História Please, save me - Era para ser a manhã perfeita

 P.O.V TAEYUNG
 

Abri meus olhos lentamente, sentindo a claridade me atingir, cegando-me por alguns segundos. Pisquei algumas vezes desconfortável, e tentei focar a minha visão, logo avistando a cena mais adorável de todas. Jungkook dormindo serenamente ao meu lado, com os cabelos desgrenhados e um filete de saliva escorrendo pelos lábios vermelhos. Abri um sorriso bobo, lembrando da tarde/noite passada e acariciei suas bochechas macias, observando todos os chupões em seu corpo exposto. Como eu tive que me controlar para não marcá-lo e transformá-lo no meu ômega. Não que eu não queira, é só que eu estou pensando em fazer algo especial e memorável. Afinal a "mordida" ultrapassa um casamento praticamente.

 

Ele estava tão fofo que eu tive que pegar meu celular e tirar uma foto para guardar aquele momento. Obviamente a guardei no meu álbum "Kookie, e sua fofura suprema", onde eu guardo todas as minhas fotos do menor. Pensando bem, esse nome é tão sem graça. Mudei-o para: "Kookie, coelhinho fofinho, minha princesa dos contos de fada, meu tudo, futuro noivo e sua fofura ultra mega blaster suprema", não me importando de apenas as primeiras palavras aparecerem. Rolei meus olhos por todas as imagens ali presentes, parando na qual ele vestia aquela fantasia de maid maravilhosa. Eu estive curioso como ele ficaria assim travestido, desde o primeiro dia de aula, quando o moreno disse que foi obrigado a se vestir de menina para uma propaganda infantil e realmente eu entendi o motivo! Quer dizer, o corpo dele é um pouco afeminando, mas com aquelas roupas ele parecia totalmente  uma garota. Não que eu seja atraído a mulheres, porém Jungkook vestido de mulher é outra história. É excitante, porque o deixa com um ar ainda mais inocente, além de combinar com a pele clarinha. Será que ele pode usar aquelas peças de novo? Aish, eu tenho que parar de ficar pensando nessas coisas obscenas. Desse jeito, vou me transformar em um pervertido ainda mais pervertido. Balancei minha cabeça de um lado para o outro e afaguei os cabelos negros, percebendo como eram sedosos.
 

– Tae... – o ômega disse baixinho, ainda dormindo.
 

Senti meu coração explodir de fofura e até me esqueci do que estava imaginando segundo atras. Como ele era FOFO! FOFO DEMAIS! Estou morrendo de diabete com tanta doçura... Me segurei para não esmagar aquele serzinho com toda a minha força e  mordi meu dedo indicador com força, controlando meu possível surto. Esperei alguns minutos para controlar meus batimentos cardíacos e me aproximei lentamente, até seu rosto estar a milímetros do meu, juntando brevemente nossos lábios. E como eu me senti realizado apenas com esse toque! Não aguentei, e necessitando de mais contato com aquele ômega perfeito, distribui mais e mais beijinhos pelo seu rosto, o trazendo para mais perto do meu corpo. Ouvi ele soltar alguns murmúrios e não demorou muito para suas pálpebras tremerem, se abrindo logo em seguida. Jungkook deu um bocejo demorado, coçando devagar seus olhos sonolentos e depois percorreu sua visão pelo meu rosto. Um sorriso fofo brotou em seu rosto um pouco amassado, deixando-o ainda mais encantador.
 

– Bom dia, Kookie. – falei, entrelaçando nossas mãos por baixo da coberta.
 

– Bom dia, Tae – respondeu devagar, com a voz um pouco rouca. – Acho melhor nós nos arrumarmos, a aula deve começar daqui a pouco.
 

– Nós ainda temos meia hora. – disse, mostrando o horário no meu celular. – Mas nós não podemos faltar não? Eu queria ficar mais tempo com você.
 

O moreno abriu ainda mais o sorriso, mas agora com as bochechas ruborizadas, se preparando para levantar da cama.
 

–  Eu também queria ficar mais aqui, porém as provas já estão aí Tae, não podemos faltar assim. – falou, ficando de pé com dificuldade, se apoiando na parede.
 

– Acho que você não vai andar bem por um tempinho... – disse, pegando-o no colo e indo em direção ao banheiro.
 

– Também, você me destruiu praticamente. 
 

– Não fale como se você não tivesse gostado. – abri um sorriso malicioso – Além disso eu fiz um ótimo trabalho! Geralmente os cios precisam de mais que uma única vez para passarem.
 

– Ai, graças a deus, aquelas dores estavam insuportáveis. – disse, entrando no box, sendo seguido por mim. – V-você vai tomar banho comigo?
 

– Qual o problema? Não é como se você não tivesse me visto pelado. – falei, rindo da sua expressão envergonhada.
 

