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História Poderes - Primeira divisão


Escrita por: Vi_Granger

Capítulo 8 - Primeira divisão


Fanfic / Fanfiction Poderes - Primeira divisão

 

O Leonardo me levou para um corredor afastado, eu estava tentando memorizar o caminho. Passamos por algumas salas de aula e pelo que parecia ser a cozinha, e depois de andar mais um pouco, nos deparamos com um corredor estreito e sem saída, paramos na última porta.

- Chegamos – Ele disse abrindo a porta.

O quarto era pequeno e sem graça. A cor do quarto era bege, minha mãe costumava dizer que era a pior cor do mundo, eu sinceramente concordo. No meu quarto só havia uma cama de solteiro, um pequeno armário ao lado, acho que devia servir de guarda-roupa, e um pequeno banheiro com uma privada, uma pia e um chuveiro. Ao menos estava limpo.

- Bem... aconchegante. – Eu disse me sentando na cama dura.

- Eu não imaginava que esse seria o quarto. – Ele disse olhando ao redor tão impressionado quanto eu. – Eu sinto muito.

- Tudo bem. Eu me sinto bem-vinda. – Ironizei

- Isso é seu. – Ele disse me entregando uma pequena mala pesada, eu não havia percebido que ele carregava desde então. Eu coloquei a mala no chão sem me preocupar com o que havia dentro. Estava determinada a não agradecer, era culpa dele eu estar presa aqui. – Eu já vou indo. Ai dentro tem o horário das aulas eu sugiro que não falte. – Ele disse saindo e finalmente me deixando sozinha.

Me deitei na cama e comecei a chorar. Acabei caindo no sono, e quando por fim me acordei senti a curiosidade de saber o que havia na mala. O Leo havia me comprado, havia roupas de marcas conhecidas, não sei como ele acertou bem minhas medidas. Havia brincos para minhas orelhas que nem ao menos eram furadas. Também, esmaltes e maquiagem, não acredito que ele pense que eu sou tão fútil para precisar dessas coisas ridículas. Vi mais roupas e dois sapatos, e tudo que eu precisava de material escolar. No fundo da mala encontrei dois livros, os miseráveis e lugar secreto. Nisso ele havia acertado, eu adoro ler.

Olhei o horário das aulas, a primeira seria em algumas horas, aula de história potencial. Eu não tinha ideia do que se tratava essa aula. Entretanto, eu nunca gostei de história e algo me dizia que eu não iria gostar dessa também.

Tomei um banho gelado e me vesti com as novas roupas que havia ganhado, saí do quarto e caminhei pela primeira divisão a procura da classe de história potencial. Finalmente achei uma sala com o nome escrito acima da porta:

História da primeira divisão

Resolvi entrar, lá dento não havia um quadro, nem cadeiras, nem um professor dando aula, nem mesmo alunos. Era uma sala longa com aparência de museu. Com vários quadros e objetos espalhados. Os quadros possuíam nomes em sua margem:

Richard Stay – “ Nenhum trabalho é em vão se for feito com dedicação”

João Paulo Stay – “ A primeira divisão é uma conquista pautada em muitas vitórias”

J. Paulo II Stay – “ Todos nós somos campeões”

...

- O que faz aqui? – Escutei uma voz feminina atrás de mim.

- Me desculpe, acho que estou perdida ...

- Deveria estar em sala de aula – A mulher alta e bonita, de longos cabelos negros e olhos azuis me disse com severidade. – Essa ala não está aberta para os estudantes, vá já para a aula.

- Me desculpe- Eu disse indo em direção a porta. – Sabe ao menos me informar onde...

- Já para a aula! – Ela disse sem me olhar. Não sei qual o problema dela, como pode tratar as pessoas assim? Por acaso se acha superior?

Continuei a andar pelos corredores e finalmente achei a porta que dizia “história potencial”

Entrei na sala e senti vários olhos me observando.

- Deseja algo senhorita? – O professor de cabelos despenteados e olhos esbugalhados perguntou.

- Aula de história potencial? – Perguntei com vergonha e sentindo meu rosto queimar.

- Sim. Tem uma banca vaga lá atrás, pode entrar. – Ele disse sorrindo.

- Obrigada. – Eu disse indo até a banca vaga. Quando coloquei minha bolsa na banca, ela acabou se abrindo e derrubando meus materiais no chão, todos os olhos se voltaram pra mim, a garota que estava ao meu lado se levantou para me ajudar a recolher tudo.

- Como eu estava dizendo, eu me chamo Lookan, serei seu professor por todo o semestre. Costumo dizer que minha aula é a mais importante dentre todas do seu primeiro ano...

- Obrigada – Eu disse assim que conseguimos recolher tudo. – Me chamo Jasmim Blanco.

- Rafaela Trumman. – Ela disse com um sorriso carismático. A Rafaela tinha um olhar muito chamativo e encantador. Seus olhos eram azuis cristais, seu rosto era incrivelmente bem feito, exceto por algumas marquinhas das sardas e os seus cabelos eram loiros que caiam em uma trança até o busto. Seus olhos encantadores estavam um pouco ocultos atrás de uns óculos com lentes grossas, tenho certeza que ela não deve enxergar nada sem eles. – aposto que você é a garota da segunda divisão? – Ela perguntou baixinho ainda olhando para o professor.

