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História Pois é, A Vida Me Odeia - Title: Hum, começo?


Escrita por: carvyssi

Notas do Autor


Holaa, aqui estou eu novamente, trazendo mais uma fic para vcs.
Por favor, dêem muito amor a ela~~
Tive inspiration de uma compilação de filmes colegiais, séries, doramas e etc na qual eu ri pacas
Ressaltando aqui que eu me diverti escrevendo, enton, dêem muito amor a ela2

Ps: A estória será toda na narrativa do Changkyun (I.M)
Sem mais delongas
Boa leitura~

Capítulo 1 - Title: Hum, começo?


Fanfic / Fanfiction Pois é, A Vida Me Odeia - Title: Hum, começo?

 

20.07.16  Quarta  06:34am                                       

Title:

Hum, começo? Que título mais bosta.

Humor:

Eu, queria, estar, morto.

Me sinto o Yuki do Mirai Nikki escrevendo nesse celular.

Sem a parte de prever o futuro, claro. E provavelmente, se previsse alguma coisa, seria um monte de catástrofes porque isso que a minha vida é, uma catástrofe.

Mas escrever no celular através desse aplicativo foi o único meio legal que eu consegui de querer escrever sobre o que anda acontecendo comigo. Se eu pegasse um... Como que chama? Diário, com folhas e tal, eu provavelmente iria dormir na primeira linha. Além do mais, eu odeio procurar as coisas. Eu com toda a certeza iria perder esse diário se eu o  tivesse, porque parece que tem um capeta aqui em casa que por onde nós colocamos nossas coisas, elas nunca estão no mesmo lugar quando vamos procurar depois. Se eu não desistisse de escrever depois de ter procurado e achado o diário, com certeza iria desistir de escrever quando fosse procurar a caneta. Na verdade, eu nem sei se iria levantar para procurar alguma coisa.

E eu sou preguiçoso pra caralho. Por isso eu prefiro escrever no celular. Ele, diferente das outras coisas, anda sempre comigo. Eu não perco ele. E se por alguma ordem do destino chamada: irmã mais nova, pegar meu celular e pôr em outro lugar, eu posso ligar para saber onde ele está. Porque meu celular é uma parte de mim. Eu não vivo sem meu celular. Ele só não é colado em mim porque não inventaram uma forma de colar nossos celulares nos nossos corpos sem nos prejudicar com o metal e a radiação presente. Se meu celular fosse uma pessoa, eu casaria com ele.

Isso foi estranho. Eu sou estranho.

Mas chega de falar do meu celular.

Nome: Lim Changkyun.

Tenho 15 anos. Sou feio. Não, eu não sou feio, sou uma desgraça. Só faço merda. E quando minha boca se abre, sai mais merda. Eu não tenho amigos. Não estou brincando, eu não tenho um único amigo. E até que eu tinha, mas todos eles se mudaram daqui. Talvez eu não tenha conseguido outros porque eu nunca saio de casa, apenas para ir á escola. Além disso, ninguém de lá me conhece. Claro, a não ser alguns professores, que de vez em sempre, erram meu nome. Ah, e o diretor. Eu o vejo constantemente, porque como eu disse ali em cima, eu só faço merda. Se eu me sinto sozinho por não ter amigos? Bullshit, pra quê amigos se eu tenho computador e celular e internet e videogame e comida e... Bom, talvez eu me sinta um pouco solitário. Mas só um pouco.

Não faço parte de nenhum clube do colégio. Nem sou representante da sala, muito menos o secretário do representante da sala. Sou esquisito (sim, eu admito isso). Eu não sou rico. Porém, também não sou um pobretão. Acho que essa única coisa boa da minha vida. Mas como eu disse, o problema, sou eu. E eu não tenho talento. Só para tomar no cu.

Enfim.

Eu sou um bosta.

 

07:37am

Caraca, agora que eu percebi que acordei seis horas da manhã. Quer dizer, fui acordado.

Minha mãe é daquelas que jogam gelo em cima de você se demorar a acordar. Estou falando sério, ela joga mesmo.

