História Please, save me tonight! Imagine Kim Taehyung - Capítulo 2

As paredes brancas daquela sala me davam tédio. Era tudo tão monótono.

 

E o que dizer do cheiro? Só mais um daqueles aromas do papel que revestia minha minha cadeira nada macia!

A enfermaria definitivamente era a mesma de antes: Deprimente e tediosa.

 

Minha mão já estava começando a doer com o gelo que segurava a altura de minhas bochechas. Eu realmente já não sentia meus dedos direito. 

 

Ter levado aquela bolada na educação física foi bom, em partes. Agora a vermelhidão do tapa de minha mãe se confundia com a da marca da bola, e eu já não teria que me preocupar em esconder de qualquer pessoa que decidisse olhar para mim! 

 

Mas isso definitivamente não compensava a dor que senti. E também não compensava o momento em que fiquei completamente abobada quando Taehyung veio me "socorrer". Além de não conseguir pronunciar uma palavra ao pedido de desculpas dele, eu não consegui sair do chão quando ele estendeu sua mão para que eu levantasse. 

 

Ele não entendeu direito o que estava acontecendo e provavelmente agora ele estaria pensado que eu estava com raiva pela bolada, não querendo suas desculpas e o cacete a quatro.

 

Mas seria melhor assim. Talvez ele não falasse mais comigo e eu não ficasse tonta só pela sua aproximação.

 

Eu estava convencida de que seria melhor...

 

–Com licença! - disse uma das enfermeiras adentrando a sala em que eu estava. –Você já pode voltar para sua sala, a bolada não foi nada grave.

 

A mulher de cabelos soltos escuros na minha frente parecia impaciente, ela certamente teria mais coisa para fazer e minha presença ali certamente estava atrapalhando. 

 

Assim que ela terminou sua frase, tratei de lhe entregar o gelo revestido por um pano e ir em direção ao vestiário, onde trocaria de roupa e pegaria minha mochila e meu horário para a próxima aula.

 

 

 

 

***

 

 

 

 

–Você está bem? Seu rosto parou de doer? – Pagie me perguntava na aula de física. Pergunta essa já pronunciada várias vezes por várias pessoas até agora. Como se as tais realmente de preocupassem. 

 

Fiz que sim com a cabeça e voltei minha atenção ao professor que já nos olhava como uma cara nada boa.

 

Em meio a sua explicação eu olhei várias vezes ao redor da sala para ver se o encontrava ali.

 

De fato Kim Taehyung não fazia esta aula junto comigo.

 

Senti um certo....... Alívio? 

 

Não.

 

Definitivamente aquilo não era alívio!

 

Eu já havia sentido isso várias vezes em minha vida por vários garotos. Essa sensação de ficar abobada quando se aproximam.  E sempre quebrei a cara. 

 

Era sempre assim. Eu via um rosto bonitinho e fofo e já me derretia. Ainda mais quando de trata de asiáticos, tenho que confessar que tenho mais atração por eles do que pelos os ocidentais... Eu poderia chamar isso de preferência? Fetiche? Não sei.

 

O fato era que ele era mais bonito que a maioria dos meninos ali e aquilo me chamava atenção. Seu olhos, seus cabelos lisos e aparentemente super macios já davam gosto só de olhar! E o  que dizer de sua pele invejada por qualquer garota?

 

Esses asiáticos e suas peles perfeitas......

 

–S/N, pode repetir o que eu acabei de dizer? - o professor me olhava, assim como o restante da sala.

 

–Hmm? - Foi tudo o que consegui dizer.

 

–Parece que a bolada afetou o raciocínio dela! –  um dos jogadores do time de futebol da escola falou, fazendo todos ali rirem, menos Pagie e o professor. 

 

Eu olhei para ele como cara de quem não gostou nada daquilo. Ao ver que eu o encarava ele me mandou um beijo e disse logo depois: 

 

–Continuou linda mesmo com a cara vermelha! – E depois me olhou com cara de que queria me ver pelada.

Esse jogadores não perdiam chance de dar em cima de qualquer garota bonita que passasse em sua frente.

 

O professor por sua vez que iria falar alguma coisa, foi interrompido pelo sinal do fim da aula. Todos começaram a sair! 

 

O menino que havia me "elogiado" passou por mim, pude sentir seu perfume, era realmente muito bom. Quando estava passando pela porta ele parou de uma vez só, me olhou dos pés a cabeça e piscou para mim logo depois.

 

Se ele era bonito? Até que era. Sua roupa deixava seus músculos bem evidentes.

 

Se ele chegava aos pés de Taehyung? Definitivamente não.

 

Peguei minha mochila e fui em direção a porta. Ao sair da sala me esbarro em alguém que estava bem do lado da porta. É falar, ou melhor, pensar, que ele aparece.

