mais velho que já ia revidar, mas foi interrompido por uma ligação.

– Alô. – Disse Hoseok.

Você não vem pra casa? Hobi, acabamos de chegar, eu sei que não se dá bem com o papai, mas... pela mamãe. Eles não param de brigar desde que você saiu. – A voz de Rosé parecia nervosa na ligação.

– Eu vou dormir na casa do Minhyuk, diga a mamãe que volta amanhã de manhã. Tchau. – Desligou sem prolongar mais a conversa.

– Ah, vai dormir aqui? Sério? Não vou deixar você dormir! Vai ter que me falar sobre seu namorado e sobre as coisas de Seul! – Disse Minhyuk, animadamente.

– Por que não vai pra Seul passar o natal comigo? Eu iria adorar!

– Você não vem passar o natal aqui?

– Com o meu pai? Sem chances!

– Eu vou se meus pais deixarem! – Minhyuk abriu seu largo sorriso que era a maior prova de que aqueles dois só podiam mesmo ser da mesma família.

 

Depois dos dias seguidos em que Hoseok tentou ao máximo evitar seu pai, finalmente estava arrumando suas coisas para ir embora novamente, deixando um convite para que sua mãe fosse passar o natal com ele, já que a mulher não tinha culpa nenhuma por seu marido ser um completo idiota.

Hoseok empurrava suas malas até a saída quando viu seu pai conversar animadamente com sua irmã.

– Você é meu orgulho, Roseanne! E por isso, eu passei um tempo juntando uma grana e.... eu vou comprar um carro pra você!

Encostado na parede, do outro lado da sala onde seu pai não podia vê-lo, Hoseok suspirou e lembrou de como seu progenitor sempre negou lhe ensinar a dirigir. De como sempre havia sido uma vergonha para o pai, pelos seus trejeitos, manias e gostos.

Sempre reclamou por Hoseok não ter muitos amigos e passar o dia em casa ajudando sua mãe e sua irmã, reclamava por ele nunca ter tido uma namorada, por não gostar de futebol, por ser tão medroso e sensível.

Sentiu seus olhos úmidos quando lembrou do dia em que o pai entrou no quarto furioso e começou a rasgar todos os seus pôsteres, photocards e quebrar tudo que encontrava de Taehyung e outros K-Idols pela frente enquanto gritava que aquilo tudo era coisa de garota e devia se livrar de tudo aquilo e virar homem de uma vez.

Quando sentiu que não iria mais aguentar e as lágrimas iriam rolar, seu celular vibrou, indicando que uma mensagem havia chegado.

TaeTaeNamoradoDaMinhaVida: Você ainda vai demorar muito? Eu queria te fazer uma visita!

HobiHobi: Não, eu já to saindo, em mais ou menos duas horas eu chego aí. To com saudades.

– É o seu namorado? – Hoseok se assustou ao ouvir a voz da irmã atrás de si.

– Não se mete, Rosé!

– Não seria melhor se você contasse logo a eles que gosta de garotos? – Mais uma vez, Hoseok se surpreendeu com as palavras da irmã.

– Não. – Respondeu de forma fria.

– Mas...

– Mas o que, Rosé? Não se meta nisso. Você é a queridinha do papai, não sabe de nada.

– Eu não seria a queridinha se ele soubesse quem eu sou de verdade. – Disse a garota, logo saindo para esperar Seokjin.

Quando finalmente Seokjin chegou, se despediram de seus pais, Hoseok não largava sua mãe enquanto pedia repetidamente para que fosse passar o natal com ele, mesmo sabendo que provavelmente ela não iria por causa de seu pai. Fez um breve aceno para o homem e entrou no carro, se jogando no banco traseiro.

– E aí, hyung? Como sobreviveu ao seus pais? – Perguntou Hoseok, com tédio, depois de alguns minutos de viagem.

– Ei, meus pais são legais!

– Ah, é, esqueci.

– Na verdade, eles implicaram comigo e ficaram repetindo que eu não devia namorar alguém, só porque viram uma marca no meu pescoço.

– Bem feito, seu safado. – Riu Hoseok.

– E quem deixou essa marca? – Perguntou Rosé.

– Meu boy, né, quem mais seria? – Seokjin estampou seu melhor sorriso.

– Safado, namora e não me conta! – Disse Rosé, batendo no braço do Kim.

