Por fora estou calmo
Por dentro grito de desespero
Até perder a voz
E por isso ela não chega a minha boca
Por fora estou sóbrio
Por dentro estou embriagado de tristeza
A bebida que os solitários saboreiam
Muitas vezes contra a sua vontade
Por fora estou seguro
Fingindo não ser eu mesmo
Para ser aceito, para ser perfeito
Por dentro assustado
Com quem eu mesmo me tornei
E que tento tanto esconder
Por fora estou firme
Por dentro estou caindo
Por fora sou forte
Por dentro o mais fraco
Dentre todos que desanimam
Por fora vemos apenas o reflexo
No espelho das aparências
Tão belo e intocável,
Que ninguém liga se é falso ou verdadeiro
Por dentro vemos que de fato somos
Quem queremos esconder
Aquilo que assustaria os outros
E os faria correr para longe
Ninguém suporta a verdade
Mesmo quando diz querer ouvi-la
Ninguém quer ouvir as rimas do poeta falho
Que seu reflexo renuncia
E seu interior (seu eu verdadeiro) anuncia
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