É graças a ela que estou acordado á essa hora. Ela me inscreveu no acampamento de férias. E eu iria a agradecer muito porque pedi durante todo o ano para que ela me colocasse lá. Mas no PRIMEIRO acampamento. O que é começado três dias depois de entrarmos de férias. Onde é o lugar mais foda que você possa imaginar. O Sweet Dreams. Pronunciar essas palavras dá até uma ansiedade. Cara, lá tem duas piscinas. Daquelas gigantes na qual você pode nadar nela inteira sem nenhum retardado esbarrar em você. Também tem um lago enorme onde tem uma das maiores tirolesas dessa cidade. Poxa, lá tem as melhores comidas que você possa comer.

Não é o suficiente? Então aqui mais razões no qual o Sweet Dreams é o melhor acampamento do mundo:

1. Lá dormimos em cabanas. E não dividimos com ninguém, ela é apenas sua.

2. Tem um parque aquático.

3. Tem sala de videogame.

4. Tem sala de jogos.

5. Tem uma sauna.

6. Tem uma pista de gelo pra você esquiar.

7. Tem as melhores atividades que um acampamento possa oferecer.

8. Os cara que acompanha a gente são da hora.

9. Não tem muitas regras. Passamos o dia todo nos divertimos.

10. E por último, apenas os venerados e ricos frequentam lá. Ou seja, o que os outros chamam de: populares.

Pois é, iria ser um doce sonho, como o nome do acampamento diz se minha mãe me registrasse lá, porém, como a vida me odeia, ela me registrou em outro, o Calm Place, porque tivemos que viajar para a casa dos meus avós no começo do mês.

O Calm Place, é totalmente diferente do Sweet Dreams. Pelo simples fato que o Calm Place não oferece nada do que oferece o Sweet Dreams.

 

9:02am

Eu implorei. Supliquei, para mãe não me deixar ir nesse acampamento onde só os fracassados vão. Eu sei que sou um, mas não quero passar o resto das férias em um local que vai ficar me lembrando disso. Eu até mesmo inventei que estava doente. Mas como minhas habilidades de atuar são uma diarreia, ela não acreditou. Ainda gritou comigo porque ela passou um estresse enorme para me registrar de graça.

QUE CULPA TENHO EU?

Eu disse á ela desde do início que queria ir para o Sweet Dreams, se não fosse esse, eu não iria. E ai o que ela faz? Me registra nessa bosta, se não o pior. Ainda por cima, me registrou em segredo.

Eu amo minha mãe.

 

9:38am

Eu levei umas paneladas na cabeça do meu pai.

As duas malas que eu estava carregando, deixei cair da escada. As roupas estavam todas espalhadas no chão. A mala marrom, detalhe: recém-comprada, ganhou uma rachadura na lateral. Que coisa mais mixuruca. Foi comprada ontem e uma quedinha dessa já foi o suficiente pra arrancar o pedaço. Isso que dá ela comprar aquelas coisas na loja do Paraguai.

Minha mãe deu uns berros me chamando de mongoloide. Mas não foi por isso que minha cabeça recebeu uns galos das panelas, foi porque eu me acabei de rir quando a mala azul caiu em cima da Nina — minha irmã mais nova. Ela tem 10 anos, mas tem uma mente de uma garota de 18 anos daqueles filmes adolescentes americanos onde ela é a vilã e arquiteta planos diabólicos para ferrar com a pessoa que mexeu com ela.

Eu praticamente vi a cena em câmera lenta com a música do Titanic My Heart Will Go On da Céline Dion. A mala caindo da escada... (Near, fear, whereeever you are) De degrau em degrau... (I believe that the heart does go ooon) E minha irmã passando inocentemente na frente dela com os fones de ouvido... (Ooonce moooore, you ooopen the dooor) E quando Nina percebe, já é tarde demais para Nina, pois a mala caiu em cima da cara de Nina.

MANO EU RI.

Ri que meu pâncreas está dolorido.

É por isso que eu amo fones de ouvidos.

Poxa, não é culpa minha se eu não tenho força suficiente pra carregar as malas. E eu não deveria carregar essas merdas. E eu não deveria ir nisso. Eu preferia ficar mil vezes em casa, me afundando nas séries americanas e nos doramas do Jang Geun Suk e do Lee Jong-suk — que foi? Eu gosto deles tá legal. Acho eles charmosos. Eu queria ser bonito que nem eles. — comendo nuddles acompanhando de um café americano.

Porra, eu to parecendo aquelas menininhas mimadas.

 

01:05pm

Quando cheguei ao Calm Place, eu só tinha uma pergunta a fazer para os organizadores:

O, QUE, DIABOS, É, ISSO?

