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História Pois é, A Vida Me Odeia - Title: MAMÃEE!


Escrita por: carvyssi

Notas do Autor


Oe oe, aqui estou eu novamente. Nem demorei não é rs
Quem é daqueles que percebe as mudanças logo de cara, notou que eu ''mudei'' um couple nas tags. Com isso, dá pra saber agora quem é o shipp oficial, certo? Hauhauahau eu gosto de fazer mistério, verdades

Sem mais delongas
Boa leitura~

Capítulo 2 - Title: MAMÃEE!


Fanfic / Fanfiction Pois é, A Vida Me Odeia - Title: MAMÃEE!

 

29.07.16  Sexta  01:01pm                                       

Title: 

Nunca, em hipótese alguma, vão ao Calm Place.

Humor: 

Não tenho mais cabelos, porque arranquei todos eles.

 

Tá, eu não arranquei todos os meus cabelos. Eu não estou careca. Mas quase... Quase!

Esses foram os piores noves dias da minha vida.

Eu não me diverti.

Fui motivo de chacota durante todo o acampamento.

Não me diverti.

Os organizadores deviam me odiar porque só me colocavam em furada.

Não me diverti.

Eu perdi em tudo que me colocavam para jogar.

Não me diverti.

Fui motivo de mais chacota.

E não me diverti, nem um pouco!

E eu sinceramente, gentilmente, mini heart, espero que o Calm Place, EXPLODA.

Não sei qual foram os piores micos no qual passei.

A parte em que os organizadores soldados de Satanás inventaram uma brincadeira em que treinávamos taekwondo onde eu apanhei mais que o Chris de Todo Mundo Odeia O Chris naquele episódio de luta Greco-Romana? Devo adicionar que o Hoseok ganhou todas as lutas? Sim, ele sabe lutar. O idiota é uma caixinha de surpresas.

A parte em que fui incluído em um grupo de cinco pessoas onde respondíamos perguntas na qual eu errei todas e jogávamos jogos físicos como basquete na qual eu levei uma bolada na cara e fiz meu grupo perder de lavada ocasionando um monte de tapas na minha cabeça? A parte em que tomei pau — não literalmente, não que eu gostaria que eu tomasse um pau no, vou parar de falar — no jogo do Mário Kart? Você acha que já não é humilhante perder no Mário kart para uma pessoa cinco anos mais nova que você? Experimente perder 10 vezes seguidas.

Além de cabeça de bosta, me adicionaram: o perdedor que insiste, mais burro que a palavra burro, e azar andante, e trevo de três folhas, músculos de geleia, e raquitismo ambulante e entre outros que eu não tenho necessidade de citar.

O menininho que ganhou de mim 10 vezes seguidas no Mário Kart chegou perto de mim e disse: “cara, quando o autismo e o câncer decidiram se amar, você nasceu”. Depois saiu rindo para um grupo de canalhas que riam mais alto ainda.

Eu queria empurrar todos dentro de uma piscina funda, torcendo para que nenhum soubesse nadar para assisti-los morrer afogados enquanto ria maleficamente comendo chocolate com baunilha em cima e m&m's.

Brincadeira. Chocolate com baunilha em cima e m&m's é muito gorduroso.

Eu queria ter dado umas duras no menininho, talvez lhe causar alguma dor física, mas tive medo de acontecer algo comigo, tipo, ser preso. Bom, na real, é que eu sou um cagão covarde e só ouvi, não só esses tipos de frases como outros muitos piores, calado. Porque eu sou assim. Na hora que alguém discute comigo, minha cabeça dá um branco. Eu não encontro respostas inteligentes para calar o meu oponente. Mas preciso de um livro para anotar todas as patadas que me vem á cabeça depois. Eu deveria fazer isso. Sim, eu deveria.

Hoseok me defendia ás vezes. Ás vezes. Ás vezes quer dizer que não é o suficiente. Talvez porque ele só vivia rodeado de meninas e meninos. Me deixando de canto. Mesmo sem a intenção de deixar porque as pessoas pareciam urubus ao redor dele. Não que eu precisasse ser defendido. Mas isso é coisa de amigo. E ele disse que era meu amigo. Eu até mesmo fiz ele repetir que era meu amigo pra gravar no meu celular ele falando isso. Não me julguem. Eu só estou cuidando da minha amizade, tá?

