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História Please, save me tonight - Lie


Escrita por: Bl4cklight

Notas do Autor


Eu vou acabar fazendo uma outra conta só pra postar OS.

Capítulo 1 - Lie


Fanfic / Fanfiction Please, save me tonight - Lie

Gomawo naega naige haejwoseo.
(Obrigado por fazer isso por mim)

O choro de Jimin era tão compulsivo naquele horário que logo alguém acharia que algo péssimo estava acontecendo. Ele estava tão, tão cansado que poderia desmaiar em qualquer momento por exaustão. Não sabia ao certo quantas horas estava naquela mesma posição. Em pé, em frente a janela e com os braços apoiados na parede. O choro começou trinta minutos depois que ele entrou no quarto. Era provavelmente a única coisa que conseguia se lembrar naquele momento. Seus pais obviamente não estavam em casa e logo seus amigos iriam perceber sua ausência. Em meio ao choro, Jimin se permitiu sorrir; mas logo o choro piorou e a única coisa que pôde fazer foi sentir seu corpo tombar no chão. Chegaria ao seu limite e não era nem cinco horas da manhã, ainda. Estava tão cansado! O que ele mais gostaria de fazer naquele momento era voltar para os bons tempos de sua vida. O momento mais lindo de sua vida. Quando tudo era extremamente fácil e nada o atormentava tanto. E ele não tinha se cansado de si; onde tudo era sossegado. 

O som de seu próprio corpo caindo com toda força no chão o acordou da pequena tontura que estava sentindo. Os olhos embraçados e turvos não estavam ajudando em nada e Jimin se perguntou se deveria desistir e ir dormir. Não é como se fosse uma opção, aliás. Não demoraria muito para que ele ficasse desacordado involuntariamente. 

Antes que pudesse tentar se mexer, escutou seu celular tocando na mesinha do outro lado do cômodo. Levantou e sem nenhum ânimo foi até o aparelho. O número era desconhecido, Jimin deu um pequeno sorriso — em meio ao choro — e logo atendeu o celular. 

— Moshi moshi  — falou, tentando ao máximo controlar suas lágrimas. 

— Mini? — era a voz de Namjoon, abatida.

— Moni! 'Tá tudo bem? Você nunca me liga. 

A voz de Jimin denunciava claramente suas lágrimas grossas, mesmo que o loiro tentasse a todo custo manter a calma. Mas, de qualquer forma, Jimin não iria esconder alguma coisa de seu amigo. Suas vidas eram tão fodidas que eles sabiam que tinham outras seis pessoas que o entenderiam, dependendo do que fosse.  

— Desculpa, Mini. Vou te ligar todos os dias agora — sorriu pequeno. — Eu quero você aqui

O tom de Namjoon foi o mais doce possível, mas era como se seu tom fosse autoritário. Jimin iria imediatamente. 

— Quer que a gente te busque? — o mais velho perguntou. 

— Estou afim de ir sozinho. Lugar de sempre?

— Lugar de sempre!

Jimin saiu como um furacão de sua casa assim que a ligação terminou. O celular ficou jogado no chão e a porta do apartamento aos pedaços, fechada de mal jeito. Eles precisavam de si. Ele precisava deles. 

O caminho até o ponto de ônibus foi longo e Jimin não sabia se iria conseguir chegar até lá em perfeitas condições. Estava exausto e todos poderiam ver isso claramente. Obviamente seus amigos não sabiam o tempo que estava sem dormir. Nem poderiam! Tudo tinha virado uma bagunça nesse tempo e, se perdessem mais alguém, com certeza os outros não iriam aguentar por muito tempo. 

Pensar nisso o dava dores no corpo todo. Dores no peito. Dores na cabeça. Dores na alma. 

A última camada de seu inconsciente se machucava toda. 

Seu âmago se quebrava. 

Seu peito apertava. 

Seu coração parava. 

Quando Jimin sentiu as lágrimas voltarem, repetiu algumas cem vezes a frase: "por favor, Jin, não faz isso, por favor".

Jimin e os outros acreditavam seriamente que Seokjin os protegia em algum segundo plano. Que Seokjin era o anjo de todos eles. Seokjin era o irmão, o anjo, o protetor, a omma. Sempre que precisavam de alguma coisa, pedia á Seokjin que os ajudasse, e sorriam com isso. Porque de fato, sempre conseguiam o que queriam. Graças a Seokjin!