– Não faça nada então. – sussurrou, já ensaboando seu corpo. 
 

Passamos um tempo em silêncio, com os meus olhos discretamente percorrerem o corpo do ômega, observando cada gotícula de água escorrendo pela tez molhada.
 

– Eu deixei as suas coxas tão roxas... estão doendo? – perguntei, vendo a situação da pele antes branquinhas como a neve.
 

– Não olhe para elas! 
 

– Isso é um pedido meio difícil... – falei, me aproximando e acariciando-as levemente.
 

– Pervertido. – disse, depois de dar um tapa nas minhas mãos.
 

– Isso doeu, Jungkookie... 
 

– Era para doer mesmo.
 

– Por que você está assim tão agressivo? Eu sei que você não é sempre fofo, mas nem parece o mesmo Jungkook de sempre...
 

Puxei seu queixo delicadamente para cima, forçando-o a me olhar e uni nossas bocas em um breve selar casto.
 

– Me desculpe... acho que são os hormônios, eles estão uma bagunça.
 

– É normal seu comportamento mudar antes, depois e durante os tempos de cio.
 

– Ser ômega é um saco... por que eu não posso ser um alfa como você, Tae?
 

– Se você fosse um alfa, nós não poderíamos ficar juntos. – falei rindo, apertando suas bochechas e vendo as faces irritadas que o outro fazia.
 

– Mas ser ômega é tão chato... – disse, fazendo um biquinho.
 

– Não é chato se você tem um parceiro legal como eu.
 

– Como você?
 

– Vai me dizer que eu não sou legal? – perguntei, fingindo estar chateado.
 

– Você é só um pervertido. – falou, desviado o olhar com um sorriso de lado.
 

– Só um pervertido?
 

– Um pervertido bonito talvez?
 

– O que mais?
 

– Uhm, carinhoso... inteligente... animado e muitas outras características positivas que eu esqueci. – disse, com o típico puxar de lábios fofo em seu rosto.
 

– Aw Kookie. Você. É. Adorável. – falei pausadamente, dando vários beijinhos pelo seu rosto.
 

– Obrigado, mas agora a gente devia sair agora, porque senão a água do mundo vai acabar, hyung.
 

– Claro, claro.
 

Depois desse banho agradável, eu e Jungkook comemos qualquer besteira que tinha naquele quarto (já que não tínhamos mais tempo de tomar café) e nos dirigimos até a sala de aula. Eu o carreguei o trajeto inteiro, mesmo com ele insistindo que conseguia andar sozinho. Até parece, o menor estava mancando mais que uma cabra de três patas. Nós estávamos nos preparando mentalmente para os surtos que os hyungs iam dar, além de todas as piadinhas e insinuações sem graças. E um possível ruivo irritado por ter sido expulso de seu quarto. Ah, qual é? Eu também tive que dormir no quarto do Rapmon, quando ele ficou com o Sugar na época de cio... Direitos iguais, certo?
 

Finalmente tínhamos chegado na frente da classe e mandamos olhares cúmplices antes de abrir a porta. Aquele dia ia ser longo...


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Ou não. 
 

Essa era a manhã perfeita que eu tinha na minha mente quando eu acordasse hoje. Mas quando eu abri meus olhos lentamente, sentindo a claridade me cegar por alguns segundos, eu não estava meia hora adiantado e depois de olhar ao meu redor, não tomei banho ou comi qualquer coisa, muito menos senti vontade de ir para a aula, mesmo com as provas já acontecendo. Porque quando eu me dei conta que estava sozinho naquela cama e  a pessoa que mais queria ver naquele momento não estava do meu lado, tudo ao meu redor não fazia mais sentido. Principalmente aquele bilhete, com uma caligrafia apressada em uma folha de papel rasgada de qualquer jeito.


"Tae, eu queria muito acordar do seu lado, mas aconteceu um imprevisto e eu tive que voltar para casa. Parece que vou ter aulas particulares agora... Eu sei que isso pode soar estranho, mas eu queria que você esquecesse tudo que nós passamos, tudo que eu falei, esquece... me esquece. Acho que no fim, eu fiquei com você só por causa do cio mesmo...


Jungkook"
 

E como doeu, doeu mais que uma facada, mais do que quebrar as costelas. Doeu, doeu muito... principalmente porque eu sabia que cada palavra escrita ali era a mais pura mentira e eu não consegui protegê-lo como eu tinha prometido. A raiva foi tão grande, que eu soquei a parede ao meu lado com força, sentindo um pouco de sangue escorrer pelos meus dedos. E vocês sabem o porquê de eu ter tanta certeza? A tinta estava borrada, muito borrada, além das letras estarem tortas e fora da linha. Ele estava chorando quando resolveu escrever aquele bilhete... ou será que ele o anotou contra a sua vontade?