Enfim, acho que o desgraçado era o mais popular do acampamento inteiro. Eu ainda me pergunto se os pais deles realmente o jogaram aqui, ou ele quis vir para cá porque tinha a certeza que iria ser bajulado por causa da sua beleza. Ele devia saber que aqui só tinha gente feia nível batida de carro.

Mas no final, ele continuou sendo meu amigo. Ele até mesmo pegou meu número. Descobri que o filho da mãe foi transferido para minha escola. Shin Hoseok iria estudar na minha escola. Quando ouvi ele me noticiar isso pelo celular, disse para ele esperar um minuto porque eu fiquei pulando de alegria em cima da cama que nem uma menina de cinco anos.

Tive esperanças. Esperanças de que não sou tão insuportável quão penso.

Esse foi único ponto positivo do acampamento.

Mas quer saber? Foda-se as más lembranças! FODA-SE! Porque eu já saí do projeto de inferno. Estou livre!

           

1:13pm

Disse que estava livre?

Eu disse que estava livre cedo demais.

Como eu já havia mencionado, a vida não gosta de mim, e consequentemente, não irá me deixar curtir o momento.

Sabe por quê? Porque na verdade estou no precipício para o manicômio.

Mamãe me lembrou que o verdadeiro inferno me espera. O inferno chamado escola.

E daqui a dois dias ele começa. Daqui a dois dias devo me preparar para a tortura. Como pude esquecer do meu pior sofrimento diário? Ah, deve ser porque eu não lembro das coisas ruins.

Aish!

Será que dá tempo de fugir?

 

01.08.16  Segunda  06:37am                                       

Title: 

Primeiro dia. Já quero desistir de viver.

Humor: 

Necessito de ajuda.

Omma veio aqui três vezes, para me acordar, me apressar e, me surpreender.

A primeira, ela me deixou surdo porque gritou no meu ouvido para acordar.

A segunda, ela jogou gelo em cima de mim porque eu ainda tava na cama. (Eu disse).

E a terceira, ela quase fez meus olhos saltarem para fora de tanto eu arregalar eles. Motivo? Ela disse que Shin Hoseok estava me esperando lá embaixo para ir ao colégio comigo.

Eu estou descendo a escada mais rápido que as mulheres correndo para as promoções de roupas. Estou procurando que nem um condenado o Hoseok, e quase morro do coração quando ele toca meu ombro. Olho para trás e lá está ele. Começo a examiná-lo de baixo para cima. Sapatos mais limpos que a minha cara. As calças estão justas e marcam suas coxas torneadas na qual a minha dá duas da dele. Não só isso, seu amiguinho Hoseokinho também está bem marcado. Com amigo Hoseokinho quero dizer o que fica entre as pernas e no meio de duas bolas. Se você não entendeu, então é tão burro quanto eu. Mas continuando a análise, a blusa também marca bem os seus braços e peitoral mais musculoso que o meu, claro. Ele fica bem com aquele uniforme. Eu, ao contrário, desde que vesti ele, nunca fiquei bem. Esse é o efeito de ser bonito. Mesmo assim, ainda procuro um defeito.

Olho para a sua cara, e a mesma me faz sentir uma inveja miserável por ser tão linda. E então noto seu cabelo. Ele fez umas mechas azuis na franja, é isso mesmo mundo?

— Bom dia Kyunee. — ele pronunciou meu nome como se fosse um desfecho de uma piada.

— O que houve com seu cabelo? — pergunto.

—Huh? — alisa seus fios, satisfeito. — Ah, isso? Quis inovar. — Hoseok disse tão sorridente com uma cara de mongoloide que quase me fez vomitar.

— Tá parecendo o escovão azul aqui de casa. — disse, e ele quase me fuzila com os olhos.

Mas parece mesmo.

— Eu disse que você iria fazer amigos Changkyun! — minha mãe surge toda afobada me olhando orgulhosamente.

De relance, percebi Hoseok confuso. Provavelmente não percebeu que eu sou um perdedor invisível sem amigo nenhum.

— Hahaha — ri falsamente disfarçando meu constrangimento e medo de ser descoberto.