– Vou te apresentar ele qualquer dia desses, relaxa. – Disse Seokjin.

– E você, Hobi, quando vai me apresentar seu namorado? – Perguntou a garota.

– Nunca. – Rebateu Hoseok. – Você devia era arrumar um namorado pra você, aí parava de se meter no relacionamento dos outros.

– Eu já teria arrumado se fosse fácil assim. – Suspirou Rosé.

– Mas, noona, você é legal, bonita, inteligente, deve ter sim alguém. – Disse Hoseok, puxando o braço da irmã, só para mostrar que não estava com raiva dela.

– Oww, também... – Rosé foi interrompida pela freada repentina de Jin. – O que foi?

– Um acidente. – Disse Seokjin, apontando para estrada. – Parece que vamos nos atrasar um pouquinho.

Hoseok bufou irritado e pegou seu celular, ficando ainda mais irritado ao perceber que não havia sinal.

 

– Eu acho que eles estão atrasados. – Disse Jimin, checando a hora mais uma vez.

– Quem liga? – Jungkook sentou no colo do Park e puxou seu rosto para beijá-lo.

– Kookie, não! O Hobi pode chegar a qualquer hora!

– Nossa, era só um beijo, como você é malicioso, Jiminnie.

– Idiota. – O Park riu e bateu no braço do namorado. – Você lembrou de limpar a sujeira que fizemos na cozinha, né?

– Só um momentinho. – Disse o mais novo, levantando e indo até a cozinha.

Jimin se encostou no sofá e suspirou, mas foi surpreendido por uma batida na porta, indo atender na mesma hora.

– Oi, Hobi! Seus gatos estão ótimos, mas não vá até a cozinha a.... – Jimin se interrompeu ao notar o rosto confuso de Taehyung.

– O que está fazendo na casa do meu namorado? – Perguntou o cantor, de forma seca.

– Cuidando dos gatos dele, ele que pediu. – Respondeu de forma simples. – Vem cá. – Jimin puxou o mais novo até o quarto de Hoseok e o empurrou para dentro. – Jungkook não sabe que vocês namoram, vai ser esquisito se ele te vir aqui. – Explicou antes de fechar a porta.

Jimin sentou-se novamente e esperou alguns minutos, até que Jungkook terminasse na cozinha e voltasse a sentar ao seu lado.

– Tá tudo bem, Jiminnie? – Perguntou Jungkook, notando o nervosismo do namorado.

– Claro, amor! Eu só...

– Jiminnie! Abra a porta! Eu quero ver meus filhos! – O casal reconheceu a típica voz escandalosa de Hoseok e o Park foi abrir a porta.

Depois de se passarem alguns minutos enquanto se despedia do casal, trazia suas coisas para dentro e acariciava seus gatos, Hoseok finalmente abriu a porta de seu quarto, sentindo seus olhos lacrimejarem depois de lembrar do pai e de que estava sozinho agora e poderia se permitir chorar, mas soltou um grito quando viu Taehyung cochilando feito um bebê em sua cama, abraçado a algo.

O garoto despertou e coçou os olhos, sentindo-se confuso.

– Desculpa, eu te acordei, eu... não sabia que estava aqui. – Disse Hoseok.

– Tudo bem. – Disse Taehyung, sentando-se e escondendo o que segurava atrás de suas costas. – Eu pensei que já tivesse chegado, aí eu vim e o seu amiguinho Jimin me mandou ficar aqui.

– Teve um acidente e a gente acabou se atrasando, eu não tive como te avisar, desculpe.

– Tudo bem.

– O que você tem aí atrás? – Perguntou Hoseok.

– Nada.

– Tae... – Disse Hoseok, se aproximando mais.

– Não é nada! – Taehyung se levantou e começou a correr quando notou que Hoseok tentava lhe pegar, se jogou na cama, puxando o Jung e o fazendo cair por cima dele enquanto riam. O Kim puxou a nuca de Hoseok para que se beijassem e enquanto isso, o universitário puxou o que o mais novo segurava. – Hobi!

– É uma camisa minha? – Perguntou o mais velho, se sentindo confuso.

– Tem o seu cheiro. – Explicou Taehyung, com as bochechas coradas. – Desculpe ter mexido nas suas coisas.

– Você viu minhas cuecas?

– Não.

– Você quer ver?

– Quero.

– É a terceira gaveta.

– Ok. – Taehyung se levantou, mas foi puxado novamente pelo Jung.