- Pelo visto as notícias correm aqui.- Eu disse, assim como ela, disfarçadamente.

- Sou uma Trumman. Filha de Judy e Tiago Trumman. Os editores dos jornais, sei de tudo que acontece na cidade potencial. - não pude deixar de ter medo pela informação vazada. - não se preocupe, não pretendo vazar a informação. Poucas pessoas sabem disso, é melhor assim.

Olhei ao redor e todos pareciam ter a mesma fachetaria de idade. Provavelmente dezoito anos. Pelo curto momento na aula, percebi que era o primeiro ano de preparatório deles. Aprendi na segunda divisão que as aulas oficiais só se iniciam aos dezessete anos, quando se está prestes a completar dezoito, para o uso da dracma, onde todos os seus poderes estariam em seu auge, e seriam eternizados em seus corpos.

Pude ver o Leonardo sentado na primeira fileira, quando o encontrei os seus olhos também se encontraram com os meus, ele deu um sorriso, eu apenas voltei minha atenção ao professor.

- Os historiadores acreditam que a primeira aparição potencial foi iniciada no séc. XV. A lenda do casal das dracmas se encaixam perfeitamente nesse período. Creio que todos conhecem a história. – O professor disse e todos acenaram afirmativamente com a cabeça, até mesmo eu a conhecia. – Acreditamos que a maior habilidade de todas é o amor, afinal foi o que fundamentou toda nossa história. – Ouvi alguns murmúrios e risos.

- Desculpe professor, mas isso não é contraditório? – Um garoto disse levantando a mão, com um sorriso debochado. – Afinal, o casal das dracmas se amaram tanto quanto amamos a segunda divisão. – Mais uma explosão de risos.

- Muito obrigado pelo seu ponto de vista, Sr. Campos. – O professor disse sorrindo junto com a turma. – Mas pense bem, tudo se iniciou com o amor.

- Então você é a favor da união? – O garoto perguntou e todos olharam para o professor.

- É claro que não, não me intérprete mal. – Ele disse rápido, como se estivesse preste a cometer um sacrilégio. – Estou aqui para informar sobre o passado, os acertos e os erros, principalmente os erros para que não voltem a ser cometidos no futuro. – Ele disse olhando para o garoto.

A aula foi pautada pela lenda do casal das dracmas. Saímos da sala e resolvi seguir a turma até aproxima aula.

- O que achou da aula? – Rafaela me perguntou.

- Já havia ouvido falar sobre a lenda

-E vamos ouvir mais mil vezes. – Ela disse enquanto eu olhava o Leonardo, ele estava ao lado de uma garota de cabelos ondulados longos e castanhos escuros, com uma maquiagem caprichada. Pelo visto ele gosta de garotas fúteis. – Quem está olhando?

- Ninguém. – Eu disse tentando afastar o olhar.

- Leonardo Jackman, você o conhece?

- Mais ou menos, ele me trouxe pra cá. – Eu disse ainda o olhando.

- Então está com raiva dele? – Ela disse tentando entender a situação.

- Eu não sei o que sentir. – Eu admiti. – De certo modo, ele quis me ajudar.

- Ele parece ser uma boa pessoa, só tem um péssimo gosto pra mulheres. Está saindo com a Suellen – Ela disse apontando para a garota que agora conversava com o Leonardo e com o Campos. – Ela colou nele desde que descobriu sobre a família dele.

- Por que ele é filho do diretor? – Perguntei. Pelo que eu percebi em pouco tempo, os diretores eram como celebridades, respeitados como reis, acima deles só o ministério.

- Também, ele é adotado, os pais verdadeiros eram donos de uma empresa multimilionária de aparelhos tecnológicos, ele herdou tudo.

- Os pais dele estão mortos? – Perguntei ainda olhando para o Leonardo, ele estava sorrindo junto aos amigos

- Sim, foi adotado aos dois anos, ainda um bebê, depois que os pais morreram, foi uma fatalidade. Desde então vive com a família Jackman, acho que ele nasceu para a grandeza, teve muita sorte. – Ela disse mexendo na trança.

- Não diga isso, você não sabe o que é viver sem sua família.

- Vai dizer que é órfã?

-Não, mas imagino que deve ser muito ruim. – Eu disse entrando na próxima sala.- Como sabe de tanta coisa?

– ser herdeira do Diário da capital potencial te garante certas vantagens.

- Capital potencial? – Eu já havia escutado esse nome me algum lugar.

- De onde você veio? Marte? – Ela perguntou sorrindo. – Toda a primeira divisão, a segunda, o ministério, a cidade, até mesmo o Carcel, tudo isso é a capital potencial. Toda área livre de aníschyros no país. – Ela disse como se estivesse ensinando a um cão. Eu fingi que já sabia. – Os meus país são os editores chefes do principal jornal. Por isso sei de tanta coisa, pretendo entrar nos negócios da família quando me formar.