E então saí empurrando ele até a cozinha.

Sento a mesa esperando a mãe me dar o café da manhã. Mas ao invés disso levei um tapa no pé do ouvido.

Porra, chega de tapas! Já não basta os que levei no acampamento!

—Ai!

— Você não vai se arrumar Changkyun? — mamãe diz, e só aí percebo, que eu devo estar parecendo uma assombração.

Olho para o Hoseok e ele ria. Sim, eu estou uma assombração.

Subo os degraus e de brinde machuco meu tornozelo na quina da escada. Eu odeio essa escada. Eu odeio ser azarado. Eu me odeio.

Chego á porta do meu quarto e Nina me olha com um sorriso tão diabólico que faz meus pelos se eriçarem. Ela felizmente, graças ao bom Deus, não estuda na mesma escola que eu.

— Bom dia. — eu conheço aquele sorriso. Lá vem ela bostejar pela boca.

— O que você quer?

— Quem é o cara lá embaixo?

— Ninguém que você precisa se preocupar. — abro a porta.

— Ele se perdeu e veio parar aqui?

Suspiro.

— Ele é meu amigo ok?

Ela começou a gargalhar.

— É, o coitado deve estar perdido.

Olho para ela, e ao mesmo tempo para escada. Ela está bem pertinho do degrau. Olho para ela de novo e para escada.

Talvez na próxima, quando mamãe não estiver em casa.

Bufei e entrei no meu quarto.

Olho meu reflexo no espelho. Quase caio pra trás. E os olhos cheio de remelas. E a boca cheia de baba seca na laterais.

Quero bater minha cabeça na parede.

Me preparo demoradamente pois para ficar bonito requer muito tempo. No meu caso, muito tempo não iria ser o suficiente.

Minha mãe gritou tão alto do outro lado da porta que quase cai no banheiro, dizendo que se eu demorasse mais iria me atrasar, e que também iria com as costas doendo porque ela iria lascar meus coros. Que exagero. A aula só começava 8 horas. Mas saí antes que meu corpo fosse marcado.

Antes, dou uma olhadinha no espelho. Eu não estou ruim. Mas também não estou bem. Eu me daria um... razoável. Talvez ficasse mais que razoável se mamãe não interrompesse meus caprichos. Mesmo que estes fossem falhos.

— Rápido menino! Você está fazendo o quê? Cagando? Tá demorando demais! — Omma berrou.

Ela muda completamente de manhã. Fica mais perturbada que o normal.

Hoseok provavelmente deve estar engasgando de tanto rir lá embaixo. Sabe aquelas situações onde citei na qual queria enfiar minha cabeça em um buraco de tanta vergonha? Essa era uma delas. Porém, eu prefiro passar vergonha na frente de um amigo do que ir para a escola com o coro lascado.

— Ah, eomeoni! — resmungo quando abro a porta do quarto.

Recebo outro tapa dela.

— Omma. — me corrigiu.

— Mas eu já tenho 15 anos. Eu não sou mais criança!

Ela pegou a chinela e deu uns passos pra trás me ameaçando.

— Passa.

Isso não é bom. Quando ela faz isso, eu sempre recebo uma chinelada.

— Você vai me bater? — jogo o verde.

— Passa!

Me esgueirei pela parede do corredor e fui em direção a escada. Não recebi uma chinelada. Sorte. Sim, isso que é sorte pra mim.

Desço a escada e tento não parecer desanimado, e sim confiante. Mas ao que parece não consegui passar a mensagem.

— Quem morreu? — Hoseok perguntou quando avistou minha cara.

Não identifico nenhuma surpresa com a minha tentativa de parecer bonito. É, acho que o máximo que eu consigo é o razoável.

— Vamos embora daqui. Não quero chegar atrasado.

 

Hoseok me informou que havia se mudado recentemente, e que sua casa ficava uma rua depois da minha. A minha mãe já havia feito amizade com a mãe dele e eu nem sabia.

Tento não ficar surpreendido por saber que ele morava perto de mim e apenas exclamei “ah” dando de ombros. Mas por dentro estava gritando.

