Jo(Pov)
Henry desvia o olhar de mim e se dirige à Hanson.
-Acho que já estava na hora...-Diz dando de ombros.
-Ele mal acordou e já está querendo andar por ai. -Digo lhe acusando.
-Vá com calma Doc. ta certo que você é meio estranho mas ainda não é nenhum super-homem. -Diz Hanson meio debochado.
-Eu só quero tomar um pouco de ar... -Henry já começa a se dirigir para a porta.
-Tem certeza que consegue andar sem ajuda? -Pergunta Hanson.
-Estou bem. -Responde Henry saindo da sala.
-Ele é teimoso. -Sussurro para Hanson.
-Realmente. -Concorda. -Tenho que ir para a delegacia. Vai ter uma reunião ou algo do tipo, então passei aqui só para ver como estavam as coisas.
-Um pouco cansativas. -Digo. -Acho melhor eu ir atrás dele antes que vá embora sem ninguém perceber.
-Boa sorte com esse ai. -Diz Hanson indo embora após sairmos da sala.
-Irei precisar. -Digo para mim mesma.
Henry(Pov)
Estou andando lentamente em um dos corredores em direção a recepção quando percebo que há algumas pessoas alteradas ali.
-É uma emergência! -Grita uma senhora.
-Sinto muito mas estamos com falta de médicos... -Se desculpa a recepcionista.
-Mas ele precisa de atendimento urgente! Não dá pra chamar alguem? -Pergunta um jovem de aparentemente uns 20 anos que julgo ser filho da senhora.
-Infelizmente os médicos que temos no recinto já estão em cirurgia, vocês terão de esperar... -Diz a recepcionista.
-Se me permitem a intromissão, o que houve? -Pergunto me aproximando dos dois.
-Meu pai foi baleado perto do peito e está em estado grave. Precisamos que ele faça uma cirurgia urgente mas, não querem atende-lo! -Responde o jovem rapaz alterado.
-Nós estamos sem médicos disponíveis. -Se defende a recepcionista.
-Mas isso é um hospital! Tem de ter alguém. -Diz indignada a senhora.
-E onde ele estaria? -Pergunto.
-Por aqui. -Diz o jovem me indicando para segui-lo.
o acompanho até o outro lado da recepção onde havia uma maca e um senhor estava deitado sobre ela.
-Vê?! Ele precisa de atendimento urgênte! Ele perdeu muito sangue.
-Acho que eu posso ajudá-lo. -Digo.
-Sério?! Como? -Pergunta o jovem ansioso.
-Bom...eu sou médico. -Digo já me encaminhando para a recepcionista.
-E o que estamos esperando então?! -Diz o Jovem impaciente me seguindo.
-Você teria alguma sala de cirurgia disponível? -Pergunto para a moça ignorando meu seguidor.
-Temos uma mas, só pessoas autorizadas podem entrar lá.
-Eu sou médico e isso é uma emergência!
-Mas são regras do Hospital senhor...Infelizmente não pode entrar lá a menos que trabalhe aqui.
-A senhora não está entendendo...Aquele senhor está perdendo muito sangue e cada segundo que estamos discutindo sobre regras é um minuto a menos que ele tem de vida. Então a senhora quer ser responsável pela morte de um pessoa só para poder comprir uma regra tola?! -Digo com todo meu poder de perssuasão.
-Droga... -Diz a moça enquanto morde o canto da boca. -Tudo bem, pode ir. Mas...Sejam discretos e tentem não ser vistos. Qualquer coisa vocês passaram por mim sem que eu os visse.
-Pode deixar. -Digo lhe lançando um sorriso de agradecimento. -Traga a maca. -Digo para o jovem enquanto sigo para a sala de cirurgia.
Jo(Pov)
Caminho a procura de Henry pelos corredores. Já estou quase convencida de que ele fugiu quando o avisto vindo apressadamente em minha direção.
-Você sabe onde fica as salas de cirurgia por aqui? -Pergunta ofegante.
-Por que?
-Eu preciso achar uma logo, depois eu explico. -Diz impaciente.
-Por aqui. -Digo virando em um corredor a esquerda.
-depressa. -Diz Henry para um jovem que está logo atrás empurrando uma maca.
-O que você vai fazer? -Pergunto enquanto seguimos para a sala.
-Esse senhor foi baleado e precisa remover a bala urgênte e como eles não tinham cirurgiões disponíveis... -Responde Henry andando o mais depressa que conseguia e se apoiando nas paredes.
-Eu achei que você só sabia abrir corpos quando eles já estão sem vida... -Digo levantando uma sobrancelha.
-Eu sei fazer muitas coisas.
Eu logo iria perguntar onde ele havia aprendido a fazer tal coisa quando avisto a sala cirurgica que está aberta.
-Ali. -Aponto.
-Ótimo. -Diz fazendo sinal para o jovem entrar primeiro com a maca.
-Se nós tentarmos colocá-lo na mesa de cirurgia é perigoso acontecer mais perda de sangue então, teremos de fazer isso na maca mesmo. -Diz Henry já lavando as mãos.
-Sem problema. Apenas salve ele. -Diz o jovem ofegante.