Quando pegou o ônibus, sentou no último banco e, por um minuto, sentiu falta do celular. Iria ficar bons vinte minutos sem fazer nada além de pensar. Pensar não estava o ajudando muito, na verdade. Preferiu ficar em pé. Iria se preocupar em ficar equilibrado. Não iria pensar. Não iria dormir. 

Desceu em seu ponto, o que ficava perto da ponte e rumou para debaixo da mesma. As ruas estavam tão desertas e Jimin agradeceu a Seokjin por poder ver o céu tão estrelado — já que eram 3:55 a.m e a cidade inteira estava dormindo. Sorriu largamente quando escutou gritos vindos de um canto específico ao lado daquela água toda. Correu para abraçar seus hyungs que estavam ali e quase foi jogado na água por ter demorado. Gargalhou tanto com as reclamações dos garotos que se esqueceu de seu sono. Poderia pular de felicidade. Jimin aprovou o visual novo que seus hyungs apresentavam. Hoseok um pouco mais loiro, Yoongi tinha tirado o verde, Namjoon voltou para o loiro e Taehyung estava sem as mechas verdes. Não se desgrudou nenhum momento de Hoseok que sentia tanta falta. Seu melhor amigo! Aliás, sentia falta de todos eles e podia jurar que os guardaria em um potinho se pudesse. 

Quando um carro buzinou umas três vezes e os outros chamaram Jimin para ir até o carro, o loiro estranhou. Aquele carro era conhecido e ele não queria tristes lembranças com um carro do mesmo modelo que aquele, da mesma cor... 

Estranhou. 

Seria possível? 

Correu atrás de seus hyungs e, quando o motorista abriu a porta do motorista, Jimin teve um mini ataque cardíaco. Correu para os braços do mais velho que sorria radiante e se perguntou se aquilo era uma brincadeirinha de mau gosto. 

— Pelo amor de Kim Seokjin, me fala que vocês não estão brincando! — Jimin pediu, não largando o moreno em sua frente.

Seus hyungs disseram que sim, aquele era o Jin. 

— Como? — perguntou. 

— Os céus nos fizeram um puta favor essa noite. Sem perguntas, please! — Yoongi disse. 

Jimin confiava em seus hyungs. Após Seokjin dizer que teriam tempo pra explicar isso mais tarde, Jimin entrou na capota do carro enquanto Namjoon ia para o passageiro e os outros três o acompanhavam. Não sabia onde iriam, mas, iriam. Juntos!

Quando Jimin ficou em pé com o carro ainda em movimento, para se sentir o ar, quase viu Jin atropelar um garoto de capuz. 

Seu coração parou, conhecia aquele capuz. Eles devem me explicar muitas coisa.

Obviamente era Jungkook. Ficou sem respirar quando o moreno foi em direção a capota com um sorriso exorbitante na boca pequena. Jimin o encarou e continuou mesmo quando Jungkook passou a encará-lo com ar engraçado. 

— Palhaço! Para de me olhar, eu tenho vergonha — o moreno disse. 

A voz. Era a mesma e Jimin se agarrou no garoto imediatamente, sentindo só naquele momento que o carro passara a andar. Escutou Hoseok dizendo "fiquem agarrados que aqui tem pouco espaço" e nem se importar em retrucar. A maravilhava que era seu namorado estava ali e não tinha hora melhor para o mesmo aparecer. 

Não queria respostas. Não naquele momento, pelo menos. Aquela seria o melhor dia de sua vida e ele não iria se preocupar com perguntas e respostas. Estava em mãos tão boas que esquecia que algo estava errado. 

Beijou Jungkook ali mesmo e nem se importou com a reclamação dos outros três. Precisava sentir o outro mais do que nunca e, ah... tudo parecia tão certo. 

Contentou-se no quinto beijo e passou a apenas abraçar Jungkook enquanto olhava para os semblantes desgostosos de seus hyungs. Nem mesmo dormiu. 

Quando chegaram em um lugar deserto, Jimin se perguntou como que iriam transformar aquele lugar vazio em algo vívido. Quando Seokjin e Namjoon começaram a tirar uma sacola gigante de dentro do carro e algumas latas de tinta de diversas cores, Jimin sorriu largo enquanto segurava a mão de Jungkook. Correu até a sacola, dando um beijo estalado nas bochechas de Seokjin e Namjoon — sendo seguido pelos outros, que fizeram os mesmo — e achou sete tipos diferentes de pincel grandes e muitos fogos de artifício. Sorriu mais largo ainda, se fosse possível. Pegou na mão vaga de Jungkook. molhou o pincel em uma lata da cor azul, enquanto seu namorado escolheu a cor vermelha. Juntos, jogaram a tinta do pincel nos outros cinco que estavam em rodinha ainda escolhendo seus pincéis. E assim, começou uma guerra de tinta. 