Quando subimos ao ônibus escolar, todos olharam o Hoseok como se ele fosse um pedaço de carne pronto para ser consumido. A menina da frente até ofereceu o assento ao lado para ele sentar. Mas Hoseok recusou gentilmente, e a menina quase enfartou com o sorriso que ele redirecionou pra ela. Quando ela me olhou, fechou a cara e pôs as pernas em cima do assento.

Eu não ia sentar mesmo perto dela. Ela tinha uma cabeça enorme também. Essa cabeça de caixa d’ água. Cara de fossa. Espero que ela tenha uma caganeira.

Acabamos a sentar nas duas penúltimas cadeiras. Eu sentei perto da janela.

Não sei ao certo quantas pessoas ficavam abordando o Hoseok do meu lado. Perguntando nome, de onde ele vinha. As meninas pediam para ele sentar com elas na cantina, ele apenas ria que nem um retardado. Olhava de vez em quando pra cara dele. Ele parecia já estar acostumado com esse tipo de coisa. Devia ser baita admirado na sua escola anterior. Eu estava com inveja. E então me veio um pensamento. Shin Hoseok nem havia chegado á escola ainda e já era popular. E ele era meu amigo. Eu talvez deveria aproveitar de sua fama, e quem sabe... Conseguir ser conhecido na escola e entrar para o grupo dos venerados. Sei lá, tentar ser alguém. Tentar ser visto por outros olhos. Nunca admiti para mim mesmo, mas eu não queria passar o resto da escola sendo um Zé ninguém.

Vejo as pessoas conversando aos ânimos com ele e abro um sorriso tentando participar da conversa.

— Então você pratica taekwondo? Cara que legal.

Olho para trás e reconheço. É o Cho. Um dos atletas do time de futebol da escola. Estudávamos juntos na turma de redes, até ele trocar de curso e escolher Educação Física.

Como meu colégio é profissionalizante, somos torturados por mais tempo. Exatamente nove horas, com uma hora para o almoço. Nele, obviamente, há cursos profissionais onde temos a carga horária do curso, e das matérias normais como matemática, ciências e etc. Também há clubes, onde os próprios alunos criam e administram por meio da aprovação da porcaria do presidente da escola. Ele é uma porcaria mesmo. Odeio ele. E se você é um administrador de um clube da escola, você é popular e ponto final. Você tem acesso para falar com o presidente, e participar do conselho se ele convidar. Você também terá várias vantagens, como poder colocar mais duas opções no almoço do refeitório. Além de ser liberado 30 minutos mais cedo para organização do clube. Entre outras coisas que se eu começar a falar, lágrimas irão começar a rolar.

Quando chegarmos ao último ano, somos obrigados a estagiar para concluir o curso. Ou seja, já somos escravizados desde pequeno. Pelo menos o estágio é remunerado.

Eu acho que o Cho é o camisa oito do time, não sei. Mas enfim, não importa. Ele é bonito, atleta, e popular.

— Ele ganhou todas as competições lá no acampamento. Sabe lutar muito bem. — comento.

Quando Cho olha para mim e todos os outros que estão com ele também, eu esqueço como respirar.

— Quem é você? — ri com a pergunta. Mas sua expressão não mudou. Espera, ele realmente não me reconheceu?

— Lim Changkyun. Estudamos juntos no ano passado.

Cho apertou os cílios. Parecia estar tentando se lembrar de mim.

— Então, desde quando treina taekwondo? — Perguntou ao Seok.

Ignorado com sucesso ✓

Volto ao meu canto e me encolho nele. Tentando segurar as lágrimas de raiva que se ameaçam a sair. Nem noto Hoseok que parece estar olhando pra mim. E sim, sou desses que quando fica com ódio de algo, começa a chorar. Mas eu fui forte. Eu não chorei. Pelo menos não até chegar em casa.

Já vi que hoje vai ser um cocô.

Mas lá no fundo, beeem lá no fundo, ainda me restam esperanças. Tudo pode acontecer não é? Porém, pode ser bom, ou pior, porque ruim já está.

 

7:30am

Chegamos á escola.

Seok caminha por entre os corredores, e é como se um k-idol andasse por entre os fãs e eu o staff que fica mais atrás.

Ele parou até encontrar seu armário. Esbanja um sorriso que não cabe no rosto. Enquanto eu esbanjo a cara mais emburrada do universo.