Para começar, a maioria deles eram homens, ou seja, é, você entendeu.

Alguém chame os bombeiros! Vejo a hora sair fogo daquilo que deve ser chamado de cantina.

Alguém chame os exorcistas! As pessoas que nos recepcionaram claramente não conheciam shampoo. Acho que não devem tomar banho também. Não que eu seja fresco em relação a higiene das pessoas, mas poxa, dava pra passar pelo menos um perfume e pentear os cabelos pra disfarçar?

A pequena placa ao lado da entrada que esbanjava: “As melhores atividades para se divertir, você encontra aqui” caiu quando eu passei por ela.

Alguém chame os caça-fantasmas!

Acho que a vigilância sanitária nunca ouviu falar desse lugar.

— Filho, você pegou tudo o que precisa?

Viro lentamente para a minha mãe e faço a cara mais torta que já consegui fazer.

— Eu quero ir embora.

— Não seja assim filho. Pense pelo lado bom, você irá conhecer novos amigos! — Aquilo não me passou convicção.

Ela sabe que é difícil eu fazer amigos. Um dos motivos é de que eu não tenho assunto quando estou perto de uma pessoa. Acho melhor dizer isso do que toda vez que começo uma conversa, a pessoa me olha como se eu fosse um esquisitão, me lança uma careta, e sai.

— Eu não gosto de pessoas.

Ela ri e me dá uns tapinhas nas costas. Provavelmente acha que eu estou brincando.

— Amo você.

Ela me dá um beijo na bochecha e sai em direção ao carro.

Eu não acredito no fato de que ela realmente vai me deixar aqui, nesses Jogos Mortais.

Quando ela se virou e caminhou até mim, eu suspirei de alívio porque para minha pessoa, ela estaria voltando para me resgatar e riria depois pois tudo não passava de uma farsa. Uma pegadinha. Mas ela só veio, pôs as mãos no bolso procurando alguma coisa, e me entregou um bolinho.

— Você deve estar com fome.

E depois saiu de novo. Tão apressada como antes.

Me senti o Kevin de Esqueceram de mim. Mas ao que tudo indica, eu era o Changkyun estrelando o novo filme: Abandonaram a mim.

Agora realmente me convenci de que ela está tentando é se livrar mesmo.

Eu amo minha mãe 2.

— Seja bem vindo Lim Changkyun!

O homem no qual me recebe estampa um sorriso estilo gato risonho de Alice no País das Maravilhas. Mas o gato risonho do filme, diferente dele, não me assusta.

Fui redirecionado até a prisão, ops, alojamento, onde eu iria ficar.

Há mais sete camas. A minha é a última. Lá no fundão. No obscuro. A minha vida. E não há nenhum ser humano ali.

Me desesperei, ao simples pensamento de como os meninos no qual eu iria dividir o local iriam ser. E se me fizessem de vítima de bullying ou algo assim? Bem, aí eu realmente preferiria ser invisível.

 

01:30pm

Chegaram uns três meninos aqui. Aparentemente amigos. Pelo jeito, tão derrotados quanto eu. Olha, um derrotado conhece o outro beleza? Nenhum deles veio falar comigo. Um até me olhou de soslaio, depois me ignorou. Alguma coisa deve estar colado na minha testa, algo como: “Não chegue perto dessa pessoa. Nem ouse falar com ela!”

O garoto que chegou por último, posso afirmar, é o mais bonito de todo acampamento junto. Loiro, lábios que dão vontade de beijar. Não que eu seja gay... Quer dizer... Eu vejo uns pornô gay... E até me excito... É, talvez eu seja gay. É. O garoto loiro é até fortinho. A pele mais lisa e macia do que eu quando era bebê. Minha cara é cheia de espinha. Não, quis dizer, crateras.

Me pergunto o que ele está fazendo aqui nesse fim de mundo onde só tem gente feia e fracassada que nem eu. Talvez ele seja uma nova geração de fracassado, só que bonito. Não, as pessoas bonitas não são fracassadas, apenas pelo fato, de que elas são bonitas.

Ele vem até a cama do lado da minha, e despeja suas coisas ao lado dela. Depois cai de braços abertos. A poeira foi tanta que eu comecei a dar uns espirros.

— Essas camas não devem ser limpas desde que eu nasci. — balbuciou ele.

— Acho que a última vez que limparam, eu deveria ser um feto.