- Entendi. – Ela finalmente parou de tagarelar quando a aula começou. Ao final da aula fomos ao quarto da Rafaela, que agora parecia ser minha nova amiga, para deixar a bolsa e seguirmos para o almoço.

- Seu quarto é incrível. – Eu disse me deparando com um dos quartos mais luxuosos que eu havia visto.

- Obrigada. Tenho montado tudo desde que tinha 14 anos, sonho com minha vida na divisão desde pequena, não vejo a hora de usar a dracma. – Ela disse sorridente.

- Quantos anos você tem?

- 17. Assim como todos.

- Eu tenho quase isso, 15 –Eu disse sorrindo.

- E como veio parar aqui? 

Acabei contando a ela sobre como eu vim parar aqui,  visto que ela já sabia de parte da história, exceto a parte de que eu passei toda a minha vida como uma aníschyro.

- Não se preocupe, no final tudo dará certo. – Ela disse me dando um abraço assim que eu terminei de falar. O abraço foi sincero, sem interesses. Nunca tive amigas, mas algo me ligava a Rafa, e não havia motivos para me afastar.- Acho que é melhor você dizer aos outros que tem 17 anos, como todo mundo, é mais seguro. Eu não tenho preconceito, sabe? Mas as pessoas ... bom!



Fomos a ala da cantina, para a minha primeira refeição na primeira divisão.

- Ótimo, hoje tem pizza! – Ela disse feliz.

Recolhemos nossa comida e estávamos indo a uma mesa vazia, até que escutei alguém chamar meu nome.

- Jasmim! – O Leonardo me chamou com um sorriso nos lábios. – Porque vocês duas não se juntam a nós. – Ele disse na mesa com a sua namorada e o Campos.

- Vamos. – A Rafa disse quando eu estava prestes a negar.

- Diego Campos. – O garoto ao lado do Leonardo estendeu a mão para me cumprimentar.

- Jasmim Blanco – Eu disse. – E essa é a Rafa...

- Já sabemos. – Os três disseram em uníssono.

- Imagino que sim, minha família é muito famosa. – A Rafa disse.

- E mentirosa, tudo que disseram sobre minha família na última edição não passa de calunias. – A Suellen disse.

- Sabemos que é verdade. – A Rafa disse.

- Vamos mudar de assunto. – O Leo propôs.

- Então... Jasmim, o que sua família faz? – O Diego perguntou. O Leonardo me olhou preocupado.

- A Jasmim é minha prima distante. – A Rafa disse rapidamente – Trabalham no jornal, são editores. – Eu fiquei feliz por ela ter mentido, se a notícia se espalhasse que eu  não era da primeira divisão, tenho certeza que seria tratada como um lixo.

- Ótimo! – A Suellen disse revirando os olhos.

- E o que a sua família faz? – Perguntei a ela e a Rafa chutou o meu pé debaixo da mesa.

- Pensei que você fosse de uma família de jornalistas, deveria saber tudo sobre mim. – Ela disse com um sorriso falso e convencido.

- Minha família trabalha pesquisando sobre notícias que realmente valem a pena. – Eu disse imitando seu sorriso.

- A família Dinoá, é uma das mais conceituadas. Somos primos de terceiro grau dos absolutos, tenho mais poder em um dedinho do que no seu corpo todo. – Ela disse rápido. Eu imaginava que ela fosse de uma família de modelos ou atrizes, ser da família de um absoluto é quase como fazer parte da família real. – Se você não sabe disso é porque você deve ser muito burrinha. – Ela disse soltando um risinho no final.

- Já chega – O Leonardo disse se levantando da mesa. – Vamos – Ele disse a Suellen.

- Eu ainda não terminei. – Ela disse fazendo biquinho como uma menininha.

- Mas eu já. – Ele disse saindo e ela o seguiu.

- Eu detesto essa garota – O Diego disse rompendo o silêncio.

- Sinceramente, de onde ela saiu? – A Rafaela perguntou.

- O Leonardo a conheceu em uma reunião de família

- Eles ainda fazem essas festinhas de família mesmo depois do desaparecimento do Ricardo?

- Acho que não quiseram perder a tradição. – O Diego disse seriamente, era notório que ele não concordava. – Você acha que ele morreu?

- NÃO! – A Rafa disse decidida. – Ele não deixou um descendente, e o poder absoluto não se manifestou em ninguém. – Ela disse e logo se agachou um pouco na mesa. – O Vicent no poder é uma farsa, ele não tem metade dos poderes de um absoluto. – Ela disse baixinho – Se a segunda divisão quisesse criar uma guerra, muito provavelmente estaríamos perdidos.

- Somos mais fortes do que eles. – Eu revirei os olhos quando o Diego disse isso.

- Mas eles têm um absoluto. – Ela disse seriamente. – Eu só queria que o Ricardo desse um sinal de vida. Talvez ele tenha fugido, pra viver uma vida mais fácil em outro país.

- É provável.

O Diego e a Rafa continuaram conversando sobre o tema por mais alguns minutos, resolvi não opinar, apenas fiquei calada, imaginando de que forma eu iria fugir desse lugar.



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