— O que tá te incomodando Kyunne?

— A sua fama.

— Minha fama?

— Sim, você nem chegou direito e já ta todo mundo beijando os seus pés. — encosto no armário e cruzo os braços.

O cabelo do escovão começa a rir.

— Tá com inveja é?

Encaro ele e depois reviro os olhos.

— Vai te catar. Quem disse que eu to com inveja hein?

— Dá pra você desencostar do armário do Kihyun oppa antes que o suje com o seu suor de perdedor?

Uma garota que me olha com uma cara de desprezo — normal — diz.

— O-o quê? — eu e minhas proezas para gaguejar nas horas erradas.

— Eles estão vindo para cá.

Ela aponta para trás animada e lá vem eles. Os FiveD (Cinco deuses). Os idiotas da escola os apelidaram assim.

Kihyun, como sempre na frente.

Seu brilho é tão grande que me cega os olhos.

Seu cabelo está rosa. Nem me surpreendo, ano passado ele pintou de verde.

Deixe-me apresentar os FiveD. Começando pelo pior deles - Yoo Kihyun:

O mais venerado da escola. A abelha rainha. Lindo. Ricaço. Melhores notas. Sempre em primeiro na lista dos destaques do colégio. Parece aqueles desenhos de animes onde as meninas se confessam para ele, e ele recusa, mas elas continuam correndo atrás. Orgulhoso que só o caralho. Apenas simpático com quem quer. Se ele sorrir para alguém que não esteja no bando dele, aquela pessoa a quem foi recebida seu sorriso automaticamente se torna uma pessoa popular. Obviamente, isso é muito raro. Filho do diretor. Dono do clube de canto. E claro, não satisfeito, o presidente da High Monbyl — esse é o nome da escola, — ou se preferirem, a porcaria do presidente, como eu o chamo. Eleito por 90% de toda a instituição. Fico feliz em dizer que eu fui um dos 10% que votaram na Momo. A rival dele na candidatura para a presidência. Pelo menos ela me era mais humilde.

Estuda na mesma sala que eu, a de redes. Sinto um ódio por sua pessoa apenas por existir.

Ao lado dele, com o braço em volta de seus ombros, Hyunwoo. Atleta. Bombadão. Camisa 10 do time de futebol. Dono do clube de dança e representante do curso de Educação Física. Sempre colado no Kihyun. Já ouvi uma vez, no banheiro, que os dois se pegam pelos cantos obscuros da escola.

Sem comentários.

Tem uma cara de abobalhado. Tenho certeza de que é único, igualado ao meu swag, que se salva ali.

Chae Hyungwon. A putinha do algodão doce, ops, Kihyun. Braço esquerdo. Ficou popular por causa do Kihyun, digo mesmo. Também lindo. As meninas o chamam de doce anjo. Todo nariz empinado. Tem uma cara de que passou a noite toda acordado. Trabalha de modelo nas horas vagas. Conselheiro do presidente do colégio. Dono do clube de poesia. Representante do curso de artes. Também não gosto dele.

Ele caminha como se estivesse em uma passarela. Até parece que há alguém colocando ventiladores na sua frente para o cabelo ficar voando.

Lee Minhyuk. A outra putinha dele. Braço direito. Carne e unha, alma gêmea, bate o coração. Cabelo espetacular. Face de bebê. Boneco de porcelana. Sempre com um sorriso radiante no rosto. Todos admiram sua extrema ‘’meiguice e simpatia’’. (Entre aspas porque sei que é tudo falsidade). Vice-presidente da escola. Dono do clube de informática, representante do curso de redes onde eu estudo, infelizmente. E... Ah sim, eu também ODEIO ele.

E ao lado de Minhyuk, com a mão segurando sua cintura — e meus lábios sendo mordidos de ciúme — Lee Jooheon. O swag mais swag da escola. O meu swag. O badboy. Pernas grossas que seriam um pecado não serem apalpadas. Ganha sempre as batalhas de rap que tem no concurso de talentos. Rei do aegyo de vez em quando. Tipo ideal das meninas. Dono clube de hip hop. Também estuda na minha sala... Mas é tão inalcançável quanto um avião no céu. E por fim, não menos importante, eu tenho um... Como que se diz mesmo? Um crush nele.