– Eu tava brincando, Tae! – Riu Hoseok.

– Droga! Agora vai ter que deixar eu ficar com sua camisa. – Disse o mais novo, pegando a camisa de volta.

– Escolha uma mais bonita, pelo menos.

– Não, eu quero essa.

– Ok, bebezinho.

– Ah, Hobi, sou o seu bebezinho. – Taehyung agarrou o pescoço de Hoseok e lhe deu um beijo na bochecha. – Obrigado.

– É só uma camisa velha, Tae. – Hoseok estava com as bochechas coradas. – Ah, olha o que eu ganhei do meu primo!

Hoseok foi até a sala e voltou com o quadro em mãos, mostrando para o mais novo.

– Que cara bonito. – Disse Taehyung.

– Também acho. – Riu Hoseok. – Minhyuk é um grande fã seu, então, eu queria te pedir um autógrafo pra ele, por favor.

– Claro, Hobi. – Taehyung bateu com a palma da mão do outro lado da cama. – Vem cá, me conta como foi a sua viagem.

– Péssima. – Hoseok se deitou e Taehyung o abraçou, apoiando a cabeça em seu ombro. – Meu pai me odeia porque não sou o macho alfa que ele quer que eu seja. Ele vai dar um carro pra minha irmã, sendo que ele sempre se negou a me ensinar a dirigir.

– Eu sinto muito, Hobi. – Disse Taehyung, apertando Hoseok um pouco mais.

 

Depois daquela ligação, Lisa passou um longo tempo encarando o teto e pensando se realmente devia fazer aquela audição. Chegou à conclusão que devia, mas não contaria nada a ninguém.

Não conseguia entender porque havia chorado tanto depois de ser aceita como trainee de uma das maiores empresas da Coréia, e ainda por cima ser convidada para fazer parte do novo girl group que debutaria dentro de um ano e pouco. Ligou para Hoseok e contou tudo, o fazendo prometer que não contaria nada a ninguém, pelo menos não agora.

Se arrumou cedo no outro dia e foi até a casa de seus pais, lhes avisando que deveriam jantar juntos, pois ela tinha algo muito importante para contar. Sua mãe lhe olhava com reprovação, antes mesmo que ela pudesse dizer algo.

– Pai, mãe, vou ser trainee da Star Hit. – Disse a garota, sem fazer muitas cerimônias.

– Eu sabia que era mais uma das ideias malucas dela! – Disse sua mãe, irritada.

– Lisa, minha filha, você não acha que já basta a gente ter aceito que você fizesse jornalismo? Um curso que não vai te oferecer nada de bom, agora, também quer que deixemos você ser trainee? – Exaltou-se seu pai.

– Isso está totalmente fora de cogitação! – Esbravejou sua mãe.

– Acho que vocês não estão entendendo, eu não estou pedindo permissão a vocês. – Lisa evitava encarar seus progenitores.

– Suba já pro seu quarto e tire essa ideia ridícula da cabeça! – Gritou sua mãe, e a garota fez como ela havia mandado.

Lisa já tinha os olhos inchados de tanto chorar quando concluiu que seus pais já estavam dormindo pesadamente. Deu uma última conferida na casa para ter certeza que havia pegado tudo que a pertencia, arrastou suas malas até a porta da frente e saiu, prometendo a si mesma que não voltaria mais naquela casa enquanto continuasse sendo renegada por seus pais.

No início, seus pais acharam que a garota só havia ido embora mais cedo para seu apartamento em Seul, mas conforme os dias se passavam e Lisa continuava a não manter contato, foram atrás da filha, descobrindo que a garota havia saído de seu apartamento e trancado a faculdade.

Insistiram até conseguiram falar com a filha que respondeu com uma simples mensagem que agora morava em um dormitório da empresa e que não deviam procura-la mais. Crendo que aquilo era apenas uma fase, seus pais se acalmaram e decidiram esperar que Lisa desistisse dessa ideia maluca e voltasse para casa.

Enquanto isso, seus pais eram a última coisa que se passava pela cabeça de Lisa durante seus treinos. Seus pensamentos estavam mais focados na garota de cabelos escuros que lhe sorria e acenava gentilmente do outro lado da sala, avisando que havia apenas vindo vê-la ensaiar.

E Lisa sentia seu coração acelerar sempre que Jisoo dizia aquilo.



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