Anfisa Maison Lúkin, ou simplesmente Anfisa Lúkin, nasceu no dia 6 de junho de 1924, em Moscou, na Rússia. Seu pai é até hoje desconhecido, porém sua mãe era uma paciente residente da mesma clínica psiquiátrica em que Podrick ficou internado. A mãe de Anfisa era uma moradora de rua que havia sido estuprada por um bêbado e por esse motivo enlouqueceu, acabando por ser hospedada na clínica e dando a luz a sua filha ali mesmo. Infelizmente, ela faleceu 3 anos após o nascimento da menina, devido a uma parada cardíaca. Com isto, Anfisa foi criada na clínica psiquiátrica por médicos e enfermeiros.
Quando tinha apenas 5 anos de idade, foi diagnosticada com esquizofrenia grave. Foi comprovado que a menina falava sozinha, fazia desenhos estranhos, via e imaginava coisas. Por este motivo, vivia dopada de medicamentos e realizando consultas psiquiátricas. Além disso, era ótima em poemas, amava escrever e inventar poesias, e depois, os lia para os funcionários da clínica. Seu poema mais famoso, chamado "Doce menino dos olhos azulados", escrito no ano de 1941, foi uma pequena carta escrita para Podrick Petrov, o tão conhecido psicopata russo da época.
Aos 7 anos de idade, Anfisa conheceu Podrick, quando o mesmo foi internado na clínica psiquiátrica onde ela morava. Os dois passavam por alguma sessões psiquiátricas em conjunto e gostavam de conversar, desenhar e ouvir rádio lado a lado. De acordo com funcionários da clínica, os dois eram como melhores amigos.
Quando tinha 17 anos, Anfisa engravidou de Podrick, resultando no nascimento de seu único filho, Viktor, nome esse que ela escolheu desde quando soube que estava grávida. Porém, o parto foi realizado com urgência, no que acabou provocando à menina uma grave hemorragia. Fatalmente, ela acabou falecendo no mesmo dia, sem ao menos conhecer seu filho.
Anfisa faleceu no dia 17 de julho de 1941, aos 17 anos de idade, no mesmo dia do nascimento de seu filho Viktor. Seu corpo foi enterrado no próprio cemitério da clínica. Podrick então, guardou o poema que ela tinha escrito para ele até o dia de sua morte. Este poema hoje em dia está na casa da família Petrov, que se tornou um museu histórico.
Poema de Anfisa para Podrick: - Ano de 1941: "Doce menino dos olhos azulados"
"Ainda criança te conheci
Ainda menina observei seu sorriso
E desde o primeiro momento eu soube
O quanto por todos você era temido
Era só um menino bonito
Que tinha o cabelo bagunçado
Para mim nada mais era,
Do que um doce menino dos olhos azulados
Tantas coisas eu ouvi
Tantas coisas pude ver
Mas mesmo presenciando tanto
Não via motivo para temer
Não me importava o que fizesse
Não me importava o quanto fosse malvado
No final das contas continuava sendo
Um doce menino dos olhos azulados
E como ganhei surpresas
Como fui arriscada
E hoje aqui estou eu
Esperando o filho de um psicopata
Mas mesmo tendo essa fama
Mesmo provando ser malvado
Só consigo em pensar que estou grávida
De um doce menino dos olhos azulados
Não importa o que tenha feito
Que tenha causado tanto tormento
Você sabe que ao seu lado,
Eu vivo meus melhores momentos
Tem vezes que dá certo medo
Quando mostra aquele sorriso sarcástico
Mas tudo isso faz parte do amor
Que tenho por um doce menino dos olhos azulados
Quando lembro que és o pai da minha criança
Tudo o que sei fazer é sorrir
Só consigo pensar que te amo
Desde o dia em que te conheci
Não sei o que será do futuro
Nem mesmo me importo com este fato
Só espero que nosso futuro filho
Seja um doce menino dos olhos azulados."
- Anfisa Lúkin, 1941.
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