Eles andam como se estivessem em um MV. Com câmera lenta e tudo. Falta só alguém com um caixa de som e uma câmera.

Todos na escola, eu repito, TODOS, se matam para serem amigos deles.

Menos eu.

— Changkyun — Hoseok sussurra no meu ouvido. Eu o esbofeteei por ter me assustado. — Quem são eles?

— Ah, são os...

— Licença.

Ouvir o som da voz de Kihyun fez meu cu fechar.

Me viro relutante para pela primeira vez desde a quinta série — eu fiquei na frente dele sem querer quando ele andava pela cantina — ver Kihyun bem perto. E pela primeira vez na escola, ele me regerir a palavra.

— Oi?

Hyungwon rolou os olhos. Hyunwoo observa alguma coisa no teto. Minhyuk está no celular junto com Jooheon olhando alguma coisa.

Me sinto um bocó.

— Você está de frente do meu armário, dá pra sair logo daí. Está empestando ele.

Disse ele impaciente, cruzando os braços.

Eu saí imediatamente.

Mas depois digeri o que ele havia falado. Me subiu uma raiva do além, eu já estou farto de ser tratado assim, e as palavras são proferidas antes mesmo de eu sequer pensar em dizer elas.

— Empestando? Você acha que eu sou o quê? Algum inseto?

Kihyun me olhou como se quisesse roubar minha alma e a lançar no inferno.

Agora todos do FiveD tem sua atenção redirecionada a mim. Hyungwon me cerra os olhos. Minhyuk levantou as sobrancelhas como se quisesse zombar de mim.

É hoje. Eu devo parecer um fantasma de tão branco. Minhas mãos estão suadas. Por que falar isso meu Deus?

Kihyun apenas bufou ironicamente e se aproximou de mim mais ainda. Elevou o queixo. Ficamos frente á frente. Apesar dele ser menor que eu, me sinto um anão esperando ser pisado.

É agora que eu me fodo. Kihyun provavelmente vai enfiar o armário no meu buraco. Vai me deixar banguela também.

Posso enxergar o céu por cima dele.

— Eu não acho, eu tenho certeza. — disse ele.

Tento vasculhar minha coragem de segundos atrás para retrucar, mas ela tinha sumido.

— Yah, você é quem? O presidente da Coréia? — ouvi alguém falando.                                         

Olho para trás, e Hoseok, como um anjo Gabriel, se pôs do meu lado desafiando Kihyun.

Meus dentes pararam de bater.

— Não, mas ele é o dessa escola. — Minhyuk se meteu.

— Eu por acaso falei com você?

WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW!

Cara, eu me segurei para não ir á frente do Minhyuk e gritar: Turn Down For What! Tantanrantantanranranran.

Minhyuk deixou o queixo cair.

Minhyuk se cala.

Minhyuk não disse uma resposta como sempre tem na ponta da língua já faz 5 segundos.

Eu estou gargalhando, por dentro. Eu quero pular. Quero gritar. Quero dizer: Shin Hoseok, você é o meu herói! Quero ficar rodando em círculos no Minhyuk e no Kihyun, apontar para cara deles e ficar rindo que nem um louco.

— Kihyun também, em nenhum momento, redirecionou a palavra a você. — Dessa vez era o Hyungwon.

Essa doeu.

Olho para o Hoseok. Ele abri a boca, mas depois fecha. Olha para Kihyun, abri a boca, entretanto, é interrompido pelo Hyunwoo.

— Yah yah, vamos parar com isso, ok? — um ótimo conselho. — Isso não é necessário. — Hyunwoo, melhor pessoa.

O primeiro sinal toca. Ele serve para avisar para já estar na sala quando o oficial vier.

Kihyun passa as mãos entre os fios picolé de morango dele. Volta uns passos atrás. A cabeça volta a se erguer. Volta á pose de realeza. Me encara lentamente com certo desdém.

— Vamos gente. — diz ele. Ao passar por mim, esbarra no meu ombro, o mesmo é quase deslocado. Com sua boca no meu ouvido, ele sussurra: — Não acabou nariz de tucano.

Estou morto.