-Qual seu nome? -Pergunta Henry.
-Mark.
-Então Mark...Acho que seria melhor você esperar lá fora por enquanto. -Diz Henry enquanto pegava alguns instrumentos.
-O quê?! E como vou saber se você sabe o que está fazendo? -Responde Mark indignado.
-Eu sou sua única esperança. Você confiou em mim até agora então, terá de confiar mais um pouco se quiser vê-lo bem... -Diz Henry parando o que estava fazendo para olhar para o jovem rapaz.
-Okay...-Responde o jovem passando a mão pelo rosto. -Salve-o por favor... -Diz antes de sair da sala e fechar a porta.
Henry(Pov)
-Pronto...-Digo após ter ajeitado os instrumentos precisos. -Agora, você poderia me dar uma ajuda? -Pergunto à Jo.
-Eu?! -Pergunta apontando para si.
-Sim... Apenas preciso que você me dê os instrumentos quando eu lhe pedir e administre o oxigênio dele.
-Tudo bem... -Concorda Jo um pouco relutante.
-Vamos lá. -Digo já abrindo a camisa do senhor.
*
*
*
Após uma meia hora a cirurgia já estava quase completa, só falta a ferida ser custurada e finalmente eu poderia descançar um pouco. Talvez eu realmente estivesse me esforçando demais pois, durante o procedimento eu senti algumas pontadas no meu ferimento de bala mas, que eu logo tratei de disfarçar.
-Está quase lá...-Digo fazendo à última parte da custura.
-Não sabia que você também era cirurgião... -Diz Jo ao meu lado.
-Eu fui médico por algum tempo. -Digo concentrado no que estava fazendo.
-E por que não colocou isso na sua ficha?
-Achei que não fosse relevante. -Digo dando de ombros.
-E ser coveiro é algo muito relevante não é mesmo?! -Ironiza Jo.
-Pronto. -Digo ignorando o último comentário.
-Ele ficará bem?
-Só saberemos quando ele acordar. Mesmo a bala tendo atingido um de seus órgão internos e eu ter demorado mais do que devia para remove-la, creio que ele sobreviverá. -Digo já descartando as luvas.
-Então quer dizer que você já teve muitas profissões?! Você terá de me contá-las um dia. -Diz Jo humorada.
-Pode deixar senhorita Jo. -Digo sorrindo. -Agora se você não se importar, poderia chamar uma enfermeira? Ele precisa ser levado para um quarto. -Digo à Jo.
-Claro. -Diz se virando e indo em direção a porta. Ela para antes de alcançar a maçaneta e se vira para mim. -Você não vem? -Diz levantando uma sobrancelha.
-Daqui a pouco. Eu preciso organizar algumas coisas antes. -Digo dando um leve sorriso.
-Ja volto. -Diz Jo ao sair.
Narradora(Pov)
Após alguns instantes a porta é aberta novamente e Jo com a enfermeira entram no recinto.
-Ai está. -Diz Henry apontando para o paciente.
A enfermeira apenas cachoalha a cabeça em confirmação e começa a levá-lo para um um dos quartos.
-E então? -Pergunta Jo.
-O que? -Pergunta Henry confuso.
-Acho melhor voltarmos para o quarto, chega de passeios por hoje. -Diz Jo autoritária.
-Você realmente vai me obrigar a voltar para lá?! -Responde Henry divertido.
-Sim senhor, e sem reclamações. -Jo da um leve sorriso enquanto abre caminho para Henry passar.
Henry começa a caminhar lentamente para a porta quando Jo se aproxima dele e coloca as mãos em sua cintura.
-Agora coloque seu braço sobre meu ombro. -Diz Jo ao perceber a reação de Henry.
-Não precisa, eu consigo andar sozinho. -Diz Henry após alguns segundos tentando entender o que ela queria.
-Vamos, pare de ser teimoso.
-É serio, eu realmente.... -Henry tenta dizer mas Jo já havia passado seu braço sobre o pescoço dela.
Andaram assim por alguns corredores. Silêncio se instala sobre os dois. Jo pensa em o quão perto estão agora, chega a ser um pouco constrangedor. Ela olha para cima e Henry parece concentrado e sua respiração está um pouco ofegante.
-Está tudo bem? -Pergunta Jo um pouco preocupada.
-Sim....eu acho. -Responde Henry sem olhar para ela.
Ao chegarem no quarto, as pernas de Henry não conseguem mais segurá-lo por tanto tempo o fazendo desabar parcialmente. Jo logo o ampara e o leva para a cama.
Henry(Pov)
-Vá com calma. -Diz Jo em seu tom preocupado. -Quer que eu chame uma enfermeira?
-Não precisa. Eu vou ficar bem. -Respondo me ajeitando na cama.
-Tem certeza? -Insiste Jo.
Antes que eu pudesse responder, sinto uma forte pontada no ferimento como se eu estivesse levando um tiro novamente o que me faz contorcer de dor. Sinto uma leve sensação de que a morte estava vindo.
-Okay. Chame a enfermeira! -Digo com urgência e Jo nem espera eu terminar a frase para sair da sala.
Eu não podia morrer. Pelo menos não aqui, e muito menos perto de Jo.
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