Ouço gargalhadas.

Quando apartei o nevoeiro de poeira, caiu a ficha de que ele está rindo de mim. Mas não de minha aparência, ou quando faço alguma coisa que me faça querer enfiar a cabeça no buraco de tanta vergonha. Ele riu do que eu havia dito. Alguém achou o que eu disse engraçado. Sonhando estou?

— Qual seu nome? — Ele falou comigo? Espera, ele está sentado de frente pra mim, então ele deve ter falado comigo.

O que foi que ele perguntou?

Ele perguntou meu nome, certo?

O que eu deveria responder?

Ah claro, o meu nome.

Seu burro.

— Lim Changkyun — respondo assim que lembro.

Ele ri.

Ah Deus, é agora. Ele viu que eu sou um bosta. Ele viu a frase que possivelmente está estampado na minha testa.

— Demorou tanto para responder... Estava admirando minha beleza não é?

Hein? Idiota. Eu queria me levantar e sair para deixar ele com cara de bunda, só que então me lembrei de que foi a primeira pessoa que ainda continua ali depois de ter falado comigo. E vamos concordar também, que é a pessoa mais bonita com quem me redirecionou a palavra.

— E qual o seu nome? — mudo de assunto.

— Shin Hoseok. — Ele deitou na cama novamente e pôs os braços atrás da cabeça.

Dou uma gelada quando ele responde, eu costumava ter um amigo com esse nome. Bom, eu acho que era esse o nome... Bem, já não tenho tanta certeza. Minha memória é horrível. Obviamente não deve ser ele, meu amigo era mais desgraça que eu.

— O que você tá fazendo aqui nesse buraco? — pergunto.

— Meus pais provavelmente devem estar de saco cheio de olhar para a minha cara e então me mandaram pra cá.

Achei pessoas semelhantes aos meus pais.

— É, então somos dois.

Após me deitar na cama, o nevoeiro de poeira subiu de novo. Na boa, dava pra brincar de anjo na cama. Porra, cadê as camareiras desse lugar? Aqui é um acampamento, ou um local para resistentes da guerra?

Quando acabar isso aqui, eu terei que listar as doenças na qual adquiri.

 

07:00pm

Eu queria, de verdade, de todo o coração, mesmo que só por pena, dizer que as atividades que o Calm Place nos mandou fazer fora extremamente fodas e divertidas. Queria dizer que me diverti pra caralho. Que ri pacas. Que as feridas no meu corpo foram feitas por coisas jocosas. Que comi uma comida boa. Mas eu estaria mentindo.

E minha mãe me ensinou que é feio mentir.

Ok, me ignore.

Mas cara, sério, até cantar de frente ao ventilador é mais divertido.

Resumindo: me lasquei na trilha de madeira que cobria um lago cheio de muco, sapos e talvez algum bicho venenoso porque ela se quebrou no meio, e ralei meu joelho quando ela decidiu se quebrar bem em cima da pedra que tinha embaixo. Me lasquei naquilo que eles chamam de escorredor do monte que nada mais é que um saco de plástico gigante azul que eles colocaram em cima da descida e que no final caia no rio, porque como eu disse era só um saco plástico e a descida era repleta de mondrongos, uns caroços, pedrinhas, e eu ralei a minha bunda bonito. Me lasquei porque tinha um negocio que eles camuflaram de tirolesa, mas era só um uma corda minúscula que você segurava com as mãos pendurada em outra corda que levava á uma decida inclinada de dez metros até a casinha que ficava lá embaixo. Advinha o que aconteceu? Se você pensou que eu caí porque eu sou fraco, se enganou. A corda se arrebentou. Sim ela se arrebentou nos arredores dos cinco metros e eu ainda caí de barriga na água.

Só que o último acontecimento, como se todos os passados fossem poucos, pisou tudo isso, porque, cara, eu ainda não entendo porque ainda to surpreso.

Foi lago, rio, e o último, para fechar com chave de ouro, a piscina. Para começar ela era mais pequena que meu pau. É que infelizmente, ele é do tamanho do meu dedo. Mas é o do meio! O maior! Mas mesmo assim, eu o acho muito pequeno... Talvez porque eu seja um pouco raquítico sei lá... Meu pai até tirou sarro de mim porque o dedão dele é mais grosso e... Ah cara, mas do que eu to falando, que merda. E outra, vamos raciocinar, eu ainda estou nos meus 15 anos. Ele ainda vai crescer. Eu sei que ele vai. Tenho fé.