 

–Me desculpe. - Eu disse a ele aparentemente desconfortável e vermelha. Ao esbarrar nele, pude sentir seu peitoral forte, o que me fez derreter como manteiga.

 

–Não foi nada. – Sua voz grossa e grave era realmente atraente, assim como tudo nele. POR QUE FICO TÃO ATRAÍDA POR ASIÁTICOS?

 

Já não basta eu ter me apaixonado pelo meu vizinho TAMBÉM COREANO e ter levado um fora depois de roubar um beijo em seu aniversário. FAZER O QUE? MEU PAI TINHA ACABADO DE VIAJAR PARA A IRLANDA COM UMA MULHER QUE EU NEM SEI O NOME! Minhas emoções estavam descontroladas, eu estava carente e acima de tudo já queria me declarar já fazia um tempo. 

 

Jung Hoseok nunca havia me visto chorar. Até hoje ele tenta me consolar como se eu ainda não tivesse superado aquele dia e ainda o amasse.

 

Hoje posso dizer com toda certeza que não restou nada do amor platônico que tinha por ele.

 

–S/N? - Taehyung me chamou de volta a vida, de volta ao planeta Terra.

 

–Hmm? –Sério? Eu não consigo dizer uma coisa mais decente não?

 

–Você ouviu o que eu falei? Eu te pedi desculpas pela bolada que te dei.

 

–Você já havia me pedido desculpas Taehyung. Bem do jeito asiático fofo demonstrando respeito... 

 

–Jeito asiático fofo? – Ele repetiu dando uma risada tímida e fofa. 

 

Consegui não ficar mais vermelha do que já estava, o que foi um sacrifício. Jeito fofo asiático? O que eu estava falando? Como tive coragem para falar isso?

 

–Na verdade não precisa me pedir desculpas. Você não fez por querer! – Eu dizia sem olhar em seus olhos.

 

–Eu realmente não gosto de machucar as pessoas, princialmente meninas!

 

–Não tem nada. - Eu fitava o chão. Naquele momento ele parecia bem interessante.

 

–Você é bem tímida né? Nunca vi você me olhando nos olhos por mais de dois segundos!

 

No mesmo instante arregalei os olhos.   Não sabia o que responder, não sabia nem se o certo era falar alguma coisa. Sendo como sou era capaz de sair alguma merda da minha boca.

 

–Oppa! – alguém chamou com uma voz incrivelmente fofa! –Vamos!

 

Uma menina baixa de cabelos bem escuros e lisos estava parada perto da porta de saída. Ela era bem pálida e de uma aparência fofa, mas sua expressão não era das melhores. Kim Taehyung se despediu de mim e foi em direção a sua...... Irmã? Namorada? Amiga?

 

Enfim, isso não deveria me importar. Eu deveria me preocupar mesmo com  o que eu falaria com minha mãe assim que chegasse em casa.

 

Digamos que minha reação de sair correndo deixando ela gritando meu nome não foi das melhores. Ela certamente está com vontade de me dar outro tapa neste exato momento!

 

Fui em direção a saída. Ao passar pela porta pude ver o carro de minha mãe estacionado perto de um ponto de ônibus que havia ali. Ela olhava nervosamente para a tela de seu celular, provavelmente ela não estaria ali há muito tempo.

 

Ele tomou um susto ao momento em que entrei no carro de maneira brusca mas logo se acalmou ao ver que me encolhi no banco ao seu lado abraçando minha mochila. 

 

Ela não disse uma palavra, só arrancou com o carro. Eu me perguntava se ela estava brava, chateada ou indiferente.

 

***

 

No caminho de volta para casa, eu só pude escutar a voz dela sendo dirigida a pessoa a qual ela conversava ao telefone. Mesmo pondo em risco nossas vidas eu agradeci por ela ter esta ligação para ocupa - la. Ela só me deu um tchau quando eu saí do carro e fui em direção a porta de entrada da casa.

 

Isso era estranho.

 

Muito estranho.

 

Conhecendo como a conheço, ela não deixaria de me dar uma bronca quando pudesse. Ainda mais quando a deixo falando sozinha.

 

Quando fui abrir a porta, percebi que a mesma estava destrancada. Ou minha mãe havia esquecido de tranca - lá ou eu estaria entrando em uma casa provavelmente com ladrões esperando para me render.

 

Silêncio.

 

Definitivamente não tinha ninguém no andar de baixo.

 

Subi as escadas lentamente ainda meio desconfiada. Mas depois resolvi deixar para lá.

 

Tudo que eu queria agora era colocar uma roupa confortável e dormir o resto da tarde.

 

Ao entrar apressadamente em meu quarto, sou interrompida por uma mão colocada em meu ombro de forma um pouco delicada. 

 

Tive medo.

 

O que eu vi definitivamente era pior do que um ladrão.

 

Meu padrasto estava parado em minha frente.

 

Meu pesadelo começou quando ele trancou a porta atrás de si.