Continuei comendo, mesmo com as palavras nojentas dos meus pais, que me davam vontade de vomitar. A comida está horrível, e eu sei que foi de propósito. Um dia, eles me matam envenenada. Os ovos estavam crus, o bacon estava encharcado de óleo e as torradas, queimadas.
- Você não volta para o seu quarto, a menos que coma tudo. – minha mãe avisou, comendo comida bem feita, diferente de mim.
É por isso que prefiro quando minha avó cozinha. Terminei de comer aquela gosma, chamada “café da manhã”, e fui lavar a louça. Era para eu lavar só MINHA louça, mas eu sempre tenho que lavar a de todo mundo. Sempre sou eu que lavo. Mas, esse fato, é uma das poucas coisas “Nem tão ruins” que eu faço. Pelo menos não sou a Cinderella. Esse pensamento me fez sorrir. Minha avó me contou a história quando eu era pequena e disse que, um dia, eu também posso virar princesa. Sim, tenho 17 anos e ainda acredito nisso, surpreso? Eu também.
Terminei de lavar a louça e subi para o meu quarto, o único lugar da casa que tenho paz. Quando entrei, minha avó estava lá, sentada na cama, tricotando. Gosto de ver ela assim. Mexe as agulhas com tanta delicadeza, que é gostoso vê-la fazer tricô.
- Vó? – a chamei, e ela levantou a cabeça bem devagar, com seus óculos na pontinha do nariz. – estava me esperando?
- Sim, Sim. – respondeu, largando seus utensílios e dando batidinhas na cama. – Sente, hoje é segunda-feira, dia de histórias.
- Poxa! É mesmo! – corri para sentar ao seu lado. – acabei me esquecendo. Que história vai contar? Lembre-se que já tenho quase 18, não quero historinhas de ninar.
Ela riu.
- Fique tranquila. – disse, docemente. – É uma das lendas sobre a Floresta Walterbok.
- Aquela floresta do qual foi um pouco destruída por causa de uma guerra desconhecida? – perguntei, curiosa. – Falam que morreram 4 pessoas importantes lá, mas ninguém sabe direito.
- Exatamente. – respondeu. – Mas esqueça essa parte que morreram 4 pessoas. Irem contar sobre uma flor.
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- O que? – exaltei. – Por que uma flor? 4 pessoas morreram lá! A história de, pelo menos, uma dessas 4 é mais interessante!
De novo, ela riu.
- Não é uma flor qualquer, querida. – respondeu, misteriosa. – É uma Rosa. Uma Rosa muito especial.
- Rosa? – perguntei. – eu gosto de rosas, mas o que essa vai ter de especial?
- Se quiser ouvir, te contarei a história.
- Então eu quero ouvir!
- Pois bem. – respondeu, me deixando mais curiosa. – então de contarei a história da Rosa mais bonita do mundo, que desapareceu e foi esquecida.
- E qual é o nome?.
Ela fez uma pausa e, depois, pronunciou o nome com um tom tão inexplicável, que até me faz arrepiar.
A Rosa vermelho sangue.
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