Ele ainda vai crescer, né?

Meu Deus, ninguém pode ler isso. 

Mas continuando, os pau no cu dos organizadores não nos deixaram nem nadar direito. Inventaram uma brincadeira lá de passar por debaixo das pernas das pessoas, e quem passasse por todos iria ganhar um chocolate. Nem uma caixa de chocolate, era só UM chocolate. Tinha em torno de quinze pessoas ali. Uns dez meninos e o resto de menina. Eu fiquei: quê? Acho que alguém não teria fôlego para passar por entre 15 PERNAS DEBAIXO D’ ÁGUA SEUS DEBI-MENTAL. Até tentei sair de fininho, mas o gato risonho saiu das profundezas do inferno e me levou de volta á piscina.

Eu via os meninos inocentes passando por debaixo das pernas dos outros dentro da água e pensava: mano, vai dar umas bostas de cavalos isso aí. Com um monte de mosca em cima. E pior que deu. Literalmente. Deu bosta. Claro que não de cavalo. Podia ser no carinha mais raquítico que dividia o alojamento comigo que tinha sardas por todo o corpo que eu acho que o nome dele é Suweon? Podia. Podia ser no carinha que tem uma espinha do tamanho do olho dele que ao contrário do outro, nem o nome eu lembro? Podia. Podia ser na menina com o cabelo estilo Samara de O Chamado? Podia sim. Até no Hoseok poderia ser. Mas, como a vida me adora, o premiado, fui eu.

Talvez a vida tenha um ódio por mim por eu ter uma certa habilidade de esquecer das coisas rapidamente. Acidentes, ser chamado dos apelidos mais idiotas por gente mais idiota ainda. Eu sou um pouco foda-se. Por conta disso, a vida deve inventar as coisas mais mirabolantes para que faça com que eu crie um trauma. Não sei, mas é isso que eu acho, só pode ser.

Ok, deixem eu explicar sobre o "incidente" da piscina.

Eu era a décima vítima daquele teste de afundar as crianças no qual eles chamaram de brincadeira. E quando chegou a minha vez, notei o último participante que era um gordinho, e ele não estava com uma cara muito legal. Na verdade, ele estava meio verde. Mas decidi ignorar porque eu sou um anencéfalo e não consigo perceber quando vai dá ruim pra mim. Mas de boa, prendi a respiração, mergulhei na água, abri os olhos para enxergar as pernas dos meninos, e comecei a nadar por debaixo delas. Passei pelo primeiro par de pernas tranquilamente, passei pelo segundo, terceiro, quando cheguei no sexto, meus pulmões já ficaram mais apertados que a minha sunga. Me desesperei e agarrei as pernas das pessoas seguintes para dar um impulso para frente. Eu já não estava aguentando mais. Quando vi as pernas mais gordas dali, tinha certeza de que estava no final. Só podia ser as pernas do gordinho. E acho que até sorri porque pude ver a luz do túnel, entretanto, assim que agarrei as canelas dele, senti um peso em cima da minha cabeça. E aí eu fiquei doido, enlouqueci de verdade. Empurrei o peso com toda a minha força para cima com o intuito de que o peso se retirasse da minha cabeça. O peso nem se mexeu, até cravei as unhas que ainda me restavam — porque meu pai cortou elas alegando que homem que tem unhas grandes tem tendências a dar o cu — e ai consegui raciocinar e perceber que era a bunda dele. Não podia ser, um filho da puta desse sentar em cima de mim logo quando estou no final. Ah mas eu queria que ele morresse com um cano enfiado no brioco. Queria que ele encontrasse a mulher de Doce Vingança e que ela fizesse todas aquelas coisas que ela fez com os cara em TODOS OS FILMES.

Meus pensamentos assassinos foram interrompidos pelo desmaio que me veio.

Vi minha vida passar. Como um flash back. Tudo em câmera lenta. Me lembrei de todas as coisas ruins no qual passei. As vergonhas alheias, os bullying que eu levava e aparentemente ainda irei levar. Os tombos. De todos os tipos.

E então abro meus olhos. Estou no céu? Olho para o lado e reconheço que ainda estou no meu alojamento. Não, ainda estou no projeto de inferno. Olho para o outro e vejo Shin Hoseok.