Não foi nem meia hora de escola e eu já tomei no cu.

Eu só queria que essas tomadas no cu fossem em outro sentido.

Eu já quero fugir da escola.

 

Infelizmente Hoseok não vai para minha turma. Ele vai pra turma do nariz empinado, o Chae Hyungwon, já que ele está no terceiro grau.

Ele me desejou boa sorte e saiu.

Me deixou aqui. Alone. Olho para o fim do corredor e enxergo a plaquinha escrita: “redes - informática”. Meus pés estão colados ao chão. Fico pensando se poderia inventar uma dor no corpo e fingir que estou impossibilitado de assistir aula. Porém lembrei que os meus talentos para atuar são péssimos. Fico pensando se podia ir ao banheiro, e ficar trancado lá até a aula acabar, mas provavelmente iria ser pego.

Eu tinha de pensar em alguma coisa. Eu não quero ir para a sala. Eu não quero que o Kihyun coma meu rabo.

— Changkyun, o que você tá fazendo ainda aqui fora rapaz? — O professor Kim agarra meu ombro.

— Oh! Seonsaengnim.

— Vamos lá, eu te acompanho. — me empurra para a frente descolando meus pés.

Apesar de achar uma má ideia entrar na sala junto com o professor, isso de algum modo, me fez recuperar a coragem que eu havia perdido. Bem, pelo menos eu acho que recuperei.

 

Entro na sala de aula com o peito estufado e evito com todas as forças olhar para a cara dos alunos. Na verdade, eu queria era não encontrar o Kihyun.

Procuro por cadeiras vazias, mas não consigo encontrar. A sala está toda cheia. Esse ano parecia ter mais alunos que no ano passado. Ah claro, novatos. Vago os olhos. Não pode ser. Esqueceram que eu estudo nessa turma?

Por que não estou surpreso?

— Você não encontrou uma carteira vazia Changkyun? — O professor Kim pergunta.

Nego com a cabeça.

— Seonsaengnim! Tem uma bem aqui.

Não quis virar minha cabeça, mas tive que virá-la.

Kihyun aponta para a cadeira na frente dele. Eu não tinha notado aquela cadeira. E porque a única cadeira vazia tem que ser em frente a ele? Kihyun sempre senta na última fileira da sala, ao lado do Minhyuk e Jooheon. Seu rosto quando disse isso parecia angelical, inocente, mas depois que ele olhou pra mim, deu um sorriso tão assustador que os pelos do meu cu se arrepiaram. São aqueles sorrisos na qual dizem que a partir de agora, a palavra paz será inexistente na minha vida escolar.

Não é possível.

— Nossa, é mesmo. — Kim riu. — Acho que devemos passar em um oculista Changkyun. — riu de novo.

Eu não quero rir. Eu quero é fugir. Olho para a porta como se fosse o caminho para a liberdade de toda a minha vida.

— Vamos Changkyun, vá se sentar. — disse ele, me dando tapinhas nas costas para me apressar.

Escuto risadinhas zombeteiras enquanto caminho até a cadeira elétrica da prisão.

Quando chego, o sorriso do demônio de cabelo rosa se aumenta. Ele dá tapinhas no assento da cadeira indicando que eu devo sentar ali.

Será que ainda dá tempo de fugir?

— Eu queria começar a aula meus alunos, mas Lim Changkyun ainda não sentou na cadeira. — o professor Kim falou.

TODO MUNDO OLHOU PRA MIM.

Me senti um piolho com um monte de gente em volta querendo me estourar.

Sento na cadeira e de longe sinto os olhares de desprezo, e alguns risinhos.

— Eu estava planejando querer te destruir quando te encontrasse de novo. Mas quando vi você passar por aquela porta, percebi que você estuda nesse curso. Bem, pelo jeito, vai ser mais fácil do que eu imaginei. — Kihyun disse no meu ouvido.

E eu só queria uma coisa nesse momento, MAMÃEE!

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Para quem não manja de nadaaa dos coreano, dicionário básico das palavras usadas:
Eomeoni = mãe. Usado para filhos adultos.
Seonsaengnim = professor.

Queria agradecer a todos que favoritaram e comentaram!
Venham cá
Vamo se beija ❤

Até o próximo capítulo!


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