Havia tinta para todos os lados e aquele campo vazio e monótono agora se encontrava colorido e cheio de risadas. Namjoon e o Tae foram pegar uma bola de futebol e comida dentro do carro, enquanto Hoseok, Jin e Yoongi preparavam os fogos de artifício, já que estava perto de amanhecer. Jimin e Jungkook ainda jogavam tinta um no outro. Foi bem espontâneo a forma como ambos pararam na mesma hora para se encararem. Foi mais espontâneo ainda quando ambas as bocas correram em direção a outra e um beijo afobado começou. Sorriram travessos ao perceber que ainda tinham aquela combinação e, sem desgrudar as bocas, foram em direção ao carro. Namjoon e Taehyung já estavam voltando em direção aos outros enquanto os mais novos corriam para o carro. Subiram na capota e foi bastante rápido a pausa para respirar. Rapidamente, suas bocas saciavam-se uma na outra. 

Jungkook tirou a blusa de Jimin tão rápido que o outro sorriu pela pressa que o namorado tinha. Era quase sempre assim, afinal. Deixou que o moreno aproveitasse de seu corpo por um tempo até que voltasse a judiar da boca do mesmo. Os barulhos dos fogos foram escutados bem perto dos garotos e eles aproveitaram para rapidamente ver a cena maravilhosa do céu amanhecendo colorido. Jungkook não deixou que Jimin desfrutasse da visão por muito tempo. Preparava-se para tirar a calça do mais velho. O outro apenas sorriu. 

O baque na cabeça que Jimin sentiu não foi devido ao espaço ser pequeno e de longe seria culpa do Jeon. Estranhou que o lugar duro que estava deitado não era tão apertado como a capota do carro de Seokjin e estranhou ainda mais estar tão gelado. Abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi o teto de seu quarto. 

Uma ansiedade gritante apossou-se de si. Se levantou rapidamente vendo que alguma parte do teto tinha caído em sua cabeça e foi direto procurar seu celular. Este que estava em cima de uma mesinha. Sem nenhuma ligação nos registros. 

Ficou sufocado. 

Ligou para um número ainda salvo com o nome "Kook" e não houve nenhum retorno. Nem de Jungkook, nem de Seokjin, nem de Namjoon. Pediu baixinho que aquilo fosse um sonho e não o que tinha passado a momentos atrás. 

Por Seokjin!

Chorou como um inferno após alguns minutos o olhando o nada. Aquilo tinha sido um maldito sonho sem graça. 

Rumou para o banheiro com o intuito de tomar um banho pra refrescar as ideias. Por isso não dormir. Sempre aqueles sonhos sem graça. Sempre aquele mesmo sofrimento de entender que eles não estavam mais ali. 

Yoongi se suicidou. Hoseok está internado. Taehyung está preso. Namjoon não atende nossas ligações. 

Jungkook está morto, Jimin. Ele não vai voltar pra você, nunca. 

Se fosse possível, Jimin ficaria desidratado em um dia de tanto chorar. Entrou na banheira cheia ainda de roupa e pegou uma foto "ridícula" que tinha em seu bolso e não tirava dali pra nada. Olhou as seis pessoas em frente ao mar, ao lado de um carro. 

Sorriu fracassado. As partes dos sonhos rondavam em sua mente. Algo tão vivido. Tão inexplicavelmente bom. Tão mentira. O corpo de Jungkook. O sorriso que sentia falta. A voz calma. Tudo que ele não tinha e precisava. Precisava tanto do amor de Jungkook para não cair. Aquelas memórias sobre o sonho seriam suas memórias finais e ficou agradecido.  

 

Fechou os olhos. 

Yoongi, por que você se matou? 

Respirou fundo. 

Hoseok, por que quer estar doente?

Deixou a foto cair de sua mão para fora da banheira. 

Seokjin, você prometeu cuidar do Jungkook.

Deitou-se confortável. 

Tae, você aguenta sozinho? 

Sentiu a água em sua boca. 

Namjoon, atende o Tae quando ele precisar? 

Sufocou-se. 

Me dê sua mão, Jungkook. 

 

 

 



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