— Cara, eu realmente achei que você tinha morrido. — Ele disse. Me pareceu preocupado. Awn.

Sorri.

— Eu também achei. — E ai me veio um cheiro de bosta que invadiu minhas narinas. — Que porra de cheiro é esse? — Pergunto ao Seok.

Sim, Seok, porque viramos íntimos. Best Friends Forever. Ele me chamou de Kyunee e eu fui e chamei ele de Seok. Descobri que o desgraçado, apesar de ser convencido pra caramba, é rico, e curte as mesmas séries que eu. De quebra assiste animes e doramas também. E de quebra mais ainda, ele tem um monte de jogo na casa dele. E de quebra pela terceira vez, ele me convidou para jogar em sua casa. Eu amo ele. Vou tatuar o nome Shin Hoseok no meu pescoço.

Seok começa a rir devagar. E depois ele começa a gargalhar tanto que cai pra trás. O bicho está vermelho, e eu ainda confuso.

— Dá pra você me falar do que está rindo?

— O cheiro — ele continua gargalhando — põe a mão na sua cabeça.

Franzi o cenho e pus as mãos na cabeça. Assim que sinto um negocio mucoso em cima dos meus fios, eu o pego e levo até meu nariz.

Pra

Quê

Fazer

Isso?

Me diz.

É bosta. Não, de verdade, é bosta.

— Não creio no que estou pensando — solto incrédulo.

O imbecil continua a rir da minha cara. Eu disse que amo ele? Quis dizer que ODEIO ELE.

— O Gonnie tava passando mal da barriga, ele não aguentou e deu uma diarreia dentro da piscina. — O imbecil disse quando recuperou o fôlego. E depois voltou a gargalhada de novo.

Meu punho treme para que eu acerte aquela face bonita dele.

— Olha aí se não é o cabeça de bosta!

Mais gargalhadas adentraram aquele local e reconheci que são dos meninos que dividem o alojamento comigo. Estou fodidamente em apuros. Eles vão me chamar de cabeça de bosta até o final do acampamento.

Quando um deles chegou perto de mim, senti meus pelos se eriçarem.

— Puta que pariu, vai se lavar. Isso tá fedendo mais que o Park-ssi.

O senhor Park é o cara que cuida do lixo daqui.

—É melhor mesmo, porque se continuar assim, não iremos dormir direito. — outro falou.

Corro imediatamente para o banheiro. Digo a mim mesmo que só irei sair quando todo mundo dormisse. Só que eu lembrei, que não tinha pego meu shampoo, e nem o creme, e nem a toalha, e nem a roupa, e nem a minha inteligência.

Ouço batidas na porta. Quero me encolher no canto.

— Kyunne. Você esqueceu os produtos de cabelo. — Hoseok disse. Ah, então ele lembrou de mim. — Esqueceu também a toalha, e as suas roupas e...

— Vai embora Hoseok.

— O que aconteceu com o Seok?

— Foi embora junto ás gargalhadas que você deu de mim.

O filho da puta ainda riu de novo. Tá bom, eu reconsiderei. Não iria ser mais seu amigo. Eu só vou jogar na casa dele um dia e pronto. Tá, talvez dois dias. Talvez uma semana.

— Kyuneee, você não vai pegar as suas coisas? — permaneço em silêncio, eu ainda possuo dignidade. — Vamos fazer um trato, se você pegar, eu te empresto uns cremes que eu uso para passar no rosto. Seu rosto vai ficar clean. — Quis falar alguma coisa, mas me mantive. — Te empresto meu ps4.

—Aceito. — Abri a porta mais rápido que o flash e depois a fecho. — Mas isso não muda nada.

Ele riu de novo.

— Changkyun, não fique com raiva dessas besteiras. Olha, qualquer coisa, eu to aqui. Afinal, somos amigos né.

 

Tá, o acampamento vai ser um cu, eu sei. Mas pelo menos, eu ganhei um amigo.

 

8:13pm

Ps: um amigo bonito e rico.


Notas Finais


Esse cap foi "apenas" uma introdução da vida maravilhosa que Changkyun tem. Quem não quer ter a mesma sorte que ele não é? hehe

Mas eae, o que acharam?

Blog do Changkyun - https://justaloser0.blogspot.com.br/
Trailer da fanfic - https://www.youtube.com/watch?v=vZGg